Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, novembro 13, 2013

Ainda acompanhando as 'Lições' do
Professor Doutor Paul De Grauwe
por Brasilino Godinho

Os portugueses mais empenhados em recuperar o país da degradação a que chegou e muitos outros cidadãos que vivem perseguidos, sofredores, ofendidos e, sobretudo, atormentados pelas terriveis condições de sobrevivência que lhes foram impostas - pelo tal grupo de meninos, assim identificados pelo escritor António Lobo Antunes, que andam por aí, na região de Lisboa, bastante alegres, com sorrisos obscenos estampados nos pálidos, comprometidos, rostos e, por demais, entretidos na parada da paródia de se atribuírem a si próprios a qualificação de políticos e de governantes - todos, indistintamente, quaisquer que sejam os graus de instrução, a classe, a raça, a religião, o partido de simpatia, afinidade ou militância, se bem formados moral e civicamente, dispõem agora de um conjunto de elementos do certeiro diagnóstico da situação político/administrativa e de sugestões/orientações de procedimentos externos e internos, apresentado por uma qualificada personalidade estrangeira merecedora do maior crédito e respeitabilidade.
Atendendo ao momento e às circunstâncias existentes devemos mostrar-nos agradecidos a Paul De Grauwe por ter vindo a Portugal prestar-nos esse serviço que, facilmente, se confunde com amparo e incentivo aos portugueses para que despertem para a realidade que os asfixia e os encaminha para o colapso.
Tudo atrás dito para sublinharmos a nova 'Lição' de Paul De Grauwe, expressa na entrevista inserida na edição de ontem (dia 12 de Novembro de 2013), do 'Diário Económico'.
Desta entrevista havia muita matéria a merecer grande destaque.
Mas para não alongar este apontamento, limito-me a registar o seguinte trecho:
«... é irrealista continuar a fazer coisas que não funcionam. A certo ponto a legitimidade do Governo desaparece porque as pessoas não podem ter um Governo que impõe tantos sacrifícios basicamente para ter aplausos de Bruxelas e de Frankfurt. Espero que o Governo perceba que tem de representar os interesses de Portugal».

CHChamo a atenção para as expressões usadas por Paul De Grauwe:
- "é irrealista continuar a fazer coisas que nâo funcionam";
- "um governo que impõe (meu realce) tantos sacrifícios";
- "para ter aplausos de Bruxelas e de Frankfurt";
- "Espero que o governo perceba que tem de representar os interesses de Portugal".
Acrescento um comentário:
As afirmações do conhecido economista belga demonstram a visão de um estrangeiro não alinhado, nem conivente com o poder, sobre a crise avassaladora que se vive em Portugal.
Fica assinalado que persistir no erro releva de ignorância, de incongruência, de estupidez.
É dito que o governo impõe tantos sacrifícios, enquanto no habitual discurso dos governantes e dos seus publicitários de serviço, se fala sempre de que os sacrifícios foram ou são pedidos aos portugueses - o que traduz uma grande hipocrisia e um não menor cinismo. Também uma clamorosa desfaçatez.
O que se chama fazer o mal e a caramunha.
Na intervenção de Paul De Grauwe anota-se a denúncia do posicionamento de total subserviência do governo português (o que é bem apercebido a nível internacional e nos deve deixar profundamente envergonhados) face a Bruxelas e a Frankfurt, procurando o aplauso do poder e do capital estrangeiros - o que consegue à custa da escandalosa imposição de tremendo sofrimento ao amargurado, debilitado, povo português. Está feito o retrato: governo fraco, cobarde e submisso perante os fortes; arrogante, ardoroso e opressor para com os débeis e carenciados.
Quanto à esperança de Paul De Grauwe (esperar que o governo perceba que tem de representar os interesses de Portugal): infelizmente, bem pode esperar sentado...
Até porque a tal grupo, de coelhal formatação, travestido de governo, falta a capacidade (igualmente, o empenho) de perceber seja lá o que for admitido como de superior interesse da grei portuguesa.

Em jeito de rodapé direi que os meus habituais leitores certamente que encontrarão bastantes pontos de convergência da fala de Paul De Grauwe com tudo aquilo que, há anos, venho expondo, nas minhas crónicas de opinião:
- sobre a caracterização dos políticos de aviário que nos calharam nas rifas eleitorais;
- sobre as incríveis actividades governamentais;
- sobre o desastrado evoluir da situação política em Portugal.
Fim