Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, novembro 26, 2008

Informação

No p.p. dia 24 de Novembro de 2008 enviámos ao grupo parlamentar do PSD a seguinte mensagem

Senhores deputados do PSD

O grupo parlamentar do PSD é um dos que não costumam “dar cavaco” às minhas crónicas, que regularmente lhes envio.

Nada a opor. Está no seu direito. E a isso não está obrigado; mesmo passando ao largo da elementar cortesia que seria admissível e que tem acolhimento em alguns sectores da casa palaciana de S. Bento. Adiante!

O que já não parece decente é o facto de esta manhã ter recebido um e-mail enviado por alguém que indicou o endereço: ciddão@psd.parlamento.pt, contendo uma mancha em branco e a anotação do servidor a seguir indicada: mensagem cortada.

Não vou fazer conjecturas sobre a razão do próprio servidor ter censurado o texto. Até porque habituado a dar a cara e a assinar tudo o que escrevo, tenho o maior desprezo por gente cobarde. Daí, não costumar responder a indivíduos que não tem a hombridade de assumir as suas responsabilidades.

Agora e aqui, abro uma excepção. E o motivo é forte. A existência num alto órgão do Estado de alguém que não respeita a dignidade do cargo e do lugar em que assenta.

Por isso, esta só tem uma finalidade: fazer o registo de mais uma prova do conjunto de carências e fragilidades que se vão notando no Parlamento: a falta de seriedade, a ignorância da ética, a míngua de idoneidade moral, a ausência de sentido do que é a Política (assim mesmo considerada, com letra maiúscula). Tudo isto a caracterizar a prática quotidiana de muitos que fizeram da actividade parlamentar modo de vida. Certamente, a darem uma péssima imagem da Assembleia da República.

Passem muito bem!

E, claro, o Zé-Povinho que se aguente… Até ao colapso final! Que já esteve mais longe…

Com os cumprimentos de

Brasilino Godinho

(24 de Novembro de 2008)

segunda-feira, novembro 24, 2008

À lareira, cogitando…

A “DONA GRAMÁTICA”

IMPÕE-SE E DISPÕE-SE…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

A criatura que acorre ao chamamento pelo nome de GRAMÁTICA e, aqui, aparece adornada com a forma cortês de tratamento Dona, é de índole portuguesa. Goza da prerrogativa de ser muito conhecida e respeitada em Portugal e no mundo dos indivíduos, de algum modo, ligado à nação portuguesa e aos portugueses dos diversos lugares e dos mais variados e circunstanciais tempos de antanho e, ainda, das épocas mais recentes.

A digna senhora, gerada, crescida e apadrinhada no seio de numerosa e dispersa família que, deveras, a estimava, chegou aos nossos dias em grande forma física e não menor excelência de estado da alma. Ela, de aspecto austero, mas sempre mostrando-se acessível ou predisposta ao convívio com novos e velhos, sem distinções de classes, de raças, de credos e de sexos, aí está vigorosa e devidamente alinhada com as conveniências da vida social. O aspecto físico denota que não lhe pesam os anos. Dela se conhece a propensão para evoluir naturalmente ao compasso do tempo e para bem tratar as palavras e, através delas, tonificar a raiz do pensamento - o que, diga-se, é uma sublime tarefa. Aliás, em consonância com uma elevada forma de viver em sociedade.

Trata-se de uma magnífica figura que infunde respeito, veneração e à qual se confere o direito a reconhecimento público e veneração particular explícita face ao público ou acomodada no imo de cada um dos admiradores; porquanto, todos dela colhem ensinamentos e orientações tão necessárias e aplicáveis na vida da sociedade e, particularmente, no curso de existência do vulgar cidadão.

È interessante notar que ela se apresenta, à vista desarmada, saudável, bem nutrida, robusta, mui retocada e bastante guarnecida com adereços no vestuário; os quais, em vez de lhe darem um aspecto de burlesco espavento, pelo contrário, lhe conferem alguma graciosidade. Quando a famosa dama é observada mais de perto e tocada com todos os devidos, requintados, marcadores - o melhor jeito, a mais pura das intenções e a imprescindível solicitude - por qualquer indígena, é inevitável que o felizardo observador (mui diligente e… astuto tocador) fica sensibilizado com as suas harmoniosas e delicadas formas.

Particularidade ímpar da sua rica personalidade é a de ser muito culta, dir-se-ia que enciclopédica. Neste ponto, convém sublinhar que é especializada nas matérias que se consubstanciam na sua pessoa. Talvez por isso, jamais a acusaram de ter algo na manga. É que está tudo à vista - esteja esta, ingenuamente, desarmada ou acintosamente armada com preconceitos e aversões de melhor ou pior espécie…

Daí, que personalidades notáveis da história pátria lhe tenham prestado homenagem, companheirismo e amizade. Têm sido muitas e torna-se impraticável enumerá-las neste despretensioso texto. Até para não ferir susceptibilidades de pessoas vivas e desvalorizar, por omissão, as memórias de tantas que, com raro sentido de oportunidade, da lei da morte se libertaram.

Sabe-se que, às vezes, a conhecida senhora é agradável companhia em serões de província, vigílias de estudantes de menores ou maiores idades em várias localidades do País e nos desencontros de afidalgados cavalheiros e de altivas e esforçadas damas em selectos ambientes encenados nos palacetes da média burguesia e nos palácios da alta aristocracia de Lisboa, Porto e Coimbra; nos quais são utilizados os ensinamentos de adequada linguagem fornecidos pelo prestável ser aqui posto em evidência – mesmo que ele não esteja presente fisicamente nos diferentes lugares enumerados.

Também de assinalar o facto de, a insigne criatura, saber dar-se ao respeito. O que certamente, decorre da sageza, acumulada ao longo dos anos, que evidencia e do prestígio alcançado. Outrossim, da grande disponibilidade para a consulta dos pacientes que sofrem do mal da ignorância e dos atropelos da linguagem (seja ela, falada ou escrita). Claro que a mesma senhora dona, da nossa comum estimação, está sempre aberta ao diálogo. E aqui damos realce à circunstância, não despicienda, de ela ser senhora muito virtuosa. Não se lhe conhecem erros. Só se lhe apontam ligeiros pecados: o da gula das palavras, um fraquinho pelos acentos tónicos, a desconfiança face às esdrúxulas, a repulsa pelos tremas, a extrema ternura pelos verbos, a invulgar amizade pelas irmãs gémeas fonética e fonologia, a especial adoração pela morfologia e a irreprimível paixão pela sintaxe. Mas mesmo estes “pecadilhos” são admitidos com rejeição das indulgências papais… Mais: eles são, igualmente, de forma benévola, considerados pelos veneráveis sacerdotes, pelos conscientes discípulos e pelos fiéis admiradores e beneficiários dos créditos facultados pelo augusto ser, como virtudes de alto valor didáctico e com qualidade científica de inestimável importância. É altura de dizer que os aludidos sacerdotes oficiam nos modernos templos do SABER especialmente vocacionados para o culto de Ser aqui contemplado com todo o carinho: as escolas dos diferentes graus de ensino (excluindo, obviamente, as escolas de samba…).

Em todo o caso, registe-se que apesar da idoneidade moral, dos elevados padrões de qualidade e de sabedoria concentrados na sua pessoa, da utilidade que decorre da sua existência e da prestimosa missão que se impôs a si própria, a respeitável senhora é, frequentemente, agredida sem dó, nem piedade, por gente de má língua. Os malfeitores adoptaram um procedimento único de ofensa: o pontapé. É vulgar ouvir-se dizer: “o tipo (ou a tipa) deu um pontapé na Gramática”. Tais actos ofensivos, por vezes, são extremamente violentos. Demasiado obscenos. Quem não se lembra de um desses pontapés desferido por um antigo governante conhecido pelo nome de o Sr. Coelhone? Pois é… Aqui, tocamos na ferida. São os governantes que enfileiram no grupo formado por desordeiros verbais e malfeitores da escrita, que mais agridem a senhora, quando deviam respeitá-la com determinação e, assim, constituírem exemplo para os indígenas. O mesmo se poderá afirmar relativamente aos jornais, às rádios e, sobretudo, às televisões, que a todas as horas a ofendem com descaro e sem vergonha.

À vontade de Deus sujeita e com o apoio de qualificados homens e distintas mulheres ela, “DONA GRAMÁTICA” - sendo um ente superior e impoluto – mostra, através da grandeza da posição a que se alcandorou com sapiência e rectidão, que ninguém consegue macular a sua genética pureza.

Finalmente, damos referência que a “DONA GRAMÁTICA” tem uma nobilíssima ambição: pôr toda a gente portuguesa e do mundo lusíada, a falar e escrever correctamente a Língua Portuguesa.

Também por isso, em casa, fora do lar, nas ruas, nos palácios da governança, nas assembleias dos repúblicos, em toda a parte onde pulsar um coração luso: Honra lhe seja feita! Todas as homenagens lhe sejam prestadas!

P.S. – Dir-me-ão: Mas há gente que não gosta de Dona Gramática.

É verdade! Paciência! Existem gostos para todos os desgostos

Por exemplo: Há pessoas que vivem durante muitos anos em mancebia com a Dona Ignorância

terça-feira, novembro 18, 2008

Em tempo do compasso…

DEMOCRACIA EM PORTUGAL?

VEMO-LA POR UM CANUDO…

Vagamente, ao longe…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Segundo as aparências, também por comodismo e, sobretudo, pela inércia decorrente da insistência na ideia impingida a todos os instantes pelos grandes “artistas” do circo político instalado na praça de todas as inconveniências e arbitrariedades, ouve-se e lê-se em letra de forma que Portugal é uma Democracia. Sob o aspecto indiciário e de acordo com a existência de uma carta constitucional que a consagra, no âmbito das leis da República Portuguesa, assim é de Direito no quadro da formal legalidade.

Todavia, a situação real é a de nos aspectos operacionais concernentes aos actos políticos, aos procedimentos legislativos e ao corrente funcionamento da Administração Pública, determinantes do viver quotidiano das populações, tudo funciona como se não haja Constituição da República Portuguesa. Tão-pouco Democracia. Claro que sem as suas correlativas e necessárias implicações. As quais, certamente, a existirem, traduziriam uma mais cuidada e eficiente política apostada no interesse e benefício da comunidade. Igualmente, proporcionando numa melhor qualidade de vida das gentes portuguesas – o que, sublinhe-se, de forma natural adviria da regular aplicação dos princípios e valores democráticos.

Ponderando sobre a realidade que todos compartilhamos e uma vez que cientes do que caracteriza a Democracia, facilmente, nos apercebemos que a actual terceira república carrega o pesadelo de ser uma democracia trapaceira, desacreditada, ofensiva da Ética, da Moral e da Política – esta identificada pela verdadeira acepção do termo. Anote-se que o povo (nele incluídos os seus verdadeiros representantes e com ele plenamente identificados de alma e coração) está arredado quer da acção política, quer dos órgãos do Poder. Nem são as periódicas eleições que dão conteúdo à Democracia. Hoje elas são espaços onde cabem todos os expedientes e manipulações que confundem e iludem os cidadãos e abrem, aos demagogos, horizontes onde vão caber todas as posteriores traições às promessas feitas com dúbias ou velhacas e, quase sempre, oportunistas intenções.

Atente-se que temos de considerar a Democracia no seu verdadeiro sentido de ideal que é necessário prosseguir com afinco, porque somos todos partes interessadas na sua concretização; visto que dele, ímpar modelo de organização da sociedade, extraímos lições de vida e normas de conduta cívica. Se avançarmos nessa via, talvez possamos alcançar, num plano mais elevado, outras mais atraentes e benéficas condições de existência. Para isso se ir concretizando jamais esqueceremos que Democracia é conceito e palavra significante de governo do povo, pelo povo e para o povo. A ela associadas temos a sublime trilogia: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Decerto, que o conceito de Democracia tem em si algo utópico. Perguntar-se-á: A utopia será, de per si, factor de realização e (ou) de incentivo para a sua fácil e cómoda aceitação pelas humanas criaturas? Respondemos: Nunca se sabe se aquilo que hoje é utópico, não será amanhã consoladora realidade. Há exemplos de sucessos. Muitos na área das Ciências. E noutros campos.

Mas enquanto não se atinge o grau superior de funcionamento da democracia temos de redobrar esforços para no mais curto prazo isso ser alcançado.

Tendo estas determinantes a inspirar-nos na ordenação das reflexões que fazemos sobre a actual situação de crise, há necessidade de cada vez mais se exigir aos governantes e à sociedade: rigor, seriedade, zelo, competência e respeito pelos direitos dos cidadãos. Também se impõe a maior intolerância para as violações da Lei, para as práticas da corrupção e para a exploração do povo por parte de quantos dele abusam, o exploram e maltratam.

E aqui bate o ponto crucial. Nesta altura o País está a saque. Desordenado. As populações exaustas. Constantemente humilhadas, ofendidas, espoliadas dos seus direitos e maltratadas pelos políticos, governantes e classes possidentes. A severidade das autoridades parece só ter um alvo: não dar tréguas aos portugueses das classes desfavorecidas. Os ricos e poderosos escarnecem da Justiça. Escusam-se aos pagamentos dos impostos. Ou deles são isentos. Algumas vezes o Fisco os contempla com generosidade e lhes perdoa as dívidas. A censura prolifera a esmo por todos os sectores da sociedade e existe nos órgãos de comunicação social mais importantes. Mais perversa do que a censura dos tempos de Salazar, porque não se mostra ao público e é feita, à sorrelfa, nos gabinetes e nas redacções, por zelosos chefes e dirigentes, fiéis servidores de interesses obscuros Os escândalos na Administração Pública, nos bancos, nas empresas, nas autarquias, sucedem-se perante a passividade das autoridades e a indiferença das gentes. A insegurança alastra. Os aposentados da Função Pública, enriquecidos(…) com pensões de miséria, foram obrigados a pagar os correlativos impostos - o que agravou as suas periclitantes condições de sobrevivência. Os governantes prometeram ontem e hoje já estão negando aquilo a que se comprometeram. Não há vergonha. Nem senso. Nem responsabilidade. A impunidade enraíza-se. Instalou-se o medo na sociedade. A bandalheira é geral. Para onde quer que nos viremos só deparamos com disparates, crimes, agressões físicas e mentais, esbanjamentos de recursos, corrupções, misérias físicas e morais, carências, falcatruas – uma infinidade de actos e procedimentos que atingem os portugueses mais carenciados; enquanto os donos e exploradores da “QUINTA LUSITANA” vivem à tripa-forra com exorbitantes vencimentos, pensões de reforma milionárias e chorudos proventos de variadas naturezas; muitos deles, de proveniências duvidosas. Os pobres e remediados são forçados aos sacrifícios e pagam as despesas das crises. Enquanto os ricos e “donos” da “QUINTA LUSITANA” estão no palanque a divertir-se e a gozar o espectáculo dos desesperos e agruras dos indígenas.

Fixemos esta verdade: Um Estado que tanto descuida e agride a maioria dos cidadãos e com imensa falta de vergonha, sem resquícios de sentimentos de fraternidade e falho do espírito de bem servir a Nação, protege uma classe de influentes e poderosos, é - sem margem para dúvidas - um Estado antidemocrático. À deriva. Sem dignidade.

É um Estado que não se rege pelo Direito.

Configura uma Democracia de fachada. Oca. Vazia. Sem suporte de base.

Por aí, exibindo-se sem decoro, a democracia portuguesa se mostra vegetativa, peçonhenta, pequenina e rasteira. Ela é uma obscenidade! Uma infâmia! Uma farsa terrível! Um equívoco deplorável!

Democracia em Portugal? Uma miragem que se esvai rapidamente

Insistimos: Democracia? Que Democracia? Dava para rir, se não fosse trágico. Repelente!

Leitor, quiçá apreensivo, interrogar-se-á: De facto, o que temos a desgovernar-nos?

Sem hesitações, respondemos: UMA DITADURA!

Ditadura reles, promíscua, cobarde, destrutiva, causando danos irreparáveis em todos os domínios (socioeconómico, patrimonial, linguístico e cultural) da comunidade portuguesa. Com o gravame de, com formas eivadas de cinismo e profunda hipocrisia, se disfarçar com a máscara da Democracia – a qual, por acinte, renega, despreza, avilta e compromete.

Aliás, ditadura que, com poucas variações e algumas diferentes cosméticas e terminologias, está na linha de continuidade da ditadura de Oliveira Salazar. Verdade suprema: a textura atinente à matriz doutrinal, o modus faciendi e os objectivos, são quase os mesmos.

Assim, no nosso tempo, está evidenciado o persistente liame que, desde o fim do século XIX, prende e sustenta doutrinariamente todas as governações que se vêm sucedendo em Portugal.

Isto que escrevemos, arrasta a inevitável conclusão: Nem é por acaso que nos situamos já no interior do abismo

segunda-feira, novembro 17, 2008

Ao ponto a que chegámos…

É de se ficar estarrecido.

Sem palavras!!!

Educação

Sócrates entregou Magalhães só para a fotografia (Sol)

José Sócrates esteve na Escola do Freixo, em Ponte de Lima, a entregar computadores aos alunos do 1.º ciclo. Mas, depois de o primeiro-ministro ir embora, as crianças tiveram de devolver os Magalhães.

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A escola do Freixo, em Ponte de Lima, foi o palco escolhido por José Sócrates, na passada quarta-feira, para mais uma acção de promoção dos computadores da JP Sá Couto para o 1.º ciclo. Sócrates chamou os jornalistas e distribuiu os Magalhães pelas crianças. Mas, terminada a cerimónia oficial, os portáteis tiveram de ser devolvidos.

Contactado pelo SOL, o conselho executivo da Escola do Freixo explicou que as crianças não puderam ficar com os computadores, «porque há questões administrativas a tratar».

A mesma fonte – que não se quis identificar – assegura que os Magalhães «estão na escola», mas explica que isso não significa que os alunos do Freixo vão receber os portáteis mais depressa do que as crianças de outros estabelecimentos de ensino.

«Não sabemos quando é que os computadores vão ser distribuídos», admitiu, acrescentando que a entrega «depende da logística administrativa».

Antes da entrega real dos equipamentos, a escola vai ter de «preencher toda a papelada e os pais que não estiverem abrangidos pelo 1.º escalão da acção social escolar vão ter de fazer o pagamento do computador». Um processo que a escola admite desconhecer quanto tempo poderá demorar.

Fica também por esclarecer se os Magalhães que Sócrates já deixou na escola serão suficientes para todas as crianças. A Escola do Freixo tem 185 alunos inscritos no 1.º ciclo, mas o conselho executivo diz não saber quantos portáteis foram entregues na cerimónia que contou com a presença do primeiro-ministro. «Não sei quantos computadores cá ficaram», disse ao SOL um elemento do conselho executivo.

Ao que o SOL apurou, foi explicado a alguns alunos que os computadores tinham de ser devolvidos no final da visita de Sócrates por terem problemas nas baterias. No entanto, o conselho executivo da Escola do Freixo garante que «as crianças sabiam» que não iam ficar com os Magalhães naquele dia, porque lhes «foi explicado que era preciso realizar alguns procedimentos administrativos».

E vai o chefe do governo de Lisboa a Ponte de Lima para fazer aquela - incrível, triste, caricata – figura, num espectáculo que devemos repelir com nojo…

Desiludindo as crianças. Dando um péssimo exemplo de falta de seriedade. Ofensivo da EDUCAÇÃO!

Viajando em horário de serviço, onerando o Orçamento, à custa do contribuinte. Sem prestar contas ao Zé-Povinho…

P.S - O título do presente texto e as três referências finais são da exclusiva responsabilidade de Brasilino Godinho.

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terça-feira, novembro 11, 2008

Em tempo de compasso…

“O ANÚNCIO QUE CAIU MAL”…

E O ANÚNCIO EM FALTA, QUE CAIRIA BEM…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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No dia 07 de Outubro do corrente ano o povo ficou sobressaltado com a notícia de que a CIP “quer que o Governo convoque ‘rapidamente’ os parceiros sociais para uma reunião na Concertação Social para discutir o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN)”. Mais concludente, o presidente da CIP disse: “Esperemos que o Governo assuma as suas responsabilidades e convoque uma reunião da Concertação Social para discutir com profundidade este assunto”. Outra fonte patronal asseverou à Agência Lusa ”que o anúncio do Governo não caiu bem”.

Perante estas intervenções do “patrões” da CIP há que considerar alguns aspectos desinteressantes. Apontamos algumas notas.

Primeira - A CIP não pede ao Governo a reunião. Ela quer. O que equivale a exigir. Sente a força que possui e sabe que os governantes são pessoas compreensivas e indulgentes… Sobretudo, eles percebem que a sociedade em que a CIP se integra está convulsionada por força do impacto da crise. É uma classe que sofre. Logo, merece ser acarinhada, descomprimida, festejada e… protegida, como mandam as regras de bem cavalgar todo o melhor estar e o maior gozo da singular espécie.

Segunda – O anúncio do Governo “não caiu bem” junto das empresas”. Foi sugerido que terá havido, ao correr do tempo, outros anúncios que não caíram mal… Desta vez a coisa deu para o torto. Paciência - que, pelos vistos, nem quadra com a maneira de ser de cada sujeito da CIP. Todavia, pergunta-se: onde está a admiração? Quando há uma queda geralmente há quem se aleije ou fique combalido. No caso, os patrões da CIP acumulam mais uma chatice a juntar a tantas que os afligem. Isto acontece num oásis onde, “paredes meias”, existe muita fartura ao alcance do Zé-Povinho - um ceguinho de todo, que nem se dá conta de tanta felicidade que os homens da política e os governantes têm posto ao seu alcance. Reconsiderando: Ceguinho? Ou ingrato?...

Terceira – Os homens e mulheres da CIP esperam que o Governo assuma as suas responsabilidades. Portanto, face à gravidade da exigência, acreditamos que as dores da CIP são fortes e violentas. De modo que os males da prestimosa associação necessitam de urgente tratamento cirúrgico. Mas a CIP pode estar descansada. Apesar dos ministros viajarem muito, se empanturrarem nas jantaradas, terem um fraquinho pelas inaugurações e festividades folclóricas, se distraírem imenso e de a qualquer hora se babarem de gozo e felicidade a dizer banalidades e intrujices frente aos microfones das televisões, eles vão fazer um pequeno interregno nessas estafantes actividades e, certamente, vão dispensar a melhor atenção ao infortúnio que ora atingiu a destemperada instituição com sede em Lisboa. Até porque uma situação de doença da CIP é sempre um caso delicado a merecer pronta resposta, eficaz assistência e habilidosa actuação dos grandes mestres em cirurgia política que proliferam no governo português. A CIP acalme-se e descanse. Confie. Está em boas e delicadas mãos… Pode já encomendar Te-Deum na Sé de Lisboa…

Quarta – Para além da questão posta pela CIP quanto ao aumento do Salário Mínimo Nacional e conhecendo os seus memoráveis hábitos temos de nos congratular que, pelo menos, haja uma pequena e afortunada franja da comunidade nacional capaz de pôr o Governo em sentido e de o forçar a que lhe dispense benevolência, apreço e protecção. O que constitui factor decisivo na batalha travada entre ricos e pobres.

Entrementes, no outro lado da barricada estão sitiados os indígenas, que levam alguma vantagem, visto que estão mais calejados e acomodados às agruras da existência e porque usufruem da não menor generosidade do Governo; esta traduzida no superior exercício de muito os desconsiderar e maltratar. Também se diga que o Governo põe o maior empenho: quer no propósito altruísta de incentivar os indígenas aos pagamentos dos impostos; quer na inapreciável magnanimidade de libertá-los das suas crónicas fraquezas e carências. Nesse sentido cria as indispensáveis condições para eles, não se atrasarem na caminhada final, sem retorno, em direcção ao jardim das tabuletas onde, em paz e silêncio, não perturbam ninguém. O que demonstra a extraordinária esperteza saloia do Governo em, desta ardilosa maneira, obter efeitos económicos e financeiros que levarão à diminuição do défice do Orçamento. Assim, sem criarem tempestades, os governantes facultam o campo livre de empecilhos aos cidadãos que muito se orgulham de ostentarem a marca CIP e outras de semelhante recorte; os quais, se sentiram ameaçados nos seus privilégios pelo desnorteamento do Governo em matéria salarial respeitante aos indígenas. Lamentável que o Governo não decretasse sobre o Aumento do Salário Máximo Nacional… Discriminação indecente… A que a CIP, destemida e habilidosa, vai dar volta por cima… por baixo… pelo lado traseiro… pela frente… de qualquer jeito…

Igualmente merece citação a perspicácia da CIP, sempre latente e comprovada em diversas ocasiões e que agora, provavelmente, se irá evidenciar com inevitável, oportuna, mui discreta, reunião dos seus associados. É que estando a CIP e seus apoiantes a viverem um agradável e compassado (porque medido e feito a compasso) período da sua brilhante existência, urge estar alerta e consolidar a estrutura, dar-lha maior fôlego e acrescer-lhe operacionalidade. Decerto que, com este objectivo e atendendo aos usuais procedimentos cautelares da CIP, se realizará a mencionada reunião num local especial: em sede de Desconcertação Social Reunião que incluirá o ponto n.º 1, bastante relevante, a destacar-se na ordem de trabalhos. Ou seja: Deliberar sobre o imprescindível aumento do Salário Máximo Nacional (mencione-se que, como é notório, se trata de um tipo de salário só aplicado a um reduzido número de pessoas que dominam e exploram a famigerada “Quinta Lusitana”).

Tudo isto devido ao facto de, não estando a Nação feliz e favorecida pelo Governo, prevalecer o mau senso de o pequeno país dos agiotas e oportunistas ser refúgio de abastança, ócio e prazer, para a seleccionada minoria que irá sobreviver ao caos e às misérias em que estamos mergulhados. À sua frente, o campo está livre. À “Quinta Lusitana” chamaram-lhe um figo.

Presume-se que, situado algures nos confins do Universo, o Grande Arquitecto proclame: Bem-aventuradas gentes afins da área da CIP. Delas é, agora, o reino da bicharada, vigente em Portugal.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Como devem ter notado as minhas crónicas designadas por “SARAIVADAS”, correspondentes às peças escritas semanais do arquitecto-jornalista José António Saraiva, a “maior cabeça pensante deste país”, perderam regularidade de elaboração, de publicação e de distribuição pelos meus fiéis leitores e aqueloutros infiéis de maus fígados…

A que se deve isto? Simplesmente, à indisponibilidade de tempo do signatário. São muitos os afazeres e não me é possível atender, com oportunidade, a tudo que desejaria.

Portanto, fiquem descansados. Nada de extraordinário aconteceu.

Os meus caros leitores e as adoráveis leitoras dos meus encantos, tenham paciência e relevem a situação ora criada.

O grande Saraiva, adorador do SOL, não se julgue desconsiderado. Se é que não vai sentir algum alívio por não ter todas as semanas o Godinho a zurzi-lo.

Também se formula o voto de que José António Saraiva não se deixe ir abaixo da(s) caneta(s) por lhe faltar o estímulo da crítica “brasiliniana”; a tal, cerrada e pertinente, de um articulista ufano de se situar na mal-afortunada Província – a vasta área de insípida “paisagem”, fora-de-portas da grande capital saloia de Portugal…

E concluindo: Saraiva que se alivie quanto puder, mas não exagere no descanso ou confie demasiado, porque - em quaisquer alturas - as “SARAIVADAS” aparecerão por aí, por aqui, por além… Remoçadas... Vigorosas…

Com os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

Em tempo do compasso…

ESPEREM PELA PANCADA…

A CIP VAI DAR A VOLTA…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintaluusitana.blogspot.com

Comecemos por uma observação elementar: mais do que prosseguirmos ao compasso do tempo nós, em Portugal, vivemos atribulados momentos em que sobre todas as coisas visíveis e invisíveis, incluindo as cabeças dos indígenas (que somos todos, os desalinhados que se identificam com o Zé-Povinho), está apontada a célebre espada de Dâmocles que, modernamente, se configura no forma do compasso, no desenho do esquadro e nas grandes, deselegantes, agressivas, pranchadas que, à sorrelfa, são lançadas sobre as criaturas mais desafectas a certas e peculiares liturgias; os quais, símbolos e meios, por serem muito “discretos” nem são divulgados pelos órgãos nacionais de comunicação social - também eles muito ciosos das suas prerrogativas em matéria de sigilos. Aliás, elas impostas pelas respectivas tutelas.

É no contexto aqui sucintamente descrito, que hemos de enquadrar a distinta intervenção dos altos dirigentes da Confederação das Indústrias Portuguesas (CIP) sobre o anúncio do chefe do Governo de, a breve prazo, ser decretado o aumento do Salário Mínimo Nacional.

Convém notar que a CIP é uma respeitável associação dirigida por bons rapazes, oriundos de conceituadas famílias e com provectas idades, que dispõe das gentis colaborações de excelentes moças que se situam nas faixas etárias escalonadas entre os 25 e os 60 anos de idade. Este valioso grupo manda na indústria nacional e exerce enorme influência noutros atraentes territórios. E está empenhado em fazer de Portugal um país próspero. Só que o país desses cidadãos não é o nosso: o dos indígenas. Já repararam que essa gente tão bem formada e melhor apaparicada, nunca se refere à Nação? Claro que não o fazem porque têm a consciência de a Nação ser um conjunto de indivíduos que formam uma sociedade unida por interesses, necessidades e aspirações comuns e de nela prevalecer o sentimento de comunhão e partilha dos valores culturais, religiosos e tradicionais que, afinal, dão corpo e alma a um povo, a uma pátria. O Portugal a que a CIP aspira manter domínio e usufruto é um domínio privado, concebido à sua imagem e explorado em proveito próprio e de quantos se abrigam nele como se tratasse da sua quinta privativa.

Assim, sem esforços de exaustivas lucubrações e de quejandas, profundas, vigílias que levassem a conclusões surpreendentes, se admite ser a CIP uma sociedade exterior à Nação, que não se revê nos princípios democráticos e na mística republicana.

Certo que a CIP é uma instituição emanante de uma sociedade que se rege por outros valores e princípios imbuídos de um espírito mercantilista; no qual prevalecem os sentimentos mais negativos da natureza humana: o egoísmo, a riqueza sem conta e medida, os grandes lucros, as desenfreadas explorações, as faltas de solidariedade com o próximo e, algumas vezes, as falhas éticas, ou as ausências e violações da moral. No seio da sociedade que sustenta a CIP e por esta é excelentemente representada, não se procure aquilo que lá não existe. Se há comunhão de interesses, ela ocorre no pequeno núcleo envolvente da CIP e não extravasa para o exterior. Perguntar-se-á: Nesta organização, está radicado o imperativo de partilhar com a Nação os valores culturais, religiosos e tradicionais, os conceitos da liberdade, da igualdade e da fraternidade? Não, nunca. Por isso, assentemos num ponto essencial: a sociedade que a CIP representa é um minúsculo (mas muito poderoso) país que não se pode confundir com a nação portuguesa. Esta, a realidade que devemos encarar de frente.