Acontecimento
inédito e comovente...
Quiçá,
um sinal divino?...
Brasilino
Godinho
Ontem,
os três mosqueteiros da fatídica parada da alaranjada paródia
política que continua em acelerado percurso de desgraça nacional,
Aníbal Cavaco, Passos Coelho e Paulo Portas, foram à missa do
Mosteiro dos Jerónimos, celebrada pelo novo Patriarca de Lisboa.
Nas
actuais circunstâncias até pareceria que cada uma das bélicas
criaturas iria pedir à Divina Providência, por intercepção de D.
Manuel Clemente, a absolvição dos grandes pecados que compartilham
entre si. Sob este aspecto só houve o registo de o endiabrado Portas
comungar e disso dar ostensiva exibição com olhar embevecido
lançado de soslaio para as câmaras das televisões.
Porém,
o invulgar, o grande, o fantástico acontecimento foi o facto de à
entrada do templo, os três mosqueteiros da tenebrosa austeridade,
terem sido contemplados com "muitas palmas" dos assistentes
- como alguns órgãos da comunicação social (televisões e
jornais) assinalaram com notória ênfase, inúmeras repetições e
não menores determinações...
Pela
minha parte, confesso que, surpreso, porque não habituado, nestes
últimos, amargurados, anos, a conhecer destas manifestações de
entusiasmo e apreço pelas tais desconsideradas personagens da
desgovernação portuguesa, fiquei muito impressionado e... como se
não bastasse ter sentido enternecimento, também me quedei comovido.
Quase que me vinham as lágrimas ao rosto... face à suscitada
estupefacção.
Não
é todos os dias e a todas as missas que acontecem milagres desta
esquisita natureza... ou se criam ilusões de sinais de complacência
divina...
Todavia,
manda a elementar prudência (descrita num conhecido ditado) que
estejamos em guarda: quando a esmola é grande e espalhafatosa, o
pobre desconfia...
E
se não foi milagre, nem sinal divino, então há que proclamar: Aqui
há gato façanhudo, com rabo escondido na antecâmara da
sacristia...
Fim
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