Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sexta-feira, setembro 29, 2006

Um texto sem tabus…

Também, um breve ensaio sobre uma entrevista.

MÁRIO SOARES,

NA OCASIÃO E COMODIDADE DO VAU…

Parte I

De: Brasilino Godinho

http://quintalusitana.blogspot.com

Mário Soares, em data recente, foi entrevistado.

A quem houve conhecimento do facto logo lhe surgiu ao espírito as interrogações quanto à data, ao lugar onde, à identidade do jornalista entrevistador e ao órgão de comunicação social que publicou a entrevista. Para as ditas, tornou-se fácil encontrar as respostas e algumas até vieram a público no contexto da conversa reproduzida em letra de forma.

Vamos a elas.

Quando? – Na sexta-feira, dia 25 de Agosto de 2006.

Onde? O patrono do Partido Socialista foi “encontrado” – sorte do entrevistador?!... Sabe-se lá com que dificuldades ou facilidades… - por um conhecido jornalista da praça lisboeta, na situação de enconchado no seu retiro do Vau, a conhecida praia algarvia Por quem? Pelo jornalista António José Teixeira e o fotógrafo Leonardo Negrão.

Que órgão de comunicação social a inseriu? Face a esta interrogação apetece responder com uma singela inquirição: Qual haveria de ser? Certamente, pela força da tradição: o “Diário de Notícias”. Naturalmente, por imprescindível obrigação: o “Diário de Notícias”. Evidentemente, por latente recomendação dos bons e solidários cidadãos: o “Diário de Notícias”. Sempre ele, “Diário de Notícias” (não de todas que chegam à redacção, mas de algumas que passam na peneira da “conveniente” escolha), alinhado na primeira linha do combate pelas grandes causas universais… Aproveite-se a oportunidade para relembrar a ideia - insistentemente propalada pelos “abnegados” cidadãos que, em muitas ocasiões, se tornam autênticos “amigos da onça” - de os irmãos da complexa e distintiva fraternidade estarem, permanentemente, envolvidos num atribulado e especializado combate só acessível a seleccionada gente da nossa melhor sociedade…

A entrevista, muito extensa e abrangente, em si, é interessante e da mais alcançada consistência que conhecemos do conjunto das várias prestações jornalísticas e televisivas de Mário Soares.

A iniciar o diálogo com o jornalista o entrevistado diz que assumiu a derrota na última eleição presidencial e considerou “dever fazer uma pausa, de uns meses largos, para pensar”. Precisamente, adiantamos nós, uma coisa, relacionada com a higiene mental, que os espertalhões nem sequer tentam fazer. E que muitos, presunçosos, não sabem praticar. Só não percebemos o que será essa coisa dos meses largos. Haverá meses estreitos? E como os alargou se não demos pelo alargamento do calendário?...

A seguir dita: “Não queria ser candidato. Fui pressionado de vários lados. Não só do PS. Finalmente, convenci-me. Achei que tinha esse dever. Não voltei as costas. Mas hoje apercebo-me de que os jogos estavam feitos…”

Pois! Neste trecho, Mário Soares evidencia que não foi candidato por vontade própria. Já o sabíamos e temo-lo escrito várias vezes. Mas toda a comunicação social omite o facto. É um tabu que “todos os mundos” maquiavélico, temeroso e subordinado ao statu quo, receiam ou, deliberadamente, ocultam ao público. É inegável que Mário Soares na sua condição de mação teve de se curvar à vontade da Maçonaria. No Grande Oriente Lusitano estão localizados os “vários lados” do grande quadrilátero oblongo das pressões que “o convenceram”. Soares tinha que cumprir “esse dever” de que fala - enquadrável na fidelidade aos desígnios da Maçonaria. E como muito bem disse: “não voltou as costas”… Nem seria aconselhável…

Mas aquela tirada de: “Mas hoje apercebo-me de que os jogos estavam feitos… “ Essa não engolimos, naquele sentido que ele quer insinuar. Por uma razão simples: não acreditamos que Mário Soares nem soubesse dos caminhos que a Opus Dei vinha trilhando com o propósito de colocar Aníbal Cavaco Silva na presidência da República.

Mário Soares, agora, arma-se em vítima mas não convence ninguém. Aliás, ele perdeu as eleições no preciso momento em que, um ou dois anos antes, convidou Cavaco Silva para proferir uma conferência nas instalações da fundação Soares, em Cortes, concelho de Leiria e ali declarou aos jornalistas que ele, Cavaco, tinha qualidades para ser um bom presidente da República. Deu, de mão beijada (?), um grande empurrão a Cavaco Silva para prosseguir a caminhada que o levaria ao triunfo. Foi um fortíssimo tiro no pé. Queixe-se Soares de si próprio e da incoerência e disparate de, na campanha eleitoral para a presidência da República, ter afirmado o contrário: que o adversário era pessoa destituída de atributos para aquele cargo, então em disputa eleitoral. Essa contradição insanável de apreciações sobre a mesma personalidade e a deplorável incoerência nela representada, foi-lhe fatal. Os eleitores estão fartos de aturar os disparatados comportamentos dos políticos que, num dia, afirmam uma coisa e num outro dizem o inverso. Desacreditam-se e desrespeitam os concidadãos. Todavia, numa coisa Mário Soares acertou parcialmente quando admitiu: que “No espírito das pessoas havia uma ideia mais ou menos feita”. Sim, havia essa constatação de incoerência atrás assinalada. Mas também houve uma infame exploração que ainda hoje se vê por aí fazer relativamente à idade de um ou outro cidadão e a Mário Soares. Um expediente ignóbil de adversários que, em muitas ocasiões, à falta de poder de argumentação recorrem ao primário e detestável expediente de invocar o factor idade avançada como decisivo para invalidar as prestações das pessoas investidas em altos cargos ou desvalorizar-lhes a inteligência quando elas exprimem conceitos ou afirmações de grande impacto político-social. Engana-se quem assim cuida denegrir o próximo. Não obstante, trata-se de um procedimento indecente levado à prática por alguém que deseja colher efeito negativo para a entidade em causa, junto das camadas menos evoluídas da sociedade. Igualmente – acentue-se - sobressai a desonestidade intelectual, porque alicerçada no convencimento de o reparo ser assimilado pelos cidadãos da república e, assim, prejudicar deliberadamente a pessoa atingida e o legítimo interesse geral da comunidade Aqui, neste aspecto, como eventualmente noutros ancorados na mesma linha de perversão e de insanidade mental que venham a ser aflorados na análise que desenvolvemos, tem Mário Soares a nossa inteira solidariedade, manifesta na extrema repulsa que nos merecem tais comportamentos. Anotamos que, quando confrontados com semelhantes desconchavos, nos vem à lembrança os casos das respeitadas figuras de Konrad Adenauer, presidente do Partido Cristão-Democrata (CDU) e chanceler da República Federal da Alemanha, no período de 1949 a 1963, que terminou o mandato precisamente ao atingir os 87 anos de contagem de vida e o de Alessandro (Sandro) Pertini, eleito presidente da República de Itália aos 82 anos e que cessou o exercício das altas funções aos 89 anos de idade; qualquer deles ainda no pleno uso de faculdades da alma. Pormenor curioso e elucidativo, o de Mário Soares referir que “o partido também se decidiu tarde”. Assim, Mário Soares informa que não foi o PS que o indigitou candidato presidencial. Conjugando esta informação com as antecedentes declarações que encaixam perfeitamente, conclui-se que, deste modo indirecto, Soares levanta um pouco o véu que encobria a confusa questão e confirma o que sempre dissemos: A Maçonaria é que tomou a iniciativa e o empurrou para a candidatura à eleição para a presidência da República. Ou não fosse a Maçonaria a dar todas as orientações e a estabelecer, com rigor na aplicação e na fiscalização, todos os determinantes passos da nossa vida colectiva. Sem esquecer o protagonismo e a concorrência da Opus Dei que prossegue, sem desfalecimentos, na mesma senda da rival associação.

Estas são as verdades escondidas que a Comunicação Social e os ilustres analistas integrantes das capelinhas disseminadas por Lisboa e outros sítios da província, fingem ignorar ou não entender. Porquê? Está à vista - a olho nu - de toda a gente que não se limite a ver passar o comboio da estupidez e da ignorância que vai circulando… sem travões e, infelizmente, sem descarrilar de vez… Como diria o compadre alentejano…

Parte II

Continuando a apreciação à entrevista de Mário Soares, inserida no “Diário de Notícias”, edição de 31 de Agosto de 2006, tomamos um apontamento pitoresco: ele reconhece que não é uma anémona – planta (ou flor) que é cultivada para fins ornamentais. Pareceu-nos uma nota fora do contexto. Alguém estaria convencido de ele ser um indivíduo de natureza decorativa?...

Mais acrescentou que a experiência eleitoral teve muitos aspectos positivos que darão frutos no futuro. E, não disse quais; nem o entrevistador mostrou interesse em saber. Um enigma por decifrar a conta-gotas…

Quanto ao apoio do PS e de Sócrates o ex-candidato Mário Soares é peremptório: “O PS fez o que pôde, nomeadamente a sua direcção. Não me queixo de ninguém”.

E respondendo à pergunta: “Houve quem dissesse que o Governo não ajudou na criação de um ambiente propício”, Soares esclareceu: Não tenho nenhuma razão de queixa do Governo, nem, especialmente, de José Sócrates. Bem pelo contrário! Tudo aquilo em que acordámos, Sócrates cumpriu. Sem hesitações, foi muito além do que lhe pedi”.

Esta passagem da entrevista reveste-se de grande importância porque desmente categoricamente as interpretações abstrusas que, logo na noite do domingo da eleição presidencial, alguns comentadores de dúbios ofícios começaram a formular acerca da hipótese de o chefe do Governo, Sócrates, se ter interessado mais pela eleição de Cavaco Silva do que pela vitória de Mário Soares ou de Manuel Alegre. Desde então, foram-se sucedendo as repetições desses comentários que mais não almejam do que lançar poeira aos olhos dos indígenas e desviá-los da real natureza dos factos e das suas determinantes. Percebe-se a intenção e os expedientes do processo de desinformação em curso sobre a matéria em causa e outras que têm muito a ver com o dia-a-dia de todos nós, cidadãos deste País.

Mário Soares vai dizendo que, para si, é um capítulo encerrado “tudo o que diz respeito às eleições presidenciais”. Certo no que a ele, Soares, toca e à Maçonaria interessa. Mas para alguns com a vocação dos espectáculos da chicana política, qualquer pretexto serve para os promover e manter indefinidamente, desde que neles extravasem todo o ódio vesgo e intolerância que lhes vai na alma.

A entrevista, em dado ponto, aborda as actividades de Mário Soares interrompidas por causa do período eleitoral. Ao descrevê-las pormenorizadamente e, com habilidade de juntar o agradável e o útil – no que à publicidade diz respeito - deixa umas dicas sobre os próximos livros que vai lançar no mercado.

Daí parte para a enumeração das viagens que fez nos últimos meses; a que adiciona a referência às obras que tem andado a ler. Com algum interesse de ordem literária debruçamo-nos sobre o rol e verificamos que, na generalidade, fez uma boa escolha dos livros. Desde Um Império à Deriva, uma História do Brasil, A Arte da Política, L’Éspoir, de Malraux, Por Quem os Sinos Dobram, de Hemingway, até a Deus face à Ciência. Para nós, este último, é um livro de referência, no qual o autor Claude Allègre desenvolve o tema com grande sapiência, escrúpulo intelectual e profundidade. Concentramos a atenção nesta obra notável, escrita “sem tabus e sem preconceitos”, traduzida pelo Prof. Doutor Luís Serrano, editada pela Universidade de Aveiro em parceria com a Gradiva, no mês de Abril de 1998 e que lemos no ano de 2002 por, felizmente, termos sido presenteados com a agradável oferta de um exemplar por parte de um distinto ex-reitor da Universidade de Aveiro. E, agora, veio-nos a ideia de chamarmos a atenção de quem de direito para se considerar o aproveitamento deste livro como matéria de estudo nas cadeiras de Filosofia dos nossos estabelecimentos universitários. Permitimo-nos um reparo quanto ao facto de Soares dizer que “foi difícil de ler porque não tenho preparação matemática, nem em biologia, física quântica e questões assim, complicadas. Demorei duas semanas, mas li-o com muita atenção e utilidade”. Daqui, dizemos ao Dr. Mário Soares que nem outra coisa era de esperar dele quanto à sua leitura ter sido feita com muita atenção e utilidade, dada a qualidade excepcional do livro de Claude Allègre. Também nós não temos as preparações que descreve. Estamos em posições semelhantes nessas áreas. Porém, como simples curiosidade, anotamos que o suplantámos no tempo de leitura dessa obra. Fizemo-la em menos de uma semana… E não nos pareceu tão difícil assim… Tenhamos cuidado em não assustarmos os estudantes e os leitores eventualmente interessados na sua leitura… Extrapolando e parafraseando-o: “Deus face à Ciência” encheu-nos as medidas.

Depois, o jornalista fez ao Dr. Mário Soares a seguinte interpelação: “Que impressão lhe deixa o País nesta altura? Dando nota da sua descontracção, ele respondeu: “Tenho esperanças de que as coisas estejam a melhorar, ligeiramente. O Governo tem dado provas de estar em cima dos acontecimentos. Quanto aos incêndios e a tudo o mais. Decide rápido e normalmente bem. Será suficiente? Veremos o que a rentrée nos vai trazer”. O jornalista contrapõe: Mas há um clima de insatisfação… Na réplica, Mário Soares espalha-se ao comprido… Impõe-se uma correcção àquilo que disse. Assim, nem “o parque automóvel continua a renovar-se”; nem “bastantes pessoas continuam a passar as suas férias”. Tão pouco “muitos continuam a comprar casas no Brasil”. Pois, nos derradeiros anos, acentuaram-se as diferenças sociais entre os que muito têm e os outros que vão ficando mais pobres à medida que o tempo passa. Isto denota que Soares continua enfermando da visão deturpada das coisas dispostas além dos limites dos seus particulares domínios – a qual, deficiência, remonta ao tempo do seu governo em que na cidade de Setúbal grassava a fome e a miséria que arrastou algumas pessoas para o suicídio e ele e seus parentes mais chegados vinham à praça púbica declarar que havia muito exagero e grande deturpação naquilo que se dizia, se escrevia e as televisões mostravam quanto a essas desgraças. Inclusive, diziam que não havia fome. Assim, alguns membros da família Soares, se colocaram em oposição aos testemunhos de D. Manuel Martins, então Bispo de Setúbal, a viver angustiado os dramas que atormentavam muitos dos seus paroquianos.

Com estas afirmações o entrevistado mostra que está fora da realidade existente para além do chão que pisa na sua propriedade do Vau. A partir de lá, os horizontes são escassos… É uma coincidência ou fatalidade que ele esteja no Vau. Ou seja: instalado na comodidade. E a ocasião não será das melhores. Daí, o Dr. Soares, não conhecendo o que existe de facto, para além do quintal da sua residência no Vau, sonha com as esperanças de as coisas estarem a melhorar… Também, nota dissonante é a de não desistir da parolice da “rentrée”… vício de linguagem em voga na rasteira classe política e no novel jornalismo que, saliente-se, coincidem no prazer de se porem de cócoras perante tudo o que seja estrangeiro e no desprezo e abandono da língua portuguesa.

Igualmente, devemos notar que o Governo tem estado em baixo e não “em cima dos acontecimentos…” Tão-pouco conseguiu apagar os incêndios ao colocar-se por cima deles. Geralmente, atrasou-se na chegada e desacertou nas posições ao desmandar-se de pára-quedas sobre os ditos. Se não fora os bombeiros… teria ficado completamente estorricado. E quanto a decidir… nem sempre bem; quantas vezes, mal e tardiamente.

Parte III

Nesta terceira parte da apreciação que vimos fazendo sobre a entrevista de Mário Soares ao “Diário de Notícias” - inserida na edição do p. p. dia 31 de Agosto – detemo-nos, especialmente, na abordagem que nela é feita a várias áreas da política internacional.

Destacamos as considerações sobre a intervenção militar do Estado de Israel no Líbano e as consequências advindas para a instabilidade no Médio Oriente. Soares classifica como desastrosa a política agressiva de Israel para com os seus vizinhos, vaticina que ela trouxe como resultado a unidade libanesa à volta do Hezbollah e admite que “a Síria e o Irão ganharam novo fôlego com a invasão do Líbano”. E vai dizendo que a Europa não tem uma orientação política para desempenhar um papel apaziguador no conflito sempre latente no Médio Oriente, porque “a União Europeia, infelizmente, está sem líderes e parece ter perdido o golpe de asa e a alma…” Reflexões que correspondem a uma visão realista da situação.

Relativamente à resposta de Soares: “Acho que o ministro dos Negócios Estrangeiros fez declarações sensatas”, quando interpelado sobre como via a posição de Portugal face à crise no Líbano, ousamos questionar: qual sensatez de um governante que se pôs nos bicos dos pés a oferecer a colaboração de um contingente militar português integrado na força multinacional a posicionar no Líbano, junto à fronteira com Israel? Um país, Portugal, enfrentando enormes carências e dificuldades, que está na cauda da União Europeia, não pode ter veleidades de emparceirar com países ricos nessas iniciativas. Devemos remeter-nos à nossa condição e fragilidade de parente pobre e não comprometermos mais a situação que aflige todos os portugueses. Estamos na NATO, é certo. Mas importa termos a noção das nossas fraquezas. E o dever de instarmos pelo reconhecimento e compreensão dos parceiros da “aliança” para as extremas incapacidades que nos limitam nos esforços de cooperação e, forçosamente, nos devem isentar de bastantes obrigações inerentes à condição de país membro da organização. Já temos demasiados compromissos nessa área de intervenções militares em missões de Paz, dispersas pelo Mundo. Exceptuando as compreensíveis obrigações para com Timor, não podemos continuar a incorrer nesse tremendo erro. Nem devemos persistir nessa insustentável via que afecta, sobremodo, o Orçamento em nome de um disparatado prestígio internacional que pode revelar-se oportuno e útil para iludir muitos portugueses mas que, no estrangeiro, não colhe benefício e reconhecimento. Pelo contrário, os outros povos estão-se nas tintas para essa bacoquice do fascínio que isso cause na parolice nacional da lusa terra.

Por tudo isto, contrapomos a Soares que o envio de tropas portuguesas para integrar forças internacionais, em princípio ou taxativamente: NÃO! Nesse domínio, cumpre-nos o dever patriótico de pormo-nos à margem de tais missões – sejam elas de iniciativa europeia ou da ONU - como fazem outros estados da Europa com maiores recursos que o nosso.

E a propósito, insistimos em afirmar que, na actualidade, o Exército não tem sentido de existência. Aliás, uma força que, praticamente, só serve para desempenhar missões no estrangeiro. Basta-nos as forças armadas compostas pela Marinha e pela Força Aérea. A G.N.R. como força militarizada satisfará as necessidades operacionais do território nacional.

Em dado passo, Mário Soares recorda uma recente visita à Venezuela e tece uma avaliação benévola sobre a personalidade e as orientações de Hugo Chávez. Já depois da entrevista, Hugo Chávez declarou que vai alterar a Constituição no sentido de possibilitar a sua manutenção na chefia do Estado sem limitação temporal. O que, na prática, equivale a consagrar-se como um ditador por toda a vida. Aqui, a impressão de Soares sobre Chávez veio a ser prejudicada pela ultrapassagem que o presidente venezuelano fez dos seus poderes e dos propósitos que o animam – agora mais elucidativos para a opinião pública venezuelana.

Interrogado sobre o iberismo Mário Soares confessa-se um convicto iberista e europeísta. Sensatamente faz a reserva: “Sem pôr em causa, evidentemente, a independência de Portugal”. Mas engana-se quando diz que “entendemo-nos a falar português, castelhano, catalão, galego”. Se bem dialogamos com os galegos e se percebemos o castelhano, já não entendemos o catalão. E os espanhóis esforçam-se por mostrar que não percebem o português. Não obsta a que Portugal e Espanha “possam vir a ter um papel importante na Europa e no Mundo, se souberem articular as suas políticas”.

A parte final da entrevista de Mário Soares é preenchida com a descrição das particularidades da sua vida pessoal, dos seus ócios e prazeres e com a divulgação de uma singularidade: ele, Soares, “tem a sorte de ter bons genes”. E acentua: “Herdados dos meus pais”. Ninguém sabia desta riqueza pessoal configurada na pureza genética do conhecido fundador do Partido Socialista. Daí, a malta ter ficado encantada com a revelação. Louvavelmente, ele o disse com magnanimidade associada à sua proverbial desenvoltura. Foi uma atitude bonita e enternecedora. Para que todos saibam e sem nada escondido na manga, ao que supomos interpretar. Apesar disso e da nossa curiosidade quanto aos meios de que se serviu para chegar a essa lisonjeira convicção, apetece-nos reter e recomendar a ideia: Soares está feliz porque teve a sorte de ter bons genes… Portanto, com implícita exclusão dos maus, dos enfermos, dos inconvenientes, dos endiabrados e dos embaraçosos caracteres; quais unidades independentes que, certamente, se existissem, escapariam ao domínio da sua privilegiada mente… Atendendo ao seu currículo de dirigente político é caso para exclamarmos: Safa! Do que nos livrámos… Também, ele, ex-presidente da República, estará mais contente, porque obteve os genes em herança; esta, provavelmente, conseguida sem ter liquidado o imposto sucessório. Face a esta (imprudente?) revelação, prenhe de implicações fiscais, lançamos uma advertência: Soares que se cuide… Os homens das Finanças andam por aí desvairados à procura dos contribuintes que se esquivam aos pagamentos dos impostos…

Decerto seria uma lástima que, depois de um gesto tão bonito, ele fosse inquietado pelo Fisco…

Fim

Um informe à navegação…

Carta que de "aberta" passou a "fechada"; ora, perdida na lixeira de um novo ÍNDEX

Abaixo reproduzida uma mensagem que Brasilino Godinho está enviando a certa rapaziada... Refere-se à "carta aberta" remetida, em tempo útil, ao gabinete do ministro da Economia, à secretaria-geral do ministério e a vários órgãos de comunicação social. A citada missiva está inserida neste blog.

E como se indica na epígrafe: destinatário, intrépidos funcionários e corajosos dirigentes operacionais dos órgãos de comunicação social “fecharam-na” e - calados que nem ratas de sacristia - colocaram-na na lixeira de um novo ÍNDEX.

Depois da notícia dos procedimentos a que aludo com ironia e doutros idênticos, que se vêm sucedendo, ainda há gente que tem a lata de dizer que não há censura em Portugal.


Caros senhores,

A "Carta Aberta” ao ministro da Economia, de 11 de Setembro de 2006, da autoria do signatário, tempestivamente enviada a V. Exas., de que nem chegámos a trocar breves impressões, foi um ar que lhe deu. Perdeu-se nos meandros de um novo "ÍNDEX" que estará escondido algures. Muito bem feito... Era matéria perigosa. E inconveniente para certas prendadas almas que, tal como as "comissões de censura" de Salazar, velam pela preservação dos bons costumes e das melhores e mais recomendadas conveniências... Depois, o articulista Godinho é flor que não se cheira... Trata-se de um sujeito malicioso... Sobretudo, mal-acomodado... Cuidado com ele!!! Quem vos avisa, vosso amigo é... Seguramente, como recomendará o inquisidor-mor do reino da nossa atrevida bicharada: serão curtas todas as grandes distâncias que se estabeleçam relativamente a essa criatura…

VADE RETRO, SATANA!

Reitero-lhes os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

segunda-feira, setembro 11, 2006

De: Brasilino Godinho

CARTA ABERTA

Senhor Ministro da Economia

Excelência

Segundo julgo saber o senhor ministro é cidadão português no pleno uso das suas faculdades de alma e dos direitos estabelecidos pela Constituição da República Portuguesa. Pessoa inteligente, evoluída e conscienciosa não desconhece que também tem deveres como quaisquer cidadãos que, indistintamente, estão sujeitos às leis da República Portuguesa. E porque está investido em altas funções do Estado tem especiais obrigações inerentes às responsabilidades do cargo que desempenha.

Tendo em consideração estas referências de natureza cívica Vossa Excelência não estranhará que, ao abrigo dos termos aplicáveis da Constituição da República Portuguesa, o signatário traga à sua douta e ministerial apreciação o delicado assunto que passo a expor.

Antes, de entrar pela via descritiva e pela indispensável análise conceptual, permita-me que lhe transmita o alto apreço em que tenho a sua personalidade. Sem omitir a impressão que me deixa a sua aparência física; a qual, como sucede com gente de grandes ilustrações, muitos engenhos e bastantes aptidões, deixa transparecer no rosto tudo o que de rictos, de singularidades fisionómicas, de trejeitos e de registos anímicos é susceptível de influenciar as boas ou más impressões causadas ao observador atento e dotado de alguma sagacidade. No que concerne à sua pessoa anoto a sugestiva imagem.

Fixando-me no meu ponto de vista admito estar possuído de espírito atento e da leve suspeita de ser um razoável psicólogo (passe a imodéstia que, talvez, me seja lançada em rosto), pelo que arrisco dizer, sem intuitos de lisonja, que Vossa Excelência parece ter a complectiva simplicidade e a esplêndida disposição de ânimo estampada no rosto de bom-serás que, acentue-se, não indicia a mínima crispação, mesmo quando confrontado com imprevistas e incómodas situações de algum melindre.

È, exactamente, por ter acontecido uma situação insólita com Vossa Excelência, no p.p. sábado, dia 09 de Setembro, que aqui - e por este meio - me estou dirigindo ao ministro da Economia. Com a devida vénia, permita-me que lhe observe que há ocasiões que nem um titular da pasta da Economia se pode dar ao luxo e ao desembaraço de ser demasiado económico no gesto, avaro na atitude e desprevenido no expediente de desembaraçar-se de atrapalhações de uma forma pouco transparente e inadequada ao elevado estatuto da sua individualidade

Quero lembrar-lhe aquele percalço de ter sido interceptado por uma brigada da Polícia de Trânsito a circular num popó do Estado a 225 km/h, em determinado troço de auto-estrada de grande tráfego, daquele pequeno país de todas as enormes complacências e extravagâncias oficiais que todos conhecemos de ginjeira… Esse mesmo que está a pensar: PORTUGAL!

As televisões deram a notícia da ocorrência (os jornais de maior circulação “esqueceram-se” – houve quem dissesse: “Não terá sido por mal…”) e salientaram que os agentes da polícia não incomodaram Vossa Excelência com aquelas “ninharias” de apresentação dos documentos, apreensão de carta, sopro no balão, etc… O senhor ministro embora importunado pelo atrevimento da momentânea suspensão da “corrida”, lá, depois, reatou a marcha precedida dos salamaleques e bater de pala dos guardas que, no mesmo passo e hora, procederam com todo o rigor do Código da Estrada para com dois cidadãos (entrevistados pelas televisões) apanhados a conduzir para além dos 120 km/h mas sem atingirem os “abençoados” 225 km/h da excelência ministerial; a qual, se terá justificado pelo atraso com que viajava em relação à hora marcada para uma reunião na área do Porto.

Ouso sugerir que terá havido alguns equívocos… Pois, é de presumir que o senhor ministro ao parar o carro ter-se-á distraído com a paisagem e concentrado a sua atenção a observar o trânsito com a preocupação de se proteger de algum acidente e, assim entretido, não se terá apercebido da gravidade da transgressão à lei. Por sua vez, os guardas ter-se-ão baralhado e perante tamanha descontracção ministerial, às tantas, terão julgado que o ministro era um extraterrestre não obrigado a cumprir as determinações do Estado. Mas, segundo julgo, ainda pode haver algum remedeio neste triste evento.

Até porque de tudo isto, acima relatado, qualquer indígena luso conclui que o Ministro da Economia não sendo de outras galáxias, nem estando desobrigado a cumprir as leis que o Conselho de Ministros – de que faz parte – aprova, prevaricou por descuido, omissão, por excesso de ascendência hierárquica e mau exemplo; este, absolutamente condenável. Reforço: sem atenuantes. Ao ministro da Economia compete ser irrepreensível nesse domínio do cumprimento da legalidade. Por conseguinte, de Sua Excelência se espera que dê a mão à palmatória e com a maior urgência requeira à Direcção Geral de Viação que, ao abrigo dos direitos que lhe confere o articulado da Constituição da República Portuguesa, lhe seja instaurado um processo de transgressão e a ele próprio sejam aplicadas as sanções correspondentes à gravidade das transgressões mencionadas no Código da Estrada. E relativamente aos polícias da Brigada de Trânsito é desejável que sejam admoestados pelo Comando Geral da GNR e se lhes diga que a Lei existe para ser aplicada a todos os portugueses sem excepções, segundo os termos do nº.1, do artigo 12.º e os nºs 1 e 2, do artigo 13.º, da Constituição da República Portuguesa.

Para terminar: Não se esqueça o senhor Ministro da Economia que ao circular a 225 km/h pôs a sua vida e a do próximo em perigo. Mais: transgrediu o Código da Estrada. Pior, ainda, prevalecendo-se da sua condição ministerial e arrogando-se (naquela flagrante circunstância de não acatamento da Lei) de deslocada e inoportuna superioridade em relação aos outros prevaricadores de delitos semelhantes. Merece ser punido! A bem da Democracia! Em contemplação da transparência dos actos dos agentes do Poder. Pela ressalva do Estado de Direito! Conforme os valores da República!

E Sua Excelência tome na devida conta que, em matéria de cumprimento das leis, se todos temos esse indeclinável dever, essa natural sujeição, o ministro deve exceder-se no aprimoramento da sua personalidade e tudo fazer para se tornar modelo do rigor a seguir na observância dos preceitos constitucionais e no respeito pelos seus concidadãos.

No convencimento que Vossa Excelência extrairá as devidas ilações desta minha intervenção cívica, demais a mais impreterível e necessária num Estado de Direito, apresento-lhe os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

11 de Setembro de 2006

(brasilino.godinho@gmail.com)

segunda-feira, setembro 04, 2006

Um texto sem tabus…

AI! SE O RIDÍCULO MATASSE…

LÁ IA À VIOLA UM DUQUE…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

Sim! Sua Alteza corria enorme perigo… Nem Santa Quitéria, apesar de seus dons de benevolência e misericórdia, lhe valeria… Exactamente, por causa do Duque não meter a viola no saco…

O pio Duque que aspira a ser Rei de Portugal, dos Algarves e de Timor (sem descartar um hipotético título de Imperador num restaurado império do Brasil ou mesmo a remota possibilidade de ser num dia de São Nunca o embevecido sogro da futura Rainha de Espanha…) é pessoa com duas personalidades distintas. A primeira delas, configura-se num indivíduo aparentemente sem malícia a inquietar-lhe a alma, com estatura média, que teve o engenho e a arte de criar e manter emblemático bigode bem trabalhado e melhor delineado no seu geométrico formato, assente no plano inferior de um fácies inexpressivo onde sobressaem dois olhos de manso cordeiro pascal. Um distinto sujeito que no Inverno, qual abastado latifundiário, veste samarra alentejana e no verão traja fatiota a dar impressão de aristocrata inglês com grande influência na City de Londres e assento na Câmara de Lordes britânica. Possui refinadas qualidades de compenetrado patriota, expedito lavrador, exímio motorista de tractor agrícola, entusiasta empreendedor imobiliário numa rua (de apelido Cardoso) de tristíssima memória. Pela-se por aparecer retratado nas capas das revistas de frivolidades e deslumbra-se, com visível satisfação, sempre que é filmado pelas câmaras das televisões. Inegavelmente, um respeitável chefe de família, babado pai de criancinhas lindas, encantadoras, precocemente submetidas aos bafientos espartilhos dos formalismos e rituais que integram o convencionalismo régio. O seu trato é simples e afável. Sobretudo, estamos perante um ser melífluo. Tão melífluo que parece destilar mel e doçura através da voz, do sorriso tímido, do gesto comedido, da atitude estudada. Dir-se-ia uma personalidade programada ao computador até ao pormenor da mínima denotação comum à espécie, para se insinuar no espírito dos interlocutores ocasionais. A segunda personalidade depara-se aos indígenas transfigurada num ensimesmado cavalheiro que, em determinadas ocasiões, se convence ser dono e senhor de um imaginado Reino de Portugal. Um reino magnífico, de flores e bem-aventuranças dadas pelo régio, magnânimo, senhor, aberto a todas ilusões, concebido à medida do Duque, por obra e graça da Divina Providência: Nele, o Duque, cativo da sua delirante imaginação, admite poder contemplar-se, porque escudando-se (reparem na presunção e na água benta…) no presumido assentimento da plebe. Esta, fatidicamente aturdida pelo malfadado sortilégio a que teria sido conduzida pelos cânticos das sedutoras sereias ungidas pelo putativo monarca. E aí, nessa pose atrevida e displicente, mais o famoso Duque se assemelha a um reizinho de opereta castelhana. A nobre criatura nem se apercebe dos tons e dos sons grotescos de alguns dos seus actos ou da vacuidade impressiva nas declarações inconsistentes e hilariantes que vai fazendo de quando em vez. A muita gente causa estranheza que os solícitos conselheiros não intervenham a tempo de evitar os deslizes da inconfundível figura. Embora seja certo que das escorregadelas do senhor Duque não vem mal ao mundo, nem agravo das condições de vida dos portugueses. Mas para a lavada e higiénica imagem de pretendente ao Trono de todas as suas fantasias monárquicas é prejudicial e desabona-o. Aliás, para a opinião pública, ele é um incansável contribuinte para as cenas do famigerado espaço televisivo “Contra-Informação” e um bem sucedido fornecedor de anedotas para o anedotário nacional. Com uma singular vantagem: os portugueses divertem-se bastante com as tiradas filosóficas de Sua Senhoria e os chistes com que, alegremente, desafia o sentido de humor dos leitores das suas jocosas prosas e dos ouvintes e espectadores das entrevistas televisivas em que marca presença e graça… Para o Zé-Povinho é um benefício nada desprezível. Porque, incontestavelmente, nestes tempos de vacas magras e de constantes tristezas, torna-se agradável desfrutar da natural tendência chistosa e reinadia inspiração do badalado representante do monarquismo luso. Monarquismo que Deus haja lá nos seus celestiais domínios expiando os grandes pecados cometidos pelas reais criaturas ocupantes do Trono Real, durante a sua longa existência na terra lusitana; desde sempre, realce-se, entrelaçada no obscurantismo.

Todas estas pertinentes considerações vieram a talho de foice por motivo de o senhor Duque ter anunciado que ia condecorar os jogadores e técnicos da selecção nacional de futebol que disputou o último Campeonato do Mundo da modalidade, realizado na Alemanha. Obviamente, podemos admitir que vai ser um espectáculo de atirar chapéus ao ar, de gritar olés e bater palmas, à semelhança do que acontece nas touradas reais e noutras tais dos marialvas ociosos e dissolutos. Está na cara, como dizem os nossos irmãos brasileiros, que o dono da casa bragançana se tomou de brios e de invejas do ex-presidente da República Jorge Sampaio; o qual, na fase de despedida do cargo, se mostrou possesso e obcecado das condecorações e as distribuiu às centenas pelos dilectos compadres, amigalhaços, confrades e irmãos da “recomendada”, fraterna irmandade dominante na capital lisbonense e na paisagem adjacente - que é a Província…

Um dos efeitos da notícia provinda da nobre personagem da extinta realeza foi o de muita gente, curiosa, se interrogar quanto à natureza das condecorações e acerca dos títulos nobiliárquicos de barão, conde, visconde, marquês, que caberá a cada um dos distinguidos. Igualmente, existe a grande dúvida sobre quem, dos contemplados com as especiais medalhas de cortiça ornadas com brasão real, sairá do paço do Duque enriquecido com uma parcela da quinta das lágrimas; as quais, por sinal, foram muito derramadas no desfecho do referido campeonato…

Também, as pessoas conjecturam se o Duque está convencido de ser o chefe do Estado e julga dispor da prerrogativa de outorgar distinções das várias ordens nacionais; deste modo - e imprudentemente - usurpando atribuições do actual presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva. Porventura, à maneira de ele, Duque, se tornar o fingidor-mor do reino da bicharada portuguesa.

Neste caso, o senhor Duque ainda pode ver-se envolvido em maus lençóis da Justiça – o que seria uma chatice, fora do contexto monárquico…

Os cidadãos quando souberam da ideia do senhor Duque acharam graça. Depois, reconsiderando a “grandeza” do propósito e os altos atributos de sua presumida realeza, ficaram preocupados face a uma representação mental que lhes passou pelas cabeças… O Duque de todas as animações monárquicas dos arraiais da parvónia, que se cuide… E os seus conselheiros que não se distraiam…

Também parece que não se cuidam os convidados para a pantomina das inconcebíveis condecorações e do patético teatro do faz-de-conta… Caso para anotar: a que pontos extremos de fantasia e de inglório alcance chega a deplorável insensatez e a bacoca vaidade de algumas pessoas que perdem a noção do ridículo a que se sujeitam…

E assim, em Portugal, se vai cultivando e aplaudindo o fingimento, a idiotice e o absurdo…