Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, novembro 23, 2013

Urge salvar Portugal!
Por Brasilino Godinho

Anteontem, os polícias saíram dos seus aquartelamentos, desceram, aos milhares, às ruas de Lisboa e avançaram sobre o Palácio de São Bento. Após o que tomaram conta da escadaria do famoso palácio.
Ontem, algumas personalidades, quais pudicas virgens ofendidas, vieram a terreiro público lavrar reprimenda e condenação sobre as forças de segurança que manifestaram a sua indignação relativamente às políticas de austeridade e de outras diversas naturezas ofensivas da dignidade dos cidadãos.
Tais criaturas arvorando-se na condição de guardiãs do templo da Democracia e como se lhes coubesse sentido de julgamento do protesto dos agentes policiais, apontam o carácter de violência(?) que teria caracterizado o avanço dos manifestantes pela escadaria até junto da fachada do vetusto edifício, sede da Assembleia da República. Mais disseram que o acontecimento seria uma intolerável falta de respeito pelo órgão de soberania e uma acção de rebeldia face à lei e ao governo.
Cada um é livre de expressar opiniões por mais disparatadas que sejam.
Porém, há que imitar o mestre de orquestra que, a meio da diversão, exclama: Alto lá e pára o baile!
Assim, estabelecida a pausa para uma serena e isenta reflexão, adiantamos breves considerações.
Em primeiro lugar, a sociedade portuguesa está submetida a uma ditadura política de uma minoria que chegou ao Poder por vencer umas eleições em que quase metade dos cidadãos inscritos nos cadernos eleitorais se absteve de participar na votação ou votou branco e nulo - o que, à partida, se subentende como uma atitude de repulsa ou condenação da medíocre classe política portuguesa. Pela contagem dos votos válidos apurou-se a repartição dos mesmos pelos outros partidos intervenientes. O que quer dizer que, relativamente, ao conjunto de dez milhões de portugueses os actuais governantes foram eleitos por uma minoria (cerca de 10%) do número total de cidadãos nacionais.
Se a esta mui objectiva circunstância formal se juntar a apreciação do que tem sido o descalabro das políticas implementadas com os terríveis efeitos nas vidas das pessoas, de abastardamento de princípios e de valores e, sobretudo, com a violência e virulência com que é atingida a dignidade do ser humano português, chega-se à conclusão que este governo perdeu legitimidade.
O que é reforçado pela dramática situação de milhões de pessoas se sentirem desesperadas, indignadas, revoltadas. E não sabem que providenciar ou a quem recorrer para ultrapassarem o que parece ser um aterrador beco sem saída.
Mais de ponderar: não se pode aceitar o aniquilamento da classe média, a feroz perseguição aos funcionários públicos e professores e o encapotado genocídio dos idosos pensionistas - procedimentos da governação que vêm ocorrendo com inquietante persistência, grande arrogância, assinalável agressividade e enorme prepotência. Outrossim, permitir-se a destruição de Portugal. Tornou-se necessário e inadiável arredar o governo do Poder.
Por isso, perdidas todas as esperanças de inverter a angustiante situação, em desespero de causa, é natural que a evolução do estado de espírito de cada português ultrajado, agredido, maltratado de todas as formas e constantemente alvo de ofensas e maus tratos por parte dos governantes, siga no rumo da violência. Visto que já todo o mundo apercebeu que a regeneração quer do tecido social, quer de Portugal nas vertentes política, económico/financeira, educativa e cultural, não é conseguida no tempo presente, nem vislumbrada num impreciso amanhã, através do sorumbático respeitinho e do patético discurso inconsequente de políticos mentirosos e sem escrúpulos: os quais, em coro afinado com os seus agentes publicitários, mais não fazem que tentar iludir os cidadãos.
Também, neste deprimente quadro, nada se espera de positivo, porque do outro lado, no pântano em que se isola o actual governo, não há: gente respeitável com sensibilidade para ouvir os interlocutores; discernimento para zelar o bem-comum; interesse em estudar e analisar os problemas da Administração Pública; preocupação de encontrar as imprescindíveis, melhores, soluções governativas.
Muito grave é poder-se assinalar aquilo que é apercebido pela esmagadora maioria dos portugueses: Os governantes estão cegos! Estão surdos! Estão mudos!
Igualmente, o presidente da República está sofrendo das mesmas patologias!
Porém, as tenebrosas consequências recaem sobre os indígenas sofredores, humilhados, ofendidos.
Daí, que a bastantes portugueses se torne evidente que caminhamos a passos largos para um estádio de violência que, em crescendo, se pode tornar incontrolável.
A marcha dos polícias é um sério aviso ao governo e ao presidente da República. Que foi feito sem alardes de violência física, sublinhe-se.
E quanto ao respeito devido aos governantes - evocado pelos "amigos da onça" e referido no início desta crónica - importa afirmar que quem não se dá ao respeito e a ele falta continuamente no trato com o cidadão português, se desacredita a si mesmo e não merece ser respeitado. É das individualidades colocadas no escalão superior da organização de um Estado de direito que deve partir o exemplo norteador de comportamento do colectivo dos indígenas. Igualmente, as leis se justas, devem ser acatadas. Mas se iníquas, há obrigação cívica e imperativo moral de as rejeitar.
Concluindo: na actual situação de ditadura da minoria governamental tem que prevalecer em sede de cidadania o espírito de luta, a onda de indignação e o abrangente espaço de revolta, que encaminhe a nação portuguesa na senda da recuperação dos valores (ora perdidos) da Democracia, da dignificação do indivíduo e da nobilitante imagem de engrandecimento de Portugal.
Sintetizando: Urge salvar Portugal!!!