Registo
de um 'soldado'
com
invulgar sentido de lealdade
Por
Brasilino Godinho
01.
Antigamente havia em diversas camadas da população um generalizado
hábito de se cultivarem valores emblemáticos da civilização
cristã/ocidental. O que acontecia com refinado apego. Eles eram
respeitados e fazia-se profissão de fé em lhes dar a correcta
interpretação, mesmo quando, de todo, faltava a correspondente
prática. Não se rebuscavam artifícios para lhes iludir o alcance
da sua clara objectividade.
A
retórica estava circunscrita a uma área cultivada pelas elites.
Sobretudo, ela era superiormente exercitada nos debates dos políticos
e nas discussões doutrinais dos intelectuais e dos filósofos.
No
nosso tempo, assistimos ao deprimente espectáculo de se usar a nobre
arte da retórica nas ignóbeis e ignaras tentativas de subverter os
princípios e de adulterar os valores inerentes aos nobres
sentimentos que dão configuração e valor à vida humana e ao
harmonioso viver quotidiano da sociedade.
02.
Outrossim, na instituição militar, existe a prática ritual (desde
outrora, até hoje) do juramento de bandeira; o qual, implica a
afirmação de lealdade à Pátria. O que pressupõe a existência de
soldados que põem acima de tudo a defesa e o respeito de Portugal e
do povo português.
Em
tais termos se via consubstanciada a condição/qualidade do soldado
português.
03.
Todavia, nesse domínio e no negro quadro da vivência colectiva
agora existente, parecem estar alteradas as circunstâncias, as
condicionantes e as vontades de alguns cidadãos. Vejamos:
O
actual ministro da Economia, Dr. António Pires de Lima, no p.p.
sábado, dia 19 de Outubro de 2013, em declarações prestadas às
televisões veio informar o público que, actualmente, existem - por
aí, dispersos no campo governamental - alguns soldados que, em vez
de defenderem os portugueses e de lhes serem leais, se obstinam em
ser vassalos submissos ao governo - o que resulta em prejuízo e
agravo do país e da sua maltratada gente.
É
o que se depreende quando ele, ministro Lima,
se declarou na condição de um soldado leal ao
governo. Por isso, se acomodou aos desígnios governamentais,
esquecendo as profissões de fé que formulara em datas recentes e
que incidiam na conveniência de se implementarem políticas de
recuperação da Economia e de melhoria das condições de vida da
atormentada população portuguesa.
Situação
pessoal de ministro/soldado Lima que,
sendo recruta de um exército governista, manifestamente desligado do
juramento de fidelidade ao povo que seria suposto servir com lealdade
e afinco, deixa antever que a sua acção bélica no seu privilegiado
campo de luta, se vai desenrolar num invertido combate que não
augura nada de bom e de útil para a grei portuguesa.
Aliás,
o motivo da sua intervenção televisiva (aqui focada): a
apresentação do ORÇAMENTO de 2014, é já uma concludente
demonstração da gravidade que está inerente à sua demissão de
soldado empenhado no combate pelas boas causas do povo português.
Fim
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