Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, maio 30, 2006

Carta Aberta

A um mação luso, algures no Brasil

De: Brasilino Godinho

Para: Fernando Marques

Só hoje lhe respondo devido ao facto de, tendo lido apressadamente o seu exaustivo texto, nem me apercebi que se me dirigira. E no atendimento do correio e elaboração das respectivas respostas, venho seguindo a ordem cronológica das entradas na minha “caixa”.

Agora, ao reler o artigo “Ordem Maçónica, dê-me conta que me era dirigido.

Começo por lhe dizer que estou em total desacordo consigo… quando, de forma excessiva, minimiza as inegáveis qualidades da sua escrita. Escreve fluentemente, em português correcto e chega a ser brilhante na exposição das ideias e no discurso apologético da Maçonaria. Felicito-o! Não tenha complexos, porque é mesmo bom na arte de escrever. Importa, sempre, sermos justos e isentos (sublinho: justos e isentos) na apreciação que fazemos do próximo.

Também me convenceu ser uma pessoa digna. Fiquei a conhecê-lo como um místico profundo.

Teve uma atitude decente. Adiantou-se em defesa da sua “dama”. Enquanto outros se exibiram em espectáculos deploráveis, apresentando-se disfarçados, escondendo a qualidade de membros da Maçonaria e movendo, de enviesado jeito, sucessivos processos de intenção ao signatário desta mensagem. Tentaram colocar-me os mais variados rótulos. Atribuíram-me malévolos intentos. Só faltou admitir que o Brasilino Godinho classificava as maçonarias como associações de malfeitores ou de bandoleiros de estrada. Parece que ficaram satisfeitos. Desopilaram! Que lhes faça bom proveito! E que o Grande Arquitecto do Universo lhes perdoe… se tal entender apropriado. E a cujo desfecho de julgamento divino, me conservarei alheio.

O senhor teve a hombridade de surgir a descoberto, convicto e determinado. Assim, agem as pessoas civilizadas. Congratulo-me!

Em si, destaco uma faceta que muito aprecio na condição humana: o empenho no aperfeiçoamento das aptidões e qualidades, postas ao serviço da comunidade. No caso em apreço é de exaltar a vontade e a determinação de ultrapassar as circunstâncias adversas que mencionou e o afectaram em determinada fase da sua existência. Quando isso sucede o próprio fica enriquecido e a sociedade recolhe benefícios cotados ao nível do relacionamento cívico. Apreciei tomar informação.

Na quase totalidade da sua prosa ressalta a preocupação de valorizar a natureza e as especificidades da doutrina e instituição maçónicas. Esteve no seu papel de fervoroso devoto e inflexível seguidor da obediência. E desempenhou-se da tarefa com razoável comedimento nas sucessivas interpelações que, ao longo do texto, vai fazendo ao visado Brasilino Godinho. Todavia, quando entra nos últimos parágrafos, embalado na euforia da dissertação, descai um pouco no tom, na forma e no estilo, tornando-se desagradável e agressivo. Acaba por, sem disso se dar conta, confirmar uma inadmissível característica da Maçonaria – repito: aqui considerados todos os ramos da família maçónica, incluindo a Maçonaria Branca (Opus Dei) – a celebérrima intolerância maçónica.

O articulista, senhor Fernando Marques, dirigindo-se a quem não conhece de lado nenhum, permitiu-se insinuar intenções e qualificações de todo deslocadas, incorrectas e abusivas. Lamento!

A trilogia Liberdade, Igualdade e Fraternidade é-me muito cara. E a Maçonaria exibe-a como porta-estandarte do seu posicionamento na sociedade e no relacionamento entre “irmãos”, iniciados, mestres, etc.. Mas, frequentemente, não a pratica em relação aos profanos. A liberdade de pensamento, de expressão, de crítica relativamente à sua organização nem só não é aceite ou tolerada, como as intervenções críticas dos “infiéis” são censuradas e bloqueadas das mais diversas maneiras e se, possível, são, de todo, afastadas com agressividade. Se as maçonarias pudessem, cortavam a raiz ao pensamento (a tal, mencionada pelo inesquecível poeta António Gedeão). Estou a tocar num ponto que me é muito sensível, porque bastante tenho sido atingido na minha actividade de escritor e comentador da imprensa escrita. Sem prazer, anoto: isto, sei de cor e salteado. E já agora, informo que nunca tendo sido ou desejado ser “iniciado”, conheço alguma coisa das maçonarias e tenho experiência de vida que me leva a estar atento e a não me fiar nas aparências e superficialidades das coisas e loisas e nos encantos daqueloutras publicitadas belas fachadas de imponentes construções que, às vezes, ocultam sombrios interiores. Aliás, não fora dar-se essa particularidade (de algum saber na matéria), não faltaram oportunidades de actualização de conhecimentos, se isso se tornasse necessário - tendo em conta a quantidade de mensagens recebidas no meu correio, nas últimas semanas, que iam ao encontro de suprir eventuais lacunas sobre tal assunto. Todos acreditamos que os fraternos “irmãos” não estão desatentos… a ver passar os comboios. Algo que está à vista desarmada…

Espero não o incomodar; mas digo-lhe, com a maior franqueza: tudo o que escreveu já era do meu conhecimento, de anos.

Somente a título de curiosidade (porque não é meu feitio referir-me a aspectos da minha vida privada) – condescendendo, embora, porque de algum modo desafiado - e para avaliar o espírito de curiosidade deste sujeito que dialoga consigo: então, não é que o signatário desta mensagem, aos quinze anos, se deu ao desplante de ler um calhamaço de quinhentas e tal páginas de um tratado de filosofia tomista e, não obstante, decorridos escassos anos (antes de atingir os vinte), já tinha mandado às ortigas a etiqueta de católico que lhe tinha sido aplicada á beira da pia baptismal, ainda criança de colo.

Para terminar este “palavreado” que vai longo, dou um inequívoco esclarecimento: existe uma profunda divergência entre o Brasilino Godinho e o senhor Fernando Marques, assente na avaliação da influência da Maçonaria (incluída Opus Dei) na sociedade portuguesa, na verificação do imenso Poder que desfruta em Portugal e na comprovação das correlativas responsabilidades que ela, exactamente por esse decorrente e avassalador domínio temporal, tem na desastrada situação em que o país está mergulhado. Divergência extensiva à incompatibilidade de filosofias atinentes à definição do ser, das formas de viver e das maneiras de estar em comunidade, à luz da racionalidade, com activo recurso às faculdades de alma e constante aplicação da higiene mental.

Portanto: o senhor Fernando Marques fica abrigado nas suas convicções. O Brasilino Godinho prossegue motivado na luta por um mundo melhor em que os cidadãos se entendam fraternalmente sem subterfúgios, sem privações da Liberdade, usufruindo a Igualdade e praticando a Fraternidade. Enfim, no integral respeito dos princípios consagrados na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Esta, a minha Bíblia!!!

Brasilino Godinho

quarta-feira, maio 24, 2006

Um texto sem tabus…

“POR QUE SERÁ QUE OS ÓRGÃOS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL NÃO PUBLICAM ISTO”?

Brasilino Godinho

Esta interrogação é posta frequentemente por pessoas que estranham o silêncio dos órgãos de comunicação social relativamente a acontecimentos que se julgariam do maior interesse para os portugueses. E que daqueles deveriam, estes, ter informação oportuna, isenta e correcta.

Só que muitos cidadãos deixando-se embalar pelas aparências e pelas manifestações desavergonhadas que proliferam por aí e não estando capacitados ou predispostos a um qualquer esforço mínimo de raciocínio, facilmente confundem a realidade nua e crua da vida quotidiana da sociedade, com a imagem desfocada, enganosa e interesseiramente distorcida que uns tantos artistas lhes apresenta à boca de cena do burlesco teatro-circo em que está convertido o estado da Nação. Assim sendo, a tais cidadãos nem lhes faz grande mossa que certos palhaços, manipuladores por excelência, das plateias dos seus indecorosos espectáculos, se permitam a sem-vergonha de lhes omitirem atitudes, deturparem situações e esconderem factos, que a todos afectam e que a todos deveriam ser comunicados. Daqui, decorre algo que preocupa muita gente séria deste País, com sentido da honra, da dignidade e da nacionalidade. Ou seja, estamos sobrevivendo com angústias, carências e dificuldades de variada ordem e a suportar o clima obscuro do fingimento de as coisas nem irem tão mal como certos analistas as pintam e os portugueses vão estoicamente aguentando. Estão enraizadas: a estupidez do conformismo; a inquietante mentalidade da resignação de tudo aceitar por se descrer na regeneração das pessoas, dos métodos e das políticas; e a perigosa habituação (a que parecemos condenados) às representações idiotas do faz-de-conta que todos vivemos numa boa formatação cívica conforme aos preceitos da Democracia, ao respeito pelas liberdades e garantias consagradas na Constituição da República Portuguesa e no desfrute da riqueza moral abrangente da decência, da solidariedade e da transparência nos actos e nos comportamentos. Qualquer coisa a modos de garantia de, tendo sido instaurada a república democrática, ipso facto não só teríamos a Democracia em todo o seu formal esplendor como a certeza da prática dos seus preceitos que levaria a nação portuguesa à condição de república plenamente realizada, com todas as implicações daí consequentes. Errado! O grande drama que estamos vivendo em Portugal prende-se com a realidade oposta a semelhantes conclusões. A nossa democracia é meramente formal. Os portugueses não têm voz nem poder de influência sobra a política que os regula, os condiciona, os submete e… os escraviza. Os governos estão inteiramente dominados pelos aparelhos partidários e pelas seitas de natureza maçónica que fazem do secretismo seu modo de existência, sua forma de actuação e seu instrumento de domínio sobre a sociedade em geral e a governação em particular. Mais, convém repeti-lo até à exaustão para ninguém esquecer: elas, na sombra, dominam o País, sem o povo disso se aperceber. Neste ponto, julgo ser pertinente inquirir: quantos portugueses deram importância ou se lembram das palavras do falecido Prof. Doutor Sousa Franco proferidas nas “Conferências da Arrábida”, a 27 de Outubro de 2003, meses antes do seu falecimento, a seguir reproduzidas: “Há uns senhores cinzentos que mandam mais que os eleitos”. Pois há! E, dando largas à intolerância servem-se da censura para restringir – e, às vezes bloquear ao máximo que lhes é possível - as liberdades de pensamento e de expressão. O que fazem numa imitação reles daquilo que faziam as “Comissões de Censura” do regime do Estado Novo, de Oliveira Salazar. – actividades de repressão que tanto verberavam no tempo desse regime e, agora exercem, por acinte, com disfarce e segredo. Embora falem, escrevam e palestrem, com o maior despudor e o mais acentuado cinismo, que são respeitadores e apologistas da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.

Ainda recentemente, alguém, Brites de Almeida, de seu nome, fazia considerações públicas sobre este tema. E referia-se ao Prof. Marcelo nos seguintes termos. “(…) o Prof. Marcelo pode espernear, cantar e dançar o tango em cima da mesa, que por muito que ele faça, nada pode como cidadão eleitor fazer para mudar o estado de coisas”.

Anoto: a observação parece-me desajustada à pessoa e ao propósito que lhe é atribuído. Explico. Não duvido que o Prof, Dr. Marcelo Rebelo de Sousa possa “espernear, cantar e dançar o tango”. Até o corridinho e o fandango. Concedo que mesmo em cima duma mesa – o que seria um engraçado espectáculo televisivo, a não perder. Também, um exercício de arte e malabarismo; uma vez que ele tem especiais aptidões nesses domínios da acrobacia e da prestidigitação. Aliás, atributos artísticos, já notados nos tempos em que foi director do “Expresso”. Porém, tenho relutância em aceitar que muito faça no sentido apontado pelo autor do texto citado. Acredito que nada possa fazer para “mudar o estado de coisas”.

Por uma simples e insuperável razão: ele, professor, não tem genica para isso. Falta-lhe a vontade, escasseia-lhe o entusiasmo e não tem a convicção. Igualmente, nele ausente a firmeza de princípios que dão pelo nome de coerência, isenção e transparência das atitudes. Mais: não nos presenteia com a credibilidade do que apregoa. Por último – e aqui vai a novidade para muita gente – é uma das pessoas que, em Portugal, pratica a censura. E esconde essa execrável prática do público. O que, convenhamos, não são formas decentes de um distinto mestre de Direito estar em sociedade, discorrer perante os alunos e palestrar para o respeitável público das televisões. Para que conste! Com uma informação relevante: isto mesmo comuniquei ao Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, por escrito, através de duas cartas que lhe dirigi e que ele teve a hombridade (valha-nos isso) de tentar rebater em duas mensagens que, às tantas da madrugada, me deixou gravadas no meu telemóvel.

Isto referido, para acrescentar ao meu “texto sem tabus” há tempos publicado; no qual, comento as maneiras ardilosas de fazer, actualmente, a censura em Portugal e menciono os graves problemas, os complexos instrumentos e os pouco divulgados elementos que identificam e determinam a crise que nos atormenta.

Enfim, uma coisa se junta à outra. Completa-a! E julgo responder à interrogação transcrita no título de abertura desta crónica.

Brasilino Godinho

terça-feira, maio 16, 2006

Um texto sem tabus…

A MAÇONARIA É UMA ÁRVORE ENTOCADA…

Brasilino Godinho

A Maçonaria é uma árvore. Assim identificada, pela sua disposição anatómica - morfologia interna, se melhor quisermos precisar. Já na componente simplesmente designada morfologia, nota-se uma variedade de formas exteriores que baralham todas as leis da Natureza. Talvez sob esta óptica seja preferível dizer: particularidades que violam não só essas leis mas, igualmente, transgridem as mais elementares regras que definem a harmonia da natureza naturada.

A origem da árvore maçónica não está bem definida. Chegaram até nós dispersas e pouco consistentes informações acerca de hipotéticas sementes que teriam sido lançadas nos tempos do Rei Salomão e noutras épocas posteriores. Mais assertiva é a referência histórica de a sementeira da “árvore” - que não vemos a “olho nu” mas pressentimos a rodear-nos e a contaminar a atmosfera envolvente com os invisíveis e asfixiantes fluidos que emana - ter sido feita em Londres, no ano de 1717. Desde então cresceu e expandiu-se até ao território nacional. Onde permanece entocada… Longe das vistas dos indígenas… Como se fosse uma flor de estufa (que não se deve cheirar) excessivamente resguardada pela férrea vigilância de mal-encarados jardineiros.

Trata-se de uma “árvore” em situação de clandestinidade, esquisita, desagradável ao comum das gentes, que só vive e medra dissimulada nos subterrâneos da selva urbana. E, como deixámos antever, torna-se difícil classificá-la. Também é extremamente arriscado tentar contê-la num espaço limitado. Realmente perigosa qualquer aproximação. Para o pacato e desprotegido cidadão melhor será conservar alguma distância. O leitor na sua ingenuidade perguntará: Porquê? Ora, a pergunta tem fácil resposta. A dita árvore é muito susceptível, bastante nervosa e propensa a reacções imprevisíveis… (onde é que já ouvimos esta expressão?...) A trazer-nos à lembrança aquela planta carnívora que não pode ser tocada por algum animal ou partícula. Qualquer ser vivo que nela toque é, de imediato, maltratado. Sabe como entra no seu âmago; não adivinha como sairá. Algo idêntico ao que se passa com a droga pesada.

A propósito, houve um ministro socialista que, num determinado contexto, deu a cabal explicação, embora extrapolando para o Partido Socialista (conhecido como o partido que mais se abriga à sombra tutelar da árvore maçónica, no seu lusitano, grande, sector oriental): “Quem se meter com o PS leva!” O mesmo sujeito, certamente repetindo o que nalguma ocasião, estando devidamente enquadrado, lhe soara aos ouvidos, poderia dizer: “Quem se meter com a Maçonaria leva!”. Perguntar-se-á: Leva o quê? Algum brinde? Mimo? Marretada? Decerto, precedendo as pranchas distribuídas pelos irmãos, leva pranchadas. Para, no futuro, ter juízo e respeitinho… Se lhe restar oportunidade para isso…

Retomando a descrição do ser em causa, não é correcto situá-lo exclusivamente no conjunto das plantas indígenas. Isto, por motivo de ele se apresentar com diferentes formas e características, assumindo mesmo caracteres de outras espécies silvícolas e zoológicas. De facto, é uma planta com raízes; quais batatas com que se alimenta e que, particularidade importante, não são comestíveis para a bicharada humana, por índole, incompatível com aquela espécie arbórea. A dita individualidade do reino vegetal, como outros seres, parecidos no aspecto e no carácter, espalhados por “este mundo de Cristo”, tem ramos de várias cores e formatos, advindos com a passagem dos tempos que leva de vida; os quais, estão em permanente desarmonia - embora unidos ao tronco comum, como se este fosse uma corporação aglutinadora de interesses e objectivos de supremacia. Ela, também gera e desenvolve múltiplos “rebentos” mais ou menos rígidos, pegajosos e dissimulados, que se distendem e entrelaçam como se fossem tentáculos de avantajados polvos. Nesse domínio das características físicas da “árvore” (maçónica – não esquecer que é dela que estamos falando) desde logo impõe-se destacar os “rebentos”, vulgarmente conhecidos por maçãos ou pedreiros-livres. Estes elementos tomam formas de criaturas humanas, incessantemente desconfiadas, tristes, irritadiças, de semblante carregado, tensas, a sugerirem-nos a ideia de a vida lhes ser molesta. Às vezes, para os infiéis pouco esclarecidos, eles, “pedreiros-livres” (Livres?... Como assim? E pedreiros? De que obras?...) são confundidos com os extraterrestres pela razão de se darem a práticas esotéricas em ambientes soturnos. Locais onde, pelo que se sabe, não mora a alegria e a descontracção. Pelo contrário, dir-se-á serem antecâmaras das trevas a que alude a simbologia de Satanás, nas quais se misturam equipamentos e utensílios extravagantes e se praticam rituais estranhos completamente deslocados no tempo e inconcebíveis nas actuais circunstâncias da idade moderna. Circunstâncias que procedem do imprescindível e racional entendimento dos valores da Democracia, da Liberdade, da Igualdade, da Fraternidade, do respeito pelos direitos do homem e do acatamento do preceito da transparência nos actos e nas atitudes das entidades, sejam elas públicas ou privadas. O que não é coisa de somenos importância, se ponderarmos que os membros inferiores e superiores da referida árvore inspiram desconfiança e terror aos indígenas.

Na “árvore” deparamos com um “calcanhar de Aquiles”; qual seja, o da notória falta de confiança dos “rebentos” em si mesmos. Quem diria?... Infelizmente, os “rebentos”, as boas pessoas de que fala a cartilha maçónica, desvalorizam-se muito. Afiançam que, para se aperfeiçoarem e exercitarem o Bem, precisam de se sinalizar, juntar, paramentar, ajuramentar, celebrar e... pranchar. Ufa! Que canseiras e… vãs tarefas! É uma pena! Deplorável que, a título individual, sejam tão frágeis e incapazes de pelos seus próprios esforços se tornarem cidadãos virtuosos, prestáveis e fraternos para com os outros indivíduos – porque ninguém tem dúvidas que são extraordinariamente zelosos nas protecções e promoções que distribuem entre si…

Para complicar mais o aterrador quadro os “rebentos” parecem toupeiras que circulam nas galerias subterrâneas, sob o chão que pisamos. Raramente se mostram. E quando emergem à superfície, com todos as precauções e os cuidados dos cantarilhos, fazem-no conforme estes pequenos mamíferos: usando todas as camuflagens e causando alguns danos no meio ambiente.

Um outro apontamento a acrescentar refere-se à dúvida que se coloca a muita gente: esta árvore maçónica (de seu nome) teria sido criada pelo Grande Arquitecto do Universo ou pelo seu obstinado inimigo – o Grande Demónio? Há quem diga que foi resultado de secreta combinação dos dois entes. O que tem alguma lógica se pensarmos que um não vive sem a oposição do outro… E tratando-se de uma árvore secreta e invisível todas as conjecturas são admissíveis…

É importante mencionar que a árvore maçónica é um eucalipto insaciável. Seca tudo em seu redor. Afinal, uma árvore que prejudica o ambiente...

Para terminar uma última anotação: a árvore maçónica está refém de si própria, entalada no patamar do absurdo e face à escada do regresso ao obscurantismo mais retrógrado. Igualmente, mal se configura nas suas grandes contradições. Também, na situação invariável de entocada, permanece vergada ao peso dos grandes mistérios e à desconformidade dos grandes segredos com o sentido ético da cidadania e com o valor supremo da moral republicana. Intrigantes, esses grandes segredos. Acentue-se, que só do conhecimento do Conselho Superior dos Grandes Mestres (a todos os demais irmãos está vedada a revelação desses, provavelmente, tenebrosos segredos). Impressionante! Tanto mistério. Tanta falta de confiança nos membros da “família”. E tamanha ausência de sentimentos de partilha… e de fraternidade. Ora gaita! - Perdão! Digamos: Ó grande gaita!... (Dito assim está mais em harmonia com o universo das grandes grandezas maçónicas – passe o pleonasmo!…).

domingo, maio 14, 2006

“TUDO COMEÇOU

COM UM SIMPLES OK, WC, BYE, BYE…”

Brasilino Godinho

Ao compasso do tempo, tenho protestado contra o mau uso da nossa língua que se faz em Portugal. Sobretudo - e com bastante frequência - me insurjo contra a moda dos anglicismos e de outros estrangeirismos. Ainda no p.p. dia 21 de Fevereiro, neste jornal, foquei o assunto. E muitas vezes aponto os bons exemplos de repúdio por tais práticas, que nos chegam do Brasil. Toca-me a sensibilidade revelada pelos muitos intelectuais, políticos e governantes brasileiros, quanto aos cuidados a haver e medidas a tomar relativamente à Língua. De facto, largos sectores da intelectualidade, da política e da governação, daquele país irmão, mostram um singular empenho no engrandecimento, na propagação e na defesa do idioma comum às duas pátrias.

A título de demonstração (e de confirmação às minhas intervenções) desse apego dos brasileiros à Língua Portuguesa trago hoje, dia 11 de Maio de 2006, a esta página do “Diário de Aveiro” o testemunho do conceituado escritor brasileiro Luiz Maia. E vai ser da sua autoria o texto que, com o título em epígrafe, a seguir se transcreve do quinzenário digital “JORNAL ECOS DA LITERATURA LUSÓFONA”. O que faço com a devida vénia ao jornal e ao autor.

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Tudo começou com um simples ok,wc, bye, bye

“Por vezes já demonstrei a necessidade que temos de preservar a nossa cultura. Agora eu lanço um alerta especial sobre o descaso que algumas pessoas têm contra a nossa Língua. Creio que todos deveriam atentar para o grau de imbecilização a que chegamos quando adentramos um Shopping e lemos, em várias de suas lojas, absurdos como esse: “LIQÜIDAÇÃO!! = 50 % off” – Pouca vergonha… Mais que um crime contra nossa Língua, é de um mau gosto a toda prova. Fatos como esses começam a ganhar cada vez mais espaço porque encontram na população idiotizada terreno fértil para que mais idiotas propaguem suas asneiras.

Até entendo a indiferença de muitas pessoas em relação à necessidade que temos de salvaguardar o nosso idioma, mas faço questão de dizer que a Língua portuguesa merece ser considerada como um património do povo. No entanto, dificilmente deixarei de me indignar quando sou atingido em minhas convicções. Sabe-se que a Língua está sempre em processo de mutação, com algumas palavras caindo em desuso enquanto outras se incorporam ao nosso dicionário. Esse é um facto inquestionável. Mas daí a ter que fazer mau uso dessa regra, é demais também.

Vivemos num país em que 93% da população não tem capacidade sequer de assimilar nossa gramática. Eu falo (também) em nome dessas pessoas simples que mal sabem assinar seu nome e que são desrespeitadas diariamente por um modismo esdrúxulo que busca enxovalhar uma Língua que deveríamos respeitar. Assumo o meu conservadorismo, sem antes deixar de falar que sou pernambucano, contemporâneo de Gilberto Freyre – aquele que escreveu “Casa Grande e Senzala” que aborda, entre outras coisas importantes, a miscigenação que ocorreu neste País propiciando a saudável multiculturalidade: a pluralidade de raças, etnias, idiomas, crenças e costumes. Mas hoje eu me reporto apenas à necessidade que temos de elevar a nossa Língua. Tão-somente isso. Tudo começou com um simples ok, wc, bye, bye…”

Luiz Maia

Contacto: l.maia@terra.com.br

Página do autor: http://geocities.yahoo.com.br/maialuiz/

terça-feira, maio 02, 2006

Um texto sem tabus…

“A MAÇONARIA NÃO É UM LÓBI”.

CLARO QUE NÃO… EM PORTUGAL É O PODER!

Brasilino Godinho

O “Jornal de Notícias” na sua edição do p.p. dia 10 de Abril, inseria uma notícia sobre um seminário realizado na cidade de Leiria por iniciativa da organização maçónica designada “Rito Escocês Antigo e Aceite da Maçonaria”. Chamou-me a atenção o título “A maçonaria não é um lóbi” em que sobreleva a perspicácia e a inteligência da jornalista Helena Silva ao colocar-lhe as aspas. Fez-me lembrar os tempos da Ditadura do Estado Novo em que os jornalistas tinham que escrever numa linguagem rebuscada para os leitores perceberem, nas entrelinhas, o sentido do texto previamente submetido à aprovação dos agentes da Comissão de Censura, instituída pelo governo de Salazar. Hoje, estamos vivendo sob um regime democrático formal, com alguns medos implantados à flor da pele de muitíssimos indígenas e a bastante gente escapa a realidade de uma censura que se exerce às escondidas obedecendo a directivas de poderosas entidades que, na sombra, comandam os destinos deste país. Ou aquela que se pratica na observância de obscuros interesses.

Certo - no caso em apreço – que para além do inusitado expediente jornalístico e do facto de a jornalista nos sugerir a ideia de não estar convencida de que assim seja a natureza da posição e o grau de operacionalidade da Maçonaria, achei piada e relevo o facto de esta entidade, considerada no conjunto das seitas (que a integram) existentes em Portugal, “não ser um grupo de pressão”. E não é por uma razão que tem tanto de simples como de realidade inquestionável: Em Portugal, a Maçonaria é o Poder! Ou vice-versa: O Poder é a Maçonaria. Ela aí está, discreta, em toda a parte, aqui mesmo ao nosso lado, sem se expor frontalmente, antes escondendo-se, mas, sem margem para dúvidas, activa, covarde, dominadora, poderosa, manipuladora. Também, por vezes, bloqueando iniciativas e carreiras de cidadãos e exercendo represálias sobre quantos ousam criticá-la ou põem em evidência as suas insanáveis contradições e as sombrias actividades em que se empenha e nela são evidentes, não obstante o secretismo em que se apoia e busca fortalecimento. Em certas ocasiões, um gato escondido com o rabo de fora. Aliás, recentemente, durante a campanha eleitoral para a Presidência da República, quem não se tivesse distraído com os ruídos ensurdecedores da campanha e os jogos das aparências e dos disfarces ter-se-ia apercebido dos papéis preponderantes que as maçonarias nela desempenharam. E quando digo maçonarias, forçosamente incluo a Opus Dei, conhecida em Espanha como a Maçonaria Branca – o que pressupõe que as outras serão consideradas como negras ou cinzentas…

Vem a propósito realçar que no jantar comemorativo da fundação do Partido Socialista, há dias realizado, foi um espectáculo surpreendente de mover à piedade aquele de ver reunido um tão grande número de fraternos irmãos do Grande Oriente Lusitano, na circunstância, dispensados dos aventais; os quais, até dariam jeito a substituírem os guardanapos tradicionais… Permito-me interrogar: Quem era, entre badaladas figuras de proa do núcleo de fundadores do Partido Socialista, dispersas pelas mesas circundantes, o circunspecto indivíduo que teve lugar na mesa de honra e se sentou ao lado do chefe do governo, secretário-geral do PS? Quem haveria de ser? Senão o Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano? Pois! O “venerável” irmão deu, naquele distinto lugar, confirmação do ascendente da tutela maçónica sobre o partido rosa e da posição de força e influência da referida seita maçónica em todos os mundos alfacinha, tripeiro, coimbrão, aveirense, etc, et cetera e tal…

Mas, como ia dizendo, a última eleição presidencial não foi uma luta travada entre os candidatos Cavaco Silva, Mário Soares e Manuel Alegre. Desengane-se a malta. O combate eleitoral desenrolou-se entre a Opus Dei (representada por Cavaco) e a Maçonaria (com os participantes Soares e Alegre). Teve episódios engraçados. Cheguei a deliciar-me com os diálogos entre personagens representativas dos dois grupos, escolhidas a dedo pelos directórios das televisões de forma a estabelecer o equilíbrio das representatividades. Era vê-los, os dois, a esgrimir argumentos com punhos de renda sobrelevando cuidados extremos de não aprofundarem as questões mais delicadas e de maior melindre susceptíveis de comprometer o tácito acordo de cavalheirismo prevalecente no relacionamento entre a Maçonaria e a Opus Dei. Algumas vezes deu para rir face aos disparates das afirmações e à crónica presunção de estupidez dos espectadores; como se fossemos todos patetas das luminárias. Tudo dito e sem vergonha representado nas barbas do jornalista moderador que, embevecido, se entretinha a fazer ofício de corpo à vista e exercício de alma ausente.

Sintetizando, na actualidade, a Maçonaria - recorrendo a um maior ou menor número de “pranchas” e aos seus membros espalhados por todos os azimutes e pelas mais importantes posições estratégicas - domina os órgãos de soberania: o executivo (Governo) e o legislativo (Assembleia da República); a Opus Dei detém a presidência da República e o Conselho de Estado. Ambas repartem, entre si, as outras instâncias dos poderes central, regional e, até, nalguns casos, local. E mais: estão infiltradas nos partidos e em vários sectores da sociedade portuguesa. Entre estes avulta, pela sua importância de influência na formação da opinião pública, a imprensa e as televisões. Quer nos jornais, quer nas estações de televisão, assiste-se a uma disputa pela supremacia. Não faltam capitais para financiar as operações. Maçonaria e Opus Dei dispõem de enormes recursos financeiros. Igualmente, estão ligadas umbilicalmente à banca e ao mundo dos negócios.

Deste modo, está consagrada a paridade entre a Maçonaria e a Opus Dei.

Só que… Atenção! Falar das maçonarias (inclusa a Opus Dei) ou, sobretudo, criticá-las, é o maior tabu com que nos defrontamos em Portugal. Fácil intuir o porquê…

Assim, as coisas se vão mantendo a contento e com proveitos das duas partes: Maçonaria e Opus Dei. Por enquanto, na mais santa das harmonias… segundo as aparências e as presumíveis bênçãos do “Grande Arquitecto do Universo”… Ao mesmo tempo que lixado e mal pago continua o Zé-Povinho!

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

brasilino.godinho@netvisao.pt

http: //quintalusitana.blogspot.com

Nota informativa: Exemplares deste texto serão distribuídos pela seguinte ordem:

1 – leitores fiéis das obras do autor;

2 – amigos e conhecidos do autor;

3 – cidadãos sensíveis aos problemas que afectam a comunidade portuguesa.