Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quinta-feira, agosto 30, 2012


29 de Agosto de 2012

ESPANHA:

" O CANO DE UMA PISTOLA PELO CU"


O texto que incendiou Espanha

Um texto de Juan José Millás, publicado no El País que vale a pena ler.

24/08/2012 | 00:01 | Dinheiro Vivo

"O cano de uma pistola pelo cu" e "As relações impossíveis: Economia real- Economia financeira", eram os dois títulos do texto que Juan José Millás publicava na secção de cultura do El Pais.
Em poucos dias  tornou-se viral: 19000 shares no Facebook, 15 mil tweets, um país indignado.
Hoje, o Dinheiro Vivo publica em exclusivo - e pela primeira vez em português - o texto sobre o capitalismo que incendiou Espanha
Siga o Dinheiro Vivo no Facebook para acompanhar a crise em Espanha
Leia amanhã no suplemento do Dinheiro Vivo (publicado com o Diário de Notícias e Jornal de Notícias), a entrevista com Juan José Millás.

O cano de uma pistola pelo cu

Se percebemos bem - e não é fácil, porque somos um bocado tontos -, a economia financeira é a economia real do senhor feudal sobre o servo, do amo sobre o escravo, da metrópole sobre a colónia, do capitalista manchesteriano sobre o trabalhador explorado.
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A economia financeira é o inimigo da classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de criança num bordel asiático.
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Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de sequer ser semeada.
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Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, apesar de te deixar na merda se descer.
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Se o preço baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que estejas - e não há nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.
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Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta compra geralmente é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite.
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Um país que, da perspetiva do terrorista financeiro, não é mais do que um jogo de tabuleiro no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.
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A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o caráter de pessoa, coisifica-a.
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Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição.
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Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista económico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país - este, por acaso -, e diz "compro" ou "vendo" com a impunidade com que se joga Monopólio e se compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.
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Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno dos milhares ou milhões de pessoas que antes de irem trabalhar deixaram na creche pública - onde estas ainda existem - os filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas sobreprotegidos, desde logo, por essa coisa a que chamamos Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres estão a ser desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres.
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E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, são-no num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro.
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Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem creche ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes.
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Somos simples mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornámo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.
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A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira.
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Avançamos com ruturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas ações terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.
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A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender?
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De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste.
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A atividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.
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Aqui se modifica o preço das nossas vidas todos os dias sem que ninguém resolva o problema, ou mais, enviando as autoridades para cima de quem tenta fazê-lo.
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E, por Deus, as autoridades empenham-se a fundo para proteger esse filho da puta que te vendeu, recorrendo a um esquema legalmente permitido, um produto financeiro, ou seja, um objeto irreal no qual tu investiste, na melhor das hipóteses, toda a poupança real da tua vida.
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Vendeu fumaça, o grande porco, apoiado pelas leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.
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Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver.
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Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e faturar a 30, 60 ou 90 dias.
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Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco.
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A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passo a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do sequestrado.
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Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos.

(Este, um texto que nos chegou através da Internet e que transcrevemos dados o inegável interesse e a implícita oportunidade).

terça-feira, agosto 21, 2012


Brincadeira?...
Perguntamos:
- Num cenário de catástrofe? Como assim?
Brasilino Godinho

Hoje, o Automóvel Club de Portugal emitiu um comunicado insurgindo-se contra os aumentos dos combustíveis.

E lança a interrogação se o Governo "tem noção do garrote fatal que o setor automóvel está a enfrentar, dos despedimentos em massa, das empresas que não conseguem suportar estes aumentos nas suas frotas, dos automobilistas que precisam do carro para trabalhar e mal ganham para gasolina".
E conclui:"Perante este cenário de catástrofe, o Governo fala em retoma económica. Só pode estar a brincar com os contribuintes".

Retoma económica em 2013? Brincar num cenário de catástrofe? Nem uma coisa, nem outra.

Porém, o que acontece é que o governo tenta-se pelo disfarce, embora tendo a noção de que está a empobrecer o País, num cenário de inúmeras tragédias individuais e familiares e no âmbito de uma enorme catástrofe que atinge os tecidos social e empresarial, segundo a norma de procedimento “de custe o que custar”, adoptada pelo grande chefe Passos Coelho.

E, claro, está-se maribando. Não liga às consequências das políticas que vem prosseguindo.

quarta-feira, agosto 15, 2012


Promessa cumprida…
Passos Coelho regressou
ao seu “trabalho” comicieiro…
Brasilino Godinho

Para gravame dos nossos padecimentos colectivos, ontem, dia 14 de Agosto de 2012, o chefe do PSD, Pedro Passos Coelho cumpriu a promessa de regressar ao “trabalho” – o identitário trabalho comicieiro, da sua especialidade operativa e distinta ocupação permanente. Uma e outra componentes da sua corriqueira actividade de político caseiro que têm a ver com a de vendedor de ilusões e de palrador compulsivo - facilmente confundidas com o vozear de vulgar papagaio, importado da floresta amazónica. O que, afinal, se constitui uma fatalidade! Que provoca muito ruído na comunicação social. E que, infelizmente, nos atinge com violência e fragor.
O obstinado, incorrigível, governante apresentou-se no comício em mangas de camisa, manifestamente disposto a desenvolver o seu “trabalho” sem constrangimentos de indumentária, de ordem física ou de natureza funcional. Também exercitando a ousadia na atitude e propósito, acrescida da insistência no absurdo e desatino, que lhe são intrínsecas.
Apesar dessa sua inegável, perniciosa, especialização laboral, a prestação foi frouxa e nem despertou grandes entusiasmos nas hostes. Também factor negativo e preocupante: o anúncio, feito com singular displicência, de mais gravosas medidas de austeridade; as quais, auguram violentas fracturas e distorções no tecido social.
E, nota saliente, Passos Coelho houve-se de forma totalmente irresponsável quando afirmou: “O próximo ano não será de recessão”.
Repare-se no disparate: quando todos os indicadores apontam para a continuidade e agravamento da crise a vários níveis económicos, financeiros e sociais em Portugal e num tempo em que na Europa se acentua o clima de depressão, sem esquecer as tremendas dificuldades e ameaças que atingem a Espanha e a Itália, com imediatos reflexos no nosso país; vir Pedro Passos Coelho dizer que Portugal vai inverter a evolução dos dramáticos acontecimentos da hora actual, só pode representar um total alheamento da situação, uma grande irresponsabilidade, uma nefasta (deplorável) imaturidade política ou uma acentuada incompetência.
Fim

terça-feira, agosto 14, 2012


A anedota do dia…
Brasilino Godinho

Manchete da edição de 14 de Julho de 2012, do jornal de Negócios:
“Pedro Passos Coelho regressa hoje ao trabalho”.
Se esta notícia não é anedota, haja alguém que, com seriedade, informe os portugueses da actividade laboral que o cidadão Passos Coelho tem desenvolvido nestes anos que leva de governante.
Daquilo que nos temos dado conta é que, praticamente, todos os dias o jovem chefe Passos Coelho se passeia pelo país e se multiplica em declarações: quer perante o público que lhe é afecto; quer face aos jornalistas; quer no decorrer das sessões parlamentares; e, presumivelmente, também perorando junto dos seus pares, durante as reuniões do executivo. Falando muito e dizendo pouco…
Se assim tem, no dia-a-dia, a agenda sobrecarregada com motivações menores e, consequentemente, está permanentemente ocupado a seu bel-prazer, que tempo lhe resta para trabalhar no gabinete?
Passear pelo país e dar umas voltas pela estranja, inaugurar sedes de associações recreativas e de juntas de freguesia, descerrar lápides nos salões de diversão, visitar fábricas de empresários compinchas, participar em jantaradas de companheiros do partido (PSD), assistir a cortejos de oferendas, percorrer os corredores dos hospitais, exibir-se nos selectos espaços das grandes fundações, falar aos microfones das televisões e discursar nos comícios; é, porventura, zeloso trabalho de quem tem o dever de gerir os destinos da Nação?
Não! Este obsceno folclore político que tanto agrado e demasiada ocupação suscita no circo mediático, nunca foi, nem será, trabalho digno de um governante atento e obrigado pela qualificada inerência das suas altas funções; a qual, está naturalmente associada a elevadíssimos níveis comportamentais de decoro, de exigência e de responsabilidade.
Pois então, sejamos coerentes e designemos as coisas pelos seus nomes. Isto implica que haja decência, independência, sentido crítico e realismo, nas apreciações que se façam sobre os factos e as pessoas.
Fim

domingo, agosto 12, 2012


Uma pertinente achega
de última hora…
Brasilino Godinho
Ainda sobre o caso dos documentos que levaram sumiço no Ministério da Defesa, admite-se nos meios geralmente mal informados(…) e pior intencionados(…), como hipótese menos gravosa para quem quer que seja o responsável pelo desaparecimento dos valiosos documentos e, também, como afirmação mais credível no seio da displicente comunidade, que eles tenham, simplesmente, "desertado"... - e assim, naturalmente, se confirmando a nossa anterior previsão.
Mas parece haver novos elementos que são apresentados por gente de apurada perspicácia: eles, os desertores, agindo sob comando de entidade cautelar, munida de máscara artificiosa, algo incógnita, bastante desenrascada, mui atrevida e por demais expedita, teriam sido devidamente alinhados em formação cerrada e despachados em trânsito de fuga, acabando por cair suavemente de pára-quedas algures em parte in (de inclusão) certa...
Fim



O caso dos documentos
que “desertaram” do  
Ministério da Defesa…
Apreciado consoante a hipótese,
não desprezível, da intervenção demoníaca…
Pois é verdade! Aí está facultado ao conhecimento tardio de toda a gente o insólito caso dos importantes documentos - relacionados com a aquisição de dois submarinos - que levaram sumiço nos meandros do Ministério da Defesa, no tempo em que Paulo Portas era o respectivo ministro.
Isto ter acontecido traduz o invulgar facto de os ditos documentos terem “desertado” do seu aquartelamento… Também, por hipótese, terem sido vítimas de captura, quiçá rapto, talvez sequestro ou, quem sabe, vítimas de grande agressão…. E logo nas barbas da mais alta instância da hierarquia militar. Quem diria que isso fosse possível… Nem sequer sob a alçada do ministro da Defesa e nos seus ministeriais aposentos já se está vivendo em paz, usufruindo quietude e desfrutando segurança…
Tal facto é um incrível paradoxo; visto supor-se que seria no Ministério da Defesa que os valiosos documentos estariam bem vigiados e melhor defendidos - desde logo, pelo facto de a defesa dos mesmos estar, aparentemente, assegurada pelas sentinelas postadas em vigia nas entradas do respectivo palacete e de o ministro, cuidadoso, precavido,  tê-los debaixo de olho...
Moral da história: Se o Ministério da Defesa não defendeu os seus papéis de maior importância, como pode ele (e a estrutura da Defesa) defender a segurança de todos nós?
Decorrente de tudo isso, tem sentido formularem-se algumas interrogações: Por ali andou bruxaria? Por lá assentou algum demónio à solta? Ou ao cair das trevas e nelas trevas, em pleno ministério e tal como se este fosse reino das trevas, aconteceu o satânico ritual do fogo devastador que consumiu tantos documentos qualificados? Qual a razão de tantos anos passados ainda não se ter convocado o bispo D. Januário Torgal Ferreira, capelão-mor das forças armadas para, através do ritual apropriado, esconjurar o factor diabólico ou o espírito maligno que subverteu a ordem, anulou a disciplina, menosprezou a hierarquia, desprezou o rigor, ignorou as normas regulamentares, manipulou os meios e os instrumentos, desdenhou da legalidade e se marimbou na eficácia do sistema de segurança interna do Ministério da Defesa?
Tal expediente de exorcismo é aqui focado mas, igualmente, admitido, porquanto se sabe que as entidades policiais e judiciais se afastam das matérias demoníacas como o Diabo foge da cruz…
Fim

sábado, agosto 11, 2012


Afinal, um caso de fácil resolução…
Brasilino Godinho
Pela Internet chegou-nos a seguinte informação:
“Segundo o JN, a equipa que investiga a compra dos submarinos quando Paulo Portas era ministro da Defesa não consegue encontrar documentos sobre o negócio. "(...) Grande parte dos elementos referentes ao concurso público de aquisição dos submarinos não se encontra arquivada nos respetivos serviços [da Defesa], desconhecendo-se qual o destino dado à maioria da documentação", escreveu o procurador João Ramos, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, em despacho de 4 de junho que arquivou o inquérito em que era arguido Bernardo Ayala”.
Esta notícia reporta-se a uma situação aparentemente grave…
Digo aparentemente porque ela é muito fácil de resolver. E com a vantagem de evitar que os investigadores judiciais se dêem ao desagradável incómodo de apurar responsabilidades quanto ao desaparecimento dos documentos relativos à aquisição de submarinos – ou não fossem estes, meios de locomoção em águas profundas… e estas, pela sua obscura natureza, se constituírem temidos prenúncios de terríveis tempestades violentas e repentinas…
Ao tempo da exoneração do governo de que Paulo Portas fazia parte noticiou-se que, na madrugada do último dia do executivo, ele teria estado ocupado na ciclópica tarefa de extrair milhares de fotocópias de documentos do Ministério da Defesa - o que na confusão poderia ter dado azo à dispersão da papelada por partes incertas ou também devido ao disseminado calor da azáfama, à combustão de alguns papéis extraviados pelos ventos que se geram habitualmente no decorrer dos fogos…
Portanto - e nem relevando sobremaneira as hipotéticas confusão e abrasadora ocorrência - é óbvio que se agora faltam documentos o ilustre político certamente facultará as respectivas fotocópias.
Até porque, eventualmente, ele assim teria procedido como um cauteloso mago possuído da faculdade de antecipar o que veio a acontecer.
Da mesma forma que as autoridades não se inquietaram com a extracção das fotocópias de documentos oficiais por parte de Paulo Portas - o que é manifestamente vedado a qualquer funcionário por mais qualificado que seja - também, agora, não se devem preocupar demasiado com a falta dos valiosos papéis; visto que as fotocópias estão ali franqueadas em fortalecidas portas… ou seja: ao alcance do gesto de boa vontade e da oportuna assistência do famoso e actual ministro dos Negócios Estrangeiros.
Aliás e a concretizar-se a prestimosa colaboração do referido personagem político, ela será um inequívoco motivo bastante auspicioso para sua excelência. Desde logo, a aliciante perspectiva de, a curto prazo, receber uma elevada condecoração recompensadora do esforçado gesto. Distinção honrosa, zelosamente atribuída pela presidência da República a tão exemplar servidor da coisa pública…
Finalmente, sosseguem os espíritos dos detentores do poder judicial: as fotocópias estão em boas mãos ou em bem resguardados e fortes cofres domésticos da invulgar personalidade… Será só necessário dar um passo na direcção da mesma, ali posta, qual adorno decorativo, no Palácio das Necessidades - este grande edifício, das ditas que, por acaso ou desdita malvada, afligem os agentes da investigação em curso…
Daí, igualmente, se poder considerar um duplo titulo ao detentor do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros: o Paulo das Necessidades dos Negócios e o Paulo das Necessidades da Justiça. Para umas e outras prevalecem as Portas… Do Portas, entenda-se!


Obviamente, interrogo-me:
Porquê? E só agora?
Brasilino Godinho

Da edição do semanário SOL, de 10 do corrente mês de Agosto, transcrevo o seguinte trecho de primeira página:
Zita, “A ex-militante comunista adiantou a hipótese de o PCP ter usado uma empresa de aparelhos de ar condicionado para instalar microfones em gabinetes de Estado”.
Vejamos a coisa como se fora uma peça de teatro.
O cenário: SIC, jornal da noite.
Personagens individuais: Mário Crespo, Zita Seabra, Alexandre Alves (“Barão Vermelho”).
Personagens colectivos: PCP e jornalistas.
Tema da composição teatral em causa (um meio-termo entre o drama e a comédia): Espionagem comunista nos tempos da FNAC (a empresa mencionada).
A acção inicia-se com a presença de Zita Seabra, frente a Mário Crespo, sob as miras das câmaras, no estúdio da SIC; o qual, solícito, de imediato, a interroga sobre o tema trazido à colação. Ela, sempre exibindo um sorriso forçado, embora tratando um assunto que dir-se-ia sério, vai desenvolvendo o tema num plano de indefinição e de imprecisão, cingido ao mero campo hipotético. Crespo, sorridente, patético, tristemente(…) embevecido, vai ouvindo suave, docemente e com inexcedível brandura lança algumas dicas adjuvantes. Por fim, remata, em êxtase, o encontro como habitualmente faz: com aprazimento um tanto postiço, dizendo-se muito honrado* com a vinda da ilustre personagem por generosa(?) anuência ao seu “convite” (certamente - admito - que não envolvendo gratuitidade na prestação televisiva…).
Alves, ouvido posteriormente na SIC, nega a hipótese de espionagem colocada pela personagem Zita e fá-lo também com um sorriso.
Logo a seguir o PCP, como que assobiando para o lado, emite um comunicado em que desvaloriza a pessoa Zita Seabra e as declarações por ela prestadas à SIC.
Os jornalistas e alguns órgãos de comunicação social embandeiram em arco e vão-se contemplando euforicamente na diversão que ora surge. Perante esta peça de teatro rasca, apresentada ao respeitável público com o manifesto propósito de o desconsiderar - porquanto, julgando-o estúpido, amorfo e destituído de senso e de espírito crítico - importa realçar que ninguém, na hora, fez as duas elementares perguntas:
- O que levou Crespo a “convidar” Zita para se pronunciar sobre aquele específico tema da hipotética espionagem? E vir ele, agora, fora do seu tempo próprio, à baila?
- Se a Zita foi expulsa do PCP há vinte e quatro anos (1988, como consta na imprensa) e, quase de imediato, se incorporou na família do PSD; se tem desenvolvido uma intensa campanha contra o seu antigo clã doutrinário (PCP); qual a razão de só agora, intempestivamente, Zita Seabra sair a terreiro empenhada em admitir que o PCP fizera espionagem na época de existência da FNAC?
Se dirá, com propriedade, que - não se vislumbrando espionagem, neste caso representado pela própria iniciativa e pela intervenção de Zita, na SIC - haverá nesta história tão mal contada um mistério que reveste algum interesse desvendar…
Não se terem expressado as elementares interrogações sobre o tempo, a oportunidade e a motivação das declarações de Zita Seabra, releva a ligeireza com que estes assuntos são tratados no plano mediático e a impressionante falta de objectividade bem patente nalguns meios jornalísticos. Sublinho, dando ao facto a devida ênfase…

* Nota de curiosidade - Com tantas e persistentes honras diárias que Mário Crespo induz com estes seus singulares “convites” e que, de forma tão evidente, o deixam babado, ele deve ser o homem mais “honrado” que existe em Portugal… Não será altura de o propor para ingresso no Guinness Book?...

sexta-feira, agosto 10, 2012



Um escândalo!!!
Incrível!!!
Criar uma empresa para fazer
uma compra para o Estado…

Defloc - empresa criada especificamente por iniciativa do governo (no tempo em que Paulo Portas era ministro da Defesa Nacional) para a aquisição, por parte do Estado, de 10 helicópteros, destinados a substituir os velhos PUMA das forças armadas.
A notícia veio hoje a público através de uma comunicação do Tribunal de Contas.

Aqui está uma decisão que sobreleva:
de muita imaginação,
de invulgar desembaraço
e de… grandíssima lata!

Considerando a eventual sequência do invulgar (precedente) “esquema” governativo, fica-se na expectativa de que a próxima iniciativa do governo incida na sua transformação em uma sociedade comercial de irresponsabilidade total que, formalmente, se encarregue das tarefas de uma ostensiva governação virtual… enquanto reserva para alguns membros do executivo as aliciantes práticas da desgovernação…
Um registo de Brasilino Godinho

quinta-feira, agosto 09, 2012


PORTUGAL
VISTO POR JACQUES AMAURY
Sociólogo e filósofo francês
Professor na Universidade de Estrasburgo

"Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e consequentes convulsões sociais.

Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem-se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e adaptação às exigências da união.

Foi o país onde mais a CE investiu "per capita" e o que menos proveito retirou. Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na qualidade da educação, vendeu ou privatizou mesmo actividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo.

Os dinheiros foram encaminhados para auto-estradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições público-privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento a
agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração pública, o tácito desinteresse da Justiça frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre.

A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando-se num enorme peso bruto e parasitário.

Assim, a monstruosa Função Publica, ao lado da classe dos professores, assessoradas por sindicatos aguerridos, de umas Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram-se não uma solução, mas um factor de peso nos problemas do país.

Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica, entre o PS (Partido Socialista) e o PSD (Partido Social Democrata), de direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder, que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas com telhados de vidro e linguagem pública, diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade.

À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio. Mais à esquerda, o PC (Partido comunista) menosprezado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das realidades actuais.

Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a democracia pré-fabricada não encontra novos instrumentos.
Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de vários países.

Ora, é bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma alimentação saudável, mas apenas os pratos que o "chefe" recomenda. Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres.

A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e TV oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais-democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem levanta o mínimo problema ou dúvida. A selecção dos gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a
prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória.

Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por isso, "non gratas" pelo establishment, onde possam dar luz a novas ideias e à realidade do seu país envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas
recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática da apregoada democracia.

Só uma comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios.

Nota:
01.     Este artigo está disperso por vários espaços da Internet.
02.  Congratulo-me que o eminente professor francês bata, com maestria, as teclas de um mesmo piano que estou farto de tocar…
Claro que o maestro francês dá um outro tom mais convincente e deslumbrante, extra-cenário interno, à expressão musical da partitura…
Brasilino Godinho



quarta-feira, agosto 01, 2012



Muito interessante...
E dá que pensar...
Por acaso benfazejo, não haverá possibilidade de a França ceder a Portugal o gestor da Administração Pública, François Gérard Georges Nicolas Hollande, nem que seja por uns escassos 100 dias?...
Através da Internet recebemos o texto que a seguir transcrevemos.
Brasilino Godinho
LO QUE HA HECHO EL GOBIERNO SOCIALISTA FRANCÉS EN 56 DÍAS.
Esto es lo que ha hecho Hollande (no palabras, hechos!) en 56 días en el cargo:
- Ha suprimido 100% de los coches oficiales y los ha subastado; y lo recaudado se destina al Fondo de Bienestar para ser distribuido a las regiones con el mayor número de centros urbanos con los suburbios ruinosos.
- Ha hecho enviar un documento (doce líneas) a todos los organismos estatales dependientes de la administración central en el cual les comunicaba la abolición de los "vehículos de empresa" desafiando de manera provocativa e insultando a los altos funcionarios, con frases como "si un ejecutivo que gana 650.000 euros año, no puede permitirse el lujo de comprar un buen coche con sus ingresos del trabajo, quiere decir que es demasiado ambicioso, que es estúpido, o que es deshonesto. La nación no necesita ninguna de estas tres figuras". Touchè. Fuera los Peugeot y los Citroen. 345 millones de euros salvados de inmediato, y trasladados a crear (apertura 15 de agosto 2012) 175 institutos de investigación científica avanzada de alta tecnología, asumiendo la contratación de 2560 jóvenes científicos desempleados "para aumentar la competitividad y la productividad de la nación".
- Ha abolido el concepto de paraíso fiscal (definido "socialmente inmoral") y promulgó un decreto presidencial de de urgencia estableciendo un porcentaje del 75% de aumento en la tributación para todas las familias que, netos, ganan más de 5 millones de euros al año. Con ese dinero (manteniendo así el pacto fiscal) sin que ello afecte un euro al presupuesto, ha contratado a 59.870 licenciados desempleados, de los cuales 6.900 desde el 1 de julio de 2012, y luego otros 12.500 el 1 de septiembre como profesores en la educación pública.
- Ha privado a la Iglesia de subsidios estatales por valor de 2,3 millones de euros que financiaban exclusivos colegios privados, y ha puesto en marcha (con ese dinero) un plan para la construcción de 4.500 jardines de infancia y 3.700 escuelas primarias, iniciando un plan de recuperación la inversión en la infraestructura nacional.
- Ha establecido el "bono-cultura" presidencial, un mecanismo que permite a cualquiera pagar cero impuestos si se constituye como cooperativa y abre una librería independiente contratando al menos dos licenciados desempleados de la lista de desempleados, con el fin de ahorrar dinero del gasto público y realizar una contribución mínima al empleo y al relanzamiento de nuevas posiciones sociales.
- Ha abolido todos los subsidios gubernamentales a las revistas, fundaciones y editoriales, sustituyéndolos por comités de "emprendedores estatales"" que financian acciones culturales sobre la base de la presentación de planes de negocio relacionados con estrategias de mercado avanzadas.
- Ha puesto en marcha un procedimiento muy complejo en el que ofrece a los bancos una elección (sin impuestos): Quien proporcione préstamos blandos a empresas francesas que produzcan bienes recibe beneficios fiscales, quien ofrece instrumentos financieros paga una tarifa adicional: lo tomas o lo dejas.
- Ha reducido en un 25% el sueldo de todos los funcionarios del gobierno, el 32% de todos los diputados y el 40% de todos los funcionarios estatales de alto nivel que ganan más de 800 000 € por año. Con esa cantidad (alrededor de 4 millones de euros) ha establecido un fondo que ofrece garantías de bienestar a las "madres solteras" en condiciones financieras difíciles garantizándoles un salario mensual por un período de cinco años, hasta que el niño vaya a la escuela primaria, y tres años si el niño es mayor. Todo ello sin modificar el equilibrio del presupuesto.
Resultado: pero miren qué SORPRESA! El diferencial con los bonos alemanes cayó, por arte de magia. Ha llegado a 101 (el nuestro viajando por 570). La inflación no ha aumentado. La competitividad de la productividad nacional se ha incrementado en el mes de junio por primera vez en tres años.