Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, maio 31, 2008

Achegas em apoio de Sócrates…

Todos os dias os órgãos da Comunicação Social e a Internet nos trazem notícias que são achegas em apoio do propósito de Sócrates em se marimbar nas dificuldades das classes desfavorecidas.

Em vista disso, faz sentido criar uma coluna a que damos o título em epígrafe.

Comecemos por uma informação de hoje, sábado, 31 de Maio de 2008.

O semanário SOL, edição n.º 90, dia 31 de Maio de 2008, informa que os “iates de luxo têm gasóleo ao preço dos barcos de pesca” . O que se deve a uma portaria que… sabiamente, isso determina.

Está bem visto…

As necessidades quase são parecidas: os pescadores precisam dos barcos para ganharem o pão de cada dia; os ricos proprietários, empresários, governantes, deputados e políticos, necessitam dos iates para os ócios de recuperação das suas árduas tarefas diárias… e para nos deslumbrarem com as exibições dos luxuosos barcos de recreio. A malta distrai-se… Nem só do pão e do trabalho vive o homem… e a mulher. E em Portugal, também as criancinhas…

Todos são filhos de Deus. Assim, sob a inspirada orientação de Sócrates (o nosso “primeiro”) é-lhes repartida a (in)justiça; esta, baseada nos singulares princípios da igualdade e da fraternidade (sugeridos em círculos de discretos “irmãos”), que nos é, cinicamente, fornecida e mal acomodada na democracia que temos…

Quanto à liberdade o Sócrates luso chamou-a a si, para fazer o que lhe apetece…

Brasilino Godinho

Mais uma achega para Sócrates

se marimbar nas classes desfavorecidas…

Brasilino Godinho transcreve da Internet:

Caixa Geral de Aposentações
Eu nem quero acreditar...
Mais um ???


Marques Mendes - Novo Pensionista!

Aos 50 anos de idade e com 20 anos de descontos como deputado, Marques Mendes acaba de requerer a Pensão a que tem direito, no valor mensal vitalício de 2 905 euros mensais. Contudo, um trabalhador normal tem de trabalhar até aos 65 anos e ter uma carreira contributiva completa durante 40 anos para obter uma reforma de 80% da remuneração média da sua
carreira contributiva.


”Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as
moscas...”

Guerra Junqueiro escrito em 1886

sexta-feira, maio 30, 2008

Claro que Sócrates sabe do que fala . . .

Se há que pagar reformas e salários milionários como podem haver dinheiros de sobra para contemplar os indígenas?

Por: Brasilino Godinho

Transcrevendo da Internet:

EDP Renováveis

Salário da CEO pode superar 1 milhão

Uma remuneração anual fixa de 384 mil euros prevista para 2008, à qual acresce uma contribuição para o plano de pensão e ainda um prémio anual e um prémio plurianual para períodos de três anos, cada um dos quais até uma verba máxima de 100% do salário base.

Uma remuneração anual fixa de 384 mil euros prevista para 2008, à qual acresce uma contribuição para o plano de pensão e ainda um prémio anual e um prémio plurianual para períodos de três anos, cada um dos quais até uma verba máxima de 100% do salário base.

Ou seja, se todos os seus objectivos de desempenho forem cumpridos, Ana Maria Fernandes poderá receber mais de 1,1 milhão de euros no seu primeiro ano como presidente de EDP Renováveis após a entrada da empresa na bolsa. Os valores constam do prospecto de admissão.

terça-feira, maio 27, 2008

Política

Sócrates diz que recursos são “escassos” para apoiar classe média.

Hoje, 27 de Maio de 2008, às 20:45

“Hoje, o Diário de Notícias publicou um artigo de opinião, no qual Soares avisa que, se o Governo não tomar medidas, o país poderá confrontar-se com uma grave crise social”.

“José Sócrates escusou-se, esta terça-feira, a fazer qualquer comentário sobre o artigo de Mário Soares. No entanto, questionado pelos jornalistas no encerramento das jornadas parlamentares do PS, o primeiro-ministro assegurou que o Governo vai continuar atento às classes mais desfavorecidas, sublinhando, no entanto, que os recursos são «escassos» para apoiar a classe média”.

(Transcrito do “SAPO”)

Quer dizer que vamos de mal a pior. Visto que é mau prenúncio o Governo “continuar atento às classes mais desfavorecidas”. Tantos têm sido os “ataques” governamentais sobre elas que melhor seria que o Governo estivesse menos “atento”… e melhor governasse em benefício das tais classes.

Depois, como os recursos são numerosos para os esbanjamentos, para custear a desgovernação e para distribuir pelos políticos, governantes e poderosos, realmente tornam-se “escassos” para satisfazer necessidades primárias da classe média e das outras faixas da população que lhe ficam a nível inferior.

Resumindo: Este governo é um perigo sempre latente. Está paranóico. Por via disso estamos lixados, mal pagos e à mercê da bicharada…

Brasilino Godinho

sábado, maio 24, 2008

Um texto bastante pertinente

Confesso que tenho uma grande aversão aos textos anónimos.

Por norma assumindo a responsabilidade dos meus actos, faz-me uma grande confusão que as pessoas não assinem aquilo que escrevem. Por isso não dou crédito a escritos que, às vezes, até mereciam ser publicados, dada a valia dos temas focados.

Hoje abro uma excepção exactamente pelo motivo de o texto (só agora lido), abaixo transcrito, ser de grande pertinência. Faço-o anotando uma particularidade: trata-se de uma peça da autoria de um anónimo com quem já tive um desaguisado aqui, neste blog, inserido.

Brasilino Godinho

Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "No Telejornal de 25-03-2008. Três notícias. . . ...":

A violência existe nas escolas porque falta a autoridade e o castigo que seria devido por mau comportamento, indisciplina e até mesmo delinquência.

Como não se pode aplicar quaisquer castigos físicos, porque no mínimo provocam traumas psicológicos, na falta de outros castigos eficazes, resta a impunidade que serve de incentivo para que cresçam estes comportamentos anormais, nas escolas e fora delas. Eu, no meu tempo de escola fui castigado algumas vezes, mas nunca por mau comportamento, com algumas “palmatoadas” e não fiquei traumatizado por isso, nem conheço quem tenha ficado. Pelo contrário, acho que aqueles castigos eram úteis e me levaram a fazer os “trabalhos de casa”, que de outra forma ficariam sempre esquecidos a troco da brincadeira com os outros rapazes. Os castigos físicos eram bem tolerados pelos pais de todas as crianças e não consta que fossem piores pais do que os actuais.

Que castigos deverão ser aplicados aos alunos? Ficam de castigo numa sala escura? Há o risco de ser considerado violência psicológica. Além disso, quando os visados se aperceberem de que nada lhes acontece se recusarem o castigo é isso mesmo que vão fazer: recusam o castigo. E depois? São multados? Quem paga as multas? Pagam-nas os alunos ou os pais? E se não pagarem? E se não tiverem meios para isso? Qual é o castigo alternativo? Ficam impunes? Expulsam-se da sala de aula ou da escola? Não serve de nada, apenas se transfere o problema para o exterior da sala de aula ou da escola. Esses jovens irão dar azo à sua liberdade doentia noutro lugar.

Os castigos físicos são hoje todos condenáveis, mas, por vezes, são os únicos que têm algum efeito e são muito úteis até certa idade. É óbvio que me refiro a castigos físicos adequados e dentro de limites aceitáveis, mas só até aos 10, 12 anos de idade. Mas estes castigos são por ora condenados pelas nações ocidentais, pela EU e pelo nosso país. Assim, as mudanças terão que ocorrer primeiro nas principais nações (EUA, UK, França..), que a seu tempo se aperceberão da necessidade da reposição de alguns castigos físicos (Portugal nisto, como noutras matérias seguirá então o exemplo). Os pais irão aceitar e compreender a necessidade até para a protecção dos seus próprios filhos, que são as primeiras vítimas dos poucos jovens com procedimentos anormais.

Mas a partir das idades que referi os jovens já não deverão nem poderão ser utilizados aqueles castigos nas escolas, pelo que esses jovens deverão ser encaminhados para "Casas de Correcção" ou lá como lhes queiram chamar (era assim no passado e poderá voltar a ser no futuro). Estes estabelecimentos devem incutir aos jovens aí internados as regras morais de conduta e hábitos de trabalho; estar autorizados a castigar os desvios que mesmo aí venham a ocorrer, fazendo sentir aos jovens aí internados que estão a cumprir um castigo: Poderá ser normal o levantarem-se e deitarem-se a uma hora certa e tratarem eles próprios das suas necessidades pessoais, como fazerem a cama e tratarem das suas roupas. É claro que as actividades escolares e de preparação para uma vida profissional seriam também incluídas. As actividades de lazer devem ser permitidas só em dias definidos, mas podendo ser canceladas em caso de castigo.

A maioria das crianças e jovens não são delinquentes e pode ser corrigida de qualquer desvio através de uma simples conversa, mas basta um "rebelde" para boicotar uma aula e para arrastar consigo outros mais pacatos que não levantariam qualquer problema. Os colegas mais humildes são as primeiras vítimas e a escola não tem hoje maneira de as proteger.

Algo deve mudar nas escolas por forma a castigar os desvios de comportamento dos jovens, senão estamos, sem o saber, a criar pequenos “monstros” que nunca se habituarão a cumprir regras sociais, que serão uns inúteis e que viverão sempre à custa do trabalho alheio, porque é mais fácil.

Um dia as ideias que agora dominam, de não aplicar quaisquer castigos físicos, em quaisquer circunstâncias, terão que mudar: o que é hoje um conceito aceite e indiscutível será um dia posto em causa pelos futuros pedagogos. Houve no passado uma inversão nos castigos admissíveis nas escolas e outra acontecerá inevitavelmente no futuro.

Há quem diga que tudo se resolve se os pais derem educação aos filhos. Pergunto: e quando os próprios pais não a têm, como podem ministrá-la aos filhos?

Zé da Burra o Alentejano

quinta-feira, maio 22, 2008

UM DISCURSO IMPORTANTE

Durante um debate numa universidade nos Estados Unidos, o actual Ministro da Educação, Cristovam Buarque, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazónia. Um jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta de. Cristovam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso.

Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro...

O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não o seu preço.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar que esse património cultural, como o património natural Amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.

Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar, com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro.

Ainda mais do que merece a Amazónia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia seja nossa. Só nossa!".

Cristovam Buarque

quarta-feira, maio 21, 2008

Um texto sem tabus…

SE TÊM “BONS COSTUMES” E SÃO “DISCRETOS”. . .

PORQUÊ TANTO ESPANTO ?

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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O chefe do Governo e o ministro da Economia foram apanhados a fumar por detrás da cortina no avião em que efectuaram a recente viagem oficial à Venezuela.

“Caiu o Carmo e a Trindade”. O alarido foi grande. E merecido.

Até porque José Sócrates veio candidamente explicar que não sabia que era proibido fumar num avião. Alma ingénua e intencionada quanto baste ao seu intelecto, pediu desculpa, embora não tenha ficado bem entendido a quem se dirigia o pedido. Pela nossa parte fique esclarecido que não o desculpamos. Tal gesto inconsequente e patético, pareceu-se com um balão que, atirado ao ar, nunca se sabe onde vai rebentar. Mas para além de abusivo e disparatado é ofensivo da inteligência do cidadão português; visto que parte do princípio de sermos todos uns mentecaptos que facilmente se deixam intrujar.

Uma coisa é certa: o governante maior deste reino da bicharada em que estamos vivendo amargamente não vai rebentar como a rã da fábula. Ele, por muito inchado que se apresente ao público, está convencido que não há mal que lhe chegue ou impedimentos aos seus querer, mando e poder. Tem as costas quentes. Está muito aconchegado no meio ambiente em que se move.

Outro tanto se dirá do ministro da Economia. Também a este não há polícias e “ASAES” que lhe pespeguem multas ou lhe fechem o estabelecimento. Se melhor se compreende, parece estar a especializar-se no modus faciendi de escapar às responsabilidades pelas transgressões que vai cometendo de vez em quando. Estamos a lembrar-nos que faz agora um ano conseguiu insinuar-se no espírito dos polícias que o apanharam a circular de automóvel à velocidade de 200 quilómetros. Pelo que constou, os agentes policiais ficaram embaraçados e bloqueados. Não sabiam que fazer, coitados! Quase lhes dava o fanico… Enquanto sua excelência, impante, prosseguiu viagem: repousado, indiferente e muito senhor do seu nariz.

Sem nos desviarmos um milímetro do tom sério com que escrevemos as linhas precedentes, realçamos que a proibição de fumar a bordo de aviões vem de longe, Não é novidade introduzida pela Lei 37/2007 antitabagista.

Aliás, esta lei contra a prática do vício do tabaco em recintos fechados, de público acesso, inclui a referência à interdição do fumo nos aviões.

Deveras expressiva da falta de qualidade da (des)governação de Portugal é a circunstância de o famoso primeiro-ministro, ministros e governantes indiferenciados, ignorarem a Lei. No caso do chefe máximo assenta o gravame de ser ele a promover e a aprovar legislação que depois transgride e, apanhado em flagrante, afirma ignorar os seus conteúdos. O chefe do Governo não a sabe, não a sonha, nem se molesta, com a norma de Direito: “A ignorância da Lei não aproveita a ninguém”. A ele, José Sócrates, terá aproveitado. Não constou que a “ASAE” lhe tivesse aplicado a respectiva taxa pela transgressão.

Claro que estamos fartos de saber que neste país os deveres e as sujeições legais não são iguais para todos os portugueses.

Depois, convém lembrar que esta gente que nos desgoverna têm a esperteza saloia e o proveito de serem refinados fingidores e praticantes de específicos “bons costumes” que praticam “discretamente” a bom recato da curiosidade alheia – como foi o caso dos cigarros fumados às escondidas por Sócrates e Pinho no avião ministerial.

Neste episódio da transgressão de Sócrates e Pinho está retratada uma questão fundamental: a bitola que utilizam na avaliação dos seus comportamentos e dos companheiros, amigos, compadres e irmãos, não é a mesma dos cidadãos anónimos. Enquanto para nós os “bons costumes” que eles, generosamente em causa própria e sem pudor, se atribuem, são os maus costumes de qualquer indígena pouco alinhado com a moral, a ética e a cidadania.

Resta anotar que as leis, em Portugal, existem para serem aplicadas rigorosamente sobre os indígenas. Percam-se as veleidades de as mesmas serem aplicáveis sobre os governantes, os deputados e os “grandes senhores cinzentos” de que falava o falecido Prof. Doutor Sousa Franco.

Como não vivemos num Estado de Direito não existe igualdade de tratamento entre os portugueses. A liberdade de cada indivíduo não é aceite pelos poderosos ou usada equitativamente por todos os portugueses. A fraternidade está centrada nas “capelinhas”, “oficinas” e “lojas” e é exercida com a conveniente “discrição” entre os “obreiros” e os “irmãos” – completamente arredada do convívio com os profanos. Estes, obviamente, distantes das sobreditas “capelinhas”, “oficinas” e “lojas”… (Atente-se nas colocações, nas promoções, nas distinções, nas condecorações, nas pensões vitalícias e… nas comissões; geralmente distribuídas pelos “melhores cidadãos”, dos “bons costumes” - por sinal, beneficiários da especial atenção do “Grande Arquitecto do Universo” ou dos seus seguidores na lusa terra. Aliás, sempre pessoas muito distintas e com notável e recheada folha de invulgares serviços… de que ninguém, de rectas intenções e mínimo de inteligência, se apercebeu ao longo dos tempos remotos ou recentes.).

Daí o título desta peça escrita.

E o cabimento da pergunta com que encerramos a crónica: Com os dados conhecidos dia-a-dia, relativamente às personalidades e aos seus procedimentos, onde está a razão para espanto face a estas histórias de transgressões, ilícitos e maldades com que o povo vem sendo, constantemente, presenteado pelos donos da “Quinta Lusitana”?

terça-feira, maio 13, 2008

Um texto sem tabus…

A DESAGREGAÇÃO SOCIAL PROSSEGUE EM RODA LIVRE . . .

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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A Direcção de Finanças do Porto publicou em caderno especial do Jornal de Notícias, edição de 03 de Maio do ano em curso, 1680 anúncios de vendas de imóveis e outros bens, “penhorados aos executados”, em execução fiscal.

Repare-se no surpreendente número 1680 de execuções fiscais. E só em relação ao distrito do Porto. O que não sucederá por todo o Portugal…

Tal caderno expressa bem a imagem da situação de descalabro social do país. Mas também induz a dimensão das tragédias que vão atingindo inexoravelmente as famílias e as empresas. Vivem-se dramas humanos que atingem proporções inimagináveis alguns anos atrás. Os políticos da praça, os deputados, os detentores do Poder Central, os administradores dos bancos, os grandes empresários, evidenciam a maior indiferença pelos desgraçados atingidos pelo infortúnio de lhes ter que suportar as nefastas consequências das arbitrariedades praticadas nos exercícios das suas actividades administrativas ou políticas.

Nos tempos da “outra senhora” que dominava a “Quinta Lusitana” vivia-se mal em muitos lares portugueses. Nos últimos treze anos do regime do Estado Novo e suportando os encargos da guerra colonial, dizia-se que era o tempo das vacas magras e que havia a necessidade e a obrigação de apertar o cinto. O que, na prática, só atingia as classes mais desfavorecidas.

Em 25 de Abril de 1974 deu-se a “Revolução dos Cravos” que se afirmava como libertadora do povo português e que abria horizontes de esperança em desenvolvimento, melhores condições de vida e proporcionaria aos cidadãos a liberdade, a igualdade e a fraternidade.

Milhões de portugueses rejubilaram com tão aliciantes perspectivas. E muitos se excederam no entusiasmo e no exagero com que passaram a gastar desmedidamente, a exigir direitos e a rejeitar as obrigações que o exercício da cidadania comporta.

Depois e numa cadência regular as condições de vida foram-se degradando. As políticas económicas desregradas e inadequadas arrastaram progressivamente as empresas para o colapso. O desemprego aumentou desmedidamente. Milhares de famílias ficaram na miséria e a viverem em condições desumanas e à mercê da caridade das instituições de beneficência e dos amigos solidários.

As apregoadas liberdade, igualdade e fraternidade, são hoje figuras de retórica, inscritas no articulado da Constituição da República Portuguesa. Continuamente tão elevados conceitos são ignorados pelas instituições e órgãos do Estado.

A censura nos jornais, revistas, rádios e televisões, é feita à socapa e reveste as mais variadas formas, subtis e perversas, que nem entrem no imaginário do vulgar cidadão. A liberdade de expressão do pensamento, o direito da pessoa a ter opinião e transmiti-la aos concidadãos foram à vela. Os indígenas estão temerosos sempre na perspectiva de sobre eles recaírem as represálias dos governantes e dos seus lacaios.

O governo entrou numa roda livre de desvario governativo que cada vez mais destrói o tecido social. Empenha-se em perseguir o funcionalismo público, achincalha os professores, compromete o futuro da Nação com o persistente abandalhamento do Ensino e da Educação, agrava as precárias condições de sobrevivência dos aposentados, idosos e reformados, aumenta os impostos sobre os bens de consumo e os parcos rendimentos da classe média, lança-se em obras faraónicas e assegura espaços e capacidade de manobra para os privilegiados do regime e para os mais abastados proprietários e capitalistas que dominam financeiramente a “Quinta Lusitana”.

Nos dias que correm as vacas já não são magras, como as dos tempos de Marcelo Caetano. Elas estão esqueléticas, loucas e banidas dos nossos hábitos de alimentação… Se então tínhamos a ditadura rotulada de “democracia orgânica” que, aparentemente venerava Deus, Pátria e Família; agora vivemos sob a ditadura das ocasionais maiorias absolutas de influência franco-maçónica e da Opus Dei, disfarçadas de Democracia, ostentando na fachada a trilogia Liberdade, Igualdade e Fraternidade – a qual é, na prática, persistentemente ignorada, ofendida e violada.

Resumindo: o povo sente-se intrujado, explorado, perseguido e desprezado. A situação de descalabro piora a cada dia que passa. O país está bloqueado e à mercê de clãs que fazem gato-sapato de todos os princípios que apregoam nas televisões e nos jornais. Este Portugal não é um Estado de Direito. Há instalado no território nacional um grupo de espertalhões irmanados por interesses obscuros que dele se apoderaram e o transformaram na sua quinta que exploram a seu bel-prazer.

terça-feira, maio 06, 2008

Um texto sem tabus…

NESTA REPÚBLICA DE SEITAS

A NOBRE ARTE DA POLÍTICA

NÃO TEM LUGAR. . .

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

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Esta república dominada e explorada pelas seitas maçónicas que se apresenta com a fachada de democracia vive em promiscuidade com interesses mais ou menos repartidos por diferentes clãs que encobertos no anonimato ou expostos ousadamente à luz do dia, vão dando forte rombo nas finanças públicas e promovendo a desagregação social, ao mesmo tempo que mandam às malvas o pouco que vai restando de moral e sentido ético anichado nalgum extraordinário reduto que preza os valores e os princípios que devem nortear as vidas públicas, seja a da sociedade, sejam, na área individual, as dos cidadãos.

Na sessão solene da Assembleia da República, comemorativa da revolução de 25 de Abril de 1974, o presidente Aníbal Cavaco Silva proferiu um discurso algo contundente para com o mau desempenho dos políticos e o défice democrático que se vai acumulando na sociedade portuguesa.

Lamentável que no discurso tenha sido omitido o progressivo agravamento das condições de vida dos portugueses.

O presidente da República deu ênfase à generalizada indiferença dos jovens pela acção política. Para isso concretizar em discurso oficial apoiou-se numa sondagem feita pela “sua” Universidade Católica a encomenda presidencial e… sem concurso público. Belo expediente. Interessante singularidade…

Chegou mesmo a invectivar os parlamentares pelas responsabilidades que lhes cabe, visto que se mostram incapazes de se apresentarem aos olhos do público e, principalmente, da juventude como exemplos dignos de apreço e de seguimento. Todos assistimos à impassibilidade dos deputados. Sintomático: ouviram e calaram. Nem uma voz se ergueu a refutar a acusação, proferida com pompa e circunstância.

Todavia, Cavaco Silva, naquele momento, igualmente não estava em condições de assegurar credibilidade e alcance ao seu discurso. Desde logo, pondo-se de fora do contexto ao exigir dos outros aquilo que ao longo do tempo lhe foi minguando desde os tempos da sua chefia do PSD e de primeiro titular dos governos cavaquistas.

Mas pior do que a recordação dos activos e negativos dos seus mandatos de primeiro-ministro, avultou a circunstância infeliz de, nas últimas semanas, a sua actuação como chefe de Estado ter sido marcada por gritantes falhas de sensatez política, sentido de Estado e objectividade pedagógica.

De facto, o presidente da República ao ter aceite a humilhação a que Alberto João Jardim e os seus rapazes o sujeitaram – aliás com gravame do “aviso prévio” - de lhe negarem uma recepção condigna na Assembleia Regional, com fundamento na existência de “um bando de loucos”, a que se seguiram as declarações muito elogiosas de apreço pelas actuações do caudilho madeirense que, para além de excessivas a roçarem a bajulação, pecaram por esquecimento (?) das graves carências sociais existentes na Madeira e pela falta de uma simples palavra que expressasse repúdio ou censura pela linguagem imprópria utilizada pelo chefe do governo regional; relativamente aos seus opositores, ficou desfigurado no retrato: Deu um mau exemplo. Aquilo representou capitulação. A lamentável atitude do chefe do Estado tem de ser encarada como falta de coragem para enfrentar a criatura e as ofensas. Não colhem as mal alinhavadas justificações que Cavaco Silva apresentou à posteriori.

Assim Cavaco Silva, no curto espaço de 15 dias, desbaratou o crédito que vinha acumulando junto da opinião pública. A sua actividade pedagógica ficou comprometida. E o exemplo que reverteu para os jovens não serve de referência aproveitável nem vai encaminhado ao bom porto do presumido alcance das palavras de exortação aos portugueses em geral e aos jovens em particular, para que se interessem pela política - que, diga-se de passagem, não sendo POLÍTICA com maiúscula, só deve desmerecer na consideração dos portugueses conscientes. A que se expõe por aí, a esmo, sem vergonha rectidão, escrúpulo e justiça, suscita repugnância e veemente condenação. O chefe do Estado presta um péssimo serviço aos portugueses e a Portugal em convocar os homens de amanhã para a prática de tão molesta caricatura da arte ou ciência de governar a Nação. A tal representação burlesca (política à portuguesa) impõe-se contrapor a evocação da caricatura da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro e endereçar-lhe o gesto que a celebrizou e ao Zé-Povinho: o manguito. Seja ele virtual ou com aparato cerimonioso e público…

É pertinente que nos interroguemos: adultos que prezam a seriedade e jovens bem compenetrados dos direitos e deveres de cidadania, como podem uns e outros acederem ou predisporem-se a uma repugnante praxis política que por si suscita atraso, exploração, miséria de milhares de famílias, cinismo, nepotismo, desvergonha, hipocrisia, esbanjamento, injustiça, abandalhamento do ensino, desenfreada imoralidade, promoção da incompetência, fixação do clientelismo, constantes atropelos à ética, denegação dos cuidados de saúde, desprezo pela língua nacional, aumento do desemprego, perseguição aos funcionários públicos, desagregação social, agravamento das condições de subsistência dos idosos, reformados e pensionistas, pagamentos estatais de milhões de euros a escritórios de advogados para emitirem pareceres sem concursos públicos (para que servem e o que fazem os assessores jurídicos, as direcções gerais e os institutos?), atrofiamento do serviço nacional de saúde, atribuição de pensões milionárias a pessoas que se pavoneiam nas televisões, desleixo e precariedade dos serviços de segurança, empenho nas práticas da censura, obstinação nas represálias aos críticos e opositores do poder maçónico estabelecido?

Que política é esta, composta de duas vertentes: uma de favorecimento e enriquecimento anormal dos compadres, “irmãos”, “obreiros”, amigos e ricaços; outra, a de fomento da miséria e decadência cívica e social? Que acintosa política é esta que tudo compromete ao arrepio do bem-estar da população? Quem em seu juízo e com um mínimo de inteligência, pode manifestar alguma consideração por estes canhestros actores do circo político que nos enfastiam, nos prejudicam, nos irritam e nos perseguem? Quem pode aguentar, sem grito de revolta, todo este reles folclore, toda esta palhaçada, toda esta nojenta hipocrisia?

Ademais, discursos semelhantes ao pronunciado por Cavaco Silva (aqui em foco) constituem foguetórios que não levam a nada. È a chamada “conversa fiada” com que os artistas da praça se contemplam e vão entretendo o pagode; sempre tentando impingir-lhe a ideia de serem virgens imaculadas apostadas em bem servir o próximo (por sinal, começando e acabando neles próprios, porque estão mais à mão de semear e… de colher) e haverem propósitos de inverter as situações desagradáveis.

O que realmente contaria era as autoridades competentes e bem intencionadas (se existissem) arregaçarem as mangas e meterem mãos à obra da Educação; que é, afinal, a base por onde tudo começa atinente ao desenvolvimento, à cultura e à criação de melhores condições de vida dos portugueses. Simultaneamente importaria que a POLÍTICA (com letra maiúscula) criasse fundas raízes e dela emanasse a exemplaridade que despertaria as atenções da juventude, as colaborações da população activa e o apreço da gente idosa.

Claro que para a POLÍTICA se firmar torna-se necessário o surgimento de Políticos (não confundir com os “políticos” do nosso refugo democrático) pois que, também eles, pela sua adequada dimensão cívica, dariam azo a condições substantivas de facilitada captação do interesse e participação da juventude e de muitos cidadãos empenhados na cruzada do desenvolvimento e bem-estar geral.

quinta-feira, maio 01, 2008

Um miraculado que só pressagia desgraças

para os indígenas portugueses.

Por: Brasilino Godinho

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Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, é um dos miraculados deste País. No meio da desgraça nacional de misérias, de fome, de desemprego, de baixos salários, de dificuldades de toda a ordem que são mato em Portugal, ele consegue passar ao lado, indiferente, regalado da vida, sobranceiro, sempre a clamar que é preciso “apertar o cinto” – não o dele, evidentemente. Por artes mágicas ou protecção do famigerado”Grande Arquitecto do Universo”, ele paira acima do cenário terrífico que se nos depara quotidianamente.

Agora, mais uma vez, Constâncio – fazendo jus ao apelido - “avisou” que “é necessário um esforço significativo e difícil”. Pergunta-se: Dele?

Tirem o cavalinho da chuva! Esforços significativos e difíceis são para a malta. Ele fica de palanque a ver…

Também disse “que as previsões de crescimento do Banco de Portugal vão ser revista em baixa”. Se considerarmos os costumes da personagem, as que lhe digam respeito deverão ser revistas em alta… Para valor baixo já basta a altura da sua figura…

Por último, referiu que “não há margem para políticas de aumento de despesa pública para compensar os efeitos da crise”. Bem dito por quem se antevê que tenha todas as margens para aumentar as suas despesas pessoais e, espertalhão, assim, nada descompensar sobre os efeitos da crise que atinge o pagode.