Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, dezembro 31, 2019



NO ÚLTIMO DIA DO ANO DE 2019 É A
ALTURA DE PÔR OS PONTOS NOS IS…

SÓ EU POSSO ACABAR COM AS DÚVIDAS…
CLARO QUE: TÊM DE ACREDITAR EM MIM!

Brasilino Godinho

Os leitores e amigos que manifestem essa disposição de espírito colaborante, talvez evitem pesadelos suscitados pela fama, que não o proveito (e qual seria ele?) de que gozo nalguns círculos não identificados desta pequena região portuguesa da Europa.

É o estranho caso de pessoas amigas e leitoras assíduas dos meus escritos, decerto temerosas e surpreendidas com algumas facetas da minha vida, de vez em quando, na imprevista altura em que o rei da parada da paródia, adrega de fazer anos, interrogam-se: o Brasilino Godinho não será um extraterrestre?

De pronto quero deixar bem explícito que não me revejo em tal condição.

Pois bem: vamos entender-nos.

Para que amigos e leitores espalhados por Portugal e diversos lugares do planeta Terra não continuem importunados com tamanha e assustadora dúvida quero, posso e devo pô-los em sossego. Pelo que vos afianço que tenho a honra, o prazer e a vaidade de, por esta expedita via, informar todo o mundo e arredores extraterrestres, que sou natural da cidade templária, TOMAR, sucedânea da antiga povoação romana NABÂNCIA.

Nela nasci, a 25 de Outubro de 1931, uma data da era cristã; a qual, não será de todo vossa desconhecida, apesar das crassas ignorâncias histórica e cultural que se vêm notando nos graus de Ensino, em Portugal.

A minha vinda à luz terrena, com natural dispensa de licença camarária ou consentimento do ditador Oliveira Salazar, talvez por que beneficiei do descuido da PIDE que terá negligenciado a informação prévia, ocorreu - salvo involuntário erro da minha parte - cerca das 6 horas, em casa dos meus pais, assistido por competente parteira de cujo nome me hei esquecido lamentavelmente.

Naquele tempo não havia maternidades, nem o Dr. Bissaya Barreto se dedicava a instalá-las em Coimbra, Pedrógão Grande e noutras localidades do centro de Portugal.

Como facilmente se depreende ainda não tinha cantado o galo da vizinha do lado direito da casa; por, naquele momento, ainda ser madrugada. Aliás, naquela época, os galos respeitavam o horário crepuscular e o seu órgão vocal tinha a vantagem de funcionar sem pilhas, nunca se registando avarias no respectivo instrumento sonoro.

Aconteceu, que logo que nasci, comecei a mamar; depois, fui crescendo e ensinado; a profissão fui iniciando na cidade tomarense. De Tomar, me ausentei definitivamente no ano de 1951.

Nesta altura do campeonato da minha vida, sou praticamente um desconhecido na terra onde nasci. A cidade, a autarquia e a esmagadora maioria dos nabantinos (tomarenses de uma figa) estão-se nas tintas para com Brasilino Godinho e nada se importam da questão objecto desta minha intervenção. Propositadamente escrita com a melhor das intenções e tendente a aliviar as frágeis mentes de muitos rostos pálidos.

Todavia, digo que infelizmente a cidade tem tradições de desprezar os seus naturais e trata-os como leprosos de que há conveniência formal de afastamento profiláctico…

Dada essa característica do meio ambiente tomarense é com resignação, direi olímpica, que encaro o desprezo de natureza nabantina.
Apraz-me informar que, não obstante, retribuo o desprezo com imenso carinho pela terra que me serviu de berço e onde os meus saudosos pais me criaram com inesquecível desvelo.

Hoje, tenho pouso definitivo e agradável na cidade de Aveiro; a qual, me proporciona a possibilidade/satisfação de, sem canseiras e gastos de busca, facilmente adquirir Ovos-Moles e me deliciar a degustá-los. O que me traz a recordação das deliciosas Queijadas de Cristo (com miolos de amêndoas e ovos) de fabrico caseiro, da casa familiar dos meus avós paternos, radicados na Pedreira, aldeia do Concelho de Tomar.

Mais fiquem sabendo amigos, leitores, amigos da onça, alguns (poucos) inimigos dedicados e invejosos inconsoláveis, que estou razoavelmente acomodado na cidade aveirense.

Concluindo, fico convencido que me fiz acreditar de que NÃO SOU UM EXTRATERRESTRE.
De facto, de direito identitário e de afirmação cívica:
- SOU INTRATERRESTRE, genuinamente PORTUGUÊS… 



Meus votos: 
 QUE DAQUI A UM ANO TODOS CELEBREMOS AS FELICIDADES 
SENTIDAS EM 2020


A MINHA CELEBRAÇÃO DE NATAL:
IR AO ENCONTRO DE EU MESMO

Brasilino Godinho
30/Dezembro/2019
TOMO IV
COM EMOÇÃO E DELEITE
PERCORRENDO OS ESCANINHOS DA INFÂNCIA

Continuando a rever-me na infância.
Aos quatro anos de idade, fixo-me na terrífica ocorrência do maior susto da minha vida.
Meu lar estava instalado no 1.º andar de um edifício, cerca da Sinagoga, na Rua Joaquim Jacinto, antiga Rua da Judiaria, que chegou a designar-se por Rua Nova, na cidade de Tomar.
A minha companheira de brincadeiras era a Maria Helena minha vizinha do 2.º andar.
Naquela tarde e em inesperada altura de tal acontecer, estávamos encostados à porta de entrada da minha habitação entretidos numa disputa em que me opunha firmemente à saída da Maria Helena. De-repente, sente-se um violentíssimo bater na porta e um urro enorme sincronizado com os nossos gritos de terror e choros convulsivos. Coisa medonha! Inimaginável! Não mais esquecida.
Explicação do facto: o carteiro Boticas, homem de uns cinquenta anos, tinha a presunção de ser divertido. Havendo subido as escadas para entregar correspondência registada no 2.º andar, ouviu a altercação das duas crianças e resolveu pregar-lhes um susto. Conseguiu o intento e de que maneira horrível,
Porém, foi severamente admoestado pelo pai da Maria Helena e prevenido de que se repetisse a malvadeza seria feita participação nos CTT  e no posto da polícia. A coisa tornou-se conhecida na vizinhança e o carteiro Boticas, naquela rua, perdeu alguma consideração das pessoas.

Claro que o menino Brasilino continuando percurso ao compasso de tempo de vida, atinge os sete anos e encanta-se com os primeiros anos da escolaridade, aprendizagem da leitura e o período do ano 1939, de frequência da segunda classe do Enino Primário; coincidindo com o fim da guerra civil de Espanha e o início da Segunda Grande Guerra Mundial concretizado com a invasão da Checoslováquia, pelas tropas nazis de Adolf Hitler e imediata declaração de guerra da Grã-Bretanha e França, decorrente da violação pelo ditador alemão do Tratado de Munique, antes celebrado por Adolf Hitler, Benito Mussolini, Neville Chamberlain e Edouard Daladier, em representação respectivamente da Alemanha, Itália, Reino Unido e França.

E numa tarde, (estávamos no princípio de 1939) o Brasilino teve satisfação em aceder à solicitação da esbelta e simpática, atraente e meiga, Arminda, empregada doméstica da família do 2.º andar (aqui já citado), de lhe ler algumas passagens da primeira página do Diário de Notícias.
Recordo vivamente a cena, na cozinha, jornal estendido sobre a mesa, e na página sobressaindo uma foto do general Francisco Franco envergando fardamento de campanha e bivaque enfiado na cabeça, rodeado de militares. Criança frequentando a segunda classe de instrução primária, naquele momento, apreendi a real importância de saber ler e escrever.
Como nota curiosa e marginal no contexto da presente narrativa, refiro que um ano transcorrido sobre aquela data, a simpática Arminda passara da condição de serviçal Arminda para o elevado estatuto de D. Arminda; por, entretanto, ter casado com um rico comerciante que poderia ser seu idoso pai.

A partir de 1939 o Brasilino arranca resoluto com as leituras dos jornais diários, revistas e livros, e prestando cuidada atenção ao que se passava em Portugal e no mundo.
Tão laboriosa actividade intelectual constituiu o suporte de uma bagagem que o habilitava a ter invulgares discussões com os adultos. Por exemplo: discutir ou comentar a evolução da guerra nas várias frentes de combates, a fuga do almirante Darlan para Marrocos, a fuga extraordinária do general Giraud do campo de prisioneiros das forças do III Reich, a criação do regime de Vichy chefiado pelo Marechal Henri Philipp Pétain e Pierre Laval, a campanha sob a direcção do General Mac Arthur, na guerra contra o Japão, travada na vasta área do Pacífico, a evolução política no Brasil, rica de episódios vários e desconcertantes – e muitos mais acontecimentos que seria muitíssimo fastidioso enumerar nesta despretensiosa narrativa.

Tudo isto lembrado e sucintamente descrito para assinalar que, enquanto os seus colegas só pensavam em brincar, o menino Brasilino em 1939, aos 8 anos de idade, sem pôr de lado as brincadeiras, logo começou a abrir os alicerces e a implantar as fundações da grande construção que o guindou ao pináculo da estrutura a que - em 05 de Julho de 2017 - as Universidades de Aveiro e do Minho atribuíram o alto grau de Doutoramento; que, forçosamente, tinha de ser em ESTUDOS CULTURAIS - e assim sucedeu! 
(Continua no TOMO V) 


O menino Brasilino