Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, novembro 30, 2013

PAPA FRANCISCO:

"Enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade social, na sociedade e entre vários povos, será impossível erradicar a violência. Acusam-se os pobres [...] da violência, mas, sem igualdade de oportunidades, as diferentes formas de agressão e de guerra encontrarão terreno fértil que, tarde ou cedo, provocará a explosão".

Exortação apostólica "Evangelii Gaudium" (A Alegria do Evangelho). Transcrição a partir da Internet - Mário Pc Martins.
Um apontamento de Brasilino Godinho
Segundo consta nos lusos meios provincianos geralmente mal informados e pior intencionados(...) , as últimas declarações do Papa Francisco, tidas em sede de Poder Central português como subversivas e tendencialmente incitadoras à violência dos indígenas, estão causando um grande desconforto e enorme embaraço no seio do grupo governamental e configuram uma séria ameaça aos intentos do grande-chefe Coelho de Passos do Pedro, de empobrecer definitivamente a maioria dos portugueses e liquidar de vez Portugal.
As palavras do Papa Francisco tiveram o condão de irritar e enervar a coelhal figura de tal modo, que, em transe de pânico incontrolável, admite tratar-se de uma estranha coincidência temporal com a assembleia da Aula-Magna, da Universidade de Lisboa, que se realizou na passada semana. Daí que, no seio da comunidade do grande-chefe Coelho, haja a convicção de tratar-se de uma santa aliança envolvendo o Papa Francisco; o apóstolo do socialismo metido na gaveta, Soares; e o prégador/instruidor da "Quadratura do Círculo", Pacheco - os dois últimos, notáveis intervenientes na grande gala da Aula-Magna, da Universidade de Lisboa.
Face a tão perigosa ameaça, composta de tantas distintas componentes operativas, há fortes indícios de que a coelhal figura, em segredo, encara a contraofensiva baseada em três hipóteses:
- primeira, de apresentar um enérgico (coelhal) protesto diplomático no Vaticano;
- segunda, de encetar diligências no sentido de impor a lei da rolha ao Sumo Pontífice;
- terceira (no caso de insucesso do propósito enunciado na precedente número dois), de recorrer aos serviços secretos estatais e às polícias de intervençã rápida, para que em força e máxima diligência, actuem no sentido de impedir a divulgação, em Portugal, das inoportunas e perigosas intervenções apostólicas de Papa Francisco...

Nota marginal: No âmbito da mesma contraofensiva haverá sobrelevada motivação para os serviços competentes da segurança coelhal acompanharem com o maior empenho as actuações e as falas do bispo, D. Januário Torgal Ferreira que, normalmente, fica "chocado" com os desastrados passos do grande-chefe Coelho...
Fim

sábado, novembro 23, 2013

Urge salvar Portugal!
Por Brasilino Godinho

Anteontem, os polícias saíram dos seus aquartelamentos, desceram, aos milhares, às ruas de Lisboa e avançaram sobre o Palácio de São Bento. Após o que tomaram conta da escadaria do famoso palácio.
Ontem, algumas personalidades, quais pudicas virgens ofendidas, vieram a terreiro público lavrar reprimenda e condenação sobre as forças de segurança que manifestaram a sua indignação relativamente às políticas de austeridade e de outras diversas naturezas ofensivas da dignidade dos cidadãos.
Tais criaturas arvorando-se na condição de guardiãs do templo da Democracia e como se lhes coubesse sentido de julgamento do protesto dos agentes policiais, apontam o carácter de violência(?) que teria caracterizado o avanço dos manifestantes pela escadaria até junto da fachada do vetusto edifício, sede da Assembleia da República. Mais disseram que o acontecimento seria uma intolerável falta de respeito pelo órgão de soberania e uma acção de rebeldia face à lei e ao governo.
Cada um é livre de expressar opiniões por mais disparatadas que sejam.
Porém, há que imitar o mestre de orquestra que, a meio da diversão, exclama: Alto lá e pára o baile!
Assim, estabelecida a pausa para uma serena e isenta reflexão, adiantamos breves considerações.
Em primeiro lugar, a sociedade portuguesa está submetida a uma ditadura política de uma minoria que chegou ao Poder por vencer umas eleições em que quase metade dos cidadãos inscritos nos cadernos eleitorais se absteve de participar na votação ou votou branco e nulo - o que, à partida, se subentende como uma atitude de repulsa ou condenação da medíocre classe política portuguesa. Pela contagem dos votos válidos apurou-se a repartição dos mesmos pelos outros partidos intervenientes. O que quer dizer que, relativamente, ao conjunto de dez milhões de portugueses os actuais governantes foram eleitos por uma minoria (cerca de 10%) do número total de cidadãos nacionais.
Se a esta mui objectiva circunstância formal se juntar a apreciação do que tem sido o descalabro das políticas implementadas com os terríveis efeitos nas vidas das pessoas, de abastardamento de princípios e de valores e, sobretudo, com a violência e virulência com que é atingida a dignidade do ser humano português, chega-se à conclusão que este governo perdeu legitimidade.
O que é reforçado pela dramática situação de milhões de pessoas se sentirem desesperadas, indignadas, revoltadas. E não sabem que providenciar ou a quem recorrer para ultrapassarem o que parece ser um aterrador beco sem saída.
Mais de ponderar: não se pode aceitar o aniquilamento da classe média, a feroz perseguição aos funcionários públicos e professores e o encapotado genocídio dos idosos pensionistas - procedimentos da governação que vêm ocorrendo com inquietante persistência, grande arrogância, assinalável agressividade e enorme prepotência. Outrossim, permitir-se a destruição de Portugal. Tornou-se necessário e inadiável arredar o governo do Poder.
Por isso, perdidas todas as esperanças de inverter a angustiante situação, em desespero de causa, é natural que a evolução do estado de espírito de cada português ultrajado, agredido, maltratado de todas as formas e constantemente alvo de ofensas e maus tratos por parte dos governantes, siga no rumo da violência. Visto que já todo o mundo apercebeu que a regeneração quer do tecido social, quer de Portugal nas vertentes política, económico/financeira, educativa e cultural, não é conseguida no tempo presente, nem vislumbrada num impreciso amanhã, através do sorumbático respeitinho e do patético discurso inconsequente de políticos mentirosos e sem escrúpulos: os quais, em coro afinado com os seus agentes publicitários, mais não fazem que tentar iludir os cidadãos.
Também, neste deprimente quadro, nada se espera de positivo, porque do outro lado, no pântano em que se isola o actual governo, não há: gente respeitável com sensibilidade para ouvir os interlocutores; discernimento para zelar o bem-comum; interesse em estudar e analisar os problemas da Administração Pública; preocupação de encontrar as imprescindíveis, melhores, soluções governativas.
Muito grave é poder-se assinalar aquilo que é apercebido pela esmagadora maioria dos portugueses: Os governantes estão cegos! Estão surdos! Estão mudos!
Igualmente, o presidente da República está sofrendo das mesmas patologias!
Porém, as tenebrosas consequências recaem sobre os indígenas sofredores, humilhados, ofendidos.
Daí, que a bastantes portugueses se torne evidente que caminhamos a passos largos para um estádio de violência que, em crescendo, se pode tornar incontrolável.
A marcha dos polícias é um sério aviso ao governo e ao presidente da República. Que foi feito sem alardes de violência física, sublinhe-se.
E quanto ao respeito devido aos governantes - evocado pelos "amigos da onça" e referido no início desta crónica - importa afirmar que quem não se dá ao respeito e a ele falta continuamente no trato com o cidadão português, se desacredita a si mesmo e não merece ser respeitado. É das individualidades colocadas no escalão superior da organização de um Estado de direito que deve partir o exemplo norteador de comportamento do colectivo dos indígenas. Igualmente, as leis se justas, devem ser acatadas. Mas se iníquas, há obrigação cívica e imperativo moral de as rejeitar.
Concluindo: na actual situação de ditadura da minoria governamental tem que prevalecer em sede de cidadania o espírito de luta, a onda de indignação e o abrangente espaço de revolta, que encaminhe a nação portuguesa na senda da recuperação dos valores (ora perdidos) da Democracia, da dignificação do indivíduo e da nobilitante imagem de engrandecimento de Portugal.
Sintetizando: Urge salvar Portugal!!!

quarta-feira, novembro 13, 2013

Ainda acompanhando as 'Lições' do
Professor Doutor Paul De Grauwe
por Brasilino Godinho

Os portugueses mais empenhados em recuperar o país da degradação a que chegou e muitos outros cidadãos que vivem perseguidos, sofredores, ofendidos e, sobretudo, atormentados pelas terriveis condições de sobrevivência que lhes foram impostas - pelo tal grupo de meninos, assim identificados pelo escritor António Lobo Antunes, que andam por aí, na região de Lisboa, bastante alegres, com sorrisos obscenos estampados nos pálidos, comprometidos, rostos e, por demais, entretidos na parada da paródia de se atribuírem a si próprios a qualificação de políticos e de governantes - todos, indistintamente, quaisquer que sejam os graus de instrução, a classe, a raça, a religião, o partido de simpatia, afinidade ou militância, se bem formados moral e civicamente, dispõem agora de um conjunto de elementos do certeiro diagnóstico da situação político/administrativa e de sugestões/orientações de procedimentos externos e internos, apresentado por uma qualificada personalidade estrangeira merecedora do maior crédito e respeitabilidade.
Atendendo ao momento e às circunstâncias existentes devemos mostrar-nos agradecidos a Paul De Grauwe por ter vindo a Portugal prestar-nos esse serviço que, facilmente, se confunde com amparo e incentivo aos portugueses para que despertem para a realidade que os asfixia e os encaminha para o colapso.
Tudo atrás dito para sublinharmos a nova 'Lição' de Paul De Grauwe, expressa na entrevista inserida na edição de ontem (dia 12 de Novembro de 2013), do 'Diário Económico'.
Desta entrevista havia muita matéria a merecer grande destaque.
Mas para não alongar este apontamento, limito-me a registar o seguinte trecho:
«... é irrealista continuar a fazer coisas que não funcionam. A certo ponto a legitimidade do Governo desaparece porque as pessoas não podem ter um Governo que impõe tantos sacrifícios basicamente para ter aplausos de Bruxelas e de Frankfurt. Espero que o Governo perceba que tem de representar os interesses de Portugal».

CHChamo a atenção para as expressões usadas por Paul De Grauwe:
- "é irrealista continuar a fazer coisas que nâo funcionam";
- "um governo que impõe (meu realce) tantos sacrifícios";
- "para ter aplausos de Bruxelas e de Frankfurt";
- "Espero que o governo perceba que tem de representar os interesses de Portugal".
Acrescento um comentário:
As afirmações do conhecido economista belga demonstram a visão de um estrangeiro não alinhado, nem conivente com o poder, sobre a crise avassaladora que se vive em Portugal.
Fica assinalado que persistir no erro releva de ignorância, de incongruência, de estupidez.
É dito que o governo impõe tantos sacrifícios, enquanto no habitual discurso dos governantes e dos seus publicitários de serviço, se fala sempre de que os sacrifícios foram ou são pedidos aos portugueses - o que traduz uma grande hipocrisia e um não menor cinismo. Também uma clamorosa desfaçatez.
O que se chama fazer o mal e a caramunha.
Na intervenção de Paul De Grauwe anota-se a denúncia do posicionamento de total subserviência do governo português (o que é bem apercebido a nível internacional e nos deve deixar profundamente envergonhados) face a Bruxelas e a Frankfurt, procurando o aplauso do poder e do capital estrangeiros - o que consegue à custa da escandalosa imposição de tremendo sofrimento ao amargurado, debilitado, povo português. Está feito o retrato: governo fraco, cobarde e submisso perante os fortes; arrogante, ardoroso e opressor para com os débeis e carenciados.
Quanto à esperança de Paul De Grauwe (esperar que o governo perceba que tem de representar os interesses de Portugal): infelizmente, bem pode esperar sentado...
Até porque a tal grupo, de coelhal formatação, travestido de governo, falta a capacidade (igualmente, o empenho) de perceber seja lá o que for admitido como de superior interesse da grei portuguesa.

Em jeito de rodapé direi que os meus habituais leitores certamente que encontrarão bastantes pontos de convergência da fala de Paul De Grauwe com tudo aquilo que, há anos, venho expondo, nas minhas crónicas de opinião:
- sobre a caracterização dos políticos de aviário que nos calharam nas rifas eleitorais;
- sobre as incríveis actividades governamentais;
- sobre o desastrado evoluir da situação política em Portugal.
Fim

segunda-feira, novembro 11, 2013

A entrevista de Paul de Grauwe à LUSA.
Simplesmente, notável!
Vamos tê-la em atenção!
Por Brasilino Godinho

Como português que sente no corpo e na alma a opressão e as agressões de que é vítima o povo português, vindas da parte do (des)governo, tenho a obrigação de dar testemunho do meu maior apreço pelas desassombradas afirmações de elevado cunho ético/social e de assinalável expressão técnico/profissional do conhecido e respeitado economista belga Paul de Drauwe, professor de Política Económica Europeia, na London School of Economics e da Universidade de Leuven, Bélgica. Outrossim, manifestar-lhe, em público, o meu profundo agradecimento pela sua oportuna e abalizada intervenção em sede de análise da conjuntura nacional portuguesa. Portanto, reforço o meu propósito de apreço: Bem-haja!
Este meu aplauso a Paul de Drauwe é tanto mais oportuno quanto a sua lúcida análise se apresenta com o vigor de uma voz isenta e autorizada, a sobressair na poluída atmosfera sobreposta ao espaço pantanoso do solo pátrio que nos é adstrito. Acresce que as afirmações de Paul de Drauwe têm a característica de serem acentuadamente convincentes; quer pela acessível linguagem utilizada, quer pelo superior valor intrínseco da formulação dos conceitos e das conclusões analíticas. Também factor relevante nas declarações do economista belga é o que delas decorre como manifesta contradição e repúdio dos teores das falaciosas campanhas diárias desenvolvidas pelos jornalistas e economistas de serviço - nitidamente, prestimosos, subservientes e colaboracionistas (assinale-se!) - alinhados com o governo.
Vem a talho de foice referir a insólita circunstância de, em Portugal, só depararmos com o economista, professor universitário, João Ferreira do Amaral, empenhado na imprescindível destrinça das péssimas consequências derivadas das desastradas políticas prosseguidas pelo chamado governo - este, o maior e desqualificado (no contexto nacional e a nível internacional) causador das desgraças em que está mergulhado o País.

Da entrevista, aqui focada, há que destacar três afirmações lapidares:

01. "É difícil entender como pode o Governo magoar a população e sentir-se orgulhoso disso".
Tal procedimento do (des)governo tem sustentáculo causal no facto de lhe faltar sentido de Estado, idoneidade moral, competência técnica, maturidade política e sensibilidade social.
O escritor António Lobo Antunes, numa crónica publicada na edição de 31 de Outubro de 2013, da revista Visão, escreveu que não há governo em Portugal. O que existe, segundo o conhecido escritor, é "um bando de meninos". Assim sendo, dá para entender porque o (des)governo magoa a população e se sente orgulhoso disso. Esta invulgar circunstância de menoridade dos pseudos governantes portugueses não foi apercebida por Paul de Grauwe. Daí, ele ter dito não entender os aberrantes procedimentos das aludidas criaturas.

02. "Dizem aos portugueses que têm de fazer mais sacrifícios. Para quê? Para pagar a dívida aos países do Norte (da Europa). Isto é explosivo. Os portugueses não vão aceitar isso indefinidamente".
Infelizmente, muitos portugueses (incluindo os 800 novos multimilionários, nados e criados nos últimos 12 meses) vão se acomodando e encarando a situação numa perspectiva de clubite aguda... ou de oportunístico aproveitamento, incidindo na exploração da sua engendrada "Quinta Lusitana" em que transfomaram Portugal.
Este quadro traduz a pungente realidade: o povo português está confrontado com um desmedido estádio de perversão político/social. Ele irá manter-se até quando?

03. "O governo português fez o grande erro de tentar ser o melhor da turma no concurso de beleza da austeridade. Não havia razão para Portugal fazer isso; podia não ser o melhor da turma; podia nesmo ser o pior e isso seria melhor para a economia".
De facto, a pretensão saloia de ser o melhor da turma no "concurso de beleza da austeridade" só podia estar na ideia de gente inapta. Aliás, ela, representação mental, destrambelhada de todo, vem dos tempos de Cavaco Silva enquanto chefe do governo. E aqui chegados vale a pena mencionar, que o actual presidente da República se limita a apoiar o desgoverno que impera em Portugal. Pior, assiste, indiferente, à persistente destruição de todos os sectores vitais do País; a qual, se configura como obscura tarefa irresponsável desenvolvida pelos tais meninos identificados pelo escritor António Lobo Antunes.
O que nem constitui surpresa.
Para ilustrar a antecedente observação sobre o equívoco desempenho da presidencial peça figurativa/decorativa do Palácio de Belém, limito-me a reproduzir as declarações do famoso comentador dos domingos, das televisões e conjecturado candidato às próximas eleições presidenciais, professor Marcelo Rebelo de Sousa, inseridas na edição de 26/5/95, do semanário (já extinto)'Tal & Qual':

"Posso provar que sou isento: nunca ninguém foi capaz de dizer o que eu disse e repito: a incultura de Cavaco Silva, política e não só, é abismal - e o seu triunfo foi o da vulgaridade. Vejam lá se algum comentador teve a coragem de dizer isto...".

Logo, nesta altura, o prof. Marcelo omitiu as suas mui operosas, exímias, manobras de bastidores no decurso do Congresso do Partido Social Democrata (PSD) realizado em 1985, na Figueira da Foz, que guindou Cavaco Silva à chefia desse grémio partidário (PSD) e a decisiva importância que elas tiveram em tal desfecho de consagração da "incultura política" e do "triunfo da vulgaridade" - componentes qualitativas(...) que, tardiamente, dez anos depois (em 1995), lhe reconheceu. Afinal, assinalados factores distintivos da aludida personalidade cavacal.
Mas, retomando o fio condutor da presente reflexão, regista-se que a passagem do tempo e a cronologia dos acontecimentos políticos em Portugal, vêm confirmando sentido de objectividade às observações feitas em 1995 (reproduzidas no Tal & Qual) pelo conhecido professor das lides televisivas, acerca da cavacal figura.
Também, por demais evidente, se manifesta, correntemente, a vacuidade e imprecisão do rotineiro 'discurso' do professor Marcelo; ambas, marcas impressivas, associadas à sua peculiar desconformidade com a coerência.
Todavia, o professor Marcelo num pronto - e tal como já sucedera anteriormente com o seu protagonismo no congresso PSD, da Figueira da Foz - esqueceu a sua suposta "coragem"... Rapidamente, se dispensou de repetir o que dissera com espavento ao semanário Tal & Qual. E como isso fosse de pouca importância, posteriormente, lesto e audacioso, avançou pelo caminho da leviandade com que se dispõs a promover o subsequente triunfo da "vulgaridade e da incultura de Cavaco Silva" ("política e não só, ainda por cima "abismal") em demarcados domínios da política à portuguesa usança. Recorde-se o fogoso papel do professor Marcelo no lançamento e promoção da candidatura presidencial do professor Aníbal Cavaco Silva. E tal desenvoltura marcelista deu naquilo que deu...
Ao professor Marcelo, pela sua confirmada abismal incoerência política e não só, também devem ser exigidas responsabilidades pelo deficitário desempenho presidencial do actual residente do Palácio de Belém - do qual, a maioria do povo está absorvendo nefastas consequências.
Ainda situando-me na área cavaquista será oportuno evocar o que, sobre Cavaco Silva, escreveu o cronista de assuntos económicos, Daniel Amaral, na edição de 25 a 31 de Maio de 1995, da revista 'Visão':

«... compreende-se agora a política do primeiro-ministro português. Aspirante vaidoso a aluno bem-comportado da Europa, lançou mão a tudo quanto pôde para satisfazer a sua vaidade: uma política cambial desastrada, uma política salarial vergonhosa, uma política fiscal incoerente. O falhanço foi total. Depois, ao verificar como a economia estava de rastos, saiu de cena, aparentando confiar no esquecimento para regressar mais tarde...».
E Cavaco Silva confiou no esquecimento... e voltou! E imagine-se... logo, para a presidência da República. Com os resultados que se conhecem e se vão acumulando com impressionante desconchavo.
As palavras de Daniel Amaral ditas à distância temporal de 18 anos bem poderiam ser aplicadas ao chefe político Pedro Passos Coelho. Por sinal, aluno bem-comportado da escolinha alemã da senhora Angela Merkel e apropriadamente creditado como o "melhor da turma do concurso de beleza da austeridade".

Confrangedora ironia (ou maldição?) do destino: se no tempo do professor António de Oliveira Salazar à juventude se insinuava que: "Lá vamos cantando e rindo"; agora, na era da triste, antipática, figura coelhal, de passos desordenados, sem regular e definido rumo, caímos na dramática rotina de ouvir aos jovens e aos adultos não o absurdo cântico laudatório do regime do Estado Novo, mas, sim, o angustiante clamor: Cá vamos gemendo, chorando e sofrendo...
Clamor, qual grito de alma dos oprimidos, acintosamente submetidos ao terrífico clima de austeridade; o qual, sublinhe-se, é agressivamente imposto pelo grupo de meninos (usando a oportuna, precisa, denominação do escritor António Lobo Antunes) que desgoverna a nação portuguesa.
Fim

domingo, novembro 10, 2013

Com a devida vénia transcrevemos da edição de hoje (10 de Novembro de 2013), de ECONOMIA, do Expresso, a entrevista de Paul Grauwe concedida à Agência LUSA.

Cavaco "está a fechar os olhos à realidade" sobre a dívida

Paul de Grauwe acredita que Portugal não deverá fugir à reestruturação da dívida e "masoquismo" é punir-se com mais austeridade. Para o economista belga foi criado o "mito" da necessidade de reformas estruturais.
Lusa
8:58 Domingo, 10 de Novembro de 2013


O economista Paul de Grauwe considera que Portugal não deverá conseguir fugir a uma reestruturação da dívida e que não é masoquismo os portugueses discutirem este tema, mas continuarem a punir-se a si mesmos com mais austeridade.
"Portugal tem tanta austeridade que a dívida se tornou insustentável, algo tem de ser feito. Não acho que consiga sair do problema hoje sem uma reestruturação da dívida", disse em entrevista à Lusa o economista belga e professor na London School of  Economics, que considerou que o Presidente da República, Cavaco Silva, está a "fechar os olhos à realidade" quando considerou que é "masoquismo" dizer que a dívida portuguesa não é sustentável.
"Claro que se deve falar disso. Estão a transferir receitas para os estrangeiros, que sentido faz isso?", questionou o economista, para quem é "quase masoquista" os portugueses "punirem-se a si mesmos".
Na sua opinião, "é difícil entender como pode o Governo magoar a população e sentir-se orgulhoso disso".

"Um novo programa de austeridade vai empurrar Portugal para a insolvência"



Em Lisboa para participar na conferência que assinala os 25 anos do INDEG, a escola de negócios do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, o economista lembrou que há uns anos Portugal era um país solvente. No entanto, as políticas de austeridade  levaram à recessão económica e aumentaram de tal forma o endividamento que agora corre o risco de não conseguir pagar a sua dívida.
"Um novo programa de austeridade vai empurrar Portugal para a insolvência", antecipou, considerando-a "inevitável" quando o país "foi posto numa austeridade tão intensa que se tornou contraprodutiva" para a economia.
 "Dizem aos portugueses que têm de fazer mais sacrifícios. Para quê? Para pagar a dívida aos países ricos do Norte [da Europa]. Isto será explosivo, os portugueses não vão aceitar isso indefinidamente", antecipou.
Paul de Grauwe defende que numa eventual reestruturação da dívida sejam envolvidos não só os credores privados, mas também oficiais, caso do Banco Central Europeu (BCE).
A dívida pública de Portugal chegou aos 131,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no final de junho, segundo o Banco de Portugal. O Governo previa que, este ano, a dívida das administrações públicas atingisse 122,3% do PIB, mas entretanto reviu em alta esse  valor para 127,8%. Em junho de 2011, pouco depois de Portugal ter recorrido à ajuda externa, a dívida era de 106,9% do PIB, ainda assim bem acima dos 71,7% do final de 2008.

Problema está do lado da procura



A necessidade de reformas estruturais em Portugal é um "mito", disse Paul de Grauwe, para quem essa solução ignora que é a falta de procura que provoca a recessão da economia.
"Foi criado o novo mito de que temos fazer reformas estruturais. O problema hoje não está do lado da oferta da economia e as reformas estruturais lidam com isso. Claro que temos de ser mais eficientes, mas o problema é que mandamos abaixo a procura e em resultado a economia não cresce. Temos de alterar isso", defendeu.
Para o economista, o que se passa é que os líderes que definem as políticas económicas "foram educados  nos anos 70, em que o problema era do lado da oferta da economia", e não perceberam que a crise económica que a Europa atravessa é de uma dimensão diferente.
"Vocês [em Portugal] fizeram reformas estruturais, flexibilizaram, reformaram o mercado trabalho e não resultou. Porque o problema está do lado da procura", explicou o académico.
Paul de Grauwe entende que Portugal cometeu o "erro" de ser o melhor aluno da troika, quando a economia estaria melhor se assim não fosse, e defende um lóbi do Sul da Europa para mudar políticas europeias.
"O governo português fez o grande erro de tentar ser o melhor da turma no concurso de beleza da austeridade. Não havia razão para Portugal fazer isso, podia não ser o melhor da turma, podia ser mesmo o pior e isso seria melhor para economia", frisou.

Países do sul deviam unir-se



Portugal tinha de levar a cabo medidas para reduzir a despesa, mas ao longo de mais anos, de modo a suavizar o impacto económico.
Até economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmou, já perceberam que não é possível "fazer a austeridade toda ao mesmo tempo", enquanto na Europa os líderes continuam imutáveis.
"Portugal e outros países do Sul da Europa deviam unir-se e dizer que a maneira como os tratam não é aceitável. Quando Portugal, Grécia, Irlanda e Espanha levam a cabo medidas de austeridade, os outros países do Norte da Europa deviam fazer o inverso e estimular a economia. Vocês têm influência na Comissão Europeia, mas não a usam", disse Paul de Grauwe.
Para o economista, se os países com contas públicas mais fortes fomentassem a expansão, isso contrariaria a contração orçamental dos países da periferia, equilibrando a economia europeia.
"A Zona Euro tornou-se um sistema em que a nações creditícias mandam. Mas a responsabilidade da crise não é só dos devedores, mas também dos credores. Por isso, a Comissão Europeia devia intervir no interesse dos credores e também dos devedores", considerou ainda.

Limite ao défice na Constituição "sem sentido"



Sobre se deve ser colocado um limite ao défice e endividamento da Constituição portuguesa, Paul de Grauwe rejeitou de imediato, considerando que "não faz qualquer sentido", já que haverá sempre períodos em que os países têm de aumentar o seu  endividamento para acomodar as crises cíclicas e proteger os cidadãos.
"O capitalismo é um sistema fantástico, mas muito instável, que produz altos e baixos, períodos de otimismo e pessimismo, e nos baixos o Governo tem de juntar as peças e os défices necessariamente aumentam. Precisamos de Governos que protejam os  cidadãos, que os ajudem [quando estão mal]. Se não o fizerem, a legitimidade dos Governos fica em causa", explicou.

Comentário de Brasilino Godinho:
Obviamente que a avaliação de Paul Grauwe sobre a famigerada austeridade portuguesa está correcta e reflecte a execrável componente política que lhe é subjacente; com a qual nos defrontamos no dia-a-dia.
Porém, num ponto das suas judiciosas declarações à Lusa sobre a situação portuguesa se equivocou o reputado economista belga Paul Grauwe. Precisamente, quando utilizou a expressão "os portugueses punirem-se a si mesmos".
Porque a realidade é mais dramática: são os portugueses que estão a ser violentamente punidos por um (des)governo que, de caso pensado, prossegue uma sanha deveras pungente e sobremodo repugnante, destruidora do país.