Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, dezembro 31, 2014

O expediente que faltava...



Fisco alerta:

Deduções em IRS só com contribuinte na factura”


Brasilino Godinho alerta

Estou profundamente aborrecido. Acabo de ler o título, acima reproduzido, inserto no portal da Renascença, apresentado no SAPO; o qual, de imediato, me deixou perplexo e, logo a seguir, bastante transtornado. Direi mesmo revoltado.
Já não tive pachorra para ler a notícia a que correspondia o título.
Depois, do pasmo que foi nosso e agora é do leitor, atente-se nas interrogações que se suscitam: Contribuinte metido na factura? Como? Incorporado na textura do material? Colado? Agrafado? Preso por alfinetes? Simplesmente embrulhado, devidamente acondicionado, bem carimbado e melhor registado pelos CTT, como se fosse encomenda postal endereçada à Repartição de Finanças?
Porém, não haja dúvidas - dada a impossibilidade do contribuinte ser integrado na factura - trata-se de um ardiloso expediente que tem o alcance de inviabilizar as deduções em sede de IRS, a partir de amanhã, dia 1 de Janeiro de 2015.
De que se havia de lembrar o Fisco. Só nos faltava este incrível presente...
Branco é, galinha o põe. Quer dizer: (e insistindo na afirmação) uma vez que, sem cedências a descabidas ilusões, efectivamente, não é possível meter o contribuinte na factura o Fisco, com a maior das limpezas saneadoras, acaba com as deduções no IRS.
Um expediente de extraordinária importância que dá a ideia de ser a descoberta do ovo de Colombo do Fisco... para mais acometer sobre a carteira do indígena.
E mais uma vez o governo passa, com inaudita esperteza saloia, a rasteira ao sacrificado contribuinte...
Esta é uma má notícia com que finda o terrível ano de 2014...
Registo o facto de tão grave propósito da Fazenda Nacional, sobremodo afectando o indefeso contribuinte, não ter suscitado qualquer reparo do órgão de comunicação social que se prestou a ser veículo de transmissão de tão agourenta informação...
Aqui fica o alerta de Brasilino Godinho sobre o alerta do Fisco... e o descuido da Renascença.

segunda-feira, dezembro 29, 2014


O apuramento que urge fazer
em balanço deste fim-de-ano


Brasilino Godinho

Está chegando o termo do ano de 2014.
É altura de se fazer o balanço do que foram as despesas efectuadas pelos órgãos do poder e pelos titulares dos altos cargos do Estado.
Isto porque num ano em que se acentuou o agravamento das condições de vida, foram impostos grandes cortes de vencimentos e de pensões aos trabalhadores e aposentados e se desencadearam mecanismos que gravemente afectaram os factores de produção e a economia, se decretaram medidas que agravaram os índices de desemprego e fomentaram a emigração de jovens licenciados - assim delapidando o património da massa cinzenta do país - se deteriorou o funcionamento do Ensino e se acentuou a desregulação do sistema hospitalar; tudo sempre com justificação no estado de pelintrice das finanças públicas, é importante os contribuintes e o povo saberem os montantes gastos com esbanjamentos na mansão presidencial, no Palácio de S. Bento, nos ministérios e com as passeatas ao estrangeiro do presidente Cavaco Silva, do chefe do governo Passos Coelho, do infatigável viajante que tem sido o ministro Paulo Portas e dos deputados.
Num tempo e modo em que os governantes e deputados estão sempre a apregoar que querem transparência na sociedade, no exercício da governação e na vida política (e dizendo que são sérios... quando não se riem do Zé-Povinho), é pois necessário haver conhecimento público dessas despesas. Até para se fazer ideia do enorme montante do Erário a esmo desbaratado e ficarmos cientes do descaminho que é dado às contribuições e aos indecentes cortes monetários que tão gravemente têm complicado as vidas de milhões de portugueses.
Igualmente imprescindíveis são os relatórios das viagens ao estrangeiro efectuadas pelos presidente, chefe do governo, ministros e parlamentares para se conhecerem os resultados/benefícios de tão dispendiosas actividades turísticas (como serão na maioria das ocorrências). A propósito: os leitores lembram-se das viagens a vários países realizadas por alguns deputados que, com arte e engenho, as fizeram sem saírem do território nacional?
Não é admissível que enquanto milhões de portugueses passam inúmeras dificuldades e sofrimentos por carência de meios materiais, haja individualidades que assobiam para o lado e se permitem gastar fortunas sem dar cavaco aos concidadãos.
O que configura uma situação própria de uma república das bananas. E a negação de um Estado de Direito, atento aos interesses da grei e zelando direitos dos cidadãos.

Adenda pertinente
Os leitores reparem nas tristes palavras, que dão pena, proferidas pelo cidadão Anibal Cavaco Silva em data relativamente recente: “A minha reforma quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas”. (As ditas dão pena? A bem ver, por bom entendedor, se pode descortinar que quem disser o contrário não mente...).
Presume-se que, da quase certeza a cavacal figura tenha rapidamente chegado à certeza absoluta da temida impossibilidade de pagar as suas despesas. O que, de situação penosa, passou a situação de aflição para quantos se revêm na condição de dedicados, amorosos, subditos do venerando Chefe do Estado (que temos – e que não é aquele que maioria dos indígenas desejaríamos que fosse). A propósito, faz-se um parêntesis (qual seja, para inserir o registo de que ninguém se tenha lembrado de providenciar uma colecta nacional em socorro de sua excelência. Caso para se dizer que há por aí espalhados muitos amigos da onça, que se ficam pelas meias-tintas, embora ostensivamente albergados no seio da família cavaquista...).
Logo, face à angústia instalada na sua distinta pessoa, é de presumir que sua exclência ter-se-á sentido muito limitada nas mui pessoais boas intenções de viajar, conhecer o país de lés-a-lés e visitar vários países de sua especial afeição turística, devidamente acompanhado pela dedicada esposa, veneranda Senhora D. Maria e por numerosas comitivas de apoio e convívio fraterno.
Por isso considerando, põe-se a hipótese, não despicienda, do cidadão Aníbal Cavaco Silva ter decidido tirar a barriga de misérias e aproveitar - enquanto é tempo de mandato presidencial - para realizar agradáveis roteiros turísticos dispersos por esse mundo de Cristo.
Também de assinalar que tal expediente de superar dificuldades embaraçosas não impedirira, de todo, que sua excelencia, venerando Chefe do Estado, num festivo alarde de generosidade, se permitisse a atenção para com os contribuintes da Fazenda Nacional de lhes fazer os relatos das actividades que o ocuparam nos vários tempos de ócio e de pretencioso trabalho oficial nas próximas paisagens e (ou) nas longínquas paragens além-fonteiras. Outrossim, a descrição das impressões recolhidas pelo seu peculiar olhar aquilino de longo alcance ou pela sua indesmentível e perspicaz intuição analítica e, ainda, pela, sobremodo, fecunda e muito distinta percepção intelectual que é de seu singular apanágio. Igualmente, o gesto simpático, cúmplice, de lhes facultar todas as fotografias tiradas nas várias expedições e... já agora, de lhes relatar o que de relevante se obteve com tamanhos esforços de abnegação turística, dados a crédito de real aproveitamento da grei portuguesa. Mas, sempre sucedendo por malfadado acaso dramático - anote-se! - à custa do sacrificado Zé-Povinho e sem resultados à vista (expostos a olho nu ou mesmo vistos com recurso a binóculos de pequeno, médio ou longo alcance).
Visto, amplamente sentido, suficientemente respigado e por devidamente concluso: Tudo isto, num tempo de pelintrice nacional, existe! Tudo isto, num espaço pantanoso e repelente, é absurdo! Tudo isto, numa dramática configuração patética, é detestável fado nacional...
Fim

domingo, dezembro 21, 2014




Mui prezadas Senhoras que despertais meu deslumbramento
Caros Senhores a que presto a maior consideração

Estamos em época de Natal propensa a manifestações de apreço. Por esta razão circunstancial, acima enunciada ficam expressos os termos indicadores da atenta e agradável convivência que venho mantendo com as Senhoras e os Senhores que, integrando a minha numerosa lista de contactos, me dão a honra de receberem e lerem as minhas crónicas.
Nesta altura iniciam-se as férias do Natal. Será tempo de convívio familiar, de diversão, de relativo descanso e de algum ócio. Nesta perspectiva de lazer terá algum sentido pensar-se que haverá tempo e disposição para amenas leituras.
E, por referir leituras, estas constituem um razoável pretexto para lhes enviar uma antiga crónica, um pouco extensa, que foca o problema crucial da língua portuguesa, dos maus tratos a que está sujeita e do desprezo a que a votam muitos indígenas e as mais altas personalidades do Estado – Estado que temos nesta hora de má sorte e de grande tormenta para a maioria dos cidadãos portugueses.



 Brasilino Godinho 
em pleno átrio da Reitoria da Universidade de Aveiro que está frequentando

A crónica que agora vos envio, em anexo, foi publicada em 23 de Fevereiro de 2006.
Nessa altura foi dirigida aos portugueses e, sobretudo, aos professores.
Hoje o propósito é o mesmo.
Mas ouso exprimir um desejo: que a crónica chegue ao conhecimento do maior número de cidadãos.
Claro que julgo ser esta crónica merecedora da atenção dos professores; visto que deles se espera que enfrentem com firmeza e perseverança a triste situação em que se encontra a Língua Portuguesa. Também que deles venha apoio para a cruzada que urge empreender em prol da nossa língua. Afinal (como escreveu Fernando Pessoa: “A minha pátria é a língua portuguesa”) ela é a Pátria. Perdida a Língua, Portugal deixa de existir.
Aliás, não é por acaso que, no actual quadro de desgraça político/social, acontece o abandalhamento da Língua e o desprezo que os governantes lhe dispensam. São situações que, bastante negativamente, se complementam. 
Com os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho



Quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Um texto sem tabus…


SOU PORTUGUÊS!
ESTOU EM PORTUGAL.
QUERO FALAR, LER, OUVIR E ESCREVER PORTUGUÊS.
SERÁ QUE ME VÃO IMPEDIR?.
..

Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com

Nasci português. Corria a terceira década do século passado. Era uma noite fria de Outubro. Ali, no primeiro andar de uma casa com fachada pintada de amarelo suave, sita à Rua da Judiaria, cerca da Sinagoga, onde o Rei D. Manuel I mandou concentrar os judeus que, obrigados a renegar a fé judaica para salvarem as suas vidas e os seus haveres, se sujeitaram a residência fixa e a serem classificados como os “cristãos- novos”; num preciso momento aconteceu uma multiplicidade de sucessos: “vi à luz” que iluminava o aposento; “vi à mão” dos familiares; “vi a ser” o ser de gente; “vi a talho de foice” dos desejos paternais; “vi a tempo” de chegada oportuna; “vi de carrinho” não enganando ninguém e “vi ao mundo” chorando e berrando por “vir nas horas de estalar” a toda a pressa, sem fazer-me rogado. Sucessos que mais tarde, já adolescente, “vieram à baila” nas conversas de família. Isto ocorreu na bela e monumental cidade dos Templários, Tomar, terra ribatejana banhada pelo Rio Nabão.

O meu nome é originário do Brasil - país a que me sinto ligado por fortes laços de estima. Atrevo-me a admitir que terei sido uma partícula brasileira que vinda dependurada no bico da cegonha caiu de pára-quedas em Portugal. Por aqui ficou, cresceu e se tornou maior à escala permitida pela específica natureza humana. Bem considerando: um “brasil” em configuração infinitamente pequena relativamente à dimensão do Brasil. Também, um caso de objectiva dupla nacionalidade; assim a modos da pescada… que antes de o ser já o era.
Complemento anotando que desde 1963 estou naturalizado aveirense. O que se deve ao determinismo inerente às contingências da vida profissional. Também, condição alcançada por natural e amadurecida afeição à esplêndida urbe dos canais.
Os anos foram-se sucedendo na minha vida no desfrute de uma reconfortante juventude de espírito; este, sempre fiel a valores humanísticos e permanentemente aberto à evolução dos tempos, ao revigoramento das mentalidades e ao progresso das sociedades. Igualmente, cumprindo resguardo de contradições no pensamento e na acção, tenho conservado a nacionalidade. O que vem acontecendo de modo natural sem esforços de acomodação e sem sobressaltos de consciência. Quero mantê-la! Sinto orgulho de ser português.

E há boas razões para assim considerar a minha inserção no mundo. Em primeiro lugar, motivações ditadas pela assimilação da alma lusitana, pelo conhecimento cultural relacionado à história pátria e pela avaliação do relevante papel de Portugal e dos portugueses na evolução da Humanidade. Depois, uma ideia de fascínio enraizada pelos sentimentos de respeito e até de veneração por tantas grandes personalidades que, por obras valorosas ou capacidades invulgares, prestaram relevantes serviços e se elevaram a altos cumes de prestígio e de reconhecimento à escala mundial. Também um estado de percepção onde radica uma disposição de partilha, de fraternidade e de comunhão relativa a certas maneiras de estar em sociedade e sentir em solidariedade colectiva; as quais, certamente, foram a base de sustentação dos feitos sublimes que delinearam o percurso histórico dos portugueses na construção do país e na difusão da cultura por outras paragens estranhas e distantes do seu território.

Localizadas nos mais diversos espaços geográficos do seu rectângulo continental ou noutros locais do planeta Terra, os portugueses edificaram obras de interesse universal. Percorrendo todas as áreas de actividade, do saber, das artes e de relacionamento entre povos e culturas distintas, séculos após séculos, encontram-se marcas indeléveis, identificadoras e exultantes do esforço, da tenacidade, do conhecimento e das qualidades dos portugueses. Sobrelevando tão valioso património cultural a gesta gloriosa dos Descobrimentos e as suas consequências; com excepcional relevo para a expansão da língua e cultura lusíadas por todos os continentes. Claro, toda esta dimensão ciclópica, épica e universal, dos desempenhos das gentes portuguesas ao longo dos séculos, constitui-se como essência da incontestável e preponderante grandeza lusíada. A obra imortal de Luís de Camões celebra esse extraordinário fulgor dos portugueses.

O apego à terra onde se nasceu, a ligação dos afectos às pessoas e aos lugares percorridos ao longo da vida, o clima, o encanto das paisagens, a magnificência do património arquitectónico, a variedade e importância dos legados culturais, são dados objectivos que, associados a factores subjectivos, conferem identidade singular a cada nativo luso – a qual assimilo e me engrandece como ser pensante nativo de Portugal. Outrossim, me responsabiliza no encontro comigo mesmo e no respeito para com os meus concidadãos.
Por de tudo isso ter notícia, percepção e entendimento, me considero português.

Assim consciente e sem quaisquer objecções à aceitação do primado da verdade acerca dos acontecimentos e dos seus protagonistas, não escamoteio, nem desvalorizo as páginas negras da história portuguesa merecedoras de reprovação e condenação. Elas são o reverso da medalha que na sua frente emblemática nos cativa e fortalece o ego, pelo brilho e grandeza da sua opulenta composição. Sem dúvida, matéria deplorável, incómoda e deslustrosa, essa negrura inserida na narrativa histórica de Portugal desencadeada desde a fundação da nacionalidade e prosseguida no tempo que passa. Mas inevitável que ela exista por que dependente das díspares, variáveis e complexas faculdades de alma das humanas criaturas que, muitas vezes, são fautores de acções e comportamentos dissonantes dos valores da cidadania e atentatórios da dignidade pessoal.

Porque sendo a História reportada às intervenções dos homens na evolução dos tempos, os actos dos protagonistas reflectem as suas qualidades e os seus defeitos. E reconhecer-se esta alternância, entre o bem exercitado por distintos indivíduos e o mal da lavra de alguns outros, assinalada no historial da nação portuguesa, não implica desonra nacional definitiva ou irreparável, nem significa desconsiderar o homem português ao ponto de o classificar como o patinho feio, pecaminoso, envergonhado e proscrito da comunidade internacional. Assim como valorizar os feitos dos portugueses não envolve a ideia de sermos os melhores do mundo no domínio do conhecimento, na prática das artes e ofícios, na realização de grandes obras, no relacionamento entre os povos e culturas diferentes ou mesmo nas diversas manifestações a que dê azo a inventiva humana. Também não os abençoados e irrepreensíveis detentores únicos dos eternos valores e princípios que engrandecem e dão sentido de vida ao indivíduo e possibilitam harmonioso e qualificado funcionamento às sociedades.

Não obstante, há momentos em que aflora um sentimento de vergonha derivado dos comportamentos infelizes de certa gente com grandes responsabilidades nos destinos da nossa pátria. Mais que vergonha chega a ser indignação o que se sente quando surgem notícias ou ecos de acontecimentos que lesam gravemente os interesses dos cidadãos, comprometem o desenvolvimento do país ou denigrem a imagem de Portugal no conjunto das nações civilizadas.

Entre os factores que mais põem em risco o futuro de Portugal como nação distinta e milenária, destaca-se o desprezo que os governantes dedicam à língua portuguesa. E não só. Os maus tratos à Língua começam na escola do ensino básico. Continuam no ensino secundário e prolongam-se no ensino superior. Os programas são deficientes. Muitos professores não se empenham. Os alunos não são estimulados para a apreciação e uso correcto do idioma nacional. Não se incentivam os estudantes a lerem persistentemente as boas obras da literatura portuguesa e a fazê-lo, sempre, na companhia do dicionário. Seguramente que a leitura dos clássicos é a melhor forma de aquisição de vocabulário, de apreensão da construção gramatical e de aquisição do sentido estrutural do pensamento – aquisição melhor conseguida se acompanhada pelos estudos da filosofia e da matemática.

Nos estabelecimentos escolares, nos jornais, nas rádios, nas televisões, nos diálogos dos cidadãos, instalou-se o hábito de tudo facilitar sincronizado com o repúdio dum mínimo grau de exigência e de rigor. Há por aí instalado um desarranjo intelectual que comporta a tara da condescendência absurda pelas asneiras gramaticais; a tácita aceitação dos erros ortográficos; a mania da exaltação (ao que chegámos!) da praga dos vocábulos sincopados introduzida pelo uso dos telemóveis; o uso desenfreado da aberração linguística representada pelos neologismos e estrangeirismos; a petulância idiota de certa gente em misturar termos estrangeiros (sobretudo, ingleses) nos títulos, nos textos publicados e nas falas; a descabida e insensata utilização das denominações inglesas das empresas, dos produtos e dos equipamentos.

Se a tudo isto juntarmos a inércia dos governantes que, falando mal e escrevendo pior, nada fazem no sentido de incrementar o bom uso da Língua e de dar forte impulso à sua expansão nos países lusófonos e pelo Mundo, fica definida uma situação que bem podemos classificar de descalabro total.
Certamente que fere a sensibilidade de qualquer português apegado aos valores pátrios ver, por exemplo, a palavra “Welcome” impressa nos tapetes (de fabrico português) das entradas das habitações. Arrepia ouvir um ministro afirmar que os portugueses “hadem” de fazer. Dá para entristecer e desalentar ouvir um professor universitário, mestre de Direito, ex-chefe de partido (PSD) e comentador celebérrimo de televisão, repetir a todos os instantes: “última da hora”. Torna-se insuportável escutar as banais intervenções, em mau português, de ministros e de outras figuras públicas recheadas de termos ingleses e franceses. Chega a ser ultrajante ver e ouvir o presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, em Portugal, a pronunciar discursos em inglês. Ainda recentemente tal aconteceu no palácio de Belém no acto de condecoração de Bill Gates.
Entretanto, desencadeiam-se programas e acções de aprendizagem do inglês nas escolas de todos os graus de ensino. Simultaneamente, o Ministério da Educação toma a iniciativa de arredar os estudos da língua e literatura portuguesas dalguns escalões dos currículos escolares. Pior, ainda, faz-se de forma idiota e subserviente a apologia da língua inglesa ao ponto de a consagrar como opção prioritária abrangente dos diferentes níveis escolares. A evolução da informática serve de pretexto. Mas, aqui, é preciso dizer que se perderam oportunidades e se descurou a importância do Português como linguagem de programação de computadores. Nem sequer houve a lucidez de atender à circunstância de a nossa língua ser falada por aproximadamente duzentos e cinco milhões de indivíduos. Tão-pouco existiu o cuidado de atender ao previsível aproveitamento de um tão vasto mercado internacional certamente induzido pelo uso do português à escala planetária.

Por este caminho de apatia, de desleixo, de desvalorização da Língua e de abastardamento do orgulho nacional, não tardará muito que percamos a nossa autêntica identidade de portugueses. Depreende-se das intervenções da classe política que está traçada (melhor dizendo: decretada) a preponderância do Inglês na sociedade portuguesa. Logo, o Português tenderá a tornar-se uma língua de segunda escolha ou um adulterado dialecto regional.
Pressinto que, nessa altura, ninguém me entenderá quando falar ou escrever Português. Para já, em plena degenerescência.
A situação é preocupante.

SERÁ QUE, DAQUI A INSTANTES, ME VÃO IMPEDIR DE USAR A LÍNGUA PÁTRIA?...
OU SE INSISTIR NO PROPÓSITO IREI TER QUE PAGAR IMPOSTO?... (Como castigo por não dar apreço ao automatismo do Dr. Jorge Sampaio se expressar em língua inglesa… E por sábia e profiláctica decisão de espertalhaços membros do (des)governo com visão oportunista de longo alcance…).

P.S. - Aqui deixo esta observação: já vou recebendo por correio electrónico mensagens redigidas em inglês de portugueses residentes no país. Verdade que nem dou resposta. Valha a consolação de dois franceses me enviarem de França correspondência escrita em… português! A que acresce a satisfação de ter tido conhecimento que um casal inglês em viagem de turismo a Portugal, mal “arranhando” algumas palavras de Português, ter, numa livraria de Aveiro, feito questão de adquirir a minha obra “A QUINTA LUSITANA”.
Brasilino Godinho
Escreve semanalmente, às terças-feiras, no “Diário de Aveiro”

Nota informativa: Exemplares deste texto serão distribuídos pela seguinte ordem:
1 – fiéis leitores das obras do autor;
2 – amigos e conhecidos do autor:
3 – cidadãos sensíveis aos problemas que afectam a comunidade portuguesa.


sexta-feira, dezembro 19, 2014

Prezadas Senhoras, minhas atenciosas leitoras
Caros Senhores, meus atentos leitores
Tomo a liberdade de anexar foto, de arquivo oficial, do acto - ocorrido ontem - de entrega ao jovem cidadão de 83 anos de idade, Brasilino Godinho, do prémio de aluno mais velho matriculado da Universidade de Aveiro; presentemente na condição de doutorando em Estudos Culturais e prosseguindo o curso do Programa Doutoral em Estudos Culturais (que iniciou em 2013), ministrado em parceria pelas Universidades de Aveiro e do Minho.
Anoto que é a primeira vez que cometo a ousadia de promover a publicação de uma minha fotografia a assinalar acontecimento relevante de natureza pessoal.
Todavia, há sempre uma primeira vez. E na idade adulta temos a tendência natural de nos tentarmos pelas alegrias de criança e de as partilhar com o próximo. Assim parece ter sido o caso aqui em foco.
Não obstante, devo exprimir a minha convicção de que, com este gesto, estou prestando um serviço cívico à comunidade, dado que poderei contribuir com o meu exemplo para suscitar o fortalecimento do ânimo de cidadãos que se sintam desanimados e prestes a soçobrar face às dificuldades que vão sentindo no dia-a-dia. E, aqui, vos digo ter sido este o factor determinante da publicação da fotografia tirada no acto de entrega do prémio concedido pelo Montepio.
Com os melhores cumprimentos e a rejuvenescida satisfação do
Brasilino Godinho

terça-feira, dezembro 16, 2014



Sessão comemorativa do 41.º aniversário 
da Universidade de Aveiro
Na foto: Brasilino Godinho (83 anos de idade) recebendo 
o prémio de aluno mais velho matriculado







domingo, dezembro 14, 2014





O inútil passadiço metálico que é incrível e aberrante aborto urbanístico
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com




Sim, aborto!
Porém, bem vistas as coisas, são três abortos: 1. passadiço insuportável; 2. passadeiras com lombas disfuncionais e de diferentes níveis e formatos geométricos: 3. os pavimentos (faixas de rolagem e passeios) da que passou a ser descaracterizada avenida.
Um inútil passadiço metálico por sinal: feio, inestético, extenso na sua dimensão labiríntica, bastante intruso na mancha arbórea, de duvidosa utilização pelos cidadãos pouco dispostos a circular por tão complexo e emaranhado circuito pedestre; que dir-se-ia ser equipamento de parque infantil, embora desajustado porque perigoso para as crianças.
Onde não havia passadeiras agora, numa muito curta extensão, são várias. E seria suposto que o passadiço as evitava.
As pavimentações compõem um desolador quadro de desconformidade estética e funcional.
As absurdas passadeiras, excessivamente sobrelevadas, que tão perniciosas se tornam para os automobilistas devido aos danos causados nos sistemas de suspensão dos veículos automóveis.
Todo o deplorável empreendimento é bastante caro. Sem fundamento muito agressivo no tecido urbano. E condenável num tempo de enormes carências monetárias no orçamento municipal. E assinale-se que à construção do famigerado padrão de esbanjamento autárquico, que fica exposto para a posterioridade, correspondeu a má aplicação dos dinheiros dos contribuintes. Motivo para nos interrogarmos se é para desaforos deste tipo que os cidadãos são sobrecarregados com o exagero dos impostos.
Os casos aqui postos em causa constituem um acrescento de anomalias no ordenamento urbano existentes numa cidade onde abundam os abortos urbanísticos. Parece que Aveiro se está tornando local de peregrinação de fiéis contempladores da degenerescência do tecido urbano ou de estudiosos dos erros de planeamento e ordenamento do território citadino que, de todo, se devem evitar.
É algo desagradável que estes insólitos casos de atentados urbanísticos aconteçam em Aveiro, onde na universidade existe um departamento de estudos de planeamento e ordenamento do território. Casos que, de alguma forma, beliscam a prestigiada instituição universitária aveirense. Outrossim: neste contexto, um dado irónico. Também dramático.
Pena que a Universidade de Aveiro não tenha tomado posição no sentido de evitar que tais desastradas intervenções agressivas no espaço vizinho ao seu campus se tenham concretizado (o que dá cabimento à aplicação do ditado: “santos da casa não fazem milagres” e ao reconhecimento de que, provavelmente, os referidos santos foram ostracizados).
Fim
1

sábado, dezembro 13, 2014



A excepcional competência
de governantes portugueses...

Brasilino Godinho
Inserimos um texto com origem no YOUTUBE.COM, publicado no Facebook a 12/12/2014 e referenciado por Zita Paiva também no Facebook.
Vale a pena ficarmos informados como em Portugal somos desgovernados e como impera a corrupção.

Contratos criminosos, são uma especialidade dos portugueses.
E para o confirmar leia o artigo que se segue, um estudo que deixa a descoberto o ridículo da forma como nos roubam... legalmente, tranquilamente e impunemente....

Emmerich Krause é um Professor emérito de diversas Universidades do Estado de Turíngia, na Alemanha.
A sua tese de doutoramento é uma grossa reflexão de 4 volumes e meio intitulada "Ensaio sobre a Dinâmica Contratual Consoante o Credor - Contributo para uma Teoria Dinâmica do Dinamismo Contratual". O meio volume é apenas a bibliografia consultada.
Esta interessante obra, que está a marcar a ciência jurídica contemporânea, procura explicar a razão de haver contratos com destinos muito diferentes consoante as partes envolvidas.
O Professor Krause deslocou-se a Portugal na semana passada, pois parece que somos o país mais avançado do mundo nesta matéria, e realizou trabalho de campo valioso. Em rigoroso exclusivo, as notas do Professor Krause na sua viagem a Portugal.

"Portugal, que já deu novos mundos ao mundo, surpreendeu-me.
Afinal, Portugal também está a dar novos contratos ao mundo. Procurei por tantos países experiências que comprovassem as minhas teses, mas nunca tinha encontrado nada assim.
Para simplificar, fiz uma categorização dos tipos raros de contratos que descobri e que nunca tinham sido observados a olho nu:

1. Contratos-fingimento - Esta curiosa categoria de contratos é muito surpreendente. Trata-se de contratos em que uma das partes assume plenamente que as suas obrigações não são para cumprir, sabendo, de antemão, que a outra parte não irá exigir o seu cumprimento, nem se preocupar muito com o assunto. São muito utilizados quando há compras a empresas alemãs de material militar ou quando se vendem empresas à China.
Determina-se que as empresas estrangeiras têm que construir fábricas ou fazer outros investimentos, mas, passado uns tempos, o dinamismo contratual inerente faz com que essas obrigações desapareçam e fiquem adiadas até ver. É um extraordinário exemplo de obrigações contratuais descartáveis, uma brilhante inovação portuguesa.

2. Contratos-de-pedra - Dei este nome imortal a esta categoria de contratos. São contratos que vivem, sobrevivem e tornarão a viver para todo o sempre. Trata-se mesmo de uma situação de imobilismo contratual que daria para criar toda uma nova tese da ciência dos contratos. São contratos tão inalteráveis e rígidos que até dão para partir a cabeça de arremesso, se for necessário.
Quando se discute a sua alteração, decide-se sempre que não podem ser alterados sob pena de o Estado de Direito acabar já amanhã.
Exemplos destes contratos envolvem sempre investimentos avultados em contratações público-privadas e pagamentos ao Estado relacionados com energia. Admirável mundo novo contratual português.  

3. Contratos de requalificação - Esta espécie exótica de contratos é uma originalidade portuguesa. Diria mesmo que no glorioso firmamento contratual, esta é a espécie que cintila destacada de todas as outras.
Trata-se de contratos de trabalho que contém em si os germes da sua própria destruição.
Eu explico. Através da celebração de um contrato de trabalho, poderá haver lugar à requalificação. Só que não é a requalificação do trabalhador. É mesmo a requalificação do contrato, que passa a ser requalificado na sua não existência. Ou seja, através da requalificação, faz-se desaparecer o contrato num golpe de magia. O contrato e o trabalhador. De génio. Estes portugueses sabem o que fazem.

4. Contratos-não contratos -
Foi este o contrato pelo qual me apaixonei e ao qual gostava de dedicar a minha obra final.
Um contrato que se nega a si próprio. Um contrato que é em si um não contrato. Um contrato que nega a sua própria existência numa vertigem demente.
Um contrato que se contorce e desaparece. O exemplo mais típico e acabado deste contrato são os contratos envolvem pensões de reforma do Estado. Num momento, existem. No outro, não. Num momento, pode haver pensão. Passado uns meses, pode haver outra pensão bem mais baixa. E tudo com o mesmo contrato. No fundo, não existe contrato nenhum. Desde o astrolábio náutico que os portugueses não inventavam algo tão genial."
O Professor Krause não é apenas um cientista contratual. É mesmo o melhor cientista contratual do mundo.
fonte

CONTRATOS FINGIMENTO. (contrapartidas não cumpridas)
O caso da EDP
O caso das PPP
Bairro do Aleixo
Grupo Bes e os Submarinos
O caso da Fundação do Magalhães
Pacheco Pereira denuncia
O caso dos submarinos

CONTRATOS PEDRA (e duram ... e duram)
Lusoponte
EDP
As PPP
Barragem do Tua... 75 anos?