Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Relembrando

Um acontecimento insólito

Decorria o ano de 2006. E numa certa data (neste momento, esquecida), em Aveiro, nas instalações do centro universitário (CUFC), o consagrado jornalista José Carlos Vasconcelos apresentou uma dissertação sobre a informação e a desinformação em Portugal.

Ao tempo, considerando que o acontecimento fora um atrevido e incrível devaneio pessoal do conferente e uma infeliz iniciativa da entidade promotora, escrevemos uma crónica em harmonia com a natureza do tema. Também, focando a experiência do interventor no âmbito da censura praticada em Portugal.

Atendendo ao facto de a situação da Comunicação Social e do sector editorial continuarem a degradar-se e de a censura se exercer de várias e indecentes formas – o que, geralmente, passa despercebida do público - importa manter viva a informação e o conhecimento da sua existência e, até, da identidade dos cidadãos que a praticam sem darem a cara.

Portanto e em comemoração da data do acontecimento de Aveiro, republicamos o nosso trabalho.

Um texto sem tabus…

O ACONTECIMENTO, O JORNALISTA, O EXEMPLO…

Brasilino Godinho

O acontecimento teve lugar há dias numa sala de uma instituição católica (CUFC) do burgo aveirense – melhor dizendo: no campus universitário. Tratou-se de uma sessão promovida por uma tertúlia não identificada que tinha como tema de agenda a audição de uma conferência sobre a informação e desinformação em Portugal. A palestra sapiencial esteve a cargo do jornalista José Carlos Vasconcelos. Atendendo ao local do evento é de crer que este conhecido pregador, de Lisboa, tenha vindo a Aveiro investido numa missão evangelizadora… Em nome de que irmandade religiosa ou afim? Não se sabe! Mistério… Adiante!

Pelo que li, a assistência ficou encantada. Não era para menos, se considerarmos os predicados da doutoral figura e a circunstância de ser o grande progenitor, o grande mentor, o grande impulsionador, das “capelinhas” intelectuais de Lisboa e de outras selectas ambiências citadinas; nas quais, proliferam os inúmeros amigos e confrades que, por decorrentes (e dependentes) dos anelantes impulsos e por abençoada mercê da mãozinha protectora estendida pela simpática criatura, se vão empoleirando no alto poleiro da pré-fabricada, bastante seleccionada, muito estabelecida, acintosamente imposta e firmemente regulada, moderna literatura portuguesa. E assinale-se que tais íntimos companheiros, amigos e irmãos, convenientemente solidários entre si, vão generosamente repartindo as esmagadoras edições, as célebres promoções em Portugal e no estrangeiro, as festejadas reputações e os cobiçados prémios literários. Um fartote de discretas acções e de fantásticos resultados…

Imagino a riqueza da exposição do conferencista José Carlos Vasconcelos e a profundidade com que ele abordou o assunto. O conhecimento da matéria, a facilidade de exposição das ideias e dos conceitos, o relato das evoluções operadas na imprensa escrita, nas rádios e nas televisões, as interpretações dos factos e as análises dos sentidos das orientações políticas e programáticas, a altivez posta nas modulações da voz, nas expressões faciais e nos gestos elegantes, a vivacidade, talvez, até, o tom dramático com que haverá sublinhado as passagens mais impressivas e exaltantes da oração, ter-se-ão conjugado num crescendo que, certamente, terá arrebatado os assistentes ao ponto de os levar ao êxtase. Estou “vendo” a cena. E a observar a assistência rendida ao verbo e à roupagem com que o famoso cavalheiro, embelezou o “discurso” e deu luzimento ao negrume da noite.

Mas onde o Dr. José Carlos Vasconcelos se excedeu a si próprio e a todas as manifestações de talento, de fulgor e de objectividade, ali expendidas, terá sido, atrevo-me a conjecturar, naquele inesquecível momento em que ele, inspirado no desprendimento total do seu ego e num assomo de invulgar afirmação da insuperável seriedade intelectual e da expedita coerência que lhe são publicamente reconhecidas, lembrando-se, repentinamente, que estava em Aveiro - e a título de demonstração inteligente como se faz desinformação e censura - terá explicado à plateia os termos, em que, sob sua responsabilidade como director do JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, foi exercida, no quinzenário que dirige, a censura à obra “A QUINTA LUSITANA – O “ESTADO DE TANGA” E… ALGO DEMAIS!”, da autoria do aveirense Brasilino Godinho. E sem entrar em pormenores – para não entediar os assistentes – o inefável jornalista, José Carlos Vasconcelos, ter-se-á limitado a referir que tendo o autor, Brasilino Godinho, pago dois anúncios sobre a obra, de meia página, no seu jornal, tempos depois lhe foi oferecido, a ele, director, um exemplar do livro e outro ao editor do seu quinzenário (como é procedimento habitual dos autores e editoras) e que, em retribuição de fina expressão educacional, não só (um e outro) não comunicaram a recepção dos livros, como nem, num simples cartão de visita, agradeceram a oferta. E, com ênfase, terá acrescentado que nem numa pequena nota de rodapé de página foi inserida no JL qualquer notícia do lançamento da obra na Sociedade Portuguesa de Autores e na Biblioteca Municipal de Aveiro, ou sobre a existência do citado livro. O que teria acontecido porque o director Vasconcelos e o editor Silva sentenciaram que tal obra deveria ser censurada. Nem disse porquê tal julgamento. Não obstante, convenhamos que seria exigir demasiado ao ilustre orador… Sejamos compreensivos. Se algum dos assistentes insistisse neste ponto poderia ter ocasionado uma situação embaraçosa para o insinuante cavalheiro. Quão confrangedor não seria ouvi-lo repetir: Não me comprometam!… Não me comprometam!… Pois!... Aqui entre nós, até entendemos que a censura praticada pelo director José Carlos Vasconcelos tenha correspondido a hábitos instalados na vida do quinzenário. A qual, censura, teve a ver com o facto daquele jornal de letras o ser - democraticamente falando… - só de certas letras, adornadas e autenticadas com as chancelas de garantia de gentes amigas e fraternas…

Dito isto, suponho que, naquela altura da sintomática revelação, alguns presentes bateram palmas. E então, alguém terá ficado na dúvida: Os cidadãos aplaudiram as acções de censura e deseducação dos jornalistas obsequiados, José Carlos Vasconcelos e Rodrigues da Silva? Ou festejaram a humildade do palestreiro, cidadão José Carlos Vasconcelos ao referir-se às atitudes censórias e deselegantes do jornalista José Carlos Vasconcelos?

Pelos vistos, ficou demonstrado que o conferencista José Carlos Vasconcelos procurou ilustrar com a sua experiência pessoal como se processa a sacrílega censura nos órgãos de comunicação social deste País, dando valioso testemunho de si próprio. Ficou-lhe bem… Aí está uma referência para a história do jornalismo português.

Outrossim, o conferencista José Carlos Vasconcelos quis correlatar a essência da desinformação e a substância da censura que, praticadas à sorrelfa, geralmente, escapam à observação e entendimento do grande público.

Neste ponto, caio em mim. Interrogo-me: Estive conjecturando – e acertei - sobre o reconhecimento da maldade, por parte do respectivo protagonista? Ou as coisas, no decorrer da conferência, não se passaram como acabei de as descrever?

Em qualquer caso, haverá que extrair conclusões da lição facultada pelo portentoso José Carlos Vasconcelos. Precisamente, alguém detentor das seguintes qualificações: conceituado jornalista; distinto director de jornais; indispensável coordenador geral de revistas; insuprível comentador de televisão; enternecedor amigo de José Saramago; entusiástico publicitário da qualidade de “genial” e do poder do “génio” Saramago, prémio Nobel de Literatura; diligente fundador do “O Jornal” (neste caso, desinfeliz, mal sucedido); celebrado escritor; aplaudido poeta e virtuoso pregador.

Igualmente, se deixa à consideração dos leitores o descrito exemplo da censura praticada pelo cidadão José Carlos Vasconcelos, director do JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias.

Para esclarecimento do público aqui se evidenciou a existência da Censura em Portugal.

Ela é praticada por muitos que apregoam a liberdade de pensamento e de expressão e o seu apego aos valores democráticos e cívicos e, no entanto, sem pudor, renegam-nos quando no exercício das actividades profissionais.

À atenção dos leitores – A questão da censura, ora suscitada, engloba três componentes: a censura propriamente dita, a presente crónica e a apreciação do livro por parte dos leitores. Das duas primeiras, os leitores ficam cientes. Quanto à terceira, recomendo aos leitores que leiam “A QUINTA LUSITANA”.

A seguir, proponho que se interroguem sobre os seguintes pontos: A obra está mal escrita? A obra é sectária? A obra não é oportuna face à situação que aflige os portugueses? A obra não é imparcial? A obra não trata de assuntos do maior interesse e actualidade? O contexto da obra não está expresso numa linguagem acessível? A obra falseia os dados da história portuguesa desde o 28 de Maio de 1926 até à actualidade? A obra não tem qualquer importância para os portugueses? A obra, se da autoria de um frequentador das “capelinhas” de Lisboa teria sido ignorada, bloqueada, escondida e rejeitada pelo JL, pelos jornais nacionais de Lisboa e pelas televisões? Os portugueses devem ser impedidos de a conhecer? De a ler? De a julgar? Por que razão em algumas livrarias ela foi escondida e negada a sua existência aos clientes que a procuravam? Porquê tanto receio da obra “A QUINTA LUSITANA”? Quem tem medo da obra? Leitores, digam-se a si mesmos, porquê tanto rancor sobre a obra e o autor?

Repito a chamada de atenção aos leitores: Procurem ler “A QUINTA LUSITANA” e depois tirem conclusões sobre as três componentes da questão aqui colocada.

terça-feira, janeiro 29, 2008

“Marcelices”…

Do Prof. Seixa *

*Às vezes, designado Prof. Sousa.

Para quem não saiba, informamos que “seixa” é uma espécie muito apreciada de pombo bravo, esquivo, também chamada “sousa”, que não dispensa a conhecida variedade de fruta manga, vulgo “rebelo”.

Trata-se de um pombo traquinas de aspecto simpático que, todos os domingos, à noite, num programa televisivo, arrulha com desenvoltura e trejeitos que fazem as delícias da interlocutora.

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

A quando do período de Natal e Ano Novo escrevemos sob esta rubrica o seguinte: “Estamos em época de Natal. Convida à pausa. À serenidade. Às festividades. À contemplação das coisas simples. E à meditação”. Poderíamos ter acrescentado que também seria de aproveitar para retêmpera do autor. O que vinha no momento preciso.

A propósito e valendo como confirmação da justeza do reparo, na semana transacta recebemos uma mensagem de um leitor desconhecido que perguntava se as Marcelices se tinham extinguido. Demos a resposta que a seguir reproduzimos.Infelizmente elas reaparecem todas as semanas no famigerado “Blogue”, escrito pelo Prof. Seixa. Aqui, neste meio tempo, não trazidas à colação porque decidimos afastar-nos delas durante alguns dias. Por uma complicada razão: estávamos a ficar enjoados”. Impusemo-nos um período de profilaxia a que associámos rigorosa prática de higiene mental com vista a rápida recuperação. A quadra natalícia facilitou o tratamento e a inerente cura.

Em abono da verdade e como referência ao perigo que se depara na abordagem das “Marcelices” existe sempre latente a possibilidade de inoportuna recaída, dada a natureza maléfica da matéria constante na aludida peça marcelista. Não havendo vacina e porque o interesse público e os deveres de cidadania impõem um acompanhamento atento e crítico, submetemo-nos, resignados, às contingências da sorte nos proteger ou aos infortúnios das forças do mal nos maltratarem e, eventualmente, nos tolherem.

Para não fugirem à regra seguida pelo Prof. Seixa, as marcelices de sábado, dia 28 de Janeiro de 2008, incluíam um extenso rol de bisbilhotices e notinhas ridículas que, de todo, confrange ler.

Damos breve síntese e pequena amostragem para não enfastiar o leitor. Dentro daquele princípio de não desejar ao próximo aquilo que nocivo é para nós.

“CRISTO-REI Casamento de filho de grande amigo da Universidade, noite fora, junto ao Cristo-Rei. Vista espectacular sobre Lisboa. Jovens, muitos e muito animados”.

Nosso comentário: Em primeiro lugar, de realçar que o “filho” sendo “de grande amigo da Universidade” (qual?) poderá ser de pequeno amigo ou simples conhecido de vista do professor. Vá lá saber-se Outra nota importante e rara: o facto do casamento ter sido noite fora, junto ao Cristo-Rei. E nós a julgarmos, pela ordem natural das coisas, que teria sido noite dentro Quiçá a recato numa residencial, ali pertinho do Cristo-Rei Singularidades que acontecem quando o Prof. Seixa anda por perto. Ele tem um certo condão para as confusões nos jantares e… não só.

Depois, onde está a novidade? Se os jovens, previsivelmente, se excederam nos copos claro que estariam “muito animados”.

“EUROSOL Saudades. Já lá não ficava há séculos. Um hotel que aguentou bem os anos”.

Nosso comentário: Quem diria O professor leva séculos de existência. Pelos vistos não foi só o hotel que aguentou bem os anos. Em contraposição nós, muitas vezes, aguentamos mal o professor. Azar nosso. Também nossa penitência

BOLSAS Entretanto, Bolsas (outras e nossa) no fundo.

Nosso comentário: Sua Bolsa no fundo? O professor está a brincar com a malta. Até parece um discípulo de Maquiavel. Tenha dó do Zé-Povinho!

Pensando de viés: E se o professor a perdeu no fundo do mar que banha as praias brasileiras por onde, recentemente, andou e se banhou? Se foi o caso, então está certo Mas convenhamos que mais uma vez estabeleceu a confusão

E como “retrato” da desgraça cultural, designada “BLOGUE”, chega para afligire lamentar.

Um texto sem tabus…

UMA “DESGRAÇA” ANUNCIADA…

OU A SALVAÇÃO DA GREI?

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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01 – A história da corrupção em Portugal está muito mal contada. Não melhor é a desatenção que lhe dispensam os detentores dos poderes local, central e as instituições mais representativas da sociedade.

Corrupção é uma palavra maldita que carrega uma carga pejorativa junto de algumas camadas da população mas que não representa nada de especial e de incomodativo para quem dela usa e abusa. Andam por aí muitos indivíduos de variadas espécies e estatutos usando colarinho branco assente sobre camisas com punhos de renda, trajando impecáveis fatiotas de corte inglês, calçando bonitas luvas brancas, ostentando excelente posição social, praticando graciosas maneiras de estar, expressando-se maviosamente com falinhas mansas, alguns deles creditados como devotos fiéis das sacrossantas irmandades, ilustres praticantes de muitas indulgências, quase exclusivos, avençados, frequentadores assíduos das televisões onde debitam piedosas generalidades, analistas bem remuneradas dos jornais nacionais, empenhados em passar, exaustivamente, as bacocas mensagens dos seus clãs; os quais, sem vergonha ou pesadelo, convivem alegremente com ela (corrupção) e com aquilo que representa. Também nela se contemplam com recato e reserva de encobrimento. Normalmente, não sentem embaraços na sua prática ou receios de serem apanhados nas suas malhas. Os indivíduos que da corrupção fazem pontual exercício e, aqueloutros, dela prosseguem modo de vida, possuem arte e engenho de apurado recorte funcional e não se deixam ceder à tentação de a exibir com aparato publicitário. Por natureza intrínseca são “modestos” e “discretos”. Verdadeiros artistas da simulação e do disfarce, sabem rodear-se dos máximos cuidados preventivos. Ademais, “egoístas” e “zelosos” das suas intimidades, comodidades, imunidades, cumplicidades e reputações de irrepreensíveis condutas, não ousam correr riscos de incómodos e aborrecimentos, eventualmente, suscitados pela exposição pública. Assim precavidos estão a coberto da Justiça e das atitudes reprovadoras dos seus semelhantes mais propensos ao respeito de valores e princípios que hoje estão ultrapassados por obra e (des)graça dos espertalhaços e oportunistas que tomaram conta da quinta lusitana.

E, também, porque não se espera que os corruptos se dêem ao desplante de chamarem as autoridades para serem testemunhas idóneas dos actos ligados às jogatinas de perversão, do suborno e da sedução, por si praticados, aceita-se sem esforço que a corrupção seja um fenómeno de características mui específicas, circunscrita a espaços bastante reservados de acesso obrigatório através de santo-e-senha, vedada à curiosidade mórbida dos zeladores e policiais da moral e dos bons costumes. Por tudo isto enunciado, a corrupção nunca será de fácil detecção factual. Embora se conheçam os indicadores da sua existência é sempre difícil à sociedade e aos cidadãos agirem eficazmente no sentido de ela ser demonstrada, testemunhada, punida e erradicada. Até porque as leis portuguesas estão habilmente cerzidas no sentido de complicar ou inviabilizar a rigorosa aplicação da justiça e, consequentemente, obter-se saldo positivo no combate que devia prosseguir com determinação pelas autoridades competentes.

Porém, as “autoridades competentes” revelam-se inaptas e desinteressadas. Igualmente vulneráveis a estranhas manobras de bastidores que as tolhem e as neutralizam nos seus cantinhos.

O que tem a ver com a circunstância de a luta contra a corrupção estar à partida bloqueada no patamar cimeiro do Estado. Bloqueio que “naturalmente” decorre do tráfico de influências estabelecido pela Franco-Maçonaria nas estruturas do Poder – uma circunstância que não é suposição nossa, mas realidade reconhecida e proclamada por três grandes mestres da “fraternidade” dos 33 graus hierárquicos que se revê em aventais, compassos, esquadros e na “sapiência” dos seus “sábios”.

Ora registando-se esta infiltração das organizações maçónicas na constituição dos governos e sendo elas fautoras de determinantes influências nas actividades da governação nacional a todos os seus níveis constituintes, faz sentido dizer-se que a corrupção em Portugal é um fenómeno que tem todas os dispositivos instalados para seguir em frente num “mar de rosas”, com a bênção do “Grande Arquitecto do Universo”. Portanto, sem estorvos e contrariedades.

Reiteramos: Estarem a Franco-Maçonaria e a Opus Dei cavalgando o Poder é afirmação de uma modalidade da corrupção existente.

A situação apontada é um tabu na nossa sociedade. As pessoas têm medo de citarem o papão maçónico. Mas impõe-se enfrentá-lo. O País degrada-se a cada dia que passa. As duas organizações internacionais que tomaram conta do País hão-se ser responsabilizadas pela actual situação da sociedade portuguesa. Todos temos de tomar consciência dessa exigência imposta pelos superiores interesses do povo português.

Reflexa desta realidade é a inoperância da Assembleia da República e a apatia do Governo sobre a matéria em causa. Aquela e este se desinteressaram da problemática ao ponto de ainda não ter sido elaborada e aprovada a lei sobre a corrupção, que foi sugerida por João Cravinho. A proposta deste ex-parlamentar foi expurgada de metade do seu conteúdo e a parte restante ficou em discussão interminável até que caiu no “esquecimento”. Entretanto, terá sido posta numa gaveta de escondido armário localizado no sótão do Palácio de S. Bento... certamente na esperança de que o caruncho a extermine.

02 – Há anos que vimos traduzindo em crónicas a percepção nuns casos e noutros a certeza da amplitude da corrupção em Portugal. Isto antes do tempo em que Cavaco Silva, chefe do Governo, foi à Assembleia da República declarar, em tom agastado, que não havia corrupção em Portugal e se levantaram coros a vociferar: Provem! Provem! Provem! Numa demonstração da velha esperteza saloia a dar-se ares de sua proverbial insensatez.

Nos meios de comunicação social de Lisboa e Porto faz-se vista grossa sobre o assunto. Inclusive: sem se aprofundar a análise do caso gravíssimo do Banco Comercial Português (BCP).

Na sexta-feira, 25 de Janeiro de 2008, o bastonário da Ordem dos Advogados fez declarações à Antena 1 sobre a corrupção no Estado. Repare-se no seguinte excerto: “Existe em Portugal uma criminalidade muito importante, do mais nocivo para o Estado e para a sociedade e andam por aí impunemente alguns a exibir os benefícios e os lucros dessa criminalidade e não há mecanismos para lhes tocar. Alguns até ostensivamente ocupam cargos relevantes no Estado”.

Na noite do mesmo dia, António Marinho Pinto foi entrevistado ao telefone pela SIC enquanto decorria o “Jornal da Noite”. Voltou a repisar o mesmo assunto. E a pedir um inquérito parlamentar. Aqui, meteu água. Então os deputados iam investigar-se a si próprios e emitirem juízos sobre as suas condutas? Que desconforme ingenuidade! Deixou-nos atónitos.

No estúdio, dois parlamentares: um, advogado, do PS; outro, advogado do PSD. Solicitados a darem opinião, foram unânimes na censura das palavras do bastonário da Ordem dos Advogados. Sobretudo, incomodados pela “perigosa generalização das acusações a toda a classe política”. E preocupados, não tanto com a existência da corrupção – “que sempre houve e continuará a existir” - advertiram que qualquer dia não haverá políticos e deputados por que as pessoas não estarão dispostas a serem enxovalhadas. Nosso comentário: “Presunção e água benta, cada um toma a que quer”... E condescendemos: Os políticos do nosso circo político se não existissem tinham que ser inventados Apesar das desastradas formas de actuação, divertem-nos. Com o grave senão dos grandes estragos que provocam no seio da sociedade.

Claro que os ilustres deputados nem sorriram. Pelo contrário, mostraram-se muito sisudos. Pelos vistos, são incapazes de aperceber que os maus procedimentos de bastantes políticos provocam o crescente descrédito que atinge toda a classe.

Pela nossa parte, ao ouvir aqueles dois parlamentares deu-nos vontade de rir.

Segundo uma recente sondagem do Instituto Gallup para o Fórum Económico Mundial só 7% dos portugueses têm confiança nos políticos e 49% consideram os mesmos como desonestos. É evidente que nem a todos os políticos encaixam os epítetos de incompetentes e de corruptos. Todavia, nem a todos que se excluem desse rol de má fama se conhecem atitudes firmes de repúdio das desacreditadas companhias. É a velha história de quem sabe, cala e consente, não fica bem na fotografia do grupo.

Visto, lido e considerado, dá para pensar: E se os políticos que temos fossem à vida e nos deixassem em paz? Seria uma desgraça? Uma bênção do Criador?

Provavelmente, a salvação da grei

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Junto as SARAIVADAS de 26 de Janeiro de 2008.

Tratam das constantes preocupações de Saraiva com o PSD. Agora, centradas nos atrevidos comentadores que beliscam o partido alaranjado; o qual, ingrato, resiste - de forma irresponsável - a “abrigar-se” sob a asa protectora da conhecida pomba cinzenta ”aquecida” pelo SOL.

Os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

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Tema: SARAIVA CONTEMPLANDO-SE “NAQUILO QUE NÃO INTERESSA NADA”…

A invulgar personalidade lisboeta, identificada pelo nome, sobrenome e apelido de José António Saraiva, arquitecto-jornalista e director do semanário que ostenta título de estrela, continua empenhado em meter o PSD na devida ordem; qual seja a que considera mais adequada para a recuperação em todas as vertentes da estrutura do partido: institucional, artística, piramidal, operativa e guerrilheira, que o leve - de novo - a colocar-se no poleiro do Estado.

Saraiva, que se mantém igual a si próprio, está preocupado com a situação. Por isso não perde oportunidade de convocar os dirigentes daquele grémio partidário para os complexos trabalhos e procedimentos que julga mais adequados a tal desígnio.

Esta semana Saraiva “aponta o dedo aos comentadores” e diz não perceber porque Menezes e Santana (a interessante parelha de avançados da grande área laranja) “insistem em bater numa tecla que mostrou ter tão funestas consequências”. Depreende-se que Saraiva considera que o caso do Marcelo e TVI originou a queda do irrequieto Pedro Santana Lopes do cadeirão do Poder – “a tão funesta consequência” que pôs muita gente de luto pesado

Logo neste trecho do escrito “Comentadores” se percebe que Saraiva para além de não perceber aquilo que nem Menezes e Santana percebem, também ele nem percebe as razões porque não percebe. É um bocado complicado de perceber e de explicar.

Não obstante e pelo motivo de Saraiva se desligar da embaraçosa questão, igualmente aceitamos encará-la de frente. Assim entendido que Saraiva estava enfrentando-a ao viés e algo contrafeito.

Bem considerando, registamos que Saraiva é de opinião que os comentadores televisivos prejudicam o PSD. E acrescenta: “Portanto, o PSD tem razões para se lamentar”. Lógico e intuitivo.

Depois, Saraiva expõe com clareza três pontos de vista que devem merecer a melhor atenção dos leitores. Passamos a transcrever:

“Um comentador que diga o óbvio não interessa nada”. E o óbvio dito por um comentador não óbvio “não interessa nada” – anotamos…

“Um comentador que repita o discurso oficial de um partido não interessa nada”.

Comentadores como Vitorino e Coelho, que fazemos notar serem dois distintos maçons, “acrescentam pouco ou não acrescentam nada ao que já se sabe”. Pudera! Eles sabem muita coisa, mas sobra-lhes (ou pesa-lhes) uma coisa que os traz vergados e lhes cerceia o pio: a discrição Aliás, ficar sem pio é próprio da espécie, da natureza da condição, do fervor da devoção aos símbolos e da sujeição às obrigações da obediência à “fraternidade” – independentemente de estarem ou não estarem as quotas em dia

Pela nossa parte e para rematar, permita-nos o arquitecto-jornalista um reparo: Muitas vezes o comentador Saraiva escreve crónicas que - pegando-lhe na expressão que utilizou repetidamente - não interessam nada.

Mais, parafraseando-o: para perceber isto seria importante que fossem independentes quer o articulista, quer as texturas dos artigos

Aqui, no contexto inserido e pela natureza da matéria exposta, Saraiva percebe?

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Junto uma crónica sobre as grandes realizações do Governo.

Com os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

Um texto sem tabus…

O GOVERNO ESTÁ ATENTO…

E CONVERGE…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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Há pouco tempo escrevemos uma peça que intitulámos “A política de terra queimada e de tenebrosos intuitos…”. Nela expendemos considerações sobre a política do Governo e o estado da Nação. Certamente reflectindo a análise - que nos parece razoável - sobre esses candentes assuntos da nossa vida colectiva.

Hoje surgiu-nos a ideia de fazer a abordagem dos mesmos temas mas pelo lado contraditório – o reverso da medalha. Ou seja: pela perspectiva dos que aplaudem ou beneficiam com o statu quo e a aplicação da política prosseguida pelos actuais governantes.

E para começar nada mais apropriado que trazer à lembrança a imperativa determinação do ilustre maçon António Vitorino, lançada frente às câmaras das televisões, no início da actual mandato governamental: Habituem-se!

De facto, a habituação tem acontecido no pequeno mundo lusitano. Quer da parte dos indígenas, quer da parte dos detentores do poder. O que se compreende. Tenha-se presente que uma ordem da “fraternidade” dos aventais, do triângulo e do compasso, é para ser seguida à risca. Ai de quem tenha a veleidade de oferecer resistência, se armar em espertinho ou que negligencie a obediência. Os “irmãos” não brincam em serviço, nem são dados a chalaças. As amizades não contam. Desconhecem o riso. As caras são de poucos amigos. Estão, permanentemente, desconfiados dos profanos. Parecem estar sempre chateados. Talvez que os ambientes soturnos das “lojas” e as atmosferas poluídas das oficinas, contribuam para deploráveis estados de alma.

Abstraindo considerandos haja a certeza que todos, obreiros e profanos, têm que se sujeitar às ordens da “fraternidade”. E quem “descarrila” comete um grande delito. Está a “meter-se” com a “potência” – irmandade dos “pedreiros-livres” (ou serão pedreiros cativos intramuros dos misteriosos templos?).

Certamente há por aí muita gente que se lembrará da célebre ameaça feita pelo inconfundível maçon Jorge Coelho. Disse ele, parafraseando uma máxima ouvida nos cenáculos das “lojas”: “Quem se meter com o PS leva”. E isto não é música que soe bem aos ouvidos dos estranhos às coisas e loisas das “oficinas” e das “lojas” Além de acarretar temores e perigos não negligenciáveis.

Portanto, uma das facetas mais evidentes que decorrem da actuação do grupo de dirigentes chefiado por Sócrates é a do respeitinho que foi sendo imposto à malta e muitíssimo se confunde com o medo nela inculcado ao logo do tempo e por meios ora subtis, ora demasiado ostensivos.

Aliás, o medo é um factor constante há séculos instalado no seio da comunidade portuguesa. Mais se enraizou com a ditadura do Estado Novo. Nos dias que correm o pavor das represálias, das perseguições, dos bloqueios da mais variadas formas e grandezas, agravou-se de tal forma que nem verdadeiramente se terá consciência da sua extensão e profundidade de penetração nos diversos sectores da sociedade. Com uma enorme agravante: na ditadura do Estado Novo havia um rosto - Salazar. Na vigente ditadura maçónica ninguém dá a cara. O povo ignora a identidade dos “senhores cinzentos” – citados pelo falecido Prof. Sousa Franco – que, efectivamente, definem o rumo do Pais, elaboram as leis e determinam as orientações políticas que fielmente o Governo (seja o de Sócrates ou outro qualquer) cumpre. “Senhores cinzentos” que são os donos de Portugal.

Neste quadro, devidamente limitado, o governo em exercício e as oposições desempenham o seu papel de partirem pedra e de efectuarem leituras atenciosas, venerandas e obrigadas, das “pranchas” que lhes são distribuídas.

Em vista disso é com base no enquadramento das orientações que lhes são presentes, com os resultados conseguidos e beneficiando das facilidades proporcionadas pelo ambiente de sofrimento e resignação geral que foi sendo criado e mantido, que os actuais governantes estão em condições de mostrarem os “bons”serviços. E que folha de serviços

Vejamos.

Primeiro êxito, como atrás se referiu, o estado de espírito de indignação, revolta e desespero, paredes-meias com o baixar dos braços dos cidadãos por convencimento de impotência e de inutilidade de esforços face aos poderosos indivíduos, anónimos fautores da desgraça que atinge a população portuguesa. Depois, outro sucesso: desbravado o terreno, consolidada a ideia de habituação ao sistema, aos abusos e às arbitrariedades, abriu-se o caminho às grandes realizações governamentais.

Delas, fazendo uma síntese, apontam-se: o triunfal desenvolvimento dos processos de encerramentos das maternidades, das urgências dos hospitais, dos centros de saúde; a concretização do desmantelamento das redes escolares do interior; a sucessão de partos nas “melhores condições de qualidade” dos serviços prestados por improvisados bombeiros-parteiros nas estradas ou por passageiros nos comboios; a rápida evolução das oportunas mortes de idosos e pensionistas por carência de meios materiais, falta de tratamentos clínicos e escassez de medicamentos; a edificante arrumação de doentes em perigo de vida nos corredores dos hospitais com a vantagem de alguns, involuntariamente, se terem despachado para o campo do repouso eterno, assim descongestionando os serviços superlotados e aliviando o orçamento da Segurança Social; e, ainda, aquelas impressionantes confraternizações de enfermos e familiares sentados no chão de salas e corredores aguardando três, quatro e mais horas para serem observadas pelos clínicos.

As políticas avulsas, diversificadas e contumazes - de saúde, para facilitar as doenças e os falecimentos precoces de pessoas carenciadas; de finanças, penalizando a classe média e beneficiando os bancos e os grandes potentados; de economia, fomentando o desemprego, a estagnação do investimento e com o precário trabalho assentando na exploração da mão-de-obra barata; de selectivo desapoio ao funcionalismo público; de desagregação social que deu azo à elevação de rendimentos e nível de vida da classe possidente e ao incremento da pobreza e miséria de milhões de portugueses; de justiça, pautada pelas leis e aplicações desiguais para os cidadãos, conforme o lugar atribuível pela divisão por escalões de representatividade social; de deseducação e abandalhamento do ensino; de desvalorização da língua portuguesa; de facilidades aos tráficos de influências e ao aumento da corrupção – são as “grandes” realizações que distinguem a operacionalidade deste governo.

Se juntarmos o êxito da cimeira de Lisboa e a aprovação do Tratado Reformador da Comunidade Europeia, beneficiando da “muleta” de apoio e acompanhamento de Ângela Merkel, ficam assinaladas as grandes façanhas do Governo que, para bem de uns poucos e mal de muitos mais, desgoverna o País com aquele sentido de normalidade, eficiência e qualidade, que Correia de Campos, “grande” ministro da Saúde (ou da Doença?), não se cansa de apregoar.

De facto, que não de senso comum, o Governo embalado com a incontida ideia fixa de atingir o pleno desgoverno cumpre, afincadamente, os desideratos das duas organizações tutelares do Estado (Franco-Maçonaria e Opus Dei): quanto pior estiverem as condições de vida para os portugueses subalternos, melhor para os patrícios que integram a primeira e segunda classes da hierarquizada sociedade portuguesa.

Por conseguinte, registe-se:

O GOVERNO E O PS ESTÃO ATENTOS O PSD, PP, PCP, BE, TAMBÉM…

E CONVERGEM… Naquele certo sentido que todos percebemos qual é.

ENQUANTO ISSO, O POVO DIVERGE… AINDA QUE AMOCHANDO.


domingo, janeiro 20, 2008

Grupo dos Amigos de Olivença
www.olivenca.org

Comunicado

Reagindo à iniciativa do Grupo dos Amigos de Olivença que, no decurso da XXIII Cimeira Luso-Espanhola, levantou publicamente a questão de Olivença, o Senhor Primeiro-ministro, em entrevista à RTP, em 19-01-2008, veio dizer que o assunto «não foi discutido» na Cimeira (1).
Tal afirmação, que em si mesma nada traz de novo e só surpreende pela franqueza com que se admite e confessa publicamente uma prática política nada louvável, embora adoptada por sucessivos governos, deve ser sublinhada pela exuberância com que o Senhor Primeiro-ministro assume publicamente a existência do litígio, a sua relevância e a profunda perturbação que provoca no relacionamento político dos dois Estados.
No mais, a referência - aparentemente desdenhosa - à intervenção de tantos portugueses que em elevada manifestação de cidadania têm lembrando as responsabilidades que cabem ao Governo na sustentação dos direitos de soberania sobre uma parcela do território nacional, como fazendo «parte do folclore democrático», só pode ser entendido como um momento de infelicidade, decerto resultante da tensão a que o Senhor Primeiro-ministro estivera sujeito, traduzindo também alguma desatenção ou inabilidade políticas.
Aliás, não poderia ser de outra forma pois que, conforme afiançou recentemente o Senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, em carta dirigida a esta associação em 12 de Novembro, p. p.:
«O Estado português é rigoroso na prática de actos externos, quanto à delimitação constitucional do seu território, em observação do que estipula o artigo 5.º da Constituição: "1. Portugal abrange o território historicamente definido no Continente europeu [...] 3. O Estado não aliena qualquer parte do território português ou dos direitos de soberania que sobre eles exerce [...]". A política que o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem seguido, e as orientações que tem dado [...] tem sido de que nenhum acto, acordo ou solução em torno desta questão deve implicar o reconhecimento por Portugal da soberania espanhola sobre Olivença» (2).
O Grupo dos Amigos de Olivença faz notar que a sua actuação reproduz a posição político-constitucional portuguesa e, lamentando as palavras menos felizes e inapropriadas do Senhor Primeiro-ministro, reafirma a sua determinação em prosseguir os esforços que vem desenvolvendo pelo reencontro de Olivença com Portugal.

OLIVENÇA É TERRA PORTUGUESA!
VIVA OLIVENÇA PORTUGUESA!

O Presidente da Direcção

Lisboa, 20 de Janeiro de 2008.

(1) Pode consultar-se em : mms://195.245.128.30/rtpfiles/videos/auto/telejornal/telej_2_19012008.wmv (aos 27 min e 48 seg do vídeo)

(2) Pode consultar-se a Carta do MNE em: <http://www.olivenca.org/imagens/MNE_7905.pdf>

Incrível!

Inqualificável!

No telejornal das 20 horas de hoje, sábado, 19 de Janeiro de 2008, o chefe do Governo, José Sócrates, respondendo à pergunta de um jornalista sobre se na cimeira luso-espanhola fora discutida a questão de Olivença, disse: “Isso é folclore”.

Este homem não revelou sentido de Estado. Nem está a defender a dignidade de Portugal.

Enquanto o governo espanhol não perde oportunidades de reivindicar a posse do rochedo de Gibraltar actualmente sob soberania do Reino Unido e o Reino de Marrocos persistentemente reclama da Espanha a devolução de Ceuta e Mellila, os governantes portugueses demitem-se do dever patriótico de exigirem da Espanha o retorno de Olivença ao seio da pátria portuguesa.

Infelizmente a atitude de cobardia face à Espanha tem sido constante. Desde governos monárquicos, passando pelos governantes da primeira república, governos de Salazar, até aos executivos que se sucederam desde 25 de Abril de 1974, todos se têm curvado, subservientes, perante os governantes espanhóis. É uma vergonha nacional. Uma desonra do Estado de Portugal.

Teria sido por esta cobardia dos dirigentes políticos nacionais que o generalíssimo Francisco Franco nutria um soberano desprezo pelos portugueses e que, mesmo na hora da morte, ousou classificar-nos de gente cobarde?

Quanto aos actuais governantes comprazem-se em se confessarem amigos dos seus homólogos espanhóis e se assumirem como simpatizantes do Iberismo.

Esta é uma situação de renúncia, de servilismo e desonra que nos deixa envergonhados perante nós mesmo e os outros povos.

Uma infelicidade que resulta de estarmos mergulhados na “austera, apagada e vil tristeza”, citada pelo imortal poeta maior da nossa mui querida Língua.

Brasilino Godinho

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Ensaio sobre... religião

Autora: Maria Maia

O medo do desconhecido e principalmente o medo da morte, levaram o homem a criar diversos sistemas de crenças, cerimónias e cultos – muitas vezes centrados na figura de um ente supremo – que o poderão ajudar a ultrapassar o desconhecimento e questionar-se: o que é que estou a aqui a fazer ? Assim surgiram as primeiras formas de religião para superar, de um qualquer modo, esses medos e essas dúvidas suscitadas. O cristianismo, por exemplo, surgiu como uma religião monoteísta (fundada na revelação histórica de um deus único), cuja evolução histórica fez com que divergisse em três grandes ramos: a igreja católica, as igrejas protestantes e as igrejas ortodoxas, sendo que em todas elas há divergências do ponto de vista doutrinário. A mensagem de fraternidade do cristianismo invocava uma vida simples e moral aos seus seguidores (com promessas de imortalidade). Porém, assim não aconteceu ao longo dos séculos, e as mensagens de simplicidade, de moralidade, de fraternidade, de amor, de união entre os seres humanos, de amizade, foram perdendo “terreno”, dando lugar a palavras como “medo”, “egoísmo”, “ódio”, “individualismo”. Inicialmente, e na maior parte das vezes, as religiões, além de serem um “alívio do medo”, eram viradas para os indivíduos, como por exemplo, “não comer carne de porco”. Porquê? É um portador de doenças, quer para os judeus, quer para os muçulmanos.

Há dezenas de religiões no planeta terra (que se dividem em outros tantos grupos ou seitas, como lhes queiramos chamar) e, se analisarmos bem a fundo esta questão da religião, não há qualquer consenso no que respeita à veracidade dos ensinamentos de cada uma das religiões que se arrojam, em muitos dos casos, como “a verdadeira”, tomando essa questão como um dogma.

O falecido Papa (como representante da igreja católica) meteu-se na vida das pessoas que seguem o catolicismo e que se regem pelas suas regras, como se percebesse o que é a família quando, na minha opinião, não tem nada que se meter na vida das pessoas, porque ele vivia dentro de um palácio recheado de todo o conforto que muitas das pessoas que seguem a religião católica não poderão nunca ambicionar ter. Se ele fosse voluntarioso ajudava os seus semelhantes e não ostentava o luxo em que vivia. Pessoas como ele vivem de falsas moralidades, e não consigo entender como é que há pessoas que seguem aquilo que ele dizia e que era, na maior parte das vezes, uma imoralidade.

A religião católica, na pessoa do Papa, critica o uso de todos os anticoncepcionais, para que as pessoas possam evitar gravidezes indesejadas. Até parece que o uso, por exemplo, do preservativo é uma praga! Não é nada disso. O preservativo protege os seres humanos nas suas relações sexuais, nomeadamente quanto à transmissão do vírus da sida e da hepatite. Faz também criticas à união entre homossexuais, como se as pessoas estivessem a cometer algum crime – cada ser humano ama quem ama, e mais nada. Até já há uma frase muito simples para quem ama: “eu amo quem quiser”. O preconceito é também uma forma de racismo, e uma das coisas mais importantes nas relações entre os seres humanos é a expansão do amor e da tolerância. Sem estes dois conceitos, aplicados à realidade, a convivência torna-se muito difícil. Mas não, a igreja católica, na pessoa do Papa, dos padres, dos bispos, ... vê maldade em tudo, só que a maldade está nas cabeças obsoletas deles. E eles nunca prevaricam ? Nos Estados Unidos, e só a título de exemplo, calcula-se que um em cada vinte e cinco padres está envolvido em crimes de pedofilia (há cerca de 4.397 padres que são acusados de abusar sexualmente de pelo menos 10.677 crianças) !!!

A união entre um homem e uma mulher existe apenas para a procriação (se bem que hoje em dia as regras mudaram devido à inseminação artificial). Tudo o que se relacione com amor vem da componente cerebral. É, no fundo, uma atitude mental.

É muito fácil falar quem vive numa redoma rodeado de luxos estando fora da vida diária das pessoas. Por todo o mundo católico, desde a África à Ásia, desde a Oceânia à Europa, passando pelos países Americanos, milhares de famílias vivem com cerca de um euro por dia não podendo, assim, dar quer alimentação, quer as condições de higiene mais básicas aos seus filhos, quanto mais educação. Assim, sendo como é que o Papa discursa no sentido da proibição do uso do preservativo e da pílula para evitar gravidezes indesejadas nas mulheres cujos parcos recursos económicos são, em milhares de casos, insuficientes para dar de comer (que é o mínimo desejável) aos seus filhos? O Papa, como não procria nem pode ter uma mulher, não pode falar destes assuntos porque não irá assumir responsabilidades familiares, e como pelos vistos tem que ser celibatário, pode sempre criticar os outros seres humanos, lavando as suas mãos. Daí que eu entendo que ele não se deve meter na vida das pessoas no que respeita aos temas supra referidos. Aliás, a sua obrigação como ser humano responsável e de líder de uma seita é ajudá-los, abstendo-se de fazer críticas sobre o uso disto ou daquilo, de forma a incutir o medo nas pessoas levando-as para caminhos de pensamentos errados que as poderão condenar à morte.

Todos sabemos, e volto a repetir, que a maior parte da população mundial vive abaixo do limiar da pobreza, daí que os governos devem ter uma intervenção social no campo da procriação, e criar programas de educação sexual e de apoio ao nível do planeamento familiar de modo a esclarecer essas pessoas cuja cultura é também, em muitos dos casos, diminuta. Não poderá haver nenhum pai nem nenhuma mãe, com o mínimo de cultura, que diga ao seu filho para não usar o preservativo ou outro anticoncepcional. Não pode haver! Os jovens quando iniciam a sua vida sexual (e como são inexperientes) devem ser aconselhados pelos seus pais, biológicos ou não, que o uso do preservativo é essencial para evitar a propagação das doenças sexualmente transmissíveis. Este tipo de educação deve ser dada a todos os jovens adolescentes, e cabe ao estado fazê-lo nas escolas.

A educação intelectual é a base de qualquer sociedade, sem ela as pessoas deixam-se levar pelas teorias de seitas como a igreja católica, que proíbe o uso do que bem lhe apetecer levando, neste caso específico, as pessoas a correr sérios riscos de vida. Todos devem ser consciencializados que há muitas doenças que se transmitem via sexual, daí o papel essencial dos pais na educação sexual dos seus filhos, porque só assim os poderão salvar do horror que é apanhar, por exemplo, hepatite ou o vírus da sida. A igreja católica só se preocupa em assustar as pessoas (incutindo medo nos indivíduos), dizendo mesmo, e passo a citar: “a humanidade, que às vezes parece perdida e dominada pelo poder do mal, pelo egoísmo e pelo medo” – pois é o medo que faz com que as pessoas abracem aquilo que nunca viram e que são os deuses e as deusas ... Depois há os que se aproveitam da situação ...! O medo é o medo da morte, que temos como única certeza, quando ao resto é deixar correr cada dia e tentarmos dar o nosso melhor, principalmente junto daqueles que nos amam e que nos respeitam. Quanto a mim não vale a pena gastarmos algum do tempo que nos sobra com a religião. A igreja católica só se preocupa com o seu bem estar interno personificada em todos aqueles que se passeiam pelo Vaticano e que se dizem representantes de Deus na terra e, para afastar a atenção dos seus próprios “males” internos, lança boatos relacionados com “o poder do mal” na sociedade, com o “egoísmo” e com o “medo” que, no fundo, ela própria incute nas mentes dos “seus” adeptos. Depois há que encaminhá-los para o confessionário para serem redimidos dos seus pecados.

A religião católica foi inventada pelos e para os homens; propagou por todo o planeta os seus medos mais profundos, como uma praga que se alastra, incitando mesmo à violência, culminando inclusive em penas de morte para alguns dos “prevaricadores”; consistiu em prejudicar a sua forma independente de pensar, tentando mesmo bloquear a inovação, a experimentação e a ciência. A Inquisição (que foi um tribunal eclesiástico, onde se julgavam os acusados de heresia, apostasia, feitiçaria, e outras coisas terminadas em –ia, como por exemplo, sabedoria, ciência e teoria) apareceu porque houve quem pusesse em causa os ensinamentos da igreja católica. Como esta negava o diálogo e promovia a intolerância, e, como os padres da época achavam que eram os donos do mundo e os detentores de verdades absolutas (os dogmáticos), tinham que eliminar quem se lhes opunha. Remédio santo. Mandaram-se uns quantos para a fogueira (enquanto o povo que assistia se ria sem saber porquê, tal era a sua ignorância). Aliás, quanto mais ignorante é o povo e quanto mais medo tem e se lhes incute melhor, porque assim há os terroristas que se aproveitam da delicada situação espalhando, como já referi, o medo e a discórdia entre as populações. Galileu foi condenado pela Inquisição, no século XVII, por afirmar que a terra era redonda, tendo que negar tudo no tribunal para não ir parar à fogueira. Homem sensato aquele! Sempre que algum cientista provava por a + b que determinado raciocínio é que era o correcto (ou seja provavam-no cientificamente, contrariando algumas das teorias de Aristóteles, tidas por verdadeiras pela igreja católica), pondo em causa as teorias da igreja católica, era condenado ou à morte ou a permanecer em casa sob prisão.

A própria igreja católica viveu (e vive em pleno século XXI) refugiada no medo do próprio medo da sua existência. Não é por acaso que passam a vida a inventar milagres e a atribuí-los a pessoas a si ligadas, para ver se conseguem captar mais sectários (porque qualquer religião não é senão uma seita, cujo culto é feito a um qualquer deus inventado pelo homem), de forma a que o pano não caia e que o espectáculo acabe num abrir e fechar de olhos. É que, por vezes, é muito difícil chegar-se ao topo do que quer que seja, mas para cair bastam alguns segundos.

Como referi supra, a igreja católica tem muitas certezas e, na mensagem de Páscoa escrita pelo falecido Papa João Paulo II, e lida pelo arcebispo argentino Leonardo Sandri, ele escreveu: “Ajudados por ele podemos compreender o sentido verdadeiro da alegria pascal que se baseia nesta certeza: aquele que a virgem teve no seu seio, que sofreu e que morreu por nós, ressuscitou de verdade” – aqui estão algumas das certezas que a igreja católica não se cansa de apregoar. Eles têm tantas certezas que não vêm mais nada para além das suas certezas. Que ironia ! Houve até um bispo que escreveu “o individualismo é sempre caminho acelerado para a morte” – Oh senhor bispo, então se acha isso, porque é que não se torna individualista para poder morrer mais cedo e ir ter com o seu deus ? Os católicos (que se portaram bem (???) ou que foram perdoados dos seus pecados na confissão) dizem que depois de mortos se vão sentar ao lado de deus, daí ele ter oportunidade de poder apressar “a coisa” ...!

Para terminar, gostaria de citar um pequeno excerto, para alguma reflexão, do livro de Dan Brown, Anjos e Demónios: “A fé não te protege. Medicamentos e airbags ... são essas as coisas que te protegem. Deus não te protege. A inteligência protege-te. Esclarecimento. Deposita a tua fé em qualquer coisa com resultados tangíveis. (...) Os milagres modernos pertencem à ciência ... computadores, vacinas, estações espaciais (...)”.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Um texto sem tabus…

UM PROBLEMA SÉRIO

NA POLÍTICA AVEIRENSE…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Um presidente de câmara municipal é pessoa que arca com grandes responsabilidades e, por definição e força da natureza da função, está sempre muito ocupado. Fatal como o destino: toda a sua vida de autarca é preenchida com reuniões e chateações. Quase sem tempo para divagar o espírito num passeio higiénico em redor dos Paços do Concelho. Acumulam-se as dificuldades, sobre dificuldades de empatia. Somam-se os transtornos das perigosas acessibilidades ao trono municipal. Apesar de, autarca avisado e vigilante, contar com a protecção de máscara, resguardo asséptico e distanciamento profiláctico – valiosos meios preventivos facultados pela esperteza e capacidade de actuação de gentis secretárias e espertalhaços assessores, que agem como melgas empenhadas em manter os munícipes fora de portas camarárias. Estes, geralmente, considerados como impertinentes fautores de intoxicação, de incómodos e de mal cheirosas atmosferas. Também, nalguns casos, indiciadores de potenciarem virulentos encontros. Sem abstrair o risco de os mesmos se tornarem peçonhentos

Falando do actual presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia, acresce a circunstância de a pessoa haver a necessidade (substancialmente preenchida) de possuir um grande arcaboiço físico e uma sólida estrutura psíquica para aguentar com a tremenda carga de uma monumental, faraónica, e pesadona dívida autárquica que o traz algo arqueado, triste, preocupado, absorto em cogitações e empenhado em descortinar a célebre luzinha ao fundo do túnel que lhe ilumine o caminho da redenção do pesadelo.

Como se todos os grandes encargos e inúmeras preocupações que o afligem não fossem ónus suficiente e ocupação plenamente esgotada, o presidente aveirense agora debate-se com um sério problema que, talvez, já lhe tenha afastado o sono em bastantes noites deste prolongado Inverno. Por isso não admira que se mostre, de vez em quando, nervoso e deixe transparecer alguma incomodidade por aquilo que seus olhos de lince esperto e sobreexcedente vão vendo no meio ambiente que o envolve e o limita: quer nos movimentos operacionais, quer nas formulações dos actos político-administrativos.

Trata-se de um problema de obscenos costumes e da etiqueta que ocorre por aí; nomeadamente, nas reuniões e encontros que têm lugar nos espaços camarários.

E vai daí, na última sessão da Assembleia Municipal, o presidente da autarquia agastado, furibundo, com a perturbadora visão que se lhe vem deparando – ao que deixou antever – não se conteve, desabafou e… marcou um rumo Por forma peculiar. De uma assentada, como quem mata dois coelhos com uma cajadada, informou os participantes e os assistentes do grave e perturbador problema: uma coisa que, contagiosa como um vírus da gripe, ameaça generalizar-se; ainda por cima, difícil de compreender no cidadão vulgar e muito menos aceitável na pessoa (João Barbosa) do presidente de uma das juntas de freguesia mais badaladas da cidade de Aveiro. Na circunstância, não desmerecendo na sua qualidade de professor de Filosofia – domínio do Saber muito relacionado com a Ética – num jeito paternal, mas expressando-se com dureza, em tom peremptório para que não surgissem dúvidas sobre a gravidade do assunto e da importância que dava ao acto, o presidente camarário ilustrou a melindrosa situação de agravo da etiqueta e da regra dos bons, lustrosos e saudáveis costumes, com severa admoestação ao “manda-chuva” da freguesia de Vera Cruz, ali presente. Dirigindo-se ao visado ordenou-lhe: “Tire as mãos dos bolsos e ponha as mãos à obra”.

Imagino a perplexidade do sujeito (presidente de junta) ao ouvir tamanha diatribe. Até pela extrema dificuldade que experimento em descodificar-lhe os termos e apreender todos os variáveis sentidos que ela pode comportar e esconder.

Desde logo, sobeja-lhe confusão e ambiguidade. Falta-lhe precisão. Isto é: não configura elementos identificadores do eventual corpo de delito. Por exemplo: dados inerentes à embaraçosa situação de o presidente da junta, desastradamente, meter e conservar as mãos nos bolsos.

Pelos vistos, sem margens para se duvidar da acuidade visual do presidente da câmara, o homem (o tal manda-chuva) estava com as mãos nos bolsos. Naturalmente, o discreto cidadão interroga-se: De quem? Do parceiro que estava ao lado? Bolsos do casaco? Das calças? Bolsos da blusa, sobre as mamocas da menina sentada à sua ilharga? Ou estava com as mãos enfiadas nos bolsos do seu próprio casaco ou das suas calças? Porquê o dito autarca há-de insistir em trazer as mãos aconchegadas nos bolsos, quaisquer que eles sejam? Quem sabe se por causa do frio? Ou para segurar qualquer objecto ou instrumento que receie perder ou danificar? Será que o presidente da câmara aveirense acha inestética e deselegante a pose de um indivíduo se apresentar desrespeitosamente com as mãos nos bolsos seus ou alheios? Esta postura de défice cavalheiresco causa-lhe embirração? Por que tal hábito se deva considerar inadequado a um presidente de junta da cidade de Aveiro? Porém, se assim é, o presidente da autarquia municipal não se descuide; promova, sem demora, um curso de reciclagem de bons comportamentos sociais de inscrição obrigatória para os seus colaboradores presidentes de juntas das freguesias do concelho. Presidente do colégio municipal, sensível, exigente, responsável quanto baste, não pode permitir-se o luxo e a comodidade de se descartar, como Pilatos, noutra época, fez relativamente a Jesus Cristo, enjeitando as suas responsabilidades nessa exigente área da etiqueta municipal.

Tudo anotado conclui-se que a presidencial figura camarária não ponderou estas hipóteses e quejandas considerações.

Evidenciando rigor, sentido de oportunidade e fervor pedagógico - ou não fosse ele professor - o titular dos Paços do Concelho de Aveiro, foi directo para o reparo ao que julgou ser uma imperdoável falta de maneiras cavalheirescas de estar em sociedade de consumo das melhores receitas de convívio social, cometida pelo seu homólogo da freguesia.

Mas pior do que este descuido, o presidente da edilidade aveirense mandou o seu homólogo da Junta de Freguesia de Vera Cruz pôr as mãos na “obra”. Legitimamente perguntar-se-á: Mas que obra? Se é aquela que eu e os leitores estamos a pensar é caso para exclamar: Francamente! Havia necessidade de chegar a este extremo? O filósofo, presidente camarário, está longe de ser um anjinho com boas e higiénicas intenções Isso não se faz

Sua Excelência não deve limitar-se a zelar pelas condutas estéticas, elegantes e de boas maneiras dos munícipes mas, também, haverá de se preocupar com a higiene pessoal do cidadão, seja ele ou não presidente de junta da freguesia e pela saúde pública que nem pode ser desacautelada

Enfim, digam lá: é ou não é verdade que - como aqui se demonstrou - o presidente da câmara está enfrentando um problema sério na política aveirense?…

A ele, edil atento, cabe a honra e o mérito de ter sido quem primeiro o viu a olho nu… e logo o enfrentou com coragem e determinação… Bem-haja.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Junto as SARAIVADAS de 12 de Janeiro de 2008.

Os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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Tema: SARAIVA EMBRULHADO NAS CONFUSÕES DO RALI, DAS PELES E DOS NARIZES…

01A INVULGAR PERSONALIDADE

Hoje, sábado, 12 de Janeiro de 2008, enquanto lia o texto dramático “A VITÓRIA DO TERROR” e o colorido ensaio sobre “A COR DA PELE”, da autoria de José António Saraiva, vinha-me constantemente à memória aquela informação que o conhecido arquitecto-jornalista, num dia de feliz inspiração, teve a bondade de facultar urbi et orbi referente à sua pessoa e que ficou a constituir um marco de identificação perene que muito nos ajuda a conhecer e a interpretar a ilustre personalidade. Estou reportando a frase lapidar: “Sou a grande cabeça pensante deste país”.

Num país de tão fracos recursos materiais e com enormes carências de gente do mundo político-administrativo, minimamente dotada de uma centelha de génio, os portugueses têm de dar graças ao Grande Arquitecto do Universo (preferia designar Grande Engenheiro do Universo) por os ter brindado com o raro e unívoco espécime de arquitecto-jornalista, de inquietante pensador, de impertinente criador de equívocas abstracções, de incansável analista especializado em circunlocuções que levam a destinos incertos, de profícuo escritor mantido em reserva da República para Prémio Nobel da Literatura, de insuspeito confidente de chefes do Estado, de acautelado conselheiro de ministros, de enternecedora figura tutelar do PSD, de entusiasta admirador da rainha Isabel de Inglaterra; que, em tempo de pleno apogeu de engenho e arte, generosamente, como é timbre das boas almas, todas as semanas, lhes apresenta em primeiro grau de flagelação e proximidade, com grande à-vontade, sem sombra de modéstia e alguns pecadilhos à mistura, os fulgores dos seus invulgares pensamentos e lhes proporciona os supremos benefícios das suas engraçadas e flamantes projecções mais ou menos voluntariosas e mediáticas.

Por vezes, interrogo-me: o que seria deste Portugal se não existisse o José António Saraiva. Certamente, seria mais triste e desenxabido.

Aliás, idêntica interrogação se põe quanto ao SOL. Se ele não houvesse despontado pela hábil mão direita de Saraiva, nem tivesse sido alentado pela bênção da sacrossanta Opus Dei, para alumiar a noite escura, em que se converteu a existência da nação portuguesa, não teríamos alguma claridade a reconfortar-nos a existência – a crer na avaliação do seu preclaro director.

Ainda há semanas os leitores do semanário se deram conta dos numerosos factos que teriam sido previstos, acompanhados, descobertos e influenciados pela iluminação solar gerada, distribuída e administrada sob a direcção e inventiva do experiente profissional José António Saraiva.

Claro que nesta área se põe a questão com a maior acuidade. Muito a propósito ela é sugerida numa recente edição do jornal de Saraiva: o que seria de Portugal e dos portugueses sem o SOL e a sua luz radiante?

Bem compreendidas as explicações que vêm sendo dadas por Saraiva, todos hemos que lhe agradecer. Até porque com os dois patrimónios da humanidade - a pessoa do director e o produto semanário sobressaindo dos inestimáveis contactos semanais - nos sentimos bastante felizes Mui satisfeitos Mais esclarecidos... Muitíssimo divertidos

02 AS CONFUSÕES DE SARAIVA

Pelo que se presume, na semana transacta, o director José António Saraiva andou embrulhado nas confusões do Rali Lisboa-Dakar, preocupado com as cores das peles de brancos e pretos e perturbado com a importante “Coisa que - reconheça-se - também não deve menosprezar-se”: nada mais, nada menos que “uma discussão de narizes”.

Num breve apontamento realça-se que Saraiva começa o primeiro texto citado (A VITÓRIA DO TERROR) com dois parágrafos reveladores de grande profundidade analítica. Escreveu: “Há decisões que mudam a marcha do Mundo.

A suspensão do rali Lisboa-Dakar pode ter sido uma delas”.

Devo referir a minha perplexidade face à primeira afirmação. Quem me diria uma coisa destas? Estou sempre a aprender e a apreender.

Quanto à segunda afirmação: estou a tremer que nem varas verdes. E interrogo-me: Qual vai ser “a marcha do mundo”, depois deste fracasso do Rali Lisboa-Dakar? Para meu desespero, Saraiva deixa no ar a terrível ameaça, mas fecha-se em copas. Daqui lhe digo: Não está certo atiçar o fogo e deixar para os bombeiros a tarefa de o combater.

Também censurável o facto de Saraiva ter terminado a crónica com a inquietante observação: “A suspensão do rali foi um terrível sinal”. Que o sinal tenha sido terrível estranho, mas admito. Se Saraiva o dizQue hei-de contrapor? Porém, gaita! Saraiva “esqueceu-se” de indicar qual o tipo de sinal. Terá sido um qualquer do “Código de Estrada”, dado que se cingiu ao rali e à mudança da “marcha do mundo”? Por exemplo: Sinal de paragem obrigatória? De proibição de ultrapassagem? De piso escorregadio? E que características definem a “marcha do mundo”, segundo as desconhecidas concepção e ciência de José António Saraiva? Igualmente, nestes delicados pontos o articulista não dá troco, ou uma para a caixa. Nicles! Quem quiser que se ponha a adivinhar

No que concerne às opiniões de Saraiva sobre narizes transcreve-se a sua surpreendente comunicação: “Nós - os portugueses – estamos a meio caminho (na “marcha do mundo”?): não temos o nariz demasiado fino nem excessivamente largo. Não é afilado nem achatado – é um bocadinho… abatatado”.

Felizmente!... Embora se admita que traga dificuldades a muitos indígenas que têm o mau hábito de meter o nariz onde não são chamadosOu aqueloutro de espreitar pelo buraco da fechadura

A terminar a prosa, Saraiva escreve uma frase enigmática: “Pelo menos nos santos, os narizes têm a sua importância”.

E volta a cair na falta de expediente habitual. Nem uma palavra a definir qual a importância de nariz de santo; o que se presume ser um assunto que dominará com devoção e sabedoria.

Se o leitor era ignorante da matéria, pois que continue a sê-lo. Saraiva não vai nessa de compartilhar saberes

Além de parafraseando Saraiva, me interrogar: E pelo mais, nos leigos e infiéis, os narizes têm ou não têm a sua importância? Qual será ela?...

Dá a impressão que “a grande cabeça pensante de Portugal” sente gozo em despertar curiosidades e apetites para, em seguida, fazer manguito de recusa em prestar esclarecimentos, demonstrações e ensinamentos complementares. É uma maldade sem perdão para uma grande cabeça que, menos sobranceira, também deveria pensar nestas pequeninas coisas

Estou certo? Ou errado?

03 – NOVIDADES E INFORMAÇÕES DE OBSERVADOR ASTUTO…

Finalmente, mais uma anotação de carácter intimista com o seu quê de relevância.

O arquitecto-jornalista José António Saraiva deu a conhecer aos leitores que num daqueles dias - que ele bem sabe quais - foi à Pizza Hut encomendar uma pizza, tendo sido atendido por uma rapariga preta (preta retinta). A qual ia recebendo o seu pedido e registando-o na caixa. Enquanto ele ia olhando para as suas mãos.

Minha curiosidade: Só para as mãos?

Brincalhão! Então como lhe foi possível mencionar o rosto bonito, a beleza, os olhos grandes e brilhantes, as maçãs do rosto, a boca larga, os lábios grossos, o nariz achatado? Estranha-se que tenha omitido o altar da moça. Aqui há marosca

Ficou subentendida uma efectiva observação perspicaz e muito abrangente Só parcialmente reveladaSem vantagem para ninguémUma pena!

Mais esclareceu que chama pretos aos indivíduos de cor negra “porque era assim que Samora Machel gostava que se dissesse, explicando que “negros” é um eufemismo e que “os pretos têm orgulho em ser pretos”.

Quer isto dizer que José António Saraiva, sem opinião formada na matéria em causa, permanece fiel à memória e aos ensinamentos de Samora Machel. O que releva das faculdades de alma inerentes à grande cabeça pensante que in illo tempore das vacas gordas surgiu em Lisboa. Para honra e glória deste nosso Portugal... amordaçado pela ignorância da malta, pela batota dos espertalhaços e pela exploração feita por boa rapaziada de colarinho branco e má malandragem de fatiotas diversas.