O
decadente circo político português
internacionaliza-se...
Agora,
na Suécia e em Angola...
Brasilino
Godinho
01. O circo
político português tem grandes tradições de maus e repelentes
espectáculos. Ao longo dos tempos o teatro-circo de natureza
político/partidária foi dispondo de vários grupos de artistas que
com maior ou menor desenvoltura e preponderância se evidenciaram no
desempenho das multifacetadas artes de mal entreter e pior molestar o
respeitável público da terra portuguesa.
Mas nos últimos
tempos a qualidade dos espectáculos circences desenrolados no
limitado campo da política nacional tem vindo a degradar-se
continuamente.
Os artistas que,
na época actual, compõem o elenco das sumidades do teatro/circo
político destacam-se, sobremodo, pelo seu inglório contorcionismo e
pelos excessos de prestidigitação rasca e malabarismo bacoco que
caracterizam as suas deprimentes actuações.
Então, o grupo
de grandes figuras que compõem a hierarquia suprema actuante no
cenário do espaço vulgarmente designado por poder central, têm
ultrapassado negativa e arbitrariamente todos os decentes limites da
regular funcionalidade democrática do sistema republicano - esta,
admitida como instrumento ou condição essencial para acreditar-se o
engenho e a arte dos intervenientes na simultânea, ampla, gestão
corrente dos interesses socioculturais da nação portuguesa e das
boas expectativas dos esforçados, sacrificados, explorados,
espectadores portugueses das classes humilde e média.
De assinalar
que, actualmente, a tais actores da comédia política já não lhes
basta o palco lisboeta, para nele exercitarem os seus patéticos
desempenhos funcionais e as suas incríveis piruetas e obscenas
acrobacias verbais - estas, principalmente, centradas nos sonsos
monólogos e nos obtusos diálogos que, desregradamente, travam
consigo próprios, com o aplauso infame de quantos, abusivamente, se
sentam à mesa do Orçamento. Eles, medíocres actores, identificados
fautores das misérias morais e materiais que proliferam como
cogumelos no pântano citado por António Guterres e que todos
conhecemos de ginjeira, por todos os lados se apresentam impantes
mostrando-se determinados a actuarem intramuros e no estrangeiro,
como aconteceu nos últimos dias em Angola e na Suécia.
02. Sem nos
remetermos aos recentes tempos aureos da criatura titular de uma
licenciatura arrelvada e da enigmática, mitológica, sombria,
victoriana figura gasparina, tivemos nos últimos dias as
surrealistas representações da personagem cavacal com assento no
palacete de Belém, do coelhal espécime que é o mestre do coro
alaranjado, do irrequieto, endiabrado e beijoqueiro paulinho das
feiras e mercados e, ainda, desse extraordinário inovador das
incorrecções factuais/mentiras que há nome de instrumento de
música (machete/cavaquinho) - ente/instrumento que até vem a calhar
num espectáculo de circo que se quer confuso, animado e revolto.
Para abreviarmos
considerações vamos anotar as intervenções mais espectaculares:
as das figuras cavacal, machetal e coelhal.
03. A
presidencial figura cavacal,
já no ano em curso, se referiu, nos seus discursos, com notória
ênfase à dívida do Estado acentuando a nota de que era
insustentável.
Na passada
sexta-feira, dia 04 de Outubro, em Estocolmo, capital da Suécia, sua
excelência, ostensivamente colocada em pose de pompa e
circunstância, disse que a dívida de Portugal era sustentável e
lamentava que analistas e economistas portugueses andassem a dizer
que ela era insustentável. E acusou-os - ali, se acusou a si mesmo
sem disso se dar conta - de masoquistas. Repetiu, com nítido,
desagradável, esgar: Masoquismo! Masoquismo!!
Em sedes de
enorme incoerência, de desmedida incontinência verbal e de um
malabarismo verbal inconsequente, absurdo, incongruente, sua
excelência não poderia ser mais expressiva e desastrada. Porém,
situando-se na habitual linha seguida pelos nossos políticos de se
contradizerem com o maior despudor e total irresponsabilidade.
Também de
verberar a insistência do ser
presidencial no discurso censório sobre as intervenções dos
cidadãos que exigem mais coerência, maior rigor, superior
competência e apurados sentidos de ética, de justiça e de serviço
à comunidade, por parte dos governantes e políticos.
De tão alta
personalidade se esperaria um discurso mais objectivo e consentânio
com o Bem-Comum.
04. A menos que
especulando sobre os termos identitários da criatura presidencial
cheguemos à conclusão de que, desse desiderato, ela esteja
naturalmente impedida pelas inatas características do seu ser.
Socorrendo-nos das referências enciclopédicas vejamos rapidamente:
Termos de
Identidade: Aníbal
de Cavaco e de Silva.
Aníbal
- nome de general cartaginês de quem o nosso cidadão algarvio não
terá herdado o génio militar. Do português, só se conhecem as
badaladas façanhas prosaicas: subir em calções um coqueiro em
terras atlânticas; comer sofregamente um pastel de nata em marcha
acelerada numa via pública, enredar-se na trapalhada do número dos
cantos dos Lusíadas e nas confusões potenciadas pelas mínimas
leituras dos livros e dos jornais e dizer que nunca se enganava ou
sentia dúvidas.
Cavaco
- é um designativo "de origem obscura". O que logo induz
perplexidade, temor e cuidados a ter no trato com o indivíduo.
Silva
- é um nome vulgar atribuído à maioria das espécies da família
das rosáceas... No caso em apreço será um híbrido pertencente a
uma subtribo de silvas de Boliqueime que degenerou e se incorporou
contranatural no pomar alaranjado...
Contextualizando
as referências admite-se que a figura presidencial é complexa, algo
sombria no facies e cinzenta no traquejo funcional, distante,
reservada, despertando pouca simpatia e afectuosidade na generalidade
da população portuguesa.
Daí, que seja
de encarar a hipótese de que a cavacal
figura jamais ultrapassará as suas naturais limitações e
mais do que considerar-se que engana os indígenas se deverá
reconhecer que ele, sobretudo, se engana a si mesmo. E aqui de mal
sobra demasiado para os inúmeros portugueses encaminhados para
trajectos de vidas miseráveis e de inenarráveis sofrimentos físicos
e mentais.
Voltando um
pouco atrás e sob um prisma de abrangente apreciação analítica,
havemos de realçar que, se há clima de generalizada hostilidade aos
actores do circo político, são estes os únicos responsáveis,
porque deles emanam os maus exemplos e as piores consequências das
suas atitudes e actividades.
05. Quanto ao
senhor de compleição machete,
com a significativa identidade sinónima de cavaquinho, esteve
recentemente em Luanda, deu entrevista à Rádio Nacional de Angola e
- fazendo jus ao instrumento - deu música aos deliciados ouvintes,
dirigentes políticos angolanos. Meteu os pés pelas mãos,
interferiu no campo da Justiça que lhe estava naturalmente interdito
e afirmou que recebera informações da Procuradoria Geral da
República - o que foi prontamente desmentido pela senhora
procuradora geral. Depois e como se isso não fosse um deplorável,
inconcebível, excesso de linguagem não diplomática de tom lesa
pátria, pediu desculpas em nome de Portugal pelas investigações em
curso referentes a personalidades de Angola. Face ao alarido e aos
protestos que se desencadearam em Portugal a singular personagem
machete emitiu comunicados
com esfarrapadas e pretensiosas justificações sem nexo e nula
objectividade. Ainda por cima, explicações/contradições ofensivas
da inteligência do vulgar cidadão. Igualmente, uma elaborada
machetada concebida e posta
em execução segundo os costumes da rapaziada que vai andando por aí
a fingir que pratica a política.
Afinal, o
ministro dos Negócios Estrangeiros continua a saga das "incorrecções
factuais" e formais que já são a sua imagem de marca.
Por outras
palavras e atendo-nos a outra significação de machete,
fazemos referência a "grande faca de mato para abrir passagem
nas florestas". Ou seja - considerando a pessoa protagonista do
referido acontecimento e aquilo de substancial que aqui,
necessariamente, está posto em causa - machete,
a grande faca, desajeitada, de mato rasteiro, escolha do famigerado
roedor, da família dos Leporideos, que vai abrindo passagem nas
florestas do absurdo, da falácia, da desconformidade quanto aos
factos que, como no caso vertente, redunda em prejuízo para a imagem
do País, para o prestígio da República e para a dignidade do povo
portugês.
06. Por outro
lado, o desagregador chefe de
coelhal formatação identitária, esse grande senhor dos
ziguezagueantes passos cruzados e incertos, veio a terreiro proclamar
que o cidadão do cavaquinho/machete
usara "uma expressão infeliz".
Da parte da
singular coelhal figura:
mais do mesmo. Ou não fosse ele próprio e o governo (com destaque
para o chefe e alguns ministros), autênticas expressões infelizes e
demoníacas incorrecções factuais ou formais: quer na essência dos
seres; quer nas maquiavélicas actuações que desenvolvem no sentido
do empobrecimento das populações e da destruição do país.
07.
Definitivamente, tais atitudes e desempenhos - atrás descritos - são
procedimentos inaceitáveis em altos dirigentes da República
Portuguesa.
Notação
de última hora: O Diário de Notícias,
edicão de hoje, dia 06 de Outubro de 2013, insere em título de
primeira página:
"MACHETE
TRABALHOU NO ESCRITÓRIO QUE DEFENDE ANGOLANOS INVESTIGADOS NA PGR".
Da nossa parte,
por ora e para não carregar mais na dolorosa ferida, formulamos uma
simples observação que é, também - para bom entendedor - o
inerente comentário: Sem comentários!...
Esta crónica
será publicada no meu blogue A QUINTA LUSITANA, na minha página do
Facebook e distribuída pelos meus contactos.
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