Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, outubro 31, 2007

Quem é o imbecil?

A notícia correu mundo. Aconteceu há duas semanas. O presidente francês, Sarkozy, interrompeu bruscamente uma entrevista com a jornalista americana Lesley Stahl, para a rede de televisão CBS, por ela lhe ter feito uma simples pergunta sobre a esposa. E não fazendo a coisa por menos, classificou o seu assessor de “imbecil” por este ter programado a entrevista.

Ora se o assessor foi de sua escolha e se Sarkozy aceitou conceder a entrevista temos de nos interrogar: quem é, afinal, o imbecil? Até porque não se concebe que uma presidencial figura se mostre irresponsável ao ponto de não tomar sentido à natureza das tarefas a desenvolver por si, incluídas na agenda elaborada pelo seu íntimo colaborador.

Brasilino Godinho

terça-feira, outubro 30, 2007

Um texto sem tabus…

“MENEZES QUER PRIVATIZAR QUASE TUDO”…

CHEGOU TARDE! PASSARAM-LHE AS PALHETAS…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

O Jornal de Notícias, do p. dia 15 de Outubro, titulava em primeira página: “Menezes quer privatizar quase tudo”. E destacava as seguintes privatizações: “Parte da Acção Social e da Saúde, deve ser entregue a privados, bem como portos, aeroportos e água”.

Ressalta das declarações de Filipe Menezes que ele se apresenta com grande ímpeto reformista.

Sobretudo, está determinado a fazer inúmeras privatizações se, por acaso, algum dia assentar no cadeirão do Poder.

Se bem interpretamos o pensamento do inquieto político julga ele que todos os males do País têm por causa o facto de haver vários sectores que escapam ao domínio dos indivíduos e empresas convenientemente posicionadas no campo capitalista. Entregá-los às entidades privadas seria a solução dos problemas que afectam a sociedade portuguesa.

Dando de barato que pudéssemos acreditar nas presunções do político Menezes, forçoso seria considerar que está a esquecer-se de um caso particularmente importante que, possivelmente, se tivesse concretização daria contributo inestimável para o êxito do seu abrangente programa de privatizações.

Se Menezes fosse coerente e perspicaz uma vez alcançada a chefia do Governo as primeiras iniciativas que tomaria de imediato seria privatizar o Governo e… privatizar-se a si próprio.

Convenhamos que lhe seria extremamente difícil dar esse corajoso passo. As resistências seriam muitas. As rasteiras e os obstáculos a vencer seriam imensos. E não se julgue que as maiores contrariedades viessem dos comunistas. Não!

Então, perguntar-se-á: mas que tamanhas dificuldades se deparariam a Menezes que obstassem a que se saísse airosamente dessa sublime tarefa?

Muito simples. Tanto quanto do mais complexo que se poderia imaginar se observássemos descontraidamente a situação à vista desarmada, sem necessidade de óculos de alcance preciso.

O primeiro grande (e repare-se que a palavra grande não cai aqui de pára-quedas) problema é que Filipe Menezes se chegasse ao “ponto de rebuçado” de ser gente grande no poleiro da governação estaria a chegar atrasado. De facto, o governo já está privatizado. Decerto que não o foi por força de qualquer legislação. A privatização decorreu ao compasso do tempo, sem a malta se dar conta. Com determinação e muita “discrição” há por aí uma família de “irmãos”, também designados “obreiros”, que têm a particularidade de habitarem lojas dissimuladas no tecido urbano e de “trabalharem em oficinas” (umas e outras não abertas ao público) que se foram apropriando do Estado e, consequentemente, dos governos, aos quais chamaram um figo (sem qualquer analogia suspeitosa com o célebre jogador de futebol).

Logo, nas presentes condições que previsivelmente se manterão até um dia de improvável ascensão (passe a antinomia) de Filipe Menezes à presidência da mesa do conselho de ministros, o novo chefe só conseguiria levar a sua avante se tivesse ânimo e força para desalojar a poderosa “família” que detém a posse do Estado.

Ora tudo leva a crer que o novo chefe do PSD nem sequer terá vontade para tal iniciativa.

O que quer dizer que o sonho de muitos portugueses de viverem sob a orientação de um governo privado fora da alçada da família maçónica, esfumava-se que nem nevoeiro numa manhã de verão.

Então, se instalado em S. Bento, dir-se-ia que o mandato de Menezes começava mal. Mesmo que ele conseguisse privatizar aquilo que foi enumerado e mais a virginal corrupção oficial, o angélico tráfico oficioso de influências e compadrios, as austeras câmaras municipais, as prestimosas juntas de freguesia, as simpáticas polícias, os desagradáveis cemitérios, as confortáveis prisões, os abandonados baldios, a gastadora RTP, a insípida RDP, a invejada Casa da Moeda, o acolhedor éden de administradores designado Banco de Portugal, as necessitadas universidades, as olvidadas escolas, os maltratados rios de Portugal, o pitoresco Sítio da Nazaré, as encantadas ilhas das Berlengas, as lindas e ameaçadas matas do Buçaco e do Gerês, o fantástico pinhal de Leiria, os invulgares coutos de caça do Alentejo, as magníficas gravuras rupestres de Foz Côa, os belos monumentos nacionais, os esquecidos museus, as imprescindíveis praias e toda a orla costeira, os três ramos das forças armadas, os solícitos serviços da Protecção Civil, as estradas nacionais, as pontes e viadutos de Lisboa, do Porto e de Coimbra, o Teatro Nacional D. Maria II, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, as regiões que Menezes traz na manga direita da farpela laranja e para além da água se conseguisse privatizar o ar que todos somos obrigados a respirar, mesmo com tudo isso e o que mais que, eventualmente, esteja inculcado na sua cabeça pensadora, faltar-lhe-ia o principal: a privatização do governo da República.

Em vista disso, talvez fosse melhor ir dando tratos à imaginação quanto à forma de concretizar a sua própria privatização. Não sendo a coroa da glória, pelo menos seria um prémio de consolação que se concedia à sua esforçada pessoa

Decididamente, Filipe Menezes chega tarde. Perdeu o comboio. Aquela discreta e solidária (entre si, note-se!) rapaziada do compasso e do esquadro, no que toca à apropriação do Estado, passou-lhe as palhetasDiga-se, que não só ao Menezes; também ao povo português.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Ele deu à língua…

Ontem, domingo, 28 de Outubro de 2007, corria a noite pacatamente, com milhares de portugueses a verem e ouvirem Marcelo Rebelo de Sousa a discorrer sobre vários assuntos na RTP, eis senão quando ele, respirando fundo, toma fôlego e algo hesitante, dá a sensacional notícia de um segredo bem guardado no seio da “família” da Opus Dei.

Disse o professor que Jardim Gonçalves encomendara, discretamente, um parecer ao Citibank sobre a proposta de fusão do Millennium bcp com o BPI.

Nós comentamos…

Surpreende que ninguém, nos meios geralmente bem informados de Lisboa, ache estranho e se interrogue como o professor, antecipando-se a toda a gente, sabe destes segredos íntimos da prelatura de Josemaria Escrivá de Balaguer y Albás…

Ou será que - afinal e talvez melhor que nós - eles sabem quais os fios com que se tecem as engenhosas teias e consideram a circunstância integrada no âmbito natural das coisas transparentes e na ordem reservada das loisas opacas…

Mas não estaremos enganados? E se eles, os ilustres lisboetas, detentores do conhecimento, estiverem precisamente envolvidos num qualquer pacto de silêncio? Com activa correspondência na prática dos bons, selectos e adequados costumes…

Caríssimas senhoras,

Caros senhores,

Aqui, as Marcelices.

Claro, que as do costume… O professor é persistente. Acomodou-se ao soalheiro…

Cumprimentos.

Brasilino Godinho

“Marcelices”…

Do Prof. Seixa *

*Às vezes, designado Prof. Sousa.

Para quem não saiba, informamos que “seixa” é uma espécie muito apreciada de pombo bravo, esquivo, também chamada “sousa”, que não dispensa a conhecida variedade de fruta manga, vulgo “rebelo”.

Trata-se de um pombo traquinas de aspecto simpático que, todos os domingos, à noite, num programa televisivo, arrulha com desenvoltura e trejeitos que fazem as delícias da interlocutora.

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Esta semana, naquela desgraça cultural, designada “BLOGUE”, que se expande pelas páginas 62 e 63 do semanário abençoado pelo espírito emanante da Opus Dei, destacam-se quatro notinhas que dão o tom exemplar da bizarra e abrangente arte da insignificância, da bisbilhotice, da futilidade e do desperdício de tempo, cultivada pelo talentoso professor.

Primeira notinha

“PAINEL Iniciativa meritória a da Escola E+B 2,3 Mestre Domingos Saraiva de Sintra. Ofereceu ao tribunal da comarca um Painel Azulejar, dos alunos de pintura e cerâmica”(o sublinhado é nosso).

Intrigante expressão. Painel azulejar? Então o painel vai pôr ou assentar azulejos? O painel vai azular? O quê? Ou, talvez, azular-se? Explique lá, professor.

Segunda notinha

“ACASO Casamento de um filho, Pedro, de Ana e Rui Martinho. Ana, bibliotecária competente da minha Faculdade. Rui, gestor bancário-segurador experiente. Acaso feliz: a noiva, Rita, é sobrinha de velho amigo, José Manuel Burnay. Clima inexcedível. Tema de conversa: banca e crédito sem garantias ou em que estas vão mirrando”.

Lê-se, fica-se deslumbrado e… incrédulo. Porque não um, mas vários acasos se sucederam por mera casualidade…

Vejamos: O acaso do casamento. O Pedro ser filho de Ana. Esta, ser bibliotecária competente, numa época em que não se valoriza a competência. Ana ser casada com o Rui. Este, ser bancário. Segurador. E, uf! Experiente.

Mais de admirar o “acaso feliz”, salientado pelo professor Seixa, de a noiva ser sobrinha de José Manuel Burnay. Que, acaso e pormenor importante, é velho amigo do professor.

Acaso extraordinário foi aquele do “clima inexcedível”.

Outro acaso não menos exaltante foi o tema da conversa sobre a Banca e créditos mal parados, sem as indispensáveis garantias. Mesmo vindo a propósito de um contrato de casamento…

Portanto, registando-se tantos acasos o professor terá neles percepcionado um “furo jornalístico”. Palmas! Dadas com entusiasmo e reconhecimento, tendo em atenção a alegria e o prazer espiritual dos leitores em saberem destas andanças do Prof. Seixa.

Terceira notinha

“NATURAL É legítima, a reacção do PSD e do MP madeirenses contra a acusação do PS de conluio para cobrir a corrupção na Madeira”.

Rebelo Sousa, professor catedrático de Direito ao arrepio da devida e recomendável contenção, da cuidada análise e da necessária isenção, exigíveis à sua condição académica, de pronto sentencia legitimidade para uma das partes (PSD) com a qual tem afinidades partidárias. Um espanto! Saúde-se a grande lata…

Quarta notinha

“VIDAS MODERNAS Nora Rita a trabalhar em Roma. Filho Nuno com neta Teresinha cheia de febre gripal. E neto Francisco, de tanto tirar peles de um dedo do pé, a braços com panarício. Escapa a bebé. É bom que o filho saiba o que a nora passa com frequência. Vidas modernas de pais perfeitos”.

Continua a série de acontecimentos penosos da família do professor. Se calhar não lhe resta outra alternativa que não seja ir à bruxa

Estamos tentados a corrigir a frase do Prof. Seixa. Diríamos: Vidas imperfeitas de pais modernos.

Também, parafraseando-o, anotamos: É bom que o professor saiba o que nós passamos com a frequência das notinhas do seu disparatado “BLOGUE” do soalheiro…

domingo, outubro 28, 2007

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Juntamos as SARAIVADAS da semana.

Hoje, focando a lamentável confusão de Saraiva.

Com os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS… Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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Tema: Saraiva confunde autoridade com autoritarismo…

Comentando a coluna “POLÍTICA A SÉRIO” de José António Saraiva que, nesta semana, rodopia em volta de Sócrates, há que realçar a impressão colhida de o arquitecto-jornalista persistir na sua devoção pelo autoritarismo dos nossos governantes. Numa imediata reacção poder-se-ia dizer que daí não advém mal ao mundo. Todavia, alguma reserva se aconselha, porquanto sendo o articulista figura pública e com o poder de comunicar num espaço amplo, acessível ao público, há sempre o risco de influenciar os leitores num sentido incorrecto e pouco realista com a natureza dos factos. Outrossim, por desenvolver um discurso desajustado à temática em análise.

Logo a principiar, Saraiva mostrando-se deslumbrado pelo espectáculo mediático, vai na onda e considera que “A assinatura do Tratado de Lisboa foi um sucesso histórico”.

Apetece exclamar: Ah! A impetuosa tendência para lançar foguetes e tecer louvaminha fácil e caseira… Ah! A vã glória do falso brilho das frases grandiloquentes…

Conclusões tão apressadas como esta, formulada pelo director do SOL, alicerçadas em impressões superficiais e influenciadas pelo esplendor das luzes da ribalta não têm consistência; tão pouco nelas se vislumbram traços de autenticidade a merecerem crédito do colectivo dos cidadãos. Pelo contrário, impõe-se uma apreciação mais objectiva e profunda que, pela nossa parte, fica para uma próxima oportunidade.

A seguir, José António Saraiva menciona, vagamente, que Santana Lopes “anda muito entretido com os problemas internos do PSD, não lhe sobrando muito tempo para outras cavalarias” (o sublinhado é nosso).

Neste ponto, anotamos que o PSD foi sempre um partido muito convulsionado. Mas a malta ainda não se tinha apercebido que Santana se entretivesse a brincar com os problemas internos; qual criança, numa creche, ocupada em distrair-se com um brinquedo. Também nos intriga a afirmação de Saraiva que, mostrando-se bem informado, assevera que Santana se vê aflito “não lhe sobrando muito tempo para outras cavalarias”. Para bom entendedor… não se poderia ser mais explícito. Isto é: os entretimentos de Santana, no interior do PSD, são cavalarias.

Das outras cavalarias, referidas por Saraiva: nicles! Nem uma simples suposição veio do famoso articulista. Como é habitual - e mais uma vez - Saraiva deixa o leitor a ver navios e a puxar pela imaginação

Nós, com inocente candura, muita curiosidade e suficiente reverência, perguntamos: Quais cavalarias? Altas cavalarias? Cavalarias rusticanas? Em que picadeiros? Paradas? Quintas ou quintais? Ou simplesmente, cavalgando pelas avenidas de Lisboa? Talvez pelas alamedas do Estoril e Cascais? Será ele bom cavaleiro? Participou em corridas e concursos hípicos? Domina bem as montadas? Estas terão classe e reputação de nome e de actuações no meio equestre? Alguma vez Santana se confrontou com uma nega, cangocha e pino da cavalgadura montada? Ter-se-á aguentado nas “canetas”? Será ele um exímio cavaleiro e distinto praticante da arte de bem cavalgar qualquer sela? Quem sabe e está em condições de dar notícias?

As precedentes interrogações servem para ilustrar as embaraçantes dúvidas e as delicadas questões suscitadas pela ambiguidade e imprecisão do “discurso” de Saraiva.

Depois, Saraiva avança com a explicação de que Cavaco tem prestígio “porque sempre revelou firmeza e alguns tiques autoritários” (caso para nos interrogarmos: Quem lhe meteu essa na cabeça?). Igualmente, refere que Manuela Ferreira Leite conserva prestígio “porque mostrou teimosia e convicção até ao fim (qual fim?).

A nosso ver, Saraiva baralhou-se e excedeu-se. Esteve virando tudo do avesso.

Com o devido respeito e sem intuitos de ofensa, o arquitecto-jornalista perdeu a tramontana quando escreveu: “O que os portugueses detestam nos Governos não é o excesso de autoridade – é a falta de autoridade”.

Frases deste género ouviam-se e liam-se, frequentemente, nos tempos do ditador Oliveira Salazar.

José António Saraiva esqueceu-se de uma verdade comezinha. Tudo que seja excesso é reprovável e inaceitável.

Costumamos dizer: Que tudo na vida se quer como o sal na comida; nem de mais, nem de menos. Na justa medida! É isto. Tudo na vida, sem excepções, se quer num meio-termo, em correspondência ao que for razoável, justo e conforme ao respeito que nos devemos uns aos outros.

Além de que o exercício da autoridade decorre do direito e do poder de ela se fazer obedecer com crédito de aceitação e prática de inequívoca competência e impoluto espírito de bem servir o interesse geral da sociedade. Com prevalência da Ética, da Moral e da Política. Esta entendida no sentido mais nobre da arte ou ciência de governar.

Já quanto ao autoritarismo temos que associá-lo a atitudes arbitrárias, à teimosia (tanto do agrado de Saraiva) e ao despotismo.

Lastimável, a confusão de José António Saraiva. Pior, a apologia que faz da teimosia e do autoritarismo – este, sempre apanágio dos incapazes de exercerem os seus cargos com autoridade e decência.

É, precisamente, a esta falta de autoridade advinda da arbitrariedade, da teimosia, da sobranceria e da incompetência, que os portugueses votam repulsa e condenação.

Quem disser o contrário, mais do que negar a realidade, ilude-se e desfigura a sua própria imagem.

sábado, outubro 27, 2007

Curiosidades…

O novo secretário-geral do PSD é um jovem com vários predicados…

É inteligente. É activo. É empreendedor.

Mas tem uma faceta invulgar num político. Também é bondoso e crente.

Foi numa entrevista ao “Diário de Aveiro”, edição de 26 de Outubro de 2007, que ele evidenciou estas particularidades da sua personalidade.

Benévolo, muito condoído com as contrariedades alheias, está preocupado com a valorização do presidente da Câmara Municipal de Aveiro… e fez disso questão pessoal.

Ribau Esteves declarou: “Élio Maia ficaria mais valorizado por ser militante do PSD”.

Todavia, foi pena ter-se esquecido de especificar em que consistiria essa maior valia em acrescento a algum préstimo que, ainda, terá nas condições em que se encontra actualmente.

Convicto, Ribau Esteves tem insistido no convite para que ele se inscreva no PSD. O interessado - segundo os meios geralmente bem informados – vai assobiando para o lado direito e não tem acedido.

Ribau não desiste e, qual bom samaritano, faz tudo para que Élio se valorize um pouco mais… visto que parece admitir nele um défice de validade; quiçá, de credibilidade…

Quanto à sua fé, Ribau está convencido que a filiação no PSD é algo que valoriza as pessoas e lhes confere elevado estatuto social, funcionando a filiação como uma credencial para largos voos e para mais válida acreditação no seio da sociedade. Nesse aspecto, até pode evocar o seu caso pessoal…

Dirá: “Olhem para mim... Vejam o que me aconteceu!

Daquilo que disse sobre Élio Maia ficou demonstrado que Ribau Esteves, a partir de agora, dedicado sacerdote do templo alaranjado é, também, fervoroso crente na mística do seu partido (PSD)…

Sim! Ele acredita…

Brasilino Godinho

quinta-feira, outubro 25, 2007

Ele disse…

01 - “As obras são de quem as paga”.

02 - “Ninguém nos dava um parafuso sem dinheiro à cabeça”.

03 - “Só na primavera de 2009 falarei sobre a minha possível recandidatura, apesar de já termos falado”.

Élio Maia, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, em recente conferência de imprensa.

Nós contrapomos…

01 - Boa malha! Finalmente, a explicação que faltava. A trapalhada sobre as dívidas da autarquia aveirense não terá passado de uma realidade virtual…

Se as obras não foram pagas pela câmara quer dizer que elas são de quem as fez: os operários e os empreiteiros. De facto, estes são os proprietários das ditas.

Bem vistas as coisas, os operários e os empreiteiros que se desenrasquem; e a senhora câmara, respeitável e virtuosa criatura da sociedade aveirense, deixe de preocupar-se com essas tretas de liquidar obras que, providencialmente, não tendo sido pagas, nem suas serão…

02 - Então ao presidente e ao pessoal da câmara ninguém dava um parafuso? Grande desfeita!

Mas, aqui entre nós, por que seria que a câmara queria um parafuso? Porquê dar um parafuso a alguém da câmara? Será que essa pessoa teria um parafuso a menos? Estará nesta circunstância a razão da procura e da oferta do parafuso?

Intrigante era a exigência, feita ao presidente ou ao pessoal, de apresentação com o dinheiro na cabeça pondo à prova a equilibrada postura financeira. Tal obrigação faz-nos lembrar o antigo hábito da mulher campesina ir buscar água ao fontanário com o cântaro à cabeça assente sobre rodilha, obrigando-a a cuidadoso equilíbrio corporal.

Sob outro aspecto, o parafuso só era dado à vista do dinheiro? Ou simplesmente vendido, embora fazendo-se constar que estava a ser oferecido? Qual a conclusão: Oferecido? Com que intenção? Ou vendido, à socapa? Receio de quê?

03 – Falar ou não falar? Eis a questão charadística que deixa a malta desnorteada.

O presidente só falará na Primavera de 2009 acerca da sua possível recandidatura, apesar de já termos falado (o sublinhado é nosso).

Preto no branco: O presidente em tempo futuro falará, apesar de… Noutro tempo passado falou, mas aí acentuando que falámos – sem dizer com quem ou se foi conversando com os seus botões. Mistério…

E no tempo presente, por que não fala? Atendendo que já falaram… em circuito fechado, ao que se supõe. Agora, bem poderia abrir-se à comunidade, em circuito aberto…

Haja a esperança de o presidente desistir de não dar pio...

Brasilino Godinho

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quarta-feira, outubro 24, 2007

Um comentário-testemunho importante!

A escritora Alexandra Caracol deixou neste blog um comentário sobre a nossa crónica QUANDO ELAS E ELES SE MOBILIZAM É SEMPRE GRANDE O ESPECTÁCULO…

Trata-se de um testemunho, de extraordinária importância, merecedor da maior atenção de todos quantos se interessam pela CULTURA. Que complementa, particulariza e melhor ilustra o que escrevemos

Publicamo-lo na íntegra.

É verdade meu amigo.

Eu que sou escritora e tenho vários amigos escritores vemos isto acontecer dia-a-dia.

Para quem não tem "padrinhos" nem sequer importa sair das prateleiras escondidas das livrarias para algum lugar mais visível e, muito menos, para a montra das mesmas, a não ser que consiga pagar bem para ter diariamente um lugar nelas.

Conseguir arranjar distribuidor que se digne a prestar contas correctas ou sequer a fazer o seu trabalho de uma forma honesta é uma tamanha aventura que só por si quase faz desistir a quem tem o amor pela escrita, já sem falar da aflição que é conseguir arranjar uma editora que se digne, ao menos, a olhar para o título de qualquer livro de alguém que não seja conhecido.

Mais interessante é verificar que "os livros desses escritores que vendem milhares de livros mesmo antes de eles terem sido vendidos na realidade" têm referidos, mesmo ao sair da gráfica, que já vão na décima quinta ou mais edição, quando na realidade esse pode ser o primeiro livro vendido".

Um dia destes estava no supermercado Continente de Loures quando me despertou a atenção, numa prateleira central bem visível ao público cheia de livros de um título só. Comecei a abrir os livros e reparei que lado-a-lado estavam livros desde a 1ª à 16ª edição e com a mesma data de saída da gráfica mostrando nitidamente o bluff que estavam a fazer. Uma senhora que segurava o livro tentando encontrar-lhe alguma graça com o propósito de o oferecer a um familiar (confidenciou-me mais tarde), revirando o livro indecisa perguntou-me: "A senhora acha que este livro é bom? Já vai na 16º edição... mas não sei se será bom...."

Respondi-lhe agarrando em vários exemplares para lhe mostrar que cada um pertencia a uma edição diferente e expliquei-lhe o que se estava a passar, depois dei-lhe a ler umas partes do livro e respondi-lhe que agora ela já estava apta a decidir. Imediatamente colocou o livro no lugar e agradecendo o que conversei com ela foi procurar outro livro menos "badalado", mas agora mais preocupada com o seu conteúdo.

As coisas que tenho visto estes dois últimos anos em que me tornei escritora levam-me diariamente a tentar encontrar soluções para deixar de ter que contactar com todo esse "lixo que faz parte da indústria livreira e seus afins", mas acabo sempre por sucumbir "aos seus desencantos" pois não vejo outra forma de me ir mantendo, nem que seja minimamente "neste barco".

Por causa de toda a corrupção ligada à divulgação, distribuição e comercialização de livros estou a preparar-me de novo para me dedicar ao ensino e ser eu própria a disponibilizar os meus livros aos meus alunos, só para não ter que continuar a assistir às situações sujas a que tenho que tomar conhecimento uma vez que tenho que contactar com os livreiros e distribuidores.

Fico triste porque, depois de dois anos de "luta" vejo que aqueles que de alguma forma estão ligados aos meios de comunicação detém o poder de vender qualquer coisa independentemente do seu real valor.

Mais triste é quando as pessoas se dirigem às livrarias para comprar os meus livros porque tiveram conhecimento deles por amigos ou através do meu blogue e as livrarias lhe dizem que estão esgotados quando, muitas vezes, nem sequer aceitaram recebê-los nas lojas.

Estou a deixar de me preocupar com as livrarias e estou a fazer a minha publicidade através de diversos meios, recebendo encomendas através da editora que foi fundada por mim e meu marido com o fim de primeiramente editar os nossos livros sem que tenhamos que entrar no meio viciado das editoras existentes no mercado.

Outro sonho que tínhamos quando esta foi fundada era o de ajudar escritores talentosos mas desconhecidos do público a vencerem, mas infelizmente vemos que já tem sido difícil furar toda esta engrenagem que acompanha a divulgação e venda de um livro, para vender os nossos livros, apesar de quem os adquire desejar comprar outros livros meus porque têm gostado dos conteúdos que desenvolvo e como os desenvolvo.

Não importa o talento, ou real valor, mas o que impera é a corrupção a todos os níveis e por mais que alguns se juntem para delatar estas coisas, é triste notar que, ao mesmo tempo, a corrupção, jogos de interesses e desonestidade são o que existem e têm tendência a aumentar.

Desculpe o desabafo, mas a quem não deseja entrar na roda da corrupção só lhe resta "o desabafo".

Beijo com amizade.

Alexandra Caracol


(Professora, escritora e fundadora de um método inédito de alfabetização desde a fase pré-natal dos "bebés" http://projectoportuguesfacil.blogs.sapo.pt/)

segunda-feira, outubro 22, 2007

Caríssimas senhoras,

Caros senhores,

Aqui, as Marcelices.

Estas, a celebrar uma boa actuação do professor.

Cumprimentos.

Brasilino Godinho

“Marcelices”…

Do Prof. Seixa *

*Às vezes, designado Prof. Sousa.

Para quem não saiba, informamos que “seixa” é uma espécie muito apreciada de pombo bravo, esquivo, também chamada “sousa”, que não dispensa a conhecida variedade de fruta manga, vulgo “rebelo”.

Trata-se de um pombo traquinas de aspecto simpático que, todos os domingos, à noite, num programa televisivo, arrulha com desenvoltura e trejeitos que fazem as delícias da interlocutora.

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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Aqui e agora, vamos esquecer a desgraça cultural que é a rubrica “BLOGUE” do professor, inserta no semanário do arquitecto-jornalista José António Saraiva; na qual se inscrevem as notinhas com fofocas que parecem alimentar a curiosidade do mulherio da linha de Cascais e os fervores exibicionistas dos amigos e compadres do autor, para nos atermos ao programa da RTP “As escolhas de Marcelo Rebelo de Sousa”, apresentado na noite de domingo, 21 de Outubro de 2007.

O professor apresentou-se em grande forma. Trazia a lição bem estudada. Falou com fluência. Primou pelo acerto das apreciações. Foi objectivo. Analisou a questão do Tratado Reformador da União Europeia. Definiu com precisão o conteúdo. Considerou – e bem - que ele tem pouco de reformador relativamente ao que era o modelo original: a Constituição Europeia. Apontou-lhe algumas fragilidades relativamente à sua aplicação. Pronunciou-se sobre o referendo em perspectiva. Mostrou-se isento no elogio aos desempenhos de José Sócrates, de Luís Amado, de Durão Barroso e da chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, na orientação e desenvolvimento do complexo processo de negociação que culminou na elaboração do acordo.

Não esqueceu a cimeira da União Europeia com a África e a melindrosa questão da independência do Kosovo. As considerações formuladas sobre estas duas matérias – embora ligeiras - merecem a classificação de oportunas e pertinentes.

Debruçou-se sobre a situação do País anotando as singulares disparidades da sociedade portuguesa, onde sobressai o enorme fosso entre ricos e pobres, cada vez mais a acentuar-se. Fez chamada de atenção para a grande manifestação de 190 000 pessoas em Lisboa, demonstrativa do grande descontentamento popular, lembrando aos governantes que devem extrair as devidas ilações do acontecimento.

Também se referiu ao congresso do PSD realizado em Torres Vedras. Comentou as actuações de Luís Filipe Menezes e de Pedro Santana Lopes. E as linhas programáticas que se vislumbram nas recentes declarações do novo chefe do PSD. E, com a subtileza que lhe é habitual, lançou farpas em várias direcções – o que fez manifestando requintado engenho.

Embora discordando em poucos e irrelevantes pormenores, consideramos que se tratou da melhor intervenção que lhe temos visto.

O professor esteve contido… Sensato! Profundo! Brilhante!

Digamos a palavra: Magistral!

Gostámos.

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Juntamos as SARAIVADAS da semana.

Hoje comentamos os últimos pensamentos de Saraiva dados à estampa. Desta vez, ele os meteu num “enorme balde de água fria”.

Com os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS… Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema: Saraiva meteu pensamentos, gerados a quente, num “balde de água fria”…

Esta semana José António Saraiva deu-nos conta dos pensamentos que lhe ocuparam a mente a partir do congresso do PSD, realizado em Torres Vedras. Aproveitando o espaço de “POLÍTICA A SÉRIO” conseguiu metê-los num “enorme balde de água fria” e assim acondicionados os trouxe ao conhecimento dos seus leitores. De modo que os pensamentos se foram concebidos a quente, rapidamente perderam temperatura e adquiriram certa frigidez

Neste contexto de fixação e estado térmico, a seguir registamos os pensamentos de Saraiva que julgamos de maior relevância.

A preocupação com a imperícia de Menezes em cavalgar ondas…

Menezes “não soube cavalgar a onda(…). “A onda passou-lhe por cima”.

Sorte de Menezes, apesar da falta de jeito não foi esmagado pela onda – gorou a sombria expectativa

O propósito de Menezes querer a Manuela.

Ela “era como que uma caução da parte responsável do partido à sua liderança”.

Deduz-se pela conversa de Saraiva que, neste ponto, Menezes ganhou porque terá tido a caução da parte irresponsável do partido

A dramática e embaraçante deglutição que apoquentou Menezes…

“A pessoa que Menezes não queria mas se viu obrigado a engolir, foi, obviamente, Pedro Santana Lopes”.

Se Saraiva, geralmente, bem informado, o diz, temos que acreditar. Nós limitamo-nos a fazer o pertinente reparo: grande goela tem Menezes! Mas, ficamos horrorizados só de pensar no incómodo e sofrimento da criaturaEspera-se que a Menezes não advenham complicações, irritações e esquisitas infecções

A condição de símio de Santana Lopes…

Certamente reportando-se a um tempo antes do sujeito ter sido engolido por Menezes, Saraiva, apoiando-se no seu perspicaz olho clínico, veio informar o respeitável público que Santana era “um macaco de rabo pelado”.

Eis uma novidade que deixou todo o mundo boquiaberto. Quem imaginaria? Registe-se a sorte de Santana: de nem ter o rabo peludo. Encareça-se a boa fortuna de Menezes por, obviamente, ter tido facilitada a passagem do indigesto ser pela sua, talvez frágil, garganta.

Menezes “não tem pulso”…

Saraiva considera que Menezes “não tem pulso”. E interroga-se: “como pode pretender conquistar o país?”.

Se o homem “não tem pulso”, isso quer dizer que a situação está preta para Menezes. Urge que ele, pelo seu pé ou levado pelos acólitos, se apresente no serviço de cuidados intensivos do hospital que lhe esteja mais próximo Recupere de pressa. E fique mais aliviado; lembrando-se que, para “conquistar o País”, não precisará de empunhar a espada como fez D. Afonso Henriques nos tempos da conquista do território em que levou de vencida os mouros. As espadas caíram em desuso. Os mouros foram à vida e, actualmente, foram substituídos pelos pastéis de Belém, pelos copinhos de leite da linha de Cascais, pelas rapaziadas dos partidos e por outras espécies afins dos marialvas e fadistas de nova geração que se movimentam com arreganho e prosápia pelas avenidas e grandes salões de Lisboa Os tais elitistas e sulistas de que Menezes falou num certo congresso de má memória

Por último, Saraiva pensou:

“PENSO QUE TUDO ISTO É EVIDENTE”.

Se bem o pensou… Melhor o disse…

Disse?

Está dito!...

Pela nossa parte, admitimos que para a semana haja mais

sábado, outubro 20, 2007

Um texto sem tabus…

QUANDO ELAS E ELES

SE MOBILIZAM É SEMPRE “GRANDE” O ESPECTÁCULO…

SIM! QUANDO AS “CAPELINHAS”,

AS “LOJAS”, OS “IRMÃOS”,

OS AMIGALHAÇOS E OS

“COMPADRES” SE MOBILIZAM…

Sobressai “grande” espectáculo…

E as vendas disparam…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http:quintalusitana.blogspot.com

Com certeza todos temos consciência de que “quando a esmola é grande o pobre desconfia”.

Assim se está exuberantemente demonstrando esta semana, na comunicação social portuguesa. Sem pudor. E com petulância total. Está montada uma gigantesca publicidade encapotada e gratuita. Tratando-se de uma “grande”, excepcional, esmola é mesmo caso para desconfiar de tanta generosidade… a precisos fundos encaminhada.

Não se tem passado um dia em que não se escreva, nem se fale sobre os lançamentos dos novos livros do José Rodrigues dos Santos e do Miguel Sousa Tavares. Peguem-se nos periódicos. Oiça-se a rádio. Veja-se a televisão. É um festival de referências nas televisões, de entrevistas, de fotos de capas de revistas, de chamadas de primeira página, de transcrições parciais nos jornais, sobre as “excelentes” obras dos consagrados Santos e Tavares. Também, uma orgia de louvores a esses artistas e de exaltações dos magníficos romances que, garantidamente, vão ser enormes êxitos de vendas…

Estejamos atentos porque importa saber como em Portugal se promovem os autores amigalhaços, se “fabricam” as grandes obras e se alcançam êxitos nunca vistos e jamais sonhados. Decerto, em breve, os dois ilustres escritores serão contemplados com os grandes prémios nacionais, atribuídos por júris constituídos por gente fixe. Mais: terão as obras traduzidas em muitas línguas, distribuídas por vários países e com inúmeros milhares de exemplares vendidos. Tudo assegurado por obra e (des)graça das eficientes “capelinhas”, dos apropriados compadrios e das “discretas” fraternidades.

Sem margem para dúvidas: são favas contadas. Êxito absoluto garantido…

Aliás, num futuro próximo, os dois artistas da nossa melhor sociedade literária lisboeta - essa mesmo que feliz, contente, sobranceira, pedante, autoconvencida e predisposta a rir-se, alarvemente, da malta, se exibe nas avenidas novas da capital do ex-Império e pontifica na imprensa alfacinha - serão galardoados pelo presidente da República, com grau de alto mérito de uma das ordens nacionais, em cerimonial do 10 de Junho… Fica escrito…

Desta forma, mercê da excelência de seleccionada fabricação da espécie e do inteligente engenho sabiamente descortinado, nos grandes artistas, por parte de mentes superiormente dotadas que, feliz acaso, enquadram os círculos das amizades dos eleitos, se vão escolhendo as obras, determinando orientações, estabelecendo padrões de identificação, firmando reputações e enriquecendo uma peculiar cultura em Portugal…

Só que a CULTURA, não se compadece com práticas de obscurantismo e jamais florescerá se apoiada na censura de autores desalinhados do sistema corrupto existente e se sustentada no tráfico de influências e de interesses obscuros.

É preciso dizê-lo com toda a frontalidade: a CULTURA não se desenvolve com base no folclore saloio de Lisboa e nos expedientes de gente sem escrúpulos éticos e deontológicos que porfia em manipulá-la e explorá-la em seu proveito.

A CULTURA não é feudo de ninguém. Ela afirma-se pelas intervenções de todos – quantos, idóneos e competentes, para ela dão válidos contributos.

Nota: Recomendamos aos leitores que prestem atenção ao espectáculo mediático e à avalanche propagandística. Abeirem-se das bancas e vejam o que vai por aí nas capas e interiores das revistas e nos jornais. E, claro, ponham-se de olhos bem abertos a ver os “mimos” das televisões para com os seus espertos colaboradores dos telejornais, Santos & Tavares. Pelo menos, é engraçado. Pelo mais: é elucidativo daquilo que escrevemos.

sexta-feira, outubro 19, 2007

AZAR DE GONÇALVES,

ÀS VOLTAS COM UMA BOTA MAL CALÇADA…

Brasilino Godinho

http://quintalusitana.blogspot.com

Já passaram várias luas sobre aquele fatídico dia em que o poderoso Gonçalves, figura importante da irmandade de Josemaria Escrivá de Balaguer y Albás, estava comodamente sentado à sua secretária no magnífico gabinete da presidência, instalado na sede do banco comercial que já é a instituição milionária do milénio, que fundara juntamente com outros veneráveis irmãos e, naquele momento, um pouco ensonado, passando pelas brasas, nem se apercebeu que o filho mais velho, com pezinhos de lã, se aproximou e reparando que ele estava descalço lhe enfiou uma peçonhenta bota desencontrada no seu delicado pé. Tendo o filho procedido com engenho, o papá Gonçalves, na altura, nem se apercebeu da complicada operação efectuada pelo expedito filhote. E como é empedernido conservador facilmente Gonçalves e bota se acomodaram reciprocamente. E nessa acomodação o objecto bota e a pessoa Gonçalves se foram habituando a compartilhar posições e movimentos de uma e do outro.

Até que há dias um anónimo espertalhaço com grande golpe de vista de longo alcance, atrevido e bisbilhoteiro, se deu conta que o velho Gonçalves andava manco e que a bota estava deformada como cedendo à pressão de joanete, sem ele disso tomar piedosa consciência. Dir-se-ia que a criatura não sentia dor. E então o perspicaz observador deu o alarme público. O que causou grande alvoroço nos domínios do banco e no meio exterior. Para agravar a situação todo o mundo que gravita à volta de Gonçalves ficou preocupado com as suas hesitantes oscilações. Quando Gonçalves, finalmente sacudido e chamado à realidade do objecto em desconformidade com a sua altiva postura, se deu conta do problema, ficou algo perturbado. Também se avolumaram as apreensões do banco, dos companheiros da administração, dos camareiros, assistentes e secretárias. Ocorreu um alarme geral. Rapidamente se apurou que o filhote que tanta arte evidenciara a calçar a bota no pé do papá, agora, em tempo de perca de aptidões, não mostra engenho em a descalçar.

Insólito e pior que tudo o que ocorreu decorrente do impressionante acontecimento é o facto de papá Gonçalves, igualmente, não atinar como descalçá-la…

Uma desgraça, causada pela existência de uma malfadada bota e por uma simples distracção e ocasional sonolência de um papá extremoso…