O inútil passadiço
metálico que é incrível e aberrante aborto urbanístico
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Sim,
aborto!
Porém,
bem vistas as coisas, são três abortos: 1. passadiço insuportável;
2. passadeiras com lombas disfuncionais e de diferentes níveis e
formatos geométricos: 3. os pavimentos (faixas de rolagem e
passeios) da que passou a ser descaracterizada avenida.
Um
inútil passadiço metálico por sinal: feio, inestético, extenso na
sua dimensão labiríntica, bastante intruso na mancha arbórea, de
duvidosa utilização pelos cidadãos pouco dispostos a circular por
tão complexo e emaranhado circuito pedestre; que dir-se-ia ser
equipamento de parque infantil, embora desajustado porque perigoso
para as crianças.
Onde
não havia passadeiras agora, numa muito curta extensão, são
várias. E seria suposto que o passadiço as evitava.
As
pavimentações compõem um desolador quadro de desconformidade
estética e funcional.
As
absurdas passadeiras, excessivamente sobrelevadas, que tão
perniciosas se tornam para os automobilistas devido aos danos
causados nos sistemas de suspensão dos veículos automóveis.
Todo
o deplorável empreendimento é bastante caro. Sem fundamento muito
agressivo no tecido urbano. E condenável num tempo de enormes
carências monetárias no orçamento municipal. E assinale-se que à
construção do famigerado padrão de esbanjamento autárquico, que
fica exposto para a posterioridade, correspondeu a má aplicação
dos dinheiros dos contribuintes. Motivo para nos interrogarmos se é
para desaforos deste tipo que os cidadãos são sobrecarregados com o
exagero dos impostos.
Os
casos aqui postos em causa constituem um acrescento de anomalias no
ordenamento urbano existentes numa cidade onde abundam os abortos
urbanísticos. Parece que Aveiro se está tornando local de
peregrinação de fiéis contempladores da degenerescência do tecido
urbano ou de estudiosos dos erros de planeamento e ordenamento do
território citadino que, de todo, se devem evitar.
É
algo desagradável que estes insólitos casos de atentados
urbanísticos aconteçam em Aveiro, onde na universidade existe um
departamento de estudos de planeamento e ordenamento do território.
Casos que, de alguma forma, beliscam a prestigiada instituição
universitária aveirense. Outrossim: neste contexto, um dado irónico.
Também dramático.
Pena
que a Universidade de Aveiro não tenha tomado posição no sentido
de evitar que tais desastradas intervenções agressivas no espaço
vizinho ao seu campus se tenham concretizado (o que dá
cabimento à aplicação do ditado: “santos da casa não fazem
milagres” e ao reconhecimento de que, provavelmente, os
referidos santos foram ostracizados).
Fim
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