Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, abril 29, 2008

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Trago-vos notícia de dois milagres que bem ilustram a nossa rica história recente de acontecimentos felizes e ganhos milionários para certas criaturas que tiveram a suprema ventura de nascerem com o traseiro para o ar; em contraposição com as desgraças que, no dia-a-dia, afligem todos quantos vieram à luz em posição contrária. O que nos faz duvidar das artes bem intencionadas do”Grande Arquitecto do Universo” em arquitectar algo de compensador para os desafortunados indígenas. Parece que a especial Divina Criatura, venerada pelos “discretos irmãos”, só tem olhinhos, indulgências e mimos, para os seus fiéis…

Sorte malvada!

Discriminação indecente…

Ou manifesta inadequação académica do Ser em causa? Talvez ele deva considerar a hipótese de se atribuir o grau de “Grande Engenheiro do Universo”… Se isso representar efectivo interesse em mostrar-se mais obreiro e atencioso com os desafectos e as vítimas da desgovernação que lavra desenfreada no território lusíada e menos subserviente, benemérito e contemporizador com os discípulos e adoradores…

Cumprimento.

Brasilino Godinho

Um texto sem tabus…

Milagre? Dois milagres?

O Vaticano ainda não os reconheceu . . .

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

O povo português é muito crente. Os católicos acreditam em milagres. Fiéis de outras confissões religiosas não os admitem nos precisos termos com que são apresentados pela Igreja Católica. Uma coisa é certa: milagres para serem aceites por quem neles acredita precisam de merecer reconhecimento dos serviços competentes do Vaticano e aprovação do Papa.

Talvez por ainda faltar a opinião autorizada da Santa Sé é que não se tem falado de um excelso miraculado e das duas grandes ocorrências milagrosas em que o mesmo esteve envolvido; as quais, há poucos meses, deixaram o País estupefacto.

Se ainda se lembram Paulo Teixeira Pinto, à data da saída da presidência do BCP-Millennium, adoeceu repentinamente e com tal gravidade que tendo-se apresentado a uma entidade médica esta lhe passou um atestado de invalidez que, entregue no referido banco, lhe proporcionou uma choruda indemnização e avantajada reforma vitalícia, com base na certificada incapacidade.

Dias depois Paulo Teixeira Pinto espantosamente recuperou as suas capacidades com tamanho vigor que, surpreendendo toda a gente, arranjou logo ocupação em empresas e assumiu a administração da Editora Guimarães. A que acrescentou a presidência da Causa Monárquica. Este cargo foi a pedra-de-toque emblemática, o sinal de garantia absoluta da sua plena forma física e destreza mental. É que, sem dúvida, uma causa inválida como a dita monárquica não poderia ser confiada a um qualquer inválido por muito sonoros que fossem os seus nome e apelido… Isso seria abreviar o seu passamento.

Portanto, deu-se um milagre com a extraordinária recuperação de Paulo Teixeira Pinto que não foi devidamente realçado pela Comunicação Social. Esta, mais uma vez se mostrou distraída… Inexplicavelmente mantém-se silenciosa…

Outro milagre terá ocorrido logo a seguir. Este considerado pelo lado dos descrentes (passe o paradoxo) que se cinge à hipótese de se estar perante um atestado de falso conteúdo. Isto é: não ter havido doença ou incapacidade de Paulo Teixeira Pinto e sim um falso atestado médico.

Se nos lembrarmos que há um ano vários médicos da região nortenha foram julgados por emissão de atestados falsos relativos a estudantes que deles se serviram para justificarem as faltas aos exames escolares, temos que estranhar que, perante o caso Paulo Teixeira Pinto (tão badalado nos periódicos, nas rádios e televisões, sem contestação pelo visado; aliás, por ele mesmo ter escrito a certo jornal dando a informação do seu atestado médico), não tenha havido uma investigação sobre o insólito caso, nem sido exigidas responsabilidades aos envolvidos no configurado embuste.

Ora estar acontecendo este alheamento geral, do banco em causa, das autoridades, da Justiça e dos meios de Comunicação Geral, que outra coisa se pode admitir que não seja estar em curso, de forma continuada, sem fim à vista desarmada, outro grande milagre?...

Certamente que parvos seríamos se nos alheássemos deste, também, extraordinário fenómeno, só explicável pela bem-aventurada interferência do “Grande Arquitecto do Universo” e o precioso, oportuno, discreto, enquadramento operativo dos seus virtuosos discípulos…

Também abnegados pescadores de águas turvas, fraternos irmãos do “venha a nós o vosso reino” e empedernidos pecadores… acrescentamos, para não falharmos a justiça que lhes é devida…

INFORMAÇÃO RECENTÍSSIMA – Publicada no semanário SOL, edição de 25 de Abril de 2008, a insinuar celebração da data histórica…

Por ela ficámos sabendo que também a Paulinha, extremosa esposa de Paulo Teixeira Pinto, é miraculada. Certamente por efeito de halo divino que protege a família, a senhora da Cruz, de Pinto, tem sido contemplada nos últimos 4 anos com encomendas de pareceres que os detentores do poder do Estado pagaram pela módica quantia de € 63 232; a qual foi transferida das bolsas dos contribuintes para a carteira da desembaraçada senhora, mediante as obrigatórias passagens intermédias pelos cofres do Erário.

Dissemos detentores do Estado… Mais agem como proprietários do Estado. Melhor especificando: Eles são os donos da QUINTA LUSITANA em que converteram Portugal.

quarta-feira, abril 23, 2008

Com respeito ao respeito,

Não há nenhum respeito…

O leitor repare nos melindres do PSD

(rapaziada de Lisboa)

Lisboa, 22 Abril (Lusa) - A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou hoje uma moção do PSD repudiando o que os deputados municipais consideram ser o "desrespeito para com o Presidente da República" pela maioria camarária "ao continuar a decidir sobre a zona ribeirinha".

Os sociais-democratas repudiam a aprovação do plano estratégico para a frente ribeirinha pela Câmara depois de o Presidente da República, Cavaco Silva, ter devolvido ao Governo o decreto que previa a transferência para as câmaras municipais de terrenos desafectados das administrações portuárias.

Agora compare com a ausência dos melindres do PSD

(rapaziada do Funchal, rapaziada de Lisboa, “presidente de todos os portugueses”, etc e tal…)

Como foi largamente noticiado Alberto João Jardim, o fogoso caudilho da Madeira, em declarações prestadas na semana transacta, classificou de loucos os membros da Oposição e teve a suprema “delicadeza” de não receber na “sua” Assembleia Regional, em sessão solene de boas vindas, o presidente da República.

Neste caso as rapaziadas e o mais alto magistrado da Nação não se melindraram… nem repudiaram. Pelo contrário, até enalteceram as maneiras de estar e actuar do irrequieto político e dos seus companheiros.

Trata-se de abrangente “mundo” de “gente despachada” que está por aí sempre predisposta para todas as curvas e ziguezagues… E para as medíocres representações do teatro-circo instalado na República Portuguesa.

Nosso comentário:

Assim, uns e outros se desrespeitam a si próprios e jamais se darão ao respeito dos portugueses.

terça-feira, abril 22, 2008

Um texto sem tabus…

UMA ENTREVISTA TÃO IMPORTANTE, QUANTO PREOCUPANTE…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Cidadão português, leitor do “Jornal de Notícias”, recebi no dia 07 de Abril de 2008, como milhares de portugueses, uma comunicação de Noronha de Nascimento, presidente do Supremo Tribunal de Justiça que, através de entrevista concedida àquele periódico, me forneceu preciosas indicações dos seus pontos de vista sobre a complexa matéria que é a Justiça em Portugal, suas orientações, seus instrumentos e modus faciendi.

Normalmente intui-se que quando alguém presta declarações aos jornalistas é porque deseja transmitir uma mensagem contendo algo de interesse para os leitores ou ouvintes dos órgãos de comunicação social. E tratando-se de uma pessoa que desempenha alta chefia de um órgão de soberania há que lhe dar a maior atenção.

Tal atitude de manifesta receptividade do vulgar cidadão não o dispensa ou inibe de analisar as questões postas pelo entrevistado e de exercer o direito do contraditório - aliás, por princípio, cultivado pelos magistrados – se julgar oportuno e adequado à clarificação das opiniões e dos assuntos expostos ao conhecimento do público.

Pela parte que me toca, acontece ter sido, num sentido positivo, a minha privacidade de leitor invadida pelo texto da entrevista que me caiu inopinadamente nas mãos, pespegada à frente dos olhos. Claro que peça abrangendo três páginas do “Jornal de Notícias”, imperativamente me despertou interesse, quase obrigação de a ler. Assim ficou, implicitamente, estabelecida a ligação do suposto voluntário que foi o jurista entrevistado e o forçado, que de certo modo fui, leitor da extensa conversa entre os dois dialogantes, quase sem no momento me dar conta da transcendência do facto. O que, conjugado com a ideia de que uma entrevista publicada é sempre uma expressão de diálogo estendido aos leitores, me leva a participar nele e a tecer breves considerações sobre algumas passagens das declarações da entidade em causa.

Verdade se diga que a entrevista é importante. Aborda muitos problemas que afectam a administração da Justiça. Há pontos tratados com alguma confusão. Sobretudo contendo abordagens feitas com muita reserva mental que terão de ser bem interpretadas por quem tenha algum traquejo de leitura nas entrelinhas. Estou a referir, especialmente, a parte da entrevista em que o presidente do Supremo Tribunal da Justiça é questionado sobre a influência da Maçonaria e Opus Dei na área da Justiça.

Que disse o presidente do Supremo Tribunal da Justiça em resposta às perguntas que a jornalista lhe fez sobre a dependência da Justiça face à Maçonaria e Opus Dei?

Algumas coisas que inquietam o vulgar cidadão. Das mais importantes esta afirmação: Admito, é perfeitamente possível”.

Neste ponto todos estaremos inteiramente de acordo. Pela minha parte, nunca admiti que o fosse imperfeitamente. Quer a Maçonaria, quer a Opus Dei fazem tudo na perfeição no que toca às práticas e influências não visíveis...

A seguir, o entrevistado informa que há juízes que pertencem àquelas organizações secretas. Curiosidade: Como sabe?

Quando a jornalista lhe pergunta se “não vê problema na existência de juízes que façam parte da Maçonaria ou da Opus Dei”, o entrevistado - com impressionante candura - responde: “É o mesmo que fazer parte de um partido”.

Claro que como os partidos não são inteiros, no seu estado interessante de fragmentados, lá cabem (nas chamadas partes gagas) os maçons e os irmãos da prelatura de Josemaria Escrivá de Balaguer y Albás. Mas anote-se que Sua Excelência está errada.

A jornalista apercebendo-se da incongruência, contrapõe: Estamos a falar da independência dos juízes e o direito dos cidadãos a uma Justiça isenta. De que forma é que a Justiça pode defender-se da influência de poderes ocultos?”.

O presidente do Supremo Tribunal de Justiça observa:

“Das duas uma: o juiz ou é um cidadão normal ou então não convive com ninguém. Não se pode coarctar toda a liberdade ao juiz, é impensável. Agora, o estatuto impõe certas reservas. Por exemplo, não pode ir a um comício falar, mas pode ser membro de um partido…”.

A resposta, algo agastada, tem a sua graça. E não se percebe bem a relação entre independência dos juízes e o não conviverem com ninguém. Todavia há que realçar que uma coisa é o juiz conviver normal e informalmente com outras pessoas e outra muito diferente e comprometedora é o “convívio” anormal, fraternal e condicionante do juiz no interior das “lojas” ou das “oficinas” da Franco-Maçonaria e capelas da Prelatura de Josemaria Escrivá de Balaguer y Albás. Não esquecendo a observância do que é determinado nas “pranchas”, a que estão obrigados os maçons. Sublinhe-se que se membro de um partido não pode ir a um comício falar à frente do público; no entanto, pressupõe-se que, no entendimento de Sua Excelência, se maçon poderá ir às lojas e oficinas falar às escondidas dos profanos…

Em contraposição à bondade de os juízes poderem estar ligados às organizações secretas, Maçonaria e Opus Dei, não podem estar ligados ao mundo do futebol que tem pouquíssimo de secretismos.

Interpelado: “O que tem o futebol de mal”? Explicou: “Sobre o futebol lançam-se anátemas, labéus. Então, é melhor as pessoas preservarem-se. Como há tanta desconfiança, é perfeitamente dispensável os juízes andarem no futebol”. Reforçou a ideia como a seguinte nota: “O Conselho Superior da Magistratura não gosta da aproximação dos juízes a clubes”.

Quer dizer: aproximar juízes a clubes é suspeito e torna-se necessário “as pessoas preservarem-se”; ou seja: ter bem presente que a mulher de César além de séria também o deve parecer. Em contraposição, ser “irmão” da Franco- Maçonaria ou da Opus Dei não dá azo ”a suspeitas que estragam tudo”… Nem importa aos juízes preservarem a sua imagem e isenção. Intrigante, tal raciocínio. Dá que pensar!

Concluindo

A entrevista do presidente do Supremo Tribunal da Justiça, por inerência também presidente do Conselho Superior da Magistratura, induz confirmação que:

01 - Os poderes ocultos estão infiltrados na Justiça – lá se sentem como peixes dentro de água. Nada, nem ninguém os incomoda.

Já do poder do futebol, porque fraquinho e exibicionista nos estádios, sem os recursos dos ajuramentados, dos jogos de sinais, das senhas misteriosas, das “pranchas”, dos cultos esotéricos que os condicionem e das lições iniciáticas que submeteriam os seus detentores, não se dirá o mesmo… O futebol é o mau da fita… A Justiça está com olho nele… E a espada erguida ao alto…

02 - Na Justiça, quer a Franco-Maçonaria, quer a Opus Dei, fazem uso e abuso de grande influência e poder.

03 - A influência e o poder das citadas associações secretas não tira, como se deduz, o sono aos respeitáveis cidadãos que exercem funções nos escalões máximos da administração da Justiça.

Portanto, têm cabimento as inquietantes dúvidas: O anónimo cidadão, se confrontado com a Justiça, pode confiar na sua “cegueira” facultada pela “venda” que, hipoteticamente, lhe tapa os olhos, no bom funcionamento da simbólica “balança” e… dormir descansado?

Infelizmente, nestas condições, está anulado ou irremediavelmente prejudicado o relevante papel que caberia à Justiça de ser a RESERVA MORAL da NAÇÃO.

terça-feira, abril 15, 2008

Um texto sem tabus…

SOBRE AVEIRO, ANTES DE QUERER, HÁ QUE REVER…

III PARTE – CUIDAR DO PRESENTE

E ACAUTELAR O FUTURO…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana,blogspot.com

Neste dealbar do século XXI a cidade de Aveiro está tolhida na sua vivência pelos efeitos decorrentes dos estrangulamentos financeiros a que está sujeito o município. É evidente que se impõe arrumar a casa, pagar aos credores e fornecedores. Numa palavra: proceder ao saneamento financeiro. Enquanto este objectivo não for alcançado de poucas margens de manobra disporá a autarquia para sustentar uma política de gestão corrente. Também não haverá recursos, sejam financeiros, sejam operacionais, para se abalançar a iniciativas de grande fôlego apontadas à satisfação das necessidades rotineiras ou de provisão às ocasionais entretanto surgidas inopinadamente.

Não obstante as contrariedades e os bloqueios sobejamente conhecidos importará assegurar, apesar das condições prevalecentes, melhor qualidade de vida aos residentes e a todos que demandem Aveiro. O que implica cuidar do ar; manter a cidade limpa; garantir o normal funcionamento das redes de saneamento básico, de electricidade e de gás; reparar os pavimentos das faixas de rolagem e passeios das ruas e avenidas; zelar pela imagem da cidade como cartaz turístico; dispensar atenção ao funcionamento dos estabelecimentos de assistência hospitalar, de atendimentos urgentes e de primeiros socorros; dar incentivos ao comércio e indústria locais; proporcionar os meios solicitados pelos serviços dos bombeiros; apoiar as actividades das polícias de segurança pública; colaborar intensamente com as escolas e com a Universidade. Também acabar com os nojentos espectáculos dos edifícios que ameaçam ruína ou estão em adiantado estado de degradação.

Tudo isto parecendo pouco representará muito de esforço e aplicação das autoridades a quem cabe administrar a urbe aveirense. E não só. Também tem custos financeiros que exigem verbas com grande peso no orçamento municipal. Igualmente imprescindível o zelo, o acompanhamento de exigência, o aceno de rigor e a atitude de crítica construtiva do vulgar cidadão.

Enfim, cuidados, trabalhos e actividades, indispensáveis que significam estar “todo o mundo” aveirense atento ao presente e com os olhos postos no futuro. Assim procedendo, o colectivo dos cidadãos e a autarquia interagem; o que proporciona expedientes e mecanismos dinâmicos de gestão municipal mais acertada e responsável. De melhor modo se estará acautelando o porvir de Aveiro.

Entrementes, com a determinação de enfrentar o momento, há que pensar nos tempos que estão para vir. Neste ponto é que “a porca torce o rabo”. Difícil será manter estável o dito da fêmea do suíno…

Desde logo, ao nos debruçarmos sobre o complicado tema da preparação, abertura e consolidação da via por onde correrão os dias, as semanas, os meses, os anos e, até, os séculos, da existência da urbe aveirense, fica-se com a esquisita sensação que se nos depara não uma mas inúmeras porcas que, desalmadamente, torcem e retorcem os respectivos apêndices traseiros. Se aqui é permitida a expressão (e, por certo, ninguém se ofende…) – uma grande gaita!

Tão avantajada que, nem sequer, fazemos mínima ideia do tamanho e dificuldades em lhe dar a volta por cima ou por baixo…

Tal juízo faz todo o sentido se nos lembrarmos das vezes em que foram cometidos, com a maior ligeireza e voluntarismo, erros crassos que se constituíam ameaças de provocarem tremendos efeitos; os quais, felizmente, não foram concretizados em obras. Tomemos nota de alguns desses erros: a construção de uma torre, com dezenas de andares, no Cojo (chegou a ser lançada a primeira pedra no decorrer de pomposa cerimónia); a construção do ramal de caminho de ferro para o porto de Aveiro, no separador do IP (ideia designada como diabólica pelo engenheiro Zúquete, conceituado especialista em vias ferroviárias). Ou aqueloutras iniciativas menos danosas mas que envolveram gastos apreciáveis a seguir mencionadas: a instalação de semáforos na Ponte-Praça General Humberto Delgado; os táxis flutuantes na Ria; a pista de ciclistas no passeio central da Av. Lourenço Peixinho; os dispendiosos festejos da escandalosa falsa passagem do milénio; as construções de algumas rotundas mal concebidas sem apuro técnico; os contínuos desacertos nas programações dos planos de distribuição do trânsito motorizado; o parque subterrâneo da Praça de Marquês de Pombal; as incríveis novas avenidas que mais parecem ruas de aldeias em estádio de confrangedor atraso; o estupendo viaduto sobre o caminho-de-ferro da CP, ali para os lados da Esgueira, com os acessos tão inclinados que nos trazem a lembrança das montanhas russas dos carrosséis das feiras.

Todo este incompleto rol de “misérias” urbanísticas causa espanto. Igualmente, perplexidade. Como foi possível? Técnicos mal conceberam e pior elaboraram os projectos. Técnicos com displicência ou por incompetência os terão informado favoravelmente. Gestores políticos, distraídos ou negligentes, provavelmente ineptos, os apreciaram (saberiam fazê-lo?) e aprovaram. Todas estas enormidades processuais e factuais passaram por todos os crivos, não cumpriram normas, não acataram regulamentos, excederam orçamentos, ultrapassaram conveniências, sobrelevaram incompetências, desvalorizaram o interesse público, desdenharam da utilidade necessária, comprometeram na área financeira o porvir da instituição autárquica, apoiaram-se na ligeireza das decisões, confiaram cegamente na impunidade das iniciativas levianas e imponderadas e muitas delas induzem uma condenável indiferença pelas situações complicadíssimas de insolvência a que arrastaram os empreiteiros e os fornecedores. Tudo isto se fez - e há indícios que continuará a fazer-se - sem ninguém assumir responsabilidades efectivas e penalizadoras para os autores e promotores irresponsáveis. Nem cidadãos, órgãos dos poderes central e local, instâncias judiciais, vieram a terreiro interpelar os prevaricadores e cobrar-lhes as responsabilidades.

Isto citado como preâmbulo para anotarmos o disparate de três extravagâncias - quais enormes disparates - que estão anunciadas:

01 - A construção de um “metro” de superfície que é coisa incompatível com as características do tecido urbano da cidade de Aveiro. Todavia, se for ligação entre Aveiro e Águeda, muito bem. Se for para o incluir na malha viária urbana mais que mau, será péssimo. Os transportes colectivos por autocarros são os mais adaptados às condições geométricas da planimetria de Aveiro. Embora arrostando com algumas dificuldades resultantes dos estrangulamentos de perfis dos traçados em determinadas zonas da antiga centralidade da cidade.

02- A construção de um parque de estacionamento na Av. Lourenço Peixinho (só porque o cofre municipal precisa de verbas para as escolas, advindas através de permutas com os empreiteiros), qual fantasia estrambólica, inútil, precisamente num local quase paredes-meias com o amplo espaço de aparcamento de viaturas do Fórum. Esta, outra ideia diabólica que, se fosse concretizada seria mais uma excrescência no traçado da “avenida”, acentuando a desfiguração que lhe foi introduzida pela famigerada e raramente utilizada pista de ciclistas.

03.- A construção de um campo de golfe na zona desportiva a que, na região, se acrescentaria um (ou dois?) anunciado para a Vagueira, no concelho de Vagos.

Está generalizada a mania dos campos de golfe. Qualquer dia, em Portugal, haverá mais campos de golfe que praticantes da modalidade. É um dado adquirido que os campos de golfe absorvem grandes fornecimentos de água. Mais tomemos consciência que Portugal, de facto, está ameaçado de desertificação nos próximos 30 a 50 anos. Aliás ela já avança pelo Algarve e Alentejo e vai prosseguir pelo interior em direcção ao Norte, facilitada pelas alterações climatéricas em curso. Todos estes factores vão provocar crescente escassez do precioso líquido imprescindível à vida. Portanto, é um erro grosseiro criar mais campos de golfe. O Governo deve intervir neste específico domínio das actividades de lazer, travando a onda de insensatez e irresponsabilidade que se vai instalando um pouco por todo o território nacional.

Dando conclusão a esta crónica, repartida por três partes, manifestamos repulsa pelas decisões irreflectidas que, geralmente, concretizadas em políticas e em empreendimentos, são muito danosas para os interesses da comunidade.

Outrossim, lamentamos que os antecedentes e as práticas correntes na administração autárquica aveirense nos deixem - a todos quantos se interessam pelo bem-estar da sociedade - apreensivos e receosos das deliberações precipitadas e inconsistentes dos gestores autárquicos aveirenses.

segunda-feira, abril 14, 2008

Prezadas damas,

Caros senhores

Sobre a Justiça, diga da sua justiça e… da injustiça dela.

Um abraço.

Brasilino Godinho



Um texto sem tabus…

OS MAGISTRADOS JUDICIAIS

TAMBÉM SE ENGANAM…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Cidadão português, leitor do “Jornal de Notícias”, recebi no dia 07 de Abril de 2008, como milhares de portugueses, uma comunicação de Noronha de Nascimento, presidente do Supremo Tribunal de Justiça que, através de entrevista concedida àquele periódico, me forneceu preciosas indicações dos seus pontos de vista sobre a complexa matéria que é a Justiça em Portugal e seus respectivos instrumentos funcionais.

Normalmente intui-se que quando alguém presta declarações aos jornalistas é porque deseja transmitir uma mensagem contendo algo de interesse para os leitores ou ouvintes dos órgãos de comunicação social. E tratando-se de uma pessoa que desempenha alta chefia de um órgão de soberania há que lhe dar a maior atenção.

Tal atitude de manifesta receptividade do vulgar cidadão não o dispensa ou inibe de analisar as questões postas pelo entrevistado e de exercer o direito do contraditório - aliás, por princípio, cultivado pelos magistrados – se julgar oportuno e adequado à clarificação das opiniões e dos assuntos expostos ao conhecimento do público.

Pela parte que me toca acontece ter sido, num sentido positivo, a minha privacidade de leitor invadida pelo texto da entrevista que me caiu inopinadamente nas mãos, pespegada à frente dos olhos. Claro que peça abrangendo três páginas do “Jornal de Notícias”, imperativamente me despertou interesse, quase obrigação de a ler. Assim ficou, implicitamente, estabelecida a ligação do suposto voluntário que foi o jurista entrevistado e o forçado, que de certo modo fui, leitor da extensa conversa entre os dois dialogantes, quase sem no momento me dar conta da transcendência do facto. O que, conjugado com a ideia de que uma entrevista publicada é sempre uma expressão de diálogo estendido aos leitores, me leva a participar nele e a tecer breves considerações sobre algumas passagens das declarações da entidade em causa.

Verdade se diga que a entrevista é importante. Aborda muitos problemas que afectam a administração da Justiça. Há pontos tratados com alguma confusão. Sobretudo contendo abordagens feitas com muita reserva mental que terão de ser bem interpretadas por quem tenha algum traquejo de leitura nas entrelinhas. Neste ponto, estamos a referir-nos, especialmente, à parte da entrevista em que o presidente do Supremo Tribunal da Justiça é questionado sobre a influência da Maçonaria e Opus Dei na área da Justiça.

Antes de tecer as considerações que me parecem pertinentes vou transcrever as perguntas do jornalista e as respostas do alto magistrado – o que faço com a devida vénia ao “Jornal de Notícias”. Cada pergunta vai inserida com um número que servirá de referência aos nossos comentários que se seguirão à transcrição. As perguntas e respostas de maior interesse vão sublinhadas com a cor cinzenta.

Entrevista do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e do Conselho Superior da Magistratura (Extracto)

Admito a existência de influências da Maçonaria e Opus Dei”

01 - Existem poderes fácticos ou informais na Justiça?

Não são visíveis e por isso é difícil dar-lhe uma resposta.
Hoje o maior problema da Justiça ou dos juízes não será a pressão política ou partidária, porque essa é visível e para isso está tudo preparado. Mas é a eventual pressão dos poderes fácticos, que não são visíveis.

02 - Mas é possível que exerçam influência?

Sim, ou que tentem exercer.

03 - Admite a existência de influências da Maçonaria ou Opus Dei?

Admito, é perfeitamente possível.

04 - Como fundamenta essa impressão?

Não posso apresentar provas objectivadas...

05 - Mas é verdade que existem facções ou agrupamentos que pertencem à Maçonaria e Opus Dei?

Há pessoas que pertencem, mas não consigo dizer se são agrupamentos.

06 - Estamos a falar da independência dos juízes e o direito dos cidadãos a uma Justiça isenta. De que forma é que a Justiça pode defender-se da influência de poderes ocultos?

Das duas uma, o juiz ou é um cidadão normal ou então não convive com ninguém. Não se pode coarctar toda a liberdade ao juiz, é impensável. Agora, o estatuto impõe certas reservas. Por exemplo, não pode ir a um comício falar, mas pode ser membro de um partido... O maior problema é que os poderes políticos são visíveis; os poderes fácticos não são!

07 - Portanto, não vê problema na existência de juízes que façam parte da Maçonaria ou da Opus Dei.

É o mesmo que fazer parte de um partido.

08 - Mas defende que uma coisa é o que é público; outra é o oculto…

O juiz foi feito para ser imparcial. E há formas de garantir a sua imparcialidade. Ele próprio deve tomar a iniciativa de se declarar impedido para decidir alguns casos.

09 - E lóbis clubísticos?

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) não gosta da aproximação dos juízes a clubes. Mas a Constituição não proíbe expressamente e o Estatuto também não. Aqui é a velha questão da mulher de César, que não basta ser séria. As suspeitas, que podem aparentar outras coisas, é que estragam tudo...

10 - E no acesso ao Supremo Tribunal de Justiça, é possível haver influência dos tais poderes informais?

É muito difícil. O acesso ao Supremo é feito pelo CSM que é tão diversificado... Não é controlável, mesmo politicamente.

11 - De que forma o CSM vigia eventuais influências nefastas de poderes informais?

Desde que haja uma suspeita ou chegue um indício ao CSM, é instaurado um inquérito que pode ser convertido ou não em processo disciplinar.

12 - De que forma é feito o acompanhamento?

Todas as cartas que chegam são analisadas. Não caem em saco roto...

13 - Mas isso é uma preocupação?

É. Mas a preocupação não é só em relação a poderes fácticos. É em relação a qualquer coisa que possa pôr em xeque a ideia de independência e dignidade do juiz no exercício de funções.

14 - Desaconselha que os juízes façam parte do futebol?

Não deviam fazer parte, por uma questão de princípios e, no fundo, de autodefesa.

15 – O que tem o futebol de mal?

Sobre o futebol lançam-se anátemas, labéus. Então, é melhor as pessoas preservarem-se. Como há tanta desconfiança, é perfeitamente dispensável os juízes andarem no futebol.

16 – Só que nada nos diz que daqui a um ano, por exemplo, não possa ser preconceituoso fazer parte de um grupo de teatro…

Os problemas de suspeição colocam-se onde houver dinheiro. Numa associação de teatro, normalmente não há!

Ora comentando...

01 – A pergunta trouxe-me à lembrança aquela expressão sábia atribuída a Sócrates (o mestre grego): “Só sei que nada sei”. Com a idade que tenho nunca lera ou ouvira pronunciar a palavra “fácticos”. Desconhecendo-a fui consultar dicionários e a Grande Enciclopédia Portuguesa-Brasileira Nicles! A palavra não consta nas obras consultadas. Ou sou ignorante de Português ou então… que dizer sobre o palavrão em si? Ou sobre quem o usa?

02 e 03 – Foi dito: Os poderes informais possivelmente exercem influência. O que “é perfeitamente possível”. Inteiramente de acordo. Nunca admiti que o fosse imperfeitamente. Quer a Maçonaria, quer a Opus Dei fazem tudo na perfeição no que toca às práticas e influências não visíveis...

04 – Certo!. Sua Excelência pela sua condição não pode apresentar provas objectivadas… Onde já se viram influências objectivadas escritas, documentadas, autenticadas em cartório notarial, que pudessem ser imputadas às "venerandas fraternidades"? Se as provas não tivessem que ser objectivadas ainda poderia haver alguma esperança de serem apresentadas…

05 – Sua Excelência sabe que: “Há pessoas que pertencem”. Curiosidade: Como sabe? Por que há-de saber? Só não “consegue dizer se são agrupamentos”. É uma falha que parece achar desinteressante… Certamente que não pode saber tudo.

06 – A resposta, algo agastada, tem a sua graça. E não se percebe bem a relação entre independência dos juízes e o não conviverem com ninguém. Todavia há que realçar que uma coisa é o juiz conviver normal e informalmente com outras pessoas e outra muito diferente e comprometedora é o “convívio” anormal, fraternal e condicionante do juiz no interior das lojas, das oficinas da Franco-Maçonaria e capelas da Prelatura de Josemaria Escrivá de Balaguer y Albás.

De permeio, na resposta, vieram à baila reservas do estatuto e a possibilidade de serem membros de partidos.

No entanto, esta resposta serviu de introdução à da pergunta que se seguiu.

07 – Sua Excelência respondendo à questão de se saber se via problema na existência de juízes que façam parte da Maçonaria ou da Opus Dei, foi peremptório: “É o mesmo que fazer parte de um partido”.

Engano! Não é o mesmo. Completamente o oposto.

O problema que na resposta anterior classificou de maior é que os “ poderes políticos são visíveis” e os das fraternidades são invisíveis. Trata-se de uma diferença abissal. Com uma ressalva: os partidos estão infiltrados pelos "irmãos" das duas seitas. E neles os maçons também fazem o seu peculiar “trabalho” de missão. O que mais evidencia a incongruência da afirmação do magistrado declarante.

08 – Pergunta-se: Que formas de garantir a imparcialidade do juiz? Confiar na iniciativa do próprio? Por ser juiz está ungido da santidade? Ou dever-se-á aceitar, sem reservas, que um maçon é um “homem livre e de bons costumes”, como a Maçonaria não se cansa de publicitar? Tão livre que até poderá limitar-se a cumprir os desígnios secretos da Ordem… Ou os juízes maçons rivalizam com os papas, no que concerne à infalibilidade das suas sentenças e opiniões?

09 – “O Conselho Superior da Magistratura não gosta da aproximação dos juízes a clubes”. Quer dizer: aproximar juízes a clubes é suspeito e necessário se torna que a mulher de César seja séria; mas, em contraposição, ser “irmão” da Franco-Maçonaria ou da Opus Dei não dá azo ”a suspeitas que estragam tudo”… Intrigante, tal raciocínio.

Cumpre anotar que dos clubes se conhece quase tudo. Das organizações secretas pouquíssimo se sabe. Resumindo: Dos clubes se pressupõem advir todos os estragos nas intenções, imagens, decisões e sentenças. Das seitas se acredita que advenham todas as bem-aventuranças… Talvez por mercê do Grande Arquitecto do Universo, só concedida a “pessoas livres e de bons costumes” como são os membros das “fraternidades” – segundo a inspirada e mui conveniente fórmula maçónica. A qual, igualmente, em boa hora estabelecida por especial deferência divina…

Claro que: Bem visto!... E melhor explicado pela autoridade máxima da Justiça em Portugal.

Outro ponto a reter das declarações do magistrado: Pelos vistos o Conselho Superior da Magistratura não desgosta da aproximação aos poderes ocultos; nem desvaloriza o aconchego das organizações secretas Franco-Maçonaria e Opus Dei.

10 – Difícil – diz Sua Excelência. Todavia não é impossível. Pelo contrário, se levarmos em linha de conta que o Conselho Superior da Magistratura é tão diversificado… que torna viáveis todas as diversificações. Por sinal, incontroláveis por quaisquer outros poderes - que não os instituídos no seu campo de actuação.

11 e 12 – No que toca a vigilâncias e acompanhamentos obviamente que se conta com os inquéritos e se esperam as cartas. Estas: “Não caem em saco roto…” Porquê? Por que (depreende-se) não haver sacos rotos nas instalações da respeitável instituição.

13 - A preocupação “É em relação a qualquer coisa que possa pôr em cheque a ideia de independência e dignidade do juiz no exercício de funções”. Segundo Sua Excelência a simples aproximação a um clube é suspeita; já pertencer à Maçonaria e Opus Dei não põe em causa a independência do juiz.

Só que retenha-se este pequeno (importantíssimo, que não pode ser escamoteado) pormenor: Quaisquer que sejam as circunstâncias um membro da Maçonaria ou da Opus Dei, deve, acima de tudo, obediência, fidelidade, respeitar as orientações, servir os interesses e cumprir as determinações da Ordem, à qual jurou fidelidade absoluta. Um juramento que se sobrepõe a todos e quaisquer outros juramentos que venha a prestar ao longo da vida.

14 – Sua Excelência entende que um juiz não deve fazer parte do futebol. Naturalmente surge a pergunta: Porquê? Ela, desembaraçada, responde: “Por uma questão de princípios e, no fundo, de autodefesa”

Por omissão do pronunciamento de Sua Excelência entenda-se que, no tocante à filiação maçónica, os princípios não contam, nem a inibem… Já no que se refere a autodefesa qualquer maçon está bem protegido por escudo invisível.

Reforce-se a ideia: Nem há que ter receios… quer eles, hipoteticamente, estivessem à superfície; quer devidamente escondidos no fundo…

15 – O futebol que nada tem de secreto e do secretismo não faz profissão de fé e de actuação, sofre do mal dos anátemas e dos labéus, como assevera Sua Excelência. E como diz haver muita desconfiança “é perfeitamente dispensável os juízes andarem no futebol”.

Porém, há que objectar: Então quanto à Maçonaria e Opus Dei não há o secretismo? A desconfiança? Os labéus e os anátemas lançados sobre tais associações? O sentir da influência do poder maçónico é negligenciável? Por que não também admitir que seria perfeitamente dispensável os juízes andarem na Maçonaria e na Opus Dei?

16 – “Os problemas de suspeição colocam-se onde houver dinheiro. Numa associação de teatro, normalmente não há”.

Simplesmente, pergunte-se: A Maçonaria e a Opus Dei vivem na pelintrice?...

Conclusão

A entrevista do presidente do Supremo Tribunal da Justiça, por inerência também presidente do Conselho Superior da Magistratura, induz confirmação que:

01 - Os poderes ocultos estão infiltrados na Justiça – lá se sentem como peixes dentro de água. Nada, nem ninguém os incomoda.

Já do poder do futebol, porque fraquinho e exibicionista nos estádios, sem os recursos dos ajuramentados, dos jogos de sinais, das senhas misteriosas, das “pranchas”, dos cultos esotéricos que os condicionem e das lições iniciáticas que submeteriam os seus detentores, não se dirá o mesmo… O futebol é o mau da fita… A Justiça está com olho nele… E a espada erguida ao alto…

02 - Na Justiça, quer a Franco-Maçonaria, quer a Opus Dei, fazem uso e abuso de grande influência e poder.

03 - A influência e o poder das citadas associações secretas não tira, como se deduz, o sono aos respeitáveis cidadãos que, nos escalões máximos da administração da Justiça, exercem a autoridade que decorre dos seus altos cargos hierárquicos.

Portanto, têm cabimento as inquietantes dúvidas: E o anónimo cidadão, se confrontado com a Justiça, pode confiar na sua “cegueira”, no bom funcionamento da simbólica “balança” e… dormir descansado?

quarta-feira, abril 09, 2008

Estimadas senhoras

Caros senhores

Junto um texto em que, a pretexto de conversar sobre Aveiro, formulamos considerações de âmbito geral sobre a situação do País.

Com os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

Um texto sem tabus…

SOBRE AVEIRO, ANTES DE QUERER, HÁ QUE REVER…

II PARTE – UMA VISÃO CRÍTICA

FOCANDO ASPECTOS “ESQUECIDOS”…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana,blogspot.com

A situação é reconhecida. Com facilidade, sem esforço de apreciação, em cada canto, aldeia, vila, cidade. Geralmente aceite por todos que tenham olhos e discernimento. Sem reservas. Por tão evidente alguns, que a tentam ignorar ou fingir que não a apercebem, caem no ridículo e são apontados a dedo como cínicos, intrujões, grandes aproveitadores ou desavergonhados beneficiários.

Não obstante, há que repetir até à exaustão as referências às características do calamitoso estado de coisas, aos malefícios do sistema vigente, aos erros correntes da Administração e, até, às formas apática e negligente como a sociedade nuns casos não reage e noutros, simplesmente, se resigna por lhe faltar ânimo, coragem, saber e sentido crítico.

Por isso somos dos que não se cansam de falar e escrever sobre aspectos importantes que importa manter na ribalta em chama viva que desperte as consciências e as capacite de que urge dar novo rumo a Portugal.

Aqui, neste canto ocidental da Europa e no nosso tempo, perderam-se valores de referência moral e ética, renegaram-se princípios, subverteram-se normas, introduziram-se, atabalhoadamente, alterações avulsas na Administração e na Justiça. Na ânsia de renovar e fazer de novo perdeu-se, também, o sentido da contenção e sobretudo a perspectiva do Bem Comum. Esta se bem compreendida e melhor congeminada decerto se apoiaria no vasto e diversificado património existente. Este abrangendo os planos material, social, económico-financeiro e o capital humano.

Claro que, agora, no enquadramento do caos estabelecido e da desorientação geral se reúnem as condições propícias para a geminação de ideias absurdas e o fomento de interesses particulares propícios a todos os desmandos; sejam eles confinados nos comportamentos individuais ou nos desígnios das realizações materiais.

De tudo isto resultou a prevalência de uma falseada mentalidade democrática que é convenientemente alimentada por quantos estão no teatro das operações apostados em dela tirar o maior proveito sem olhar a meios e muito menos considerando as insuficientes condições de vida da maioria dos seus semelhantes.

Temos, assim, estabelecida, consagrada e aplaudida a confusão sobre a gestão democrática da sociedade.

É notória a perversidade que está associada à peregrina ideia de extravasar a concepção democrática da área da governação aos diferentes níveis do Poder Central e Local, para quaisquer outros peculiares sectores da organização do Estado e da área empresarial que, pela sua natureza, não podem ser eficazmente dirigidos por colectivos, nos quais, geralmente, se acomoda a ineficácia e se dilui a responsabilidade. Ao nível da própria estrutura cimeira do Estado é frequente ocorrerem situações em que ninguém assume responsabilidade pelos erros praticados. Por exemplo: na presidência do Conselho de Ministros, nos ministérios, nos tribunais, nos serviços fiscais, nos estabelecimentos hospitalares, nas escolas e nas câmaras municipais.

Estas pertinentes considerações levam-nos a retomar o “discurso” da primeira parte da presente crónica.

Para assinalarmos que nos decénios após 25 de Abril de 1974, no Município de Aveiro, os gestores autárquicos, sem rumos completamente definidos, actuaram como bombeiros que acorrem a extinguir fogos ou como cantoneiros chamados a tapar buracos. Aplicaram-se políticas inconsistentes e pontuais de desenvolvimento, falhas de planeamentos bem estruturados com horizontes a médio e a longo prazos e, sobretudo, traduzindo objectivos bem definidos quanto ao futuro da urbe. Futuro encarado numa perspectiva de definição da morfologia e das valências da cidade que se antevisse concretizada num prazo nunca inferior a 50 anos. Haveria que estabelecer sólidas bases de partida para, ao longo do tempo, se irem implementando ordenamentos do solo, equipamentos sociais, desportivos, de lazer, industriais, infra-estruturas viárias, de saneamento básico, meios de transporte, estabelecimentos de ensino, espaços verdes. Valências devidamente integradas de modo a proporcionarem complementaridade e o melhor funcionamento quer a nível zonal, quer na totalidade do perímetro urbano; sem se olvidar a envolvente rural.

Infelizmente o planeamento de Aveiro considerado na sua verdadeira, racional e necessária dimensão, jamais foi preocupação dos autarcas dos últimos 34 anos; para nos cingirmos só ao período pós 25 de Abril de 1974; qual data fetiche para muitos democratas das novas vagas que, desconhecendo o que houvera antes, teimam - e se deslumbram - em considerarem que nestes 34 anos é que aconteceu progresso em Portugal.

Neste ponto - e por que estamos à vontade para o dizermos relativamente ao regime do Estado Novo de que temos más recordações e que, sobremodo, bastante nos prejudicou – há que abrir um parêntesis e notar duas coisas:

- Primeira, o desenvolvimento de Portugal nestes últimos 34 anos deve-se aos financiamentos da União Europeu que, pela sua fartura, quase obrigavam as autarquias a fazerem obras para aplicar as verbas que lhes estavam consignadas. Nestas andanças da Administração quando há dinheiro facilmente surgem e se evidenciam os grandes artistas que, espertos como manhosas ratas de sacristia, não deixam os seus pessoais “créditos” por mãos alheias.

- Segunda, nas décadas de 50 a 70, sem auxílio estrangeiro, o regime promoveu grandes progressos nos meios rurais e urbanos por força das aplicações dos Planos de Fomento trienais; os quais, todos os anos sofriam actualizações consoante as indicações dadas pelas câmaras municipais. Através deles construíram-se escolas, arruamentos, estradas, redes de esgotos de águas pluviais e residuais domésticas, de abastecimento de água, de electricidade, cemitérios, igrejas, hospitais, estádios, quartéis de bombeiros, edifícios públicos como sedes de juntas de freguesia, os grandes empreendimentos hidroeléctricos (barragens do Castelo de Bode, Bouçã, Cabril, Picote, Caniçada, etc.) pontes (como a actual 25 de Abril, Arrábida, Vila Franca de Xira, etc.) dispersas por várias parcelas do continente e ilhas adjacentes (Madeira e Açores).

Isto, nesta crónica, referido pela razão de haver muito descaramento e bazófia da parte de gente que, na ignorância do passado - o tempo da ditadura salazarista (“democracia orgânica”) - que precedeu a actual ditadura maçónica (democracia formal, sem expressão real no colectivo dos cidadãos), se atreve, sistematicamente, a condená-lo com acinte, sectarismo, chegando ao ponto de negar as realizações das obras públicas e, em contraposição, nos “massacra” com o auto-elogio e a exaltação de predicados nem sempre existentes no actual sistema e no mundo dos gestores da Administração Pública. Claro que o regime salazarista teve muito de péssimo. Mas apontarmos a faceta terrível da política do Estado Novo, sofrida pela maioria dos portugueses, não inviabiliza o reconhecimento de algumas práticas de nítido interesse público, como sucedeu no sector das Obras Públicas e na área do Poder Local; onde, por exemplo, se distinguiram autarcas que imprimiram marcas indeléveis das suas enormes capacidades de visão estratégica para as suas cidades, como o Eng.º Duarte Pacheco e António Maria Santos da Cunha, respectivamente presidentes dos municípios de Lisboa e Braga em determinados períodos da vigência do Estado Novo.

Esta anotação reforça-se na circunstância de já não haver pachorra face a tanta pesporrência de muita rapaziada que anda por aí, constantemente, a encher a boca com as virtudes do Poder Local da actualidade que - diga-se - não sendo poucas, também não são de tal modo abrangentes que inibam a verificação de que incompetência e podridão nele permanecem instaladas.

Esclareça-se que as precedentes observações algo lisonjeiras sobre o Estado Novo não desculpabilizam o enorme atraso do País em diversos domínios, relativamente aos países europeus, devido às políticas retrógradas do ditador Salazar. O que foi executado ao abrigo dos Planos de Fomente mais não representou que uma tentativa de recuperação e ajustamento às contingências imperativas e decorrentes da evolução do espaço europeu que, rapidamente, evoluía de um estádio de destruição e miséria em 1945 (termo da segunda grande guerra mundial) para uma florescente situação de progresso e bem-estar social.

(Continua a terceira parte na crónica da próxima terça-feira)


domingo, abril 06, 2008

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Aqui as “Marcelices” da semana.

Sempre mais do mesmo.

O professor Seixa é persistente

Talvez uma questão de mau feitioQuem sabe?

Com os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

“Marcelices”…

Do Prof. Seixa *

*Às vezes, designado Prof. Sousa.

Para quem não saiba, informamos que “seixa” é uma espécie muito apreciada de pombo bravo, esquivo, também chamada “sousa”, que não dispensa a conhecida variedade de fruta manga, vulgo “rebelo”.

Trata-se de um pombo traquinas de aspecto simpático que, todos os domingos, à noite, num programa televisivo, arrulha com desenvoltura e trejeitos que fazem as delícias da interlocutora.

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

DESGRAÇA CULTURAL

Soma e segue

Com a devida vénia transcrevemos algumas “notinhas” reveladoras da desgraça cultural” que é o “BLOGUE” escrito pelo Prof. Seixa no semanário do arquitecto-jornalista José António Saraiva.

Leiam e deliciem-se

“DÚVIDA. É bom ou mau não gostar de fazer anos? Para mim, é mau. Mas há gente muito inteligente que pensa o contrário… De todo o modo, parabéns!”

Nosso comentário:

Terrível dúvida! Neste mundo cão só nos faltava esta para chatear a malta…

O professor diz que “é mau não gostar de fazer anos”. Os leitores que adivinhem porquê. Sobretudo ponham-se a pau com aquela história dos inteligentes que pensam o contrário do anotador de serviço…

“De todo o modo, parabéns”? Para quem? Para si próprio? Para os outros?

Em todo o caso uma dúvida que deixa Portugal aturdido dada a sua extraordinária relevância…

E se falhar alguma coisa no “modo” que, claro não o preencherá integralmente, o que fazer? Os parabéns persistirão?...

“GRAVAÇÂO das “Escolhas de Marcelo”. Por uma vez, feita no sábado, depois do Telejornal. Flor Pedroso parte para Moçambique, amanhã, às 7 horas (da manhã). Para cobrir visita presidencial de Cavaco Silva”.

Nosso comentário:

Uma notícia importante a vários títulos. A saber:

- Marcelo fez gravação excepcional, no sábado e logo… depois do Telejornal. Grande valente!

A Flor partiu às 7 horas (da manhã). Atente-se ao requinte do pormenor da informação: da manhã - não fosse algum idiota pensar que teria sido às 19 horas. Pior: a Florzinha ter-se levantado muito cedo para tomar o avião madrugador.

A sorridente Flor foi para Moçambique para cobrir o quê? A visita presidencial. Espera-se que faça boa cobertura a contento geral…

“PENA tenho eu. De não ir, também. Lá estarei em Setembro, a dar aulas de doutoramento. Mas ainda faltam cinco meses.

Nosso comentário:

Esta “notinha” vale muito. Poucas vezes com 21 palavras se terão dado tantas e importantes dicas do maior interesse nacional…

Porquanto:

- o professor Seixa teve pena de não ir a Moçambique;

- de não ter feito a viagem na companhia da Flor (o que se subentende);

- lá, em Moçambique, estará em Setembro;

- a fazer o quê? A dar aulas de doutoramento. Um esclarecimento oportuno…

- Cmo se tudo o que foi escrito ainda fosse pouco o professor ainda se dispôs a, generosamente, nos ensinar que “ainda faltam cinco meses”.

Certamente que os portugueses ficaram gratos pela lição.

Lição inestimável numa era em que poucos indígenas sabem a tabuada.

Daí o cuidado do Mestre…

Para terminar, afirmaremos que dá pena saber da pena do Prof. Seixa.

Por isso todos os leitores que tiveram o azar de ler “A DESGRAÇA CULTURAL” estarão com pena do seu criador, o famoso professor.

Enfim, pela amostra aqui exposta se avalia a qualidade da “DESGRAÇA CULTURAL”.