Dois
registos
De
Brasilino Godinhorasilino Godinho
Primeiro.
Na
manifestação da CGTP, de hoje, dia 19 de Outubro de 2013, uma
dirigente desta organização sindical declarou frente às câmaras
das televisões: «Não percebo porque o governo não
se demite».
Nosso
comentário: Não percebe? É fácil entender. Os actuais governantes
não se demitem porque dispõem de uma clientela de ajudantes que
meteram as mãos no pote (como no ano transacto dizia o grande chefe
Coelho). E claro que a eles e à clientela não deve ser aplicada a
austeridade e a teoria/prática dos cortes. O que a acontecer tais
imposições restritivas lá se quebrava o pote... e o seu fascínio
relegado para a rua das amarguras. Mais, as delicadas mãos das
ilustres criaturas ficariam inoperantes, perdidas no desamparo e
desconforto da inoportuna desocupação no interior do sobredito...
tais
imposições
Segundo.
O presidente Cavaco Silva, dando informação sobre um fenómeno
cavaquista de natureza funcional, dizia que os gabinetes
presidenciais de Lisboa e Luanda, na passada terça-feira,
estabeleceram um contacto telefónico focado no imbróglio
diplomático criado pelo incrível ministro dos Negócios
Estrangeiros (ineficaz negociante dos mesmos), Rui Machete e pelas
declarações do Presidente José Eduardo dos Santos, proferidas no
debate sobre o Estado da Nação angolana. Pois, nesta data, Cavaco
Silva, peremptório, afirmou: «Na passada terça-feira
os dois gabinetes conversaram
e a conversa decorreu bem».Si
Nosso
comentário: Quem imaginaria um tão esquisito fenómeno, ainda que
de contextura cavaquista? Duas salas de trabalho dos palácios
presidenciais de Lisboa e de Luanda a conversarem... A que estádios
de inteligência de coisas e elementos - que dir-se-ia seres
inanimados - chegámos na capital alfacinha que até as salas já
possuem faculdades de alma e de fala que possibilitam comunicar-se
entre si, relegando presidente Cavaco e assessores ao insignificante
papel de ouvintes, certamente, pasmados e contrafeitos; quiçá
sobressaltados?
Também
ocorre formular duas perguntas:
-
E se as referidas salas presidenciais de trabalho não tivessem tido
a tal boa conversa? Como ia o presidente Aníbal Cavaco Silva
'descalçar a bota' diplomática?
-
E se a sala de trabalho do Palácio de Belém, já substitui o
presidente Cavaco, o que estão lá a fazer os inúmeros membros da
corte palaciana, incluindo o próprio presidente?
Esta
última pergunta é bastante pertinente. Ou não estivessemos em
época de imposição governamentai de cortes financeiros no pessoal
da Administração Pública. Por maioria de razão deveria ser
aplicada em tudo que é supérfluo...
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