Um texto sem tabus…
A MAÇONARIA É UMA ÁRVORE ENTOCADA…
Brasilino Godinho
A Maçonaria é uma árvore. Assim identificada, pela sua disposição anatómica - morfologia interna, se melhor quisermos precisar. Já na componente simplesmente designada morfologia, nota-se uma variedade de formas exteriores que baralham todas as leis da Natureza. Talvez sob esta óptica seja preferível dizer: particularidades que violam não só essas leis mas, igualmente, transgridem as mais elementares regras que definem a harmonia da natureza naturada.
A origem da árvore maçónica não está bem definida. Chegaram até nós dispersas e pouco consistentes informações acerca de hipotéticas sementes que teriam sido lançadas nos tempos do Rei Salomão e noutras épocas posteriores. Mais assertiva é a referência histórica de a sementeira da “árvore” - que não vemos a “olho nu” mas pressentimos a rodear-nos e a contaminar a atmosfera envolvente com os invisíveis e asfixiantes fluidos que emana - ter sido feita em Londres, no ano de 1717. Desde então cresceu e expandiu-se até ao território nacional. Onde permanece entocada… Longe das vistas dos indígenas… Como se fosse uma flor de estufa (que não se deve cheirar) excessivamente resguardada pela férrea vigilância de mal-encarados jardineiros.
Trata-se de uma “árvore” em situação de clandestinidade, esquisita, desagradável ao comum das gentes, que só vive e medra dissimulada nos subterrâneos da selva urbana. E, como deixámos antever, torna-se difícil classificá-la. Também é extremamente arriscado tentar contê-la num espaço limitado. Realmente perigosa qualquer aproximação. Para o pacato e desprotegido cidadão melhor será conservar alguma distância. O leitor na sua ingenuidade perguntará: Porquê? Ora, a pergunta tem fácil resposta. A dita árvore é muito susceptível, bastante nervosa e propensa a reacções imprevisíveis… (onde é que já ouvimos esta expressão?...) A trazer-nos à lembrança aquela planta carnívora que não pode ser tocada por algum animal ou partícula. Qualquer ser vivo que nela toque é, de imediato, maltratado. Sabe como entra no seu âmago; não adivinha como sairá. Algo idêntico ao que se passa com a droga pesada.
A propósito, houve um ministro socialista que, num determinado contexto, deu a cabal explicação, embora extrapolando para o Partido Socialista (conhecido como o partido que mais se abriga à sombra tutelar da árvore maçónica, no seu lusitano, grande, sector oriental): “Quem se meter com o PS leva!” O mesmo sujeito, certamente repetindo o que nalguma ocasião, estando devidamente enquadrado, lhe soara aos ouvidos, poderia dizer: “Quem se meter com a Maçonaria leva!”. Perguntar-se-á: Leva o quê? Algum brinde? Mimo? Marretada? Decerto, precedendo as pranchas distribuídas pelos irmãos, leva pranchadas. Para, no futuro, ter juízo e respeitinho… Se lhe restar oportunidade para isso…
Retomando a descrição do ser em causa, não é correcto situá-lo exclusivamente no conjunto das plantas indígenas. Isto, por motivo de ele se apresentar com diferentes formas e características, assumindo mesmo caracteres de outras espécies silvícolas e zoológicas. De facto, é uma planta com raízes; quais batatas com que se alimenta e que, particularidade importante, não são comestíveis para a bicharada humana, por índole, incompatível com aquela espécie arbórea. A dita individualidade do reino vegetal, como outros seres, parecidos no aspecto e no carácter, espalhados por “este mundo de Cristo”, tem ramos de várias cores e formatos, advindos com a passagem dos tempos que leva de vida; os quais, estão em permanente desarmonia - embora unidos ao tronco comum, como se este fosse uma corporação aglutinadora de interesses e objectivos de supremacia. Ela, também gera e desenvolve múltiplos “rebentos” mais ou menos rígidos, pegajosos e dissimulados, que se distendem e entrelaçam como se fossem tentáculos de avantajados polvos. Nesse domínio das características físicas da “árvore” (maçónica – não esquecer que é dela que estamos falando) desde logo impõe-se destacar os “rebentos”, vulgarmente conhecidos por maçãos ou pedreiros-livres. Estes elementos tomam formas de criaturas humanas, incessantemente desconfiadas, tristes, irritadiças, de semblante carregado, tensas, a sugerirem-nos a ideia de a vida lhes ser molesta. Às vezes, para os infiéis pouco esclarecidos, eles, “pedreiros-livres” (Livres?... Como assim? E pedreiros? De que obras?...) são confundidos com os extraterrestres pela razão de se darem a práticas esotéricas em ambientes soturnos. Locais onde, pelo que se sabe, não mora a alegria e a descontracção. Pelo contrário, dir-se-á serem antecâmaras das trevas a que alude a simbologia de Satanás, nas quais se misturam equipamentos e utensílios extravagantes e se praticam rituais estranhos completamente deslocados no tempo e inconcebíveis nas actuais circunstâncias da idade moderna. Circunstâncias que procedem do imprescindível e racional entendimento dos valores da Democracia, da Liberdade, da Igualdade, da Fraternidade, do respeito pelos direitos do homem e do acatamento do preceito da transparência nos actos e nas atitudes das entidades, sejam elas públicas ou privadas. O que não é coisa de somenos importância, se ponderarmos que os membros inferiores e superiores da referida árvore inspiram desconfiança e terror aos indígenas.
Na “árvore” deparamos com um “calcanhar de Aquiles”; qual seja, o da notória falta de confiança dos “rebentos” em si mesmos. Quem diria?... Infelizmente, os “rebentos”, as boas pessoas de que fala a cartilha maçónica, desvalorizam-se muito. Afiançam que, para se aperfeiçoarem e exercitarem o Bem, precisam de se sinalizar, juntar, paramentar, ajuramentar, celebrar e... pranchar. Ufa! Que canseiras e… vãs tarefas! É uma pena! Deplorável que, a título individual, sejam tão frágeis e incapazes de pelos seus próprios esforços se tornarem cidadãos virtuosos, prestáveis e fraternos para com os outros indivíduos – porque ninguém tem dúvidas que são extraordinariamente zelosos nas protecções e promoções que distribuem entre si…
Para complicar mais o aterrador quadro os “rebentos” parecem toupeiras que circulam nas galerias subterrâneas, sob o chão que pisamos. Raramente se mostram. E quando emergem à superfície, com todos as precauções e os cuidados dos cantarilhos, fazem-no conforme estes pequenos mamíferos: usando todas as camuflagens e causando alguns danos no meio ambiente.
Um outro apontamento a acrescentar refere-se à dúvida que se coloca a muita gente: esta árvore maçónica (de seu nome) teria sido criada pelo Grande Arquitecto do Universo ou pelo seu obstinado inimigo – o Grande Demónio? Há quem diga que foi resultado de secreta combinação dos dois entes. O que tem alguma lógica se pensarmos que um não vive sem a oposição do outro… E tratando-se de uma árvore secreta e invisível todas as conjecturas são admissíveis…
É importante mencionar que a árvore maçónica é um eucalipto insaciável. Seca tudo em seu redor. Afinal, uma árvore que prejudica o ambiente...
Para terminar uma última anotação: a árvore maçónica está refém de si própria, entalada no patamar do absurdo e face à escada do regresso ao obscurantismo mais retrógrado. Igualmente, mal se configura nas suas grandes contradições. Também, na situação invariável de entocada, permanece vergada ao peso dos grandes mistérios e à desconformidade dos grandes segredos com o sentido ético da cidadania e com o valor supremo da moral republicana. Intrigantes, esses grandes segredos. Acentue-se, que só do conhecimento do Conselho Superior dos Grandes Mestres (a todos os demais irmãos está vedada a revelação desses, provavelmente, tenebrosos segredos). Impressionante! Tanto mistério. Tanta falta de confiança nos membros da “família”. E tamanha ausência de sentimentos de partilha… e de fraternidade. Ora gaita! - Perdão! Digamos: Ó grande gaita!... (Dito assim está mais em harmonia com o universo das grandes grandezas maçónicas – passe o pleonasmo!…).
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