Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Inopinadamente, “Alquimista” deixou neste blog

o seguinte comentário:

“Ter dor de cotovelo é algo muito triste, para já não falar na figura de parvo que faz. Tenha mas é juízo.

S.A.R. o Duque de Bragança já fez mais por Portugal que qualquer político da sua ou da minha geração”.

Leitor repare:

- O “Alquimista” sabe o que é dor de cotovelo. Está em condições de avaliar a tristeza que, pelos vistos, lhe está associada…

- O "Alquimista" com o seu comentário fez figura de esperto e será pessoa de juízo bem assente na respeitável mioleira…

- O “Alquimista”, no último parágrafo, escreveu aquela frase hilariante que nos faz rir a bandeiras despregadas…

- O “Alquimista” ao fazer o seu comentário escondendo-se sob pseudónimo e com a elevação, o objecto e a profundidade da linguagem utilizada mostrou o seu invulgar carácter e a sua grande sabedoria…

Assim, se engrandece a Causa Monárquica…

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Aqui as SARAIVADAS de 22 de Dezembro de 2007.

Em destaque: duas faces da “moeda” com a imagem de Saraiva.

Os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

TemaI:SARAIVA EM GRANDE PLANO

José António Saraiva publica hoje, sábado 22 de Dezembro de 2007, no semanário que dirige uma crónica sob o título “Portugal”. Li-a e relia-a. Com agrado.

O tema é actual e pertinente: a desastrada, caríssima e infeliz campanha de publicidade sobre Portugal da iniciativa do ministro da Economia, Manuel Pinho.

O assunto está muito bem tratado pelo articulista. Impecável! Quer pelo conteúdo, quer pela forma e o estilo da escrita. A análise é objectiva e concludente. As formulações críticas são acertadas e, igualmente, certeiros os juízos de avaliação sobre a cinzenta e desqualificada imagem de Portugal que é reproduzida nos cartazes. Como bem diz Saraiva: “A impressão que os cartazes transmitem não tem nada que ver com Portugal”.

Francamente: tinha pensado escrever algo sobre o assunto; mas depois da leitura do artigo de José António Saraiva desisti, porque tal se torna desnecessário. Prefiro recomendar a leitura da peça que, afinal, é uma excelente saraivada

Tema II – SARAIVA EM PEQUENO PLANO

A circunstância a que reporta este título não tem que ver com a intrínseca matéria e o variado descritivo do texto “Boas acções” publicado na revista Tabu, da mesma edição do SOL, a que nos referimos no precedente capítulo.

Aliás, a peça é interessante. Bem escrita. De leitura agradável. O que conjugado com o artigo antes focado demonstra que o arquitecto-jornalista, na última semana, estava inspirado.

Mas o que remete Saraiva para o “pequeno plano” é a referência a um ralhete” que, merecidamente, lhe foi feito por alguém que andou meses a tentar falar com ele. E que “umas vezes diziam-lhe que eu (José António Saraiva) não estava, outras que já tinha saído, outras ainda que estava em reunião. Mas ele insistira. E explicou que tinha em seu poder um envelope com dinheiro (cem contos) que, segundo pensava, eu tinha deixado esquecido na sua oficina”.

O que traduz este trecho? A prática indecente, cínica e descortês que está generalizada na sociedade portuguesa. Qualquer indivíduo com um mínimo de protagonismo numa empresa ou em qualquer serviço oficial lança mão, habitualmente, a tal expediente de indisponibilidade para atender o seu semelhante. Maneira de proceder que recorre à cumplicidade e ao zelo excessivo das respectivas secretárias, dos ajudantes e assessores. Tal atitude para além de ser incivilizada é ofensiva da dignidade do cidadão vítima do ultraje. Por que pressupõe que o visado seja um mentecapto que não percebe a jogada de esperteza saloia.

E o que se depreende da revelação ora apresentada por Saraiva é que ele não apreendeu a lição que lhe foi ministrada pela pessoa humilde que lhe queria devolver a importante (para a época) quantia de cem contos.

Mais: trouxe-me a recordação das dificuldades que senti, ainda no tempo de José António Saraiva como director do “Expresso”, quando da minha deslocação a Lisboa me dirigi à sede do jornal em Paço D’arcos, edifício S. Francisco de Sales e, já na portaria, tentei obstinadamente ser recebido por alguém da direcção do semanário afim de obter autorização para inserir a imagem do Zé-Povinho na minha obra “A QUINTA LUSITANA”. Uma coisa tão simples de solicitar e de conceder que acabou por ser uma incrível “carga de trabalhos”

Do exposto se induz que Saraiva não providenciou alterações nos comportamentos dos colaboradores e que, agora, se fragilizou ao relatar a ocorrência sem uma simples nota de autocrítica que lhe teria assentado muito bem.

Portanto, justo dizer-se: SARAIVA EM PEQUENO PLANO.


“Marcelices”…

Do Prof. Seixa *

*Às vezes, designado Prof. Sousa.

Para quem não saiba, informamos que “seixa” é uma espécie muito apreciada de pombo bravo, esquivo, também chamada “sousa”, que não dispensa a conhecida variedade de fruta manga, vulgo “rebelo”.

Trata-se de um pombo traquinas de aspecto simpático que, todos os domingos, à noite, num programa televisivo, arrulha com desenvoltura e trejeitos que fazem as delícias da interlocutora.

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Estamos em época de Natal. Convida à pausa. À serenidade. Às festividades. À contemplação das coisas simples. E à meditação.

E por citarmos a meditação hoje vamos “esquecer” as notinhas supérfluas da desgraça cultural da autoria do Prof. Seixa, compaginada no BLOGUE inserido no semanário de Saraiva, para destacarmos uma referência que merece atenção despertadora de imprescindível reflexão sobre a natureza anómala da praxis política vigente em Portugal. E não só da política

Sob a designação de “TRAQUEJO” o professor escreveu:

“Isaltino Morais pronunciado. Pelo Tribunal. Segue-se julgamento. Comenta o autarca de Oeiras estar feliz por ser este um passo essencial para a sua absolvição. Ou como o traquejo na política ensina a apresentar como boa notícia o que para qualquer mortal seria razão de mortificação. Traquejo e maneira de encarar a vida!”.

Nosso comentário

O professor, na observação posta de viés, resguarda-se Por que o fundo da questão é tabu E não vá o Diabo tecê-las por portas travessasPor isso, limita-se a olhar para a superfície plana e “esquece” o volume que define a verdadeira dimensão do objecto em análise. Com que então é o traquejo na política que leva Isaltino a garantir verbalmente que vai ser absolvido Claro que será absolvido. E porquê? Porque tem o traquejo da frequência de certa específica loja; qual seguro contra todos os riscos que o Prof. Seixa - exageradamente prudente ou excessivamente conveniente - omitiu. O professor não nos quererá convencer que desconhece este traquejo e as vantagens que dele advêm seja para o autarca de Oeiras ou para outro qualquer “irmão” da fraternidade do esquadro e do compasso

Escrito o precedente trecho, diga lá leitor se não temos aqui condensada uma vasta matéria para reflexão?

sábado, dezembro 22, 2007

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema:SARAIVA TEM UMA PREDILECÇÃO ARDENTE PELO PSD…

José António Saraiva é um distinto cidadão lisboeta, um pouco tímido, de semblante triste parecendo desiludido da vida, mui zangado com toda a gente e com retrato representativo de um condenado vestindo camisa branca, em pose de braços cruzados, ar resignado e algo assustadiço, aguardando a hora do cadafalso; mas possuidor de vários atributos.

Arquitecto. Jornalista. Director de jornais que, às vezes, se deixa tentar pela censura. Escritor com alguns livros publicados. Candidato predestinado ao Prémio Nobel da Literatura, conforme garantiu em tempo oportuno. Viajante incansável é, nessa condição, um perigo público visto que, normalmente, regressa do estrangeiro com ideiasConselheiro matrimonial como deixou entender em crónica recente. Publicitário das potencialidades do Viagra. Admirador da Rainha Isabel de Inglaterra com quem já se cruzou em duas gratificantes ocasiões que, quando recordadas, o deixam em estado de êxtase. Detentor do Prémio Príncipe das Astúrias alcançado por recomendação do seu ex-patrão Francisco Balsemão, amigo pessoal do Rei de Espanha, Juan Carlos. Pessoa bem relacionada na Opus Dei. Impassível contemplador da desgraça cultural que é o BLOG do Prof. Sousa, inserto em cada edição do seu semanário. Companheiro dedicado do Paco, a conhecida criatura de quatro patas já proposta para figura do ano de 2007. Conselheiro de presidentes da República. Confidente de ministros dos vários governos que se sucederam pós 25 de Abril de 1974 com os quais, habitualmente, almoça ou janta; e a quem dá bons conselhos que nem sempre são acatados. Analista político que, nalgumas ocasiões, tece desconcertantes análises. Articulista muito conhecido pelas suas crónicas que, geralmente, despertam nos leitores motivos de riso. Possuidor de um raro sentido de descoberta e de um apurado instinto de criação, os seus inspirados escritos trazem aos leitores ricas sensações de estranheza e estupefacção. De quando em quando, baralha-se e tende a dar-se ares de pudibundo como no texto “Os políticos e o casamento” em que, dando expressão à hipocrisia reinante, caiu na tentação de chamar namoradas às respeitáveis senhoras que deveriam ser designadas como amantes, concubinas, amásias, barregãs, segundo os bons costumes de antigamente.

Ele é, afinal, uma estrela-cadente que todas as semanas traça na palidez do seu espaço solar um trajecto de luminosidade a lembrar o brilho de uma lamparina fixada nas paredes de uma mina de hulha. Igualmente, é a estrela carente dos simpáticos sorrisos das secretárias e dos aplausos dos seus colaboradores, amigos e admiradores.

E se Saraiva é tudo isso em conformidade do ser pensante que em si mesmo se consubstancia, se engrandece e se contempla, em obsequiosa harmonia com a corajosa imodéstia que o identifica, há que reconhecer nele outra característica bastante valorativa nos tempos que correm.

José António Saraiva tem uma predilecção ardente pelo PSD. E, ainda, o que parece ser uma natural tendência e fervorosa disposição para ser o conselheiro do Partido Social-Democrata.

Decerto que o partido, ora chefiado por Luís Menezes, vai tomar o devido apontamento dessa afortunada circunstância e superior disponibilidade.

Para já, partido e respectivo chefe, devem atender ao solene aviso de Saraiva lançado no p.p. dia 15 de Dezembro:

“Algo deverá rapidamente mudar no PSD – ou será demasiado tarde”.

Aviso que, com carácter de urgência, não surge por acaso. Intui-se que Saraiva já fez investigações e chegou à sua inquietante certeza: “Entre os próprios militantes que elegeram o líder começa a instalar-se um sentimento de desilusão”.

Por que Saraiva - bom amigo, compenetrado simpatizante do laranjal, respeitável mentor de inúmeras personalidades do mundo político-social, tu cá, tu lá com políticos, industriais, banqueiros e com a “rapaziada da corda” - se deu ao trabalho de pesquisar o ambiente, coligir notas, apurar dados, elaborar complexas estatísticas, e formular doutas análises… Menezes e PSD extraiam as consequências… Ponham-se a pau!

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Prezadas senhoras,

Caros senhores,

Envio-lhes uma crónica sobre o Tratado Reformador de Lisboa.

Aproveito a oportunidade para enviar às minhas leitoras e leitores fidelíssimos, às leitoras e leitores fiéis e a todos os leitores que me são infiéis ou hostis os votos de um FELIZ NATAL e um BOM ANO NOVO.

Com os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

Um texto sem tabus…

EM LISBOA POUCOS FIZERAM A FESTA.

EM REDOR, MUITOS LANÇARAM FOGUETES…

MILHÕES VÃO TER QUE APANHAR AS CANAS

E VEREM-SE EM PALPOS DE ARANHA

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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Aqui e agora, umas breves notas sobre as peripécias relacionadas com a presidência portuguesa da União Europeia.

Há seis meses que o chefe do governo português, os ministros e os respectivos “ajudantes” vinham porfiando em conseguir: a realização do encontro dos dirigentes europeus com o presidente dos Estados Unidos do Brasil, a concretização do diálogo Europa-África (em Lisboa); e o cerimonial das assinaturas do Tratado Reformador.

Neste mês de Dezembro, quase no termo do mandato da presidência portuguesa da União Europeia, foi declarado oficialmente que se atingiram aqueles três importantes objectivos. O último (Tratado Reformador) precedendo a inequívoca ajuda de Ângela Merker, chanceler da Alemanha. E não só dela

Curioso – mas nada surpreendente - que na hora do regozijo e da festa ninguém se lembrasse de facultar a indicação de que o “êxito” dos governantes portugueses envolvidos nos acontecimentos teve a “preciosa ajuda”(senão a orientação mui sábia) da estrutura internacional da Franco-Maçonaria. Sem margem para dúvidas esta organização, agindo discretamente, teve um papel preponderante na evolução e desfecho das tarefas em curso durante os últimos seis meses. E conforme as suas normas de reserva e ocultação, sem se chegar à frente do palco mediático para receber os louros da vitória. Mais uma vez bastou refugiar-se na penumbra deixando as luzes da ribalta para os actores principais visíveis a olho nu: José Sócrates, Durão Barroso, Luís Amado e alguns outros mais.

Claro que o “sucesso” deve ser encarado com alguma parcimónia e circunscrito ao aspecto formal.

Não devemos embandeirar em arco triunfal com todo o aparato e folclore que esteve associado aos espectaculares eventos.

É que o encontro em Lisboa com o presidente Lula revestiu-se de carácter protocolar, de discussão de temas de âmbito internacional e propósito de estabelecer pontos de convergência de interesses económicos cruzados entre as duas partes. Muita parra. Pouca uva colhida na vindimaConsequência: fraca produção de apetecível vinho para os correlativos brindes de circunstância à amizade entre os povos

A reunião de europeus e africanos foi quase um fiasco tendo em conta que sobressaíram as reservas dos presidentes do Senegal, da África do Sul, da Líbia e do Gana. Apesar das declarações de boas intenções em aprofundar o diálogo afro-europeu e se terem assinado alguns acordos de financiamentos da União Europeia a determinados países de África. No levantar da tenda do beduíno líbio, espremido o limão, soube a pouco o sumo derramado para o bule do chá das cinco

A cereja sobre o bolo correspondeu às assinaturas do novo convénio designado “Tratado Reformador de Lisboa”. Este é, praticamente, a versão um pouco corrigida do texto constitucional desaprovado em referendos pela França e Holanda. Dele foram excluídos o hino e a bandeira da Europa. O que é sintomático da falta de consenso sobre a identidade da União Europeia.

Com a promulgação deste tratado pelos 27 países, todos vão perder partes de soberania e os países de menores expressões territorial, populacional e económica ficarão em posições subalternas relativamente aos cinco grandes: Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Polónia. A Alemanha que é o motor da economia europeia e que contribui com 20% do orçamento da comunidade passará a ter um papel preponderante na condução dos destinos da comunidade. Em termos práticos, o Estado germânico, de mansinho, pela via diplomática e prevalecendo-se do seu poder económico, sessenta e dois anos após o fim da segunda guerra mundial, alcança a hegemonia que Hitler ambicionava nos anos quarenta adquirir pela força das armas.

Não se afiguram tranquilos e benéficos para os povos dos 27 países os tempos futuros de hipotético desenvolvimento do projecto(?) europeu que nem estando devidamente definido, obviamente, não está bem estruturado. A própria Franco-Maçonaria que inspirou a criação da comunidade europeia e que a vai tutelando não tem ideias precisas quanto à sua estrutura orgânica. Embora esteja ciente daquilo que pretende dela. Ou seja: o seu completo domínio. E assim mais fortalecer o seu poder na Europa e no Mundo.

É demasiado vaga, nada tem de consistente e revela-se exemplar da vacuidade do predominante discurso dos dirigentes da Europa a seguinte afirmação pronunciada por José Sócrates na cerimónia oficial efectuada no Mosteiro dos Jerónimos: “O Tratado reafirma o compromisso da EU com os valores de identidade do projecto europeu: legalidade democrática, respeito pelos direitos fundamentais, liberdades comunitárias, igualdade de oportunidades”.

Inexpressiva síntese. Desfasada da realidade. Cingindo-nos à experiência que todos temos da actual situação portuguesa, interpelamos Sócrates: Qual projecto europeu? Quais valores da identidade de um projecto indefinido e inconclusivo porque vagamente subentendido no “Tratado”? Onde se nos depara a legalidade democrática? Será que temos outra legalidade que não é democrática? De que formas e conteúdos se comporia a nossa legalidade democrática? Quem, em Portugal, garante que os direitos fundamentais são respeitados? Como assim? Liberdades comunitárias? A comunidade tem liberdades muito suas? Que liberdades comunitárias serão essas? Haverão liberdades autocráticas? Liberdades republicanas? Liberdades totalitárias? Em que se distinguem umas das outras? Igualdade de oportunidades? De que ignoradas oportunidades estava o primeiro-ministro a pensar? Por acaso não se lembrou das oportunidades de desemprego, de miséria e de exploração, que tão bem deve conhecer no país que é o seu?

Por sua vez, Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, disse: “A Europa tem fome de criação e sede do futuro. A Europa quer, por simples designação geográfica, tornar-se pessoa civilizada”. Este alto dirigente europeu “esqueceu-se” de esclarecer quais criação e futuro. E urge que preste um esclarecimento: Porque conduziram a Europa a esses deploráveis estados de fome e de sede? Então a Europa quer tornar-se pessoa civilizada? Presentemente não o é? Afinal tanto tempo perdido e imensa gente a apregoar urbi et orbi as virtudes e o fascínio da civilização ocidental no pressuposto que ela teve génese no nosso continente e Durão vem agora com essa treta de que a Europa não é pessoa civilizada. E de chofre transformada; retornando ao mundo civilizado, por um golpe mágico de simples designação geográfica? Nem o Luís de Matos faria coisa semelhanteAliás, perplexos, interrogamo-nos: O que fará “correr” Durão Barroso ao aceitar servir uma pessoa incivilizada?

Depois, melhor ponderando, o que a Europa deve querer é ser pessoa de respeito e solidária.

Igualmente, a Europa precisa de mais rigor e acerto na governação. Inclusive: cessar a política de ataques cerrados às culturas ancestrais dos povos e de nivelamentos anómalos de procedimentos autoritários, incorrectos e absurdos, sem atender às sensibilidades específicas dos indivíduos que integram nações com muitos séculos de história. Exactamente o caso de Portugal. E, acima de tudo, a Europa deve libertar-se da pesada, asfixiante e tenebrosa canga maçónica.

Pela amostragem das precedentes citações se poderá antever o sombrio futuro da Europa. Ocorre questionar: É com gente comprometida com obscuros interesses de seitas ao leme da embarcação europeia que a Europa será conduzida por um rumo seguro que traga o engrandecimento da comunidade e um futuro risonho para os povos que a integram?


sábado, dezembro 15, 2007

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Aqui, as Marcelices.

É uma desgraça cultural que persiste

E atinge quem, afoito, se aventura a olhar para o SOL.

Cumprimentos.

Brasilino Godinho

“Marcelices”…

Do Prof. Seixa *

*Às vezes, designado Prof. Sousa.

Para quem não saiba, informamos que “seixa” é uma espécie muito apreciada de pombo bravo, esquivo, também chamada “sousa”, que não dispensa a conhecida variedade de fruta manga, vulgo “rebelo”.

Trata-se de um pombo traquinas de aspecto simpático que, todos os domingos, à noite, num programa televisivo, arrulha com desenvoltura e trejeitos que fazem as delícias da interlocutora.

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Esta inglória tarefa de escrever sobre a desgraça cultural que é o BLOGUE do Prof. Seixa, todas as semanas exposta à vista desarmada no interior do SOL está a tornar-se insuportável porque cansativa e exasperante face à rotina e vulgaridade das notinhas insípidas que a ilustre personagem faz questão de apresentar aos leitores daquele semanário.

Mas parece que não há outra alternativa se não prosseguir no enfadonho trabalho que, inevitavelmente, também descambará numa rotina necessária para todos tomarmos consciência do disparate consagrado em cada edição da referida “desgraça”.

Aliás, no domínio das habituações, as mais díspares e arreliadoras, vamos tendo, nos últimos anos, muito que lamentar.

Quem há por aí que não se lembre da observação feita pelo maçon António Vitorino quando, pouco tempo depois da tomada de posse do actual governo socialista, se manifestavam as primeiras contestações aos deslizes da nova governação, que ia no sentido da sujeição dos cidadãos ao arbítrio do Poder? Ele disse: Habituem-se!

Daqui se conclui que a nossa sina é suportar desgraças. E se nos temos de aguentar com a grande desgraça nacional de termos um Estado e governo maçónicos, decerto que enfrentar a “desgraça cultural” do BLOGUE das “marcelices” é um mal menor, embora não se descartem os nefastos efeitos, dela decorrentes, no tecido cultural da sociedade portuguesa.

Vejamos algumas notinhas, quais pérolas de adorno da dita desgraça.

“SUBMARINOS Será verdade o que decorre do SOL? Ligação entre submarinos e CDS de Portas? Tema a acompanhar nos próximosmeses (quiçá anos)”.

Nosso comentário

O professor bem pode esperar sentado Os submarinos serão destacados para as sossegadas águas de bacalhau onde ficarão a hibernar até serem consumidos pela ferrugem e deterioração criadas pela salinidade e pelos fungos malignos entretanto surgidos das profundezas do meio ambiente

“PARENTE Álvaro. Campeão 2007 do World Séries by Renault. Parabéns”.

Nosso comentário

Quem diria que o professor tinha um parente Álvaro Campeão? E logo do World Séries by Renault. Pressente-se quanta alegria vai nesse coração e a dimensão da fortaleza de ânimo que se anichou na vossa cabeça, de mestre de Direito. Decerto os seus leitores, igualmente, se sentem felizes com a sua felicidade. Parabéns professor!

“Lançamento De jurisprudência anotada do Código do Trabalho. Uma das autoras, a sobrinha Mafalda. Hiperdiscreta. Passou pela Faculdade, boa aluna, nunca usando o apelido”.

Nosso comentário

De registar a menção da sobrinha Mafalda ser mui discreta, boa aluna e… nunca ter usado o apelido na Faculdade. Notícia relevante nos tempos que correm. Mais importante o professor dar essa garantia. O que demonstra o enorme esforço do professor a tê-la acompanhado, como uma carraça, em todos os instantes. Sobretudo é, por demais, evidente que o professor, durante os anos da frequência académica da menina Mafalda, esteve atento aos seus passos e foi muitíssimo indiscreto.

Fazemos uma pergunta: Qual será a opinião da Mafalda sobre este assédio familiar?

“CEGA Prova de vinhos nas Lágrimas. Dão e Bairrada. (…)”.

Nosso comentário

Claro! Que ela foi cega. Não é da sabedoria popular que “o vinho dá vista a cegos”? Com lágrimas ou sem lágrimas

“CONFRARIA Devia ser por estes dias. A reunião dos confrades da Bairrada. No Buçaco. Não fui convocado. Que terá sucedido?”.

Nosso pedido

O professor, magoado, faz o reparo de não ter sido convidado. Nem sabe porquê.

Por favor: quem tiver a resposta transmita-a sem demora ao professor. Acabem com a angústia da criatura.

“NETOS Excitados, ao jantar, com a festa de Natal da escola (O Lar da Criança) a 11. Francisco, espigado, pisco a comer. Teresa, furacão e enfardadeira ambulante. Calada, Madalena, gorda e feliz”

Nosso comentário

Triste sina a dos netos do professor. Tão novinhos e já nas bocas do mundo. Por culpa de um avô demasiado obcecado pelos almoços, jantares e provas de vinhos. Daí, às vezes, passar-lhe ao lado aquela subtil propriedade do ser pensante que tem a ver com a sensibilidade. Ou, dito de outro modo, não aplicando a faculdade de percepcionar e reagir com discernimento e acautelando valores de referência do próximo e do familiar.

Mas, alto lá, professor! Não será o senhor mais enfardador ambulante que a máquina agrícola por si designada Teresa? Quem sai aos seus nem degenera

“MADRUGADA Terminei a noite. Ou melhor, comecei a madrugada reencontrando um trio perdido há longos meses: Jorge Sampaio, Luís Marques Mendes e eu. O último jantar a três fora há quase um ano! Tuberculose, Biomassa e Direito não mataram a curiosidade cívica…

Nossa observação

Olha que três pardais de telhado. Tomamos nota que os ditos têm o hábito de jantar a três. E como assegurada está a finalidade de não matarem a curiosidade cívica resta à malta conjecturar quanto às formas, conteúdos e extensões das curiosidades cívicas dos três comensais. Haverá muito milho para os três pardais Como após as matérias congeminadas, resultarão as digestões?

“NATAL I Jantar em minha casa (o último foi em 2002, a seguir à morte do pai e a três meses da, também inesperada, morte da mãe). Encontro virado para os netos – três meus, um do António (o Duarte)”.

Nosso comentário

Mais outro jantar… E, de novo, os netos na berlinda O professor não se dá conta do massacre dos leitores e dos netos?

Vamos anotar que o filho do António é o Duarte. E como nós, eventualmente, muitos leitores farão o mesmo. Bem-haja, pela atenciosa informação!

BIBLIOTECA Adiado para Janeiro ficou o jantar com o pessoal da Biblioteca. Por dificuldade em marcar sítio, a 19. Pena”.

Gaita! Mais outro jantar. Este adiado. Que penaO professor só pensa em jantaradasE a Teresinha é que fica com a fama de comilonaSe calhar sem ter o proveito. Mundo cão. Avô insensato

ALMOÇO Com professores. O clima académico incentiva-se”.

Tinha que ser! Das mulheres, quando no seu estado interessante, se comenta que andam de pipo. Extrapolando pelo lado da semântica estamos tentados a considerar que no círculo do Prof. Seixa está consagrada a prática de encher o pipo como a forma mais expedita de incentivar o clima académico. Por apurar: se com poluição de muitos ou poucos gazes

COFINA Estou no SOL por causa do José António Lima. Agora, a Cofina entra para sócia. Há quatro anos convidou-me para a Sábado. E eu não pude aceitar. As voltas que o mundo dá. E será que Paulo Fernandes, que não é parvo, percebe todo o alcance do SOL?”.

Nosso comentário

Ó professor! Em que ficamos: O Paulo Fernandes não é parvo? Ou é mesmo parvinho de todo? Dá-se a circunstância de que o professor admite que ele o seja ao por a hipótese, nada lisonjeira, de ele não perceber o alcance do SOL.

Pela nossa parte poríamos a mão no fogo para aceitar que o Paulo Fernandes percebe o alcance do SOL. Está fartinho de perceber. Pois quê não haveria de perceber?...

terça-feira, dezembro 11, 2007

ATENÇÃO!

PARE!

LEIA!

DIVULGUE!

Coincidência?

Ou irritação ministerial?

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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Desde Janeiro de 2006 que, regularmente, todas as semanas, enviamos as nossas crónicas a muitas entidades residentes em Portugal e no estrangeiro. Entre os nossos contactos habituais tem estado incluído o gabinete do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

Dizemos que tem estado porque a partir de hoje vai deixar de estar – por decisão nossa. É que na manhã de hoje, dia 11 de Dezembro de 2007 o senhor ministro (ou alguém por ele, “mais papista que o Papa”) nos enviou o e-mail abaixo reproduzido, a solicitar a remoção do seu contacto da nossa lista.

de Gab Min Obras Pub Transp Comunicacoes ocultar detalhes 11:26

para brasilino.godinho@gmail.com

data 11/12/2007 11:26

assunto remover da lista

O senhor ministro está no seu pleno direito de não ser “incomodado” com a leitura das nossos textos – como parece ser, agora, o caso.

E é precisamente pela significação associada ao termo “agora” e à circunstância de se tratar de uma entidade pública, que aqui trazemos este assunto.

Também porque os direitos de cidadania nos conferem a faculdade de considerar algo insólita a coincidência de só hoje (por que não antes?) o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações decidir a remoção do endereço da lista de nossos contactos em simultâneo com a publicação, num matutino, da nossa crónica Fantástico! Surgidos do nada aí estão os invulgares especialistas… em que é tratada a importante questão do novo aeroporto.

Interrogamo-nos: Será que o senhor ministro ficou irritado por lhe acenarmos com a visão dantesca de um avião de carreira de longo curso, qual bomba voadora, cair sobre os telhados das casas das “avenidas novas” de Lisboa e isso lhe perturbar o espírito e causar insónias?

Francamente, do hipotético grande mal da população o menos do desconforto ministerial é irrelevante.

Isto pela razão de que cada cidadão, em Lisboa, deve tomar consciência de que tem a espada de Dâmocles sobre a cabeça. E, a qualquer momento, sem aviso prévio, lhe pode cair em cima uma daquelas enormes e explosivas massas que já se habituou a ver cruzar o céu na vertical do chão que pisa na cidade alfacinha.

Por consequência, pessoa informada e consciente, com apego a vida tranquila, livre de temores de perigos sempre iminentes, não deve atender à conversa da treta da rapaziada que se bate pela manutenção do Aeroporto da Portela.

Daqui apelamos que, no interesse geral, os leitores passem esta mensagem ao maior número de lisboetas e portugueses com vista a formar-se uma frente que lute pela rápida desactivação do Aeroporto da Portela. Antes que ocorra alguma tragédia de incalculáveis e terríficos efeitos.

Um texto sem tabus…

FANTÁSTICO! SURGIDOS DO NADA AÍ ESTÃO OS INVULGARES ESPECIALISTAS…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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01 - Neste momento estamos com vontade de satisfazer um desejo. Apetecia-nos iniciar esta crónica transcrevendo dos “LUSÍADAS” os seguintes versos: Cesse tudo o que a musa antiga canta/que outro valor mais alto se alevanta… O que conferia ao assunto uma aura imerecida.

Também estivemos tentados em classificar de “milagre” o fenómeno. Só não fomos avante com a ideia porque seria dar-lhe conotação sobrenatural de todo desajustada. Por conseguinte, atemo-nos a um certo comedimento.

Mas que estamos face a algo extraordinário que deve levar-nos a profunda reflexão não haverá dúvidas a contrapor.

Como é sabido o Zé-Povinho está de tanga e mal amanhado (recorremos à expressão açoriana). A Nação definha. O País está desacreditado. A política nacional deu em droga repelente e detestável. O Ensino e a Educação andam perdidos pelas ruas da amargura, ao deus-dará. Os estudantes pouco aprendem e devem beneficiar das passagens administrativas nos finais dos anos lectivos para fazer ver aos tecnocratas de Bruxelas que por aqui, neste canto ocidental da Europa, não existe desaproveitamento nem abandono escolar. Concomitantemente, aos professores faculta-se, generosamente como dádiva do Senhor, a obrigação de serem compreensivos para com os alunos ao ponto de os deixarem à rédea solta, sem lhes imporem deveres, obrigações e trabalhos de casa, a fim de ficarem livres para a frequência da importante disciplina do lazer e das discotecas. Mais se recomenda aos docentes que não se esquivem às agressões, suportando-as com um rasgado sorriso de apreço pelos discentes agressores; o qual será, obviamente, demonstrativo de elevado sentido de integração numa moderna prática pedagógica de reconhecidos benefícios muito caros ao pessoal do ministério tutelar. Sobretudo, não devem sobrecarregar os instruendos com os estudos das matérias para além de certos limites mínimos e razoáveis a fim de eles não inculcarem traumas de esforço e sacrifício que os marquem para sempre. O laxismo é a panaceia considerada pelas sumidades asiladas no “Ministério da Deseducação Nacional”, do mais básico para se firmar o futuro da grei. Deverão os moços desaprender o português, ignorar a Filosofia, e negligenciar a Matemática. Ao invés, os alunos devem, a partir dos primeiros anos da escolaridade, praticar intensivamente os jogos de computador (oferecido pelo chefe Sócrates) durante as aulas e concentrarem o maior empenho (recomendado pela criatura socrática) na aprendizagem e prática do Inglês que parece vir a substituir, brevemente, a actual e adulterada língua pátria. Os estudos das disciplinas curriculares dos cursos secundários e universitários cingir-se-ão aos níveis de aprendizagens suficientes para assegurarem o canudo como nota de diferenciação relativamente aos iletrados e permitir a fácil entrada na vida profissional mediante a aquisição dos grandes tachos expostos no mercado do grande tráfico das influências a cada qual atinentes. Está estabelecido pelas altas inteligências do Estado que assim iremos longe e terá de ser; para bem da espécie dos iluminados pelo espírito do Grande Arquitecto do Universo – espécie que se quer livre de embaraçosos contágios e de maus ambientes, que só servem para empatar as sábias excelências e lhes infernizar as confortáveis existências.

E como este é o estado de uma Nação mal constituída e organizada em torno de uma minoria exploradora, cínica e de péssimos costumes, a que se submete docilmente uma maioria conformista com a sua sorte que prima pelas incapacidades, repartidas entre os seus membros; pelos fracos níveis de leitura; pelas faltas de compreensão pelo que lê ou ouve; pelas extremas dificuldades de apreensão das ideias e dos conceitos; e pelas fracas apetências pelo Conhecimento e pela Cultura; causa a maior estranheza que, de repente, sejamos confrontados com o facto insólito de muitos portugueses, de todas as condições sociais, terem passado a demonstrar variados padrões de saberes acerca de infra-estruturas aeroportuárias. É um mistério intrigante Hoje, em qualquer tertúlia de café, à esquina da rua de um lugar sertanejo, nas tertúlias alfacinhas, por tudo que é sítio, nos jornais, rádios e televisões, qualquer bicho-careto dá opiniões “incontornáveis” (como está na moda dizer-se) sobre a localização, construção e funcionamento do futuro aeroporto de interesse nacional, impropriamente designado de Lisboa.

Desde: o João Soares que, se pudesse, colocava o aeroporto à porta da residência do papá Mário Soares, ali ao Campo Grande, em Lisboa; o Menezes que (eventualmente, precedendo ida a consulta de insinuante mulher de virtude, vulgo bruxa, com consultório no município de Gaia) já avisou que vai anunciar a sua opção quanto ao local onde o quer construído; o Van Zeller, da CIP, que promoveu um estudo para a localização no Campo de Tiro de Alcochete; o Moreira, da Associação Comercial do Porto, que encomendou à Universidade Católica uma tese que recomenda a Portela mais 1 (Montijo); a Roseta, o Portas e seus rapazes do parlamento, que o querem na Portela; o Viegas que prefere colocá-lo na margem sul, no Pinhal Novo; o Lino e os autarcas do Oeste que o desejam na Ota; até ao colectivo dos comunistas e à legião dos anónimos que discutem acaloradamente as suas opções individuais; todos, cientes das suas sabedorias rapidamente adquiridas e melhor assimiladas, ditam as suas sentenças. Infalíveis! Definitivas! No meio desta barafunda, surpreendentemente, não se registou a opinião da Igreja Católica que, se calhar, escolheria a Serra de Aire, ali bem juntinho a Fátima; podendo sem esforço de argumentação invocar a seu favor a circunstância de o santuário mariano ser o mais movimentado centro turístico do País. Uma omissão estranha Quiçá descuido de uma instituição que tem sempre opiniões sobre todas as coisas e loisas do nosso quotidiano. Será?

Quer isto dizer o seguinte: num Portugal atrasado, de muitas incompetências encartadas, de inúmeras ignorâncias atrevidas, em que quase tudo falha, às tantas descobre-se que – afinal - possuímos em reserva da República, desconhecida, uma riqueza imensa A de sapientes cabeças pensadoras especializadas numa área tão restrita como é a dos estudos sobre aeroportos.

Claro que nesta história mal contada do futuro aeroporto há consideráveis jogadas políticas e tenebrosos interesses em jogo. Algo que transparece da circunstância de se manterem secretos os nomes das entidades que financiaram os estudos em discussão. Decerto quem se esquiva a dar a cara, alguma coisa esconde Há dias João Cravinho referindo-se ao estudo da CIP dizia: “Num país decente não é aceitável que os estudos sobre o mais importante investimento estrutural sejam financiados por gente que não se quer dar a conhecer”. Só que Cravinho, sabendo que os “irmãos” se escondem, mostra-se espantado com os secretismos que tão bem conhece e com inaudita candura quer dar a ideia de que está a leste da realidade. Ou seja: o País é decente mas está à mercê de uma bicharada indecente. O que faz a dramática diferença.

02 – A questão do encerramento do aeroporto da Portela e a sua substituição por outra infra-estrutura bem localizada, moderna, devidamente dimensionada e melhor apetrechada, começou a ser debatida a nível governamental nos anos cinquenta do século passado. Desde então o Aeroporto da Portela tem-se mantido permanentemente em obras de carácter provisório impostas pelo crescimento do tráfego aéreo. Até chegar ao último decénio no decurso do qual se tomaram decisões quanto à construção do aeroporto na Ota.

Nos últimos anos surgiram fortes contestações à solução Ota. A partir dos primeiros meses de 2007 bastante gente se movimentou no sentido de a contrariar.

Não opinaremos sobre as localizações apontadas nos estudos em confronto que estão postos à apreciação do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

Todavia, em todo este imbróglio existem aspectos de altíssima relevância que não temos visto serem objecto de ponderação.

Logo à partida a absoluta necessidade de eliminar o Aeroporto da Portela por duas elementares razões: a de segurança do tráfego aéreo sobre a cidade e de o aeroporto se localizar numa zona sísmica de elevado potencial de risco de ocorrências de terramotos que, diga-se de passagem, é extensivo a uma cidade que sofreu o terrível cataclismo às 9h:20’, de 01 de Novembro de 1755. Uma nova localização do aeroporto na margem sul comportaria acentuada perigosidade por se situar num corredor de fractura de camadas geológicas.

Constitui um erro grosseiro e factor de enorme insegurança manter um aeroporto de grande tráfego internacional (como é o da Portela) no centro da cidade. Já houve ocasiões em que esteve iminente uma catástrofe - situações não divulgadas para não provocarem alarme na população. Se tem havido sorte de não ocorrências de tragédias a hipótese de um dia acontecer uma catástrofe em Lisboa não se pode descartar. Ninguém se lembra do funesto acontecimento de Camarate? As perdas de vida humanas e os estragos causados pela queda de um avião ligeiro não alertam as autoridades para a contingência de acidentes de maiores proporções?

Ainda há poucos anos caiu um avião Concord na periferia de Paria – desastre que arrastou a decisão de cessar a produção dessas aeronaves. E em Congonhas, S. Paulo, Brasil, já se registaram, em datas recentes, dois desastres de trágicas consequências materiais e com perdas de vidas. O que serve para reforçar a certeza de não existirem meios infalíveis de evitar situações de catástrofe nas áreas dos aeroportos. È elementar isso considerar. Também dever dos responsáveis não proporcionarem condições propícias a trágicas ocorrências.

Portanto, urge “erradicar” o Aeroporto da Portela que, para mais avolumar os perigos, se situa numa zona com o espaço aéreo saturado de tráfegos repartidos por vários aeródromos nela dispersos a curtas distâncias uns dos outros.

Tão ou mais importante que os custos da construção e manutenção do aeroporto e a imprescindível “eficácia do investimento em relação ao objectivo” é o factor segurança. Ele deve sobrepor-se a todos os outros requisitos exigíveis a uma moderna e eficiente estrutura aeroportuária. No caso vertente, a bem da tranquilidade da população de Lisboa e dos portugueses que, ocasionalmente, demandam a capital do país.

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Juntamos as SARAIVADAS da semana.

Esta semana Saraiva tem música…

Cumprimentos.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema: Aplauso a Saraiva

01 - À escrita de José António Saraiva ninguém é indiferente. Bastantes vezes os seus textos são patuscos, divertem pelo absurdo das considerações ou vacuidade das ideias expendidas e se apresentam desenxabidos pela forma simplista como analisa as questões mais delicadas e importantes para o colectivo dos cidadãos. O que releva da tendência de valorizar o detalhe insignificante e desprezar ou omitir o essencial da matéria em análise. Noutras ocasiões, as crónicas apresentam-se escorreitas, bem ordenadas e surpreendem pelo sentido da objectividade de modo a suscitarem interesse e em certos casos aplauso.

Quando isso sucede o crítico Brasilino Godinho, que (como já perceberam) o traz debaixo de olho, fica desasado. Sem a graça de Saraiva a inspirá-lo e a diverti-lo dificilmente ele leva a “carta a Garcia” na semana em que o famoso arquitecto-jornalista desacerta a rotina, acertando no desempenho O que, provavelmente, dá azo a uma certa frustração dos leitores que seguem com atenção as nossas peças escritas e se habituaram ao tom irónico que, geralmente, as configura.

Ora esta semana, José António Saraiva deu a chamada volta por cima com a apresentação do editorial “Máquinas e homens”. É um trabalho válido e esclarecedor. Que alerta as consciências. E adverte os governantes. Gostámos! Aplaudimos!

02 - A crónica “Uma polémica reveladora” inserta na “Tabu” também desperta inegável interesse. É pertinente. Define as componentes da dita polémica. Evidencia as fragilidades psicossomáticas de alguns ídolos com pés de barro muito promovidos no falacioso, grotesco, petulante e insuportável mercado de vaidades e compadrios das tertúlias lisboetas.

A nosso ver tem um senão que nos impressionou desagradavelmente. Aquelas infelizes alusões ao opúsculo O Caprichismo Polémico do Sr. António Sérgio e á confidência de progenitor António ao filho José, foram despropositadas parecendo que caíram ali de pára-quedas. Confidências são confidências. Um deslize para esquecer.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Perfaz este mês um ano que lançámos a candidatura de Paco a figura do ano de 2006, em Portugal.

Não tivemos sucesso. Foi um fracasso total. Lamentamos

Inconformados e porque Paco bem merece ser consagrado com o honroso título que lhe assentará como uma luva e na convicção que muitos leitores compartilharão do nosso ponto de vista, ousamos relançar, desde já, a candidatura do Paco ao mesmo troféu; agora reportado ao ano 2007 que está prestes a findar.

Por isso trazemos até vós, de novo e na íntegra, o texto que em 2006 foi presente ao público para o referido efeito.

Neste momento de profundo significado e de grande emoção, cumpre-nos formular o pedido de os estimados leitores darem o melhor do vosso entusiasmo e o maior contributo que vos esteja ao alcance, a esta nobre causa que, eventualmente, será aplaudida a duas mãos pelo consagrado arquitecto-jornalista Saraiva, visto que ele tem a felicidade de ser pessoa que mantém fortes laços afectivos de muita proximidade com a simpática criatura Paco.

Expressando reconhecimento pelo bom acolhimento que se dignarem prestar ao teor desta, apresentamos os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

Transcrevendo e emendando a data:

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Permitam-me a liberdade de vos apresentar a minha crónica, abaixo inserida, sobre um tema da maior actualidade: a candidatura do distinto Paco a figura pública do ano de 2007.
Interpretando o interesse do Paco e prevendo a alegria do seu tutor, ouso sugerir o vosso apoio na promoção da candidatura da festejada personagem que tem relevante papel apaziguador na sociedade lisbonense.
Julgo não cometer indiscrição ou abuso de confiança (que, aliás, não me foi dada pelas criaturas envolvidas) ao sugerir que todas as intervenções sejam naturalmente dirigidas à direcção do SOL - o conhecido astro que nos “ilumina” a todos: os “portugas” que ainda vão resistindo nesta tempestade político-social que, tal como o Toyota, veio para ficar. E a quem, devidamente, caberá a proficiente condução do respectivo processo.
Com os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho

Um texto sem tabus…

PACO – A FIGURA PÚBLICA DO ANO DE 2007…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Desde o dia 16 de Dezembro de 2006 que se soube da sua existência. Na mesma altura veio a público a fascinante história do seu percurso de vida.

O Paco embora com nome castelhano é português. Não se conhece a data do nascimento, nem onde foi parido. Dos avós e dos pais desconhecem-se as respectivas identidades. Existe a suspeita de ser filho de pais incógnitos. Não consta dos ficheiros da polícia qualquer registo de suas aventuras ou acções de natureza criminosa. Sabe-se que vive em Lisboa, com recato e bons relacionamentos. Partilha da amizade, acomodação, mesa e automóvel do ilustre Saraiva. Não confundir este com o cardeal Saraiva ou com o Saraiva que foi ministro da Educação de um governo salazarista e hoje é festejado comunicador de Televisão - por sinal, tio deste Saraiva, aqui em foco, que é arquitecto de canudo universitário, jornalista e director de um badalado semanário; o qual, recentemente, foi ingénua vítima de uma rasteira pregada por um conhecido banco, relacionada a um cartão de crédito não solicitado e depois indevidamente desconsiderado.

Do Paco, se dirá que é uma figura de aspecto vulgar mas que não deslustra a espécie. A sua estatura é meã. De referir que nem gordo, nem magro No fácies sobressaem uns olhos vivos a denotarem uma visão ágil de penetrante inteligência. Embora, quando em pose de contemplação, deixe transparecer serenidade e alguma nostalgia, quiçá resignação. A boca é recortada com finura de traços e logo acima dela, no lábio superior, é inútil tentar enxergar alguns pelos indiciários de bigode. Dá a impressão de gozar de boa saúde – o que é factor relevante se tivermos em conta que é mudo de nascença e, por isso, naturalmente propenso a crises existenciais de profunda depressão.

Aos predicados físicos acrescenta outras facetas da sua rica personalidade. Para além das divulgadas qualidades e manifestações de inteligência, há informação que o Paco é civilizado e que pratica boas maneiras, facilitando o convívio social. Com uma extravagante excepção: tende, nas madrugadas de insónia, a entreter-se com ensaios de sapateado que incomodam a vizinhança.

É leal e fraterno. O que são características importantíssimas neste “mundo cão” (sem desprimor para os exemplares caninos) em que estamos sujeitos a viver sem rei nem roque.

O conhecido Saraiva, de que falámos, é pessoa que conhece de ginjeira o Paco. E foi ele que, em recente e interessante crónica, nos deu notícias desta extraordinária criatura. Com uma particularidade: não lhe regateia elogios. Para além da descrição das façanhas do “ser inocente que confia tão abertamente em nós” da inteligência, das capacidades de raciocínio e das manifestações de afectos, atenções e outros invulgares sentimentos, o amigo Saraiva que se assume como uma espécie de tutor do Paco, elucida-nos que ainda está por descobrir porque o Paco não fala. E com perplexidade, talvez angústia, interroga-se quanto ao modo como ele articula os raciocínios e qual o nível dos seus sentimentos? E aqui está um ponto crucial para bem interpretarmos a notabilidade do Paco: Qual é o nível dos seus sentimentos? Nível alto? Médio? Baixo? Um problema sério, susceptível de nos deixar, a todos, embaraçados… Depois, Saraiva, vai mais profundo na explanação das virtudes do Paco. E diz que a felicidade desta criatura é a de poder respirar o ar que ele, Saraiva, respira e partilhar o mesmo espaço. Neste ponto, fica-nos a preocupação: se o Paco absorve o ar da respiração do Saraiva no mesmo confinado espaço deste senhor, decerto que estará sendo envenenado aos poucos, visto que o hálito expelido pelas vias respiratórias do conhecido jornalista estará viciado. E se este fuma, pior será… e imenso o risco de doença grave do Paco.

Outra coisa que parece intrigar o protector do Paco é a mania deste de quando o Saraiva se levanta de um maple, vai logo deitar-se no sítio em que o célebre jornalista estava sentado – ou quando Saraiva sai do carro o companheiro vai de imediato ocupar-lhe o lugar. Mas, na volta de Saraiva, ele instantaneamente regressa ao lugar traseiro. Face a este comportamento do Paco, Saraiva conclui que ele pensa e que percebe as situações. Nós objectamos: se mudo, teria de ser estúpido? Depois, há a novidade: o Paco faz gracinhas ao Saraiva. E a revelação: prega-lhe sustos…

Não obstante os louvores e as constantes exaltações do Paco o cidadão Saraiva adianta opiniões sobre a mudez do Paco que nos deixam estarrecidos porque contraditórias no contexto da matéria descrita e improcedentes nos conceitos em que assentam as afirmações. Saraiva diz que a vantagem do Paco é exactamente não falar. Perguntamos: Qual vantagem? A seguir, Saraiva inquire: “O que aconteceria se ele falasse? Quantos dislates não diria? Quantas irritações não nos provocaria? Ele exprime silenciosamente os seus sentimentos. Não nos perturba a paz.”

Não deixemos passar em claro a reserva que está subjacente a estas inquietações sobre o Paco. Saraiva, lá bem no íntimo, desconfia do Paco… Em contraposição, o distinto jornalista, precavido, solícito, generoso na comunhão de sentimentos e porque irresistivelmente embalado (ou enredado?) na fantasia das suas divagações, informa-nos que através do silêncio do Paco percebeu outra coisa: os afectos dispensam palavras. Descoberta sensacional. Seres humanos, porventura fugidios do humanismo, temos andado distraídos… Ou naturalmente estupidificados…

E como remate, Saraiva lança para a posteridade esta saraivada: “Se me fosse dado escolher, não gostaria que o Paco falasse. Assim sei que gosto dele. E o que aconteceria se começasse a dar opiniões?”.

É aqui, nesta parte final, que Saraiva meteu o pé na poça e mostrou a sua fibra.

Deduz-se que a satisfação de Saraiva está condicionada e é incompatível com a possibilidade do uso da fala do Paco. Enquanto mudo este ser não dirá disparates, nem provocará irritações no amigo Saraiva. Sobretudo, não põe em perigo o estado de paz em que o conhecido jornalista estará mergulhado.

Ademais, Saraiva nega à criatura aquele que é um dom que, certamente, muito preza: o da fala. Deste modo evidencia um intolerável egoísmo.

Realce para o preciosismo de Saraiva: “Assim sei que gosto dele”. Quer esta expressão significar que Saraiva nem estará tão seguro dos laços de amizade que o unem ao Paco, pois admite que só gosta dele devido à sua intrínseca condição de mudez. E se Paco falasse lá ia por água abaixo o “gosto” por ele.

E como girândola final, Saraiva lança a inquietante pergunta que lhe atormenta a alma: “E o que aconteceria se o Paco começasse a dar opiniões”? É nesta interrogação, a valer como confissão, que bate o grande busílis. Saraiva confessa implicitamente que não suporta quem dê opiniões. Opiniões, as dele, Saraiva, é que lhe interessa cuidar num conveniente exercício de audição de si próprio.

Concluindo: o Paco é o cão de Saraiva.

Pelos seus muitos predicados o Paco deve ser elevado à categoria de figura portuguesa do ano de 2007. Para servir de exemplo a muita desvairada gente. E, enquadrado na perspectiva reticenciosa do dono, de pretexto a oportuna reflexão por parte de bastantes sujeitos, designados “bons cidadãos” de não menos "bons costumes", que - contrariando as aparências – se opõem à livre expressão do pensamento…