Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quarta-feira, março 28, 2007

Prezadas senhoras,

Caros senhores

Pressupondo vossa aquiescência, remeto-vos as “SARAIVADAS” da semana.

Espero que vosso olhar - selectivo quanto baste - seja suficientemente acolhedor para o recheio da presente crónica; a qual, acolhe com a devida atenção as famosas confissões do não menos famoso arquitecto-jornalista da praça lisbonense.

Cordiais saudações.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema:

Saraiva tem um “olhar muito selectivo”… Quem diria?

A 24 de Março de 2007 e na inglória circunstância decorrente da triste sina de “VIVER PARA CONTAR”, o arquitecto Saraiva dá-nos as versões das escolhas do nome e do logótipo do semanário que dirige. Também descreve as peripécias que lhe estiveram associadas.

Mais uma vez “esquece-se” de dizer aos leitores que o seu semanário é uma recriação; visto que recuperou o título do jornal SOL, fundado no ano de 1946 pelo talentoso jornalista que foi o tenente-coronel Lello Portela.

Já várias vezes temos insistido com o Arq.º José António Saraiva para assumir essa apropriação do título de um prestigiado jornal que, apesar do curto tempo de existência, marcou de forma indelével um tempo difícil do jornalismo português. Mas Saraiva queda-se mudo. Francamente, estranhamos a omissão. Lamentamos que faça orelhas moucas aos reparos que vimos formulando sobre esta matéria. Achamos que lhe ficava bem dar nota ao público da história do título e da recuperação agora operada. Interrogamo-nos sobre as razões que determinam tal atitude. Será que teme a comparação entre o SOL original, independente, do ano de 1946, de Portela e o SOL comprometido com a Opus Dei, do ano de 2006, de Saraiva?

A propósito: repare-se que os separam um intervalo de sessenta anos. Não seria interessante analisar os conteúdos e os grafismos de um e outro? Enquadrá-los nos contextos sociais e políticos das respectivas épocas?

No registo desta semana o Arq.º Saraiva escreve: “Talvez pela minha experiência de arquitecto eu tenha um olhar muito selectivo”. Portanto, ele dá-nos a informação, não muito convicta, de ter “olhar muito selectivo”. Só que, antepondo o “talvez”, ainda por cima apoiado na sua “experiência de arquitecto”, deixa-nos em dúvida quanto ao “olhar muito selectivo”. É que sabemos que a experiência como arquitecto foi bastante curta. Cedo se dedicou ao jornalismo. Logo, receamos que tendo em tão pouco tempo exercitado a arte de arquitectura não tenha acumulado muita selectividade no “olhar”. Isto é: o seu “olhar”, afinal de contas, pode ser pouco selectivo. Basta recordarmos que Saraiva costuma lançar olhares devastadores,,, abrangentes, que levam tudo na frente em cuidados e aflições das pias almas mais desprevenidas…

No corpo do texto não há nada de especial a registar que destoe do estilo habitual do famoso articulista.

Com uma excepção importante. O Arq.º Saraiva fala de um dos segredos (o sublinhado é colocado por nós) do nosso sucesso: houve uma perfeita repartição de tarefas entre todos, que se fez naturalmente, como se fôssemos peças de um puzzle que uma mão invisível encaixara”. Peças? E não são?

Anotamos que, pela primeira vez, o director do SOL admite existirem “segredos” do “sucesso”. Nossas perguntas indiscretas: Que “segredos”? Qual será o “sucesso”?

Mas a parte mais substancial e objectiva é aquela em que Saraiva alude “às peças de um puzzle que uma mão invisível encaixara”. Certíssima, esta observação! Pena que não a tenha completado. Qual a mão invisível? Alguma gente já a identificou. Nós citamo-la: A OPUS DEI!

Fim

terça-feira, março 27, 2007

Estimadas senhoras,

Caros senhores

Se não for incómodo para vós aceitem a presente crónica sobre o famoso espectáculo realizado em Óbidos, de consagração da peculiar arte e do estonteante engenho de interpretar a acção política por parte de distinta rapaziada, bastante desenrascada, da nossa “melhor sociedade” da linha de Cascais e arredores…

Saudações cordiais.

Brasilino Godinho

Um texto sem tabus…

EM ÓBIDOS, O LINDO ESPECTÁCULO…

NELE, O ENCANTO DA AUTENTICIDADE…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

01- No p.p. dia 20 de Março, terça-feira, o “Diário de Aveiro” publicou a minha crónica “TUDO POR PORTAS E LINHAS TORTAS…”.

Na manhã desse dia, em plena Av. Dr. Lourenço Peixinho, cidade de Aveiro, cruzei-me com um respeitável cidadão, ligado ao CDS/PP que, após os cumprimentos do estilo, me disse: “É desagradável reconhecer, mas você tem razão naquilo que escreveu na sua crónica de hoje a respeito de gente do meu partido”.

Pelas 16 horas e 30 minutos, desse mesmo dia, recebi na caixa de correio electrónico uma mensagem de alguém que se atribuiu uma identidade que ninguém conhece e a condição de “Conselheiro Nacional do CDS eleito em Congresso”. No referido escrito o autor, evidenciando confrangedor desconhecimento dos elementares cuidados de higiene mental, permitiu-se assumir as dores de Portas e dos servis companheiros inscritos na reserva do pequeno clube de amigos e irmãos desavindos, do Largo do Caldas – vulgo CDS/PP. Faltando-lhe argumentos, desprovido do sentido da realidade e “ignorando” as eloquentes peripécias do encontro de Óbidos, o sujeito prestou-se a macaquear o lugar-comum das conversas da treta que estamos habituados a ouvir a políticos medíocres, às vezes, ligados a interesses obscuros.

Sintomáticos estes dois factos ocorridos nessa terça-feira. Que relevam de mentalidades e comportamentos antagónicos. De um lado, a seriedade, a lucidez, a mágoa, o lamento, a fidelidade aos valores e os procedimentos conformes aos princípios que são professados. A coerência! No outro campo oposto, o uso da bacoquice, da arrogância, do fanatismo, do voluntarismo irresponsável e o abuso da fanfarronada e da linguagem irracional. Pior ainda: os comportamentos de negação dos padrões civilizacionais. Enquanto, sem pudor, se vai fingindo e publicitando o seu acatamento. A hipocrisia!

Já o mestre dos mestres aldrabões, Goebbels, ministro da Propaganda do governo de Hitler, dizia: que “uma mentira à força de ser repetida acaba por ser aceite como verdade”, Infelizmente, em Portugal, temos grandes especialistas na arte do embuste que cumprem regularmente este preceito para gáudio de muitos papalvos espalhados por este país de tão maus costumes.

Isto afirmado com a nota que gente de tão fraca qualidade cívica não é exclusiva do CDS/PP. Em abono da verdade, a espécie está infiltrada na generalidade da classe política nacional. Importa remete-la para o caixote do lixo do sistema vigente. Sem contemplações ou subterfúgios desculpabilizantes, Já fez e continua a fazer muito mal à nação portuguesa.

02 - No domingo, dia 18 de Março de 2007, reuniu-se o Conselho Nacional do CDS/PP, em Óbidos. Na opinião da insuspeita dirigente centrista Maria José Nogueira Pinto tratou-se de um espectáculo vergonhoso. De assinalar o grito de um conselheiro: “Deviam filmar esta palhaçada toda e mostrá-la ao País. Estão ali 12 deputados que só querem tachos e não respeitam a vontade de 1400 militantes” (citado pelo JN, edição de 19 de Março, página 6, canto inferior direito). Uma curiosidade: Por causa desta ocorrência soube-se, através dos jornais e das televisões, que o CDS/PP tem um tribunal próprio. Exclusivamente destinado a dirimir os conflitos internos. Quem diria que a rapaziada era tão insurrecta…

Como cidadão e, por inerente condição, político, desalinhado do partidarismo, considero que se tratou de vergonhosa manifestação de incivilidade e de clamorosa falta de sentido da Ética. Também, “festival de insultos e acusações” partilhado por irmãos da mesma família política, evidencia, para além da ignorância do que é a Política, a incapacidade para dela se ocuparem com dignidade e sentido de serviço público.

03 - Mas na qualidade de observador e cingido ao plano sociográfico entendo que o encontro de Óbidos foi um acontecimento notável. Um marco histórico na vigência da terceira República. Explico.

Portugal atravessa uma crise muitíssimo grave. Todos temos consciência da situação. Cada indivíduo não posicionado na galeria dos capitalistas e potentados deste País, sente no físico e na alma as dificuldades, os sofrimentos e as carências. Abreviando considerações: a incompetência dos políticos e as más orientações político-administrativas dos governos conduziram ao descalabro actual.

Ora neste quadro calamitoso o que aconteceu num hotel de luxo em Óbidos, reflexo da fraquíssima qualidade da classe política, não constituiu surpresa para quem quer que fosse, desde que pessoa atenta e minimamente possuída de faculdades de alma. Porém, o deplorável evento foi demasiado importante, bastante publicitado e muito elucidativo, para que possa ser minimizado ou esquecido. E que dele não se tirem as devidas conclusões e se componham as adequadas lições a aplicar no futuro.

Desde logo, avulta a circunstância de a rapaziada do CDS/PP ter tirado a máscara da boa educação, da tolerância, do respeito pelo próximo, da cultura política, da eficiência na resolução das crises e do engenho em gerar consensos. Empenharam-se num combate fratricida. Recorreram a diversos e repugnantes expedientes para o assalto ao poder no seio da própria família política. O que terá sido um ensaio da estratégia e de formulação de tácticas para as futuras batalhas do assalto aos órgãos de soberania do Estado.

Em cena, os protagonistas desempenharam-se a si próprios, de forma superior. Artistas de dura e radical têmpera, assumiram a sua autenticidade. Ou seja: simplesmente, se contemplaram na pecaminosa e terrificante imaturidade que lhes é peculiar. Desta vez, Paulo Portas e seus rapazes tiraram as máscaras. Deram as caras e mostraram-se em plenitude de afirmação personalizada. Não enganaram ninguém. Assim, está bem! Quem dá o que possui a mais não é obrigado…

Por isso, desvaneceram-se as dúvidas: quer sobre a natureza da veia artística do irrequieto Paulo Portas; quer a respeito do seu verdadeiro estado de espírito. Também, acabaram as incertezas quanto ao carácter folclórico e à natureza violenta de cada um dos peões de brega do jovem Paulo - expoente máximo da animação de certos grupelhos da Comunicação Social de Lisboa. E, não esqueçamos, uma endiabrada figura-adorno da Opus Dei portuguesa e de outras irmandades.

Desta forma, por linhas tortas, os actores intervenientes na dramática comédia de Óbidos prestaram um alto serviço à nação portuguesa. Tiro-lhes o chapéu!

Daí, se afirmar que, na actualidade, os portugueses ficaram a conhecer melhor estes políticos. Portanto, todos estamos habilitados a atribuir as cotações que eles, destemidos aventureiros da política nacional, merecem – ou não fossem, também, exímios malabaristas do circo político.

Ademais, a Nação está deslumbrada… Enternecida… Provavelmente, grata…

Em conformidade, acreditamos que a malta sofredora de Portugal irá passar a essas criaturas uma guia de marcha para darem “uma volta ao bilhar grande”…

E já agora, se me permitem, deixo o registo: em Óbidos se confirmou a justeza do título da minha anterior crónica: “Tudo por portas e linhas tortas…”

Deixo-vos a interrogação:

- Até quando o País aguenta tanta garotice?

Fim

segunda-feira, março 26, 2007

Prezadas damas,

Caros senhores

Se em Portugal existisse o culto da Educação e fossem outros os níveis de formação cultural dos portugueses, certamente que a classe dos professores seria estimada e valorizada.

Infelizmente, acontece que políticos, governantes e várias faixas da população, manifestam desprezo pela meritória actividade dos docentes dos vários graus do Ensino. Pior: chegam a maltratá-los por palavras e acções.

Por isso e porque repudiamos tal situação, manifestamos o nosso apoio aos termos da carta aberta da professora, doutora Dalila Cabrita Mateus, que circula pela Internet. Aqui lhe damos acolhida e seguimento pelo correio electrónico.

Desejamos que compartilhem connosco do apreço que é devido ao relevante papel desempenhado pelos professores deste país em prol do desenvolvimento - só possível de conseguir através da Educação e do Ensino.

Brasilino Godinho

NOTA PRÉVIA

No número 1784 do Jornal Expresso, publicado no passado dia 6 de Janeiro, o colunista Miguel Sousa Tavares desferiu um violentíssimo ataque contra os professores (que não queriam fazer horas de substituição), assim como contra os médicos (que passavam atestados falsos) e contra os juízes (que, na relação laboral, pendiam para os mais fracos e até tinham condenado o Ministério da Educação a pagar horas extraordinárias pelas aulas de substituição).

Em qualquer país civilizado, quem é atacado tem o direito de se defender. De modo que a professora Dalila Cabrita Mateus, sentindo-se atingida, enviou ao Director do Expresso, uma carta aberta ao jornalista Miguel Sousa Tavares. Contudo, como é timbre dum jornal de referência que aprecia o contraditório, de modo a poder esclarecer devidamente os seus leitores, o Expresso não publicou a carta enviada. Aqui vai, pois, a tal Carta Aberta, que circula pela Net. Para que seja divulgada mais amplamente, pois, felizmente, ainda existe em Portugal liberdade de expressão.

CARTA ABERTA A MIGUEL SOUSA TAVARES

De: Dalila Cabrita Mateus

Não é a primeira vez que tenho a oportunidade de ler textos escritos pelo jornalista Miguel Sousa Tavares. Anoto que escreve sobre tudo e mais alguma coisa, mesmo quando depois se verifica que conhece mal os problemas que aborda. É o caso, por exemplo, dos temas relacionados com a educação, com as escolas e com os professores. E pensava eu que o código deontológico dos jornalistas obrigava a realizar um trabalho prévio de pesquisa, a ouvir as partes envolvidas, para depois escrever sobre a temática de forma séria e isenta.

O senhor jornalista e a ministra que defende não devem saber o que é ter uma turma de 28 a 30 alunos, estando atenta aos que conversam com os colegas, aos que estão distraídos, ao que se levanta de repente para esmurrar o colega, aos que não passam os apontamentos escritos no quadro, ao que, de repente, resolve sair da sala de aula. Não sabe o trabalho que dá disciplinar uma turma. E o professor tem várias turmas. O senhor jornalista não sabe (embora a ministra deva saber) o enorme trabalho burocrático que recai sobre os professores, a acrescer à planificação e preparação das aulas. O senhor jornalista não sabe (embora devesse saber) o que é ensinar obedecendo a programas baseados em doutrinas pedagógicas "pimba", que têm como denominador comum o ódio visceral à História ou à Literatura, às Ciências ou à Filosofia, que substituíram conteúdos por competências, que transformaram a escola em lugar de recreio, tudo certificado por um Ministério em que impera a ignorância e a incompetência.

O senhor jornalista falta à verdade quando alude ao «flagelo do absentismo dos professores, sem paralelo em nenhum outro sector de actividade, público ou privado». Tal falsidade já foi desmentida com números e por mais de uma vez. Além do que, em nenhuma outra profissão, um simples atraso de 10 minutos significa uma falta imediata. O senhor jornalista não sabe (embora a ministra tenha obrigação de saber) o que é chegar a uma turma que se não conhece, para substituir uma professora que está a ser operada e ouvir os alunos gritarem contra aquela «filha da p...» que, segundo eles, pouco ou nada veio acrescentar ao trabalho pedagógico que vinha a ser desenvolvido. O senhor jornalista não imagina o que é leccionar turmas em que um aluno tem fome, outro é portador de hepatite, um terceiro chega tarde porque a mãe não o acordou (embora receba o rendimento mínimo nacional para pôr o filho a pé e colocá-lo na escola), um quarto é portador de uma arma branca com que está a ameaçar os colegas. Não imagina (ou não quer imaginar) o que é leccionar quando a miséria cresce nas famílias, pois «em casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão». O senhor jornalista não tem sequer a sensibilidade para se por no lugar dos professores e professoras insultados e até agredidos, em resultado de um clima de indisciplina que cresceu com as aulas de substituição, nos moldes em que estão a ser concretizadas. O senhor jornalista não percebe a sensação que se tem em perder tempo, fazendo uma coisa que pedagogicamente não serve para nada, a não ser para fazer crescer a indisciplina, para cansar e dificultar cada vez mais o estudo sério do professor.

Quando, no caso da signatária, até podia continuar a ocupar esse tempo com a investigação em áreas e temas que interessam ao país. O senhor jornalista recria um novo conceito de justiça. Não castiga o delinquente, mas faz o justo pagar pelo pecador, neste caso o geral dos professores penalizados pela falta dum colega. Aliás, o senhor jornalista insulta os professores, todos os professores, uma casta corporativa com privilégios que ninguém conhece e que não quer trabalhar, fazendo as tais aulas de substituição. O senhor jornalista insulta, ainda, todos os médicos acusando-os de passar atestados, em regra falsos. E tal como o Ministério, num estranho regresso ao passado, o senhor jornalista passa por cima da lei, neste caso o antigo Estatuto da Carreira Docente, que mandava pagar as aulas de substituição.

Aparentemente, o propósito do jornalista Miguel Sousa Tavares não era discutir com seriedade. Era sim (do alto da sua arrogância e prosápia) provocar os professores, os médicos e até os juízes, três castas corporativas. Tudo com o propósito de levar a água ao moinho da política neoliberal do governo, neste caso do Ministério da Educação.

Dalila Cabrita Mateus

Professora, doutora em História Moderna e Contemporânea

quarta-feira, março 21, 2007

Estimadas damas,

Caros senhores

Se não resultar num incómodo para todos vós, que prezais a boa disposição e a leitura em paz e sossego, façam o obséquio de receber mais uma edição de “SARAIVADAS”.

Estas, focando a criação de um novo ramo da Medicina. Estamos a referirmo-nos: à “Obstetrícia Literária”.

Cordiais saudações.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema: Saraiva cria a obstetrícia literária…

E dá a primeira lição…

A referência: “Como nasce um livro”

Todas as semanas o arquitecto-jornalista José António Saraiva nos surpreende com manifestações da sua fértil imaginação. Nele, possuído e devidamente explorado pelo próprio, um manancial inesgotável de ideias fantásticas que nos deslumbram. Facilmente nos quedamos pasmados. Rendidos ao fulgor criativo da simpática – embora tristonha - criatura.

Desta vez, na passada semana, de forma muito engenhosa e revelando alguma modéstia, trouxe-nos a revelação (meio encoberta) de ter criado a disciplina de obstetrícia literária. E servindo-se de um caso verídico em que foi parte interveniente, Saraiva, numa comunicação ao mundo dos seus leitores, sob o título de “Como nasce um livro”, faz a demonstração dos princípios e das normas do novo ramo da ciência médica por si criado. Extraordinário feito que releva a importância de José António Saraiva ter alcançado a simbiose entre a medicina e a literatura.

Antes de desenvolver o tema chamamos a atenção do leitor para a subtil relação de alteridade estabelecida pelo Arq.º Saraiva ao escrever “Como nasce um livro” e não escrevendo “Como nasceu um livro”. Na versão inserida em título do seu artigo publicado sob a rubrica “Viver para contar” o autor, assumindo o papel de mestre-escola, ensina os leitores de “Como nasce um livro” - o que constitui uma lição de obstetrícia literária ministrada pelo obstetra Saraiva, subentendendo-se que ora especializado na nova modalidade da arte medicinal. Neste quadro, estamos perante uma dissertação científica demonstrativa dos conhecimentos do especialista na matéria. Se tivesse escrito como nasceu um livro Saraiva limitar-se-ia a descrever como decorrera o acto de nascer. Certamente, um parto reportado à sua experiência pessoal. Sem qualquer outro sentido.

Hemos de nos cingir ao relato para melhor ajuizarmos da importância de se saber “Como nasce um livro”.

A crer na sua exposição não foi tarefa fácil nem de breve gestação. Nada mais, nem menos, que vários anos, como acontece com as mulheres que têm de passar longos meses de cama para ficarem em condições ginecológicas de parir.

Saraiva elucida-nos: “Durante anos a fio, deitado na areia da praia do Barril, pensei no enredo de um livro de ficção”. Repare-se nas perturbantes diferenças: elas, as mulheres, ansiosas parturientes, retidas na cama, por largos meses, a pensar no filho que querem gerar; ele, Saraiva, anos a fio, de corpo estendido na horizontal, espalmado que nem um bacalhau a secar ao sol, sobre a areia da praia do Barril e com alma em transe a cogitar sobre o nascimento de um livro.

Safa! Que aflição... Como foi possível ao Arq.º Saraiva aguentar anos a fio deitado no areal da praia do Barril? Teremos de concordar que terá sido um desgastante exercício de autogamia. Também um grande exagero na superação do ego. Terá atingido os limites da capacidade de sofrimento em suportar tão incómoda posição. Acreditamos que, no mínimo, deu cabo dos rins. Daí, o ar cansado e o aspecto doentio evidenciado na foto que acompanha o descritivo.

Por outro lado, a nossa surpresa. Melhor dizendo: nossa desilusão! É que estivemos convencidos que o jornalista Saraiva, durante os tais anos a fio e nas horas do expediente dos dias úteis, estava instalado no seu posto de comando no “Expresso”… Afinal, puro engano da nossa parte… Motivo para comentarmos: no melhor pano do fiel leitor de um jornal pode cair a horrenda nódoa de ter sido enganado pelas boas aparências gráficas do periódico e pelas suas melhores suposições acerca de um celebrado director. Acontece!...

Também parecendo que o infortúnio na areia da praia do Barril não era suficiente para pôr à prova a sua capacidade de resistência, Saraiva deu-se a certo desplante. E descreve-o da seguinte forma: “Durante anos, Verão após Verão, fui inventando histórias – e fui-as deitando fora. Este velho hábito de Saraiva consumir tempos que somados atingem o tamanho da vida de um vulgar cidadão, denota que teve dificuldades acrescidas na escolha da maternidade onde se acolheu para gerar o nascituro que ingloriamente perseguia no seu imaginário. Primeiro, pensou na velha casa dos pais, a tal “de dois andares com uma certa dignidade e um quintal murado, onde pontificavam duas imponentes palmeiras”…. Mas, infelizmente, nem os andares com dignidade, nem o facto das célebres palmeiras pontificarem, terão reunido condições de inspiração e transpiração propícias á concepção do ser programado. Depois, a culminar profunda reflexão, Saraiva resolveu voltar à praia do Barril. Logo, ali “como por encanto – a história nasceu”. Terá sido assim a modos de um: “Abre-te sésamo!”… Aleluia!

Só que ainda no momento do nascimento da história surgiu a angústia desvendada no texto aqui posto em causa. Ela teve a ver com a ideia de Saraiva em “escrever um livro diferente, menos literário e mais directo, com uma história capaz de agarrar os leitores e os manter presos ao texto até ao fim”.

Francamente não percebemos que um livro mais literário tenha de ser menos directo e sem história que capte o interesse dos leitores. Ao invés, os bons livros (e as maravilhosas histórias) não sendo mais ou menos literários, limitam-se a ser obras que valem – ou não - pelo seu intrínseco valor literário. Surpreende esta imprecisão de Saraiva. Logo ele, que faz gala em ser candidato ao Prémio Nobel de Literatura. Precisamente, um galardão destinado a contemplar os escritores pela valia literária das suas obras.

Falando da textura do livro. O enredo (palavra que Saraiva tem relutância em usar por julgá-la banida da linguagem corrente) engloba uma sucessão de acontecimentos trágicos em que estão envolvidas três personagens que formam um complexo triângulo amoroso. Trata-se na apreciação de Saraiva de “um equívoco devastador para as personagens principais”. Admita-se que sendo um equívoco, ainda por cima devastador, a sua leitura será de difícil absorção e não recomendável às pias almas filiadas na prelatura espanhola singularmente inserida na dependência directa do Papa. Igualmente de recear, dispersos na trama, alguns pungentes trechos descritivos de enormes destruições e avassaladores despovoamentos, quiçá decorrentes do famigerado equívoco…

Por aquilo que nos apercebemos o autor Saraiva viu-se em palpos de aranha com aborrecidas interrogações, difusos receios e estranhas conclusões. Anotamos alguns exemplos, tais como:

- A interrogação: “Se umas cegonhas pequenas serão garças”?

-O desconhecimento: “Cegonhas muito brancas, que não se percebe como conseguem conservar-se tão brancas no meio daquele lodaçal da Ria Formosa” (ignorância que, para Saraiva, é uma frustração).

- A esquisita conclusão: “O encanto de todas as zonas de transição – que convidam à meditação e encerram um mistério”. Com que então todas as zonas de transição convidam à meditação e… encerram um mistério? Assim, neste caso e de forma imprevista, se confirma a sabedoria contida na expressão: Estamos sempre a aprender até à hora de irmos repousar para o “jardim das tabuletas”. E como dizia a espevitada saloia Maria das Afortunadas Dores, natural e residente na respectiva região lisboeta: “Para onde iremos se Deus nos der vida e saúde”…

Inclusa na parte final do livro a mais sombria descoberta de Saraiva aplicável à remissão dos pecados: “o acto “purificador”. Segundo o impressionante postulado de Saraiva quem pretender praticá-lo limitar-se-á “a pôr fim à vida num manicómio”. O leitor lê e não atina com a resposta para a inquietante dúvida: A pessoa vai cometer suicídio no manicómio? Ou passar os seus últimos dias asilada, acentuando-se a demência ao compasso do tempo e morrendo lentamente? O autor não dá pistas para uma ou outra coisa. Igualmente doentio e horripilante é o “acto purificador” indicado por Saraiva. Haja misericórdia…

A parte final do relato é consagrada à amargura sentida pelo Arq.º Saraiva por - não se apercebendo da natureza lúgubre da sua obra - ter recebido a generalizada e fria apreciação: “as pessoas que leram o livro acharam-no muito triste”. Mais: “tão trágico”.

Não escondemos que experimentámos alguma compreensão quando lemos as magoadas palavras de Saraiva: “Confesso que a minha intenção não foi escrever uma história que convidasse à tristeza”.

Confessa. Mas convidou…

E não adianta chorar sobre o leite derramado. Exactamente o que fez ao escrever: “Mas nem por isso deixei de ficar surpreendido quando me disseram que tinha escrito um livro triste, muito triste”.

Azar, dos azares… O Arq.º Saraiva nem se deu conta da tristeza estampada no livro. Porquê? Está na cara que o seu estado desinteressante é de cansaço após a complicada gravidez expandida por aqueles “anos a fio, deitado na areia da praia do Barril”… Tanto se expôs e tanto persiste em manter-se sob o SOL; e tão demasiado pensou, pensou, pensou, que… agora, possuído de modorra, rosto amarelado, olhar perdido no vácuo, não repara nas coisas e bastante se distrai…

Não obstante, no fim de contas e apesar das agruras, aí está, resplandecente, a suprema glória da criação de nova especialidade médica: a obstetrícia literária.

Mais um marco na carreira do Arq.º Saraiva. Carreira que, como é do conhecimento geral, está apontada ao Prémio Nobel da Literatura…

terça-feira, março 20, 2007

Estimadas damas,
Caros senhores

Abaixo inserida uma crónica sobre uma personagem muito em voga na actualidade. Aliás, mesmo quando não parece, ela está sempre na berlinda. Toda a Comunicação Social a traz ao colo com desvelo.

Lá diz o ditado: "Quando a esmola é grande o pobre desconfia..."

E o que poderá dizer o Zé-Povinho?

Cordiais saudações.

Brasilino Godinho

______________________________________________________________________

Um texto sem tabus…

TUDO POR PORTAS E LINHAS TORTAS…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quinta.lusitana.blogspot.com

“Em terra de cegos quem tem olho é rei”. Um ditado que todos sabemos ter comprovação na nossa sociedade. Com a ressalva de Portugal não ser povoado por indivíduos cegos. Mas, seguramente, parte considerável da população é constituída por “ceguetas”. Gente pitosga que facilmente vai na cantiga dos vendedores da banha de cobra. Uma multidão de indivíduos que enfermam dos três tipos de analfabetismo: o primário, o funcional e o cultural.

No País coexistem:

- Uma camada de analfabetos primários que não sabem ler, nem escrever.

- Muitíssimas pessoas que tendo aprendido a ler, escrever e contar, hoje estão limitadas, por falta de práticas de leitura e escrita, a assinarem o nome com maior ou menor dificuldade e a não compreenderem aquilo que lêem ou ouvem. São os analfabetos funcionais.

- São inúmeros os cidadãos detentores de cursos dos vários graus do ensino, que não obstante essas creditações escolares e, por vezes, sendo bons profissionais nas suas especialidades, não têm atributos culturais nem apetência para a aquisição da Cultura. Estes, se classificam como analfabetos culturais.

A existência do analfabetismo assim cultivado em tamanha grandeza e singular variedade, o que traduz? Um quadro negro de uma situação incrível de atraso, de miséria e de sofrimento de um povo diminuído, apático, perdido num mundo de ilusões e de promessas nunca cumpridas, feitas pelos governantes e pelas boas almas piedosas, devidamente instruídas nos pecados do egoísmo, da gula, da exploração do próximo e tementes a Deus… que não às leis dos homens. Digamos: situação tradicional reportada a épocas remotas e que prossegue inexoravelmente num rumo, dir-se-ia que fatalista, para um abismo talvez sem retorno.

Decerto, que temos na sociedade portuguesa uma massa cinzenta muita válida nos domínios da investigação, das artes e das actividades empresariais. Não chega! A prova está que Portugal tendo sido um dos impérios mais importantes é hoje, em pleno século XXI, o país mais pobre da União Europeia. Pior: decadente. A quem se deve isto? À inoperância, incompetência e estupidez dos governantes e aos interesses dos poderes que dominam Portugal, tutelam os governos e lhes determinam as políticas anti-sociais e de estagnação que melhor sirvam os seus desígnios.

Tal como aconteceu com Salazar que, velha raposa matreira, um dia determinou que “para o português médio, basta saber ler, escrever e contar”, sucede na actualidade a idêntica orientação dos donos da República que, na realidade, nem somos. Vai ela no sentido de se manter a sociedade inculta herdada do Estado Novo. Isso é benéfico para eles. Mas suprema desgraça para a maioria da população portuguesa.

E se os mentores do antigamente sabiam da poda, os actuais donos do “sistema” estão bem doutrinados e convictos de quanto mais ignorantes foram os cidadãos mais aberto e livre de empecilhos fica o campo para a manipulação das mentes e para sujeitar a indiferença e acomodação das vontades dos indígenas.

Feita esta breve introdução vale a pena referirmo-nos ao filme que vem sendo protagonizado por um desinquieto e imberbe jovem que atende pelo nome de Paulo Portas e que se especializou nas artes de fura-bolos, fura-figos e fura-paredes. Quando se nos apresenta nos circuitos pedestres das feiras e mercados, os pândegos chamam-lhe o Paulinho das feiras. Se eufórico, teatral, de nariz empinado parecendo que tem o rei na barriga, nos surge nos palcos alfacinhas, dá aos indígenas a impressão de arrogante pássaro bisnau, de bico estendido pronto a lançá-lo à sua frente como arma de arremesso – é o Paulo de muitas portas abertas pela influência e o poder da omnipresente Opus Dei. Em qualquer situação e local, na identidade de Paulinho ou na pele de passarão, sempre se mostrando intrometido, irrequieto, espertalhão que tudo faz por arrombar a fortaleza dos adversários, penetrar no reduto interior da casa-mãe de onde foi desalojado, transtornar a vida do chefe Ribeiro e Castro e correr com ele do palanque, frustrar os desígnios dos seus companheiros que lhe são desafectos e romper com todos as inconvenientes resistências e detestáveis obstáculos à progressão do seu (sonhado) voo de águia direccionado ao cume da montanha da sua descomunal ambição política.

Não nos esqueçamos que tal sonho, nunca abandonado, sequer desvanecido, teve origem nos tempos em que militou no PSD, houve continuidade na direcção do “Independente” e no lançamento do amigo Manuel Monteiro como lebre da corrida para a chefia do CDS, onde veio a estabelecer-se como dono e senhor das hostes: Daí partiu para a ascensão a ministro do governo chefiado pelo amigalhaço Santana Lopes. Após que metido de permeio o desaire eleitoral que o levou a pedir a exoneração de dirigente máximo do seu grémio político (CDS-PP); instalou-se no Palácio de S. Bento como se fosse monge beneditino recolhido à clausura e à meditação. Aparentemente. Na realidade, vista ou pressentida pela malta, foi agindo nos bastidores da arena orientando os peões de brega nos laboriosos trabalhos de iniciação das programadas lides. Tais trabalhos, convenientemente entremeados com fortes caneladas e empurrões no chefe Ribeiro e Castro. Efectuadas as diversificadas tarefas da peonagem, com realce para as levadas à prática pelos amigalhaços do parlamento, dos jornais, das rádios, das revistas e das televisões, Paulo Portas volta a aparecer com pantufas de lã em diversos locais públicos. Enfia-se no SOL “com uma berrante t-shirt amarela e em calções” e numa das páginas “dá a cara” em exposição aos leitores do semanário. Efectuados estes preliminares, Paulo Portas apresenta-se aos jornalistas no Centro Cultural de Belém a anunciar que é candidato a candidato a caudilho do CDS-PP e determinado a afastar o seu sucessor na chefia do partido mais à direita do espectro político nacional.

Os apreciadores da agitação nas águas turvas da política, da intriga palaciana, da farsa rocambolesca e do discurso oco, inconsequente, baseado na intencionalidade escondida e na incongruência entre o conteúdo e a sua forma de expressão ou de manifestação, rejubilam, fascinados, com o filme em rodagem protagonizado pelo desassossegado e inconstante artista Portas.

Estimulada pelo gozo dos espectáculos que antecederem o acontecimento do Centro Cultural de Belém (este, imóvel do património público, que se julgaria impedido desta espécie de representação teatral protagonizada por um particular animador de pista do circo político) e tanto excitaram o grupo de rapazes e raparigas afins de Paulo Portas agora, com ele a “dar a cara” a toda a hora, em qualquer sítio e, sobretudo, nas televisões, a malta mais impressionável vai delirar e, sem tréguas do artista, render-se aos desencantos da criatura. A funçanata promete…

Abstraindo o folclore, os cidadãos - que desprezam a esperteza saloia - não se esqueçam que o moço é um exímio prestidigitador e fantástico artista no faz-de-conta… O Zé-Povinho que se ponha a pau… Porquê? Porque,

TUDO POR PORTAS E LINHAS TORTAS, MAIS PASSAS E BOLOS, DÁ PARA ENGANAR OS TOLOS

quarta-feira, março 14, 2007

Estimadas damas,
Caros senhores

No interesse de todos em geral e de cada um em particular inserimos uma mensagem, recebida há instantes, de teor importante para a preservação da saúde.
Com os cumprimentos de
Brasilino Godinho



Dioxina
Os compostos da Dioxina provocam cancro.
Não metas as tuas garrafas de água no frigorífico, porque isto
liberta a dioxina do plástico.
O Dr. Edward Fujimoto do Hospital Castle foi entrevistado para a
televisão e explicou os aspectos desta ameaça para a saúde.
(Ele é gerente do Programa de Bem-estar no hospital)
Esteve a falar da dioxina e de como é perigoso para o homem.
Disse que não devemos usar recipientes nem pratos de plástico para aquecer os nossos alimentos nos microondas.
Sobretudo, os alimentos que contêm gordura.
Explicou que a combinação da gordura, temperaturas elevadas e plásticos, liberta a dioxina em forma de vapor que se introduz na comida e em última instância, nas células do nosso corpo.
A dioxina é cancerígena e altamente tóxica para as células do corpo humano.
Recomenda que usemos recipientes e louça de vidro, Pirex ou
cerâmica para aquecer a comida.
Obtêm-se os mesmos resultados sem a dioxina. Por isso, os alimentos tipo comidas preparadas e congeladas, sopas instantâneas, etc., têm que ser retiradas da sua embalagem original e aquecer-se noutro tipo de recipiente.
Além disso, tomem nota: Quando se tapa a comida com película
aderente, quando está muito quente, o plástico deixa cair verdadeiramente gotas carregadas de toxinas venenosas sobre a comida. Substitui-o por folhas de papel absorvente.

segunda-feira, março 12, 2007

Estimadas damas,
Caros senhores

Sem pretender abusar da vossa condescendência, apresento-vos a minha habitual crónica de fim-de-semana: "SARAIVADAS...". Tema: "A perspicácia surpreendente de Saraiva...".
O tema apoia-se em dois textos: "A importância das pessoas" e o "Ensaio sobre um crime" - peças literárias da autoria do invulgar candidato (por iniciativa própria) ao Prémio Nobel da Literatura e consagrado arquitecto-jornalista José António Saraiva, da "praça" lisboeta.
Saudações cordiais.
Brasilino Godinho

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema: A perspicácia surpreendente de Saraiva…

Nas suas intervenções desta semana José António Saraiva, conceituado jornalista alfacinha, escreveu sobre “A importância das pessoas” e publicou o “Ensaio sobre um crime”.

1 - “A importância das pessoas” - Neste trabalho, o Arq.º Saraiva faz uma advertência extraordinária que devemos assinalar. Ela, releva um invulgar sentido de observância só ao alcance de predestinados. Aqui a reproduzimos: “A SONAE tinha um rosto – e um só - facilmente reconhecível(…). Note-se que aquele “e um só” (sublinhado nosso) parecendo uma redundância é, afinal, a sublime anotação, de marca indelével, demonstrativa da apurada sensibilidade e agudeza de espírito do seu autor. Acima de tudo, tratou-se de acentuar que se a SONAE tinha um rosto havia a conveniência de esclarecer os leitores que, eventualmente, poderia ter outras caras; talvez escondidas ou em trânsitos de contrabando, sabe-se lá por onde… Assim, acrescentando a indicação de “e um só” desfizeram-se todas as dúvidas. Nem há margens para confusões. Daí a conclusão óbvia: a SONAE tinha e, provavelmente, continua a ter um rosto facilmente reconhecível (muita sorte da SONAE ter semblante de tão fácil reconhecimento). Porém, na célebre OPA à PT e segundo Saraiva, a SONAE apareceu com dois”: Belmiro Azevedo e Paulo Azevedo. E para quem não sabia, agora ficou a saber que ainda na opinião de Saraiva: “Isso não é a mesma coisa”.

Depois, Saraiva dando a entender que acompanhou passo a passo as andanças e contradanças da OPA, na vertente da estatística, informa-nos que “de manhã falava Belmiro e à tarde falava Paulo”.”De manhã opinava o pai e à tarde perorava o filho”.

Aqui, não nos contemos e exclamamos: Gaita! Nas passagens cruciais do “discurso” de José António Saraiva falta sempre uma qualquer coisinha ou detalhe que o complete e não deixe o leitor frustrado, com os travos amargos das interrogações. Nós, a partir desta tribuna, bem nos esforçamos para despertar no famoso arquitecto-jornalista, Saraiva, mais alguma concentração na matéria objecto da sua escrita. Mas é malhar em ferro frio. Não há maneira de ele atentar na falha ou acolher a nossa desinteressada colaboração… Esta referência é feita porque Saraiva afirma que Belmiro Azevedo e Paulo Azevedo falavam de manhã e de tarde e não dá, sequer, uma dica se sim ou não um e o outro falavam ou peroravam de noite e de madrugada. Alguém acredita que de noite os patrões da SONAE estiveram caladinhos ou, simplesmente, a dormirem? Ou mesmo, de madrugada, sempre exaustivamente empenhados no cumprimento dos deveres conjugais?

Todavia, onde Saraiva se encontrou consigo próprio, com os seus botões, quiçá, com as suas amizades, foi no panegírico de Henrique Granadeiro, o “homem” da Portugal Telecom. Aí, sim! Saraiva esteve nas suas sete quintas. Tão regalado que se envolveu distraidamente nas diferenças, nas alterações e nas intranquilidades do mercado. Também se embrulhou em peles confundidas com peixes fora de água. Outrossim, misturou e antagonizou comportamentos e díspares opiniões. Mas, perdido na explanação das superficiais fases do espectáculo, esqueceu-se da análise à essência e suprema importância do processo da OPA e suas eventuais vantagens nos domínios da economia e no normal funcionamento do mercado. E a esta óptica, Saraiva nem tugiu, nem mugiu. Esquecimento absoluto. Voluntário? Mera negligência?

O grande problema incidiu, precisamente, no facto do mercado não ter funcionado de forma transparente e livre de peias, de jogadas de bastidores e de expedientes pouco claros. Desde logo, a existência da “blindagem” dos estatutos da Portugal Telecom é uma aberração que impediu a avaliação das potencialidades quanto à proposta em si e relativamente à qualidade e eficiência da prestação do serviço público das telecomunicações. A comportar o aperfeiçoamento e a ampliação das redes, a maior diversidade dos meios e produtos proporcionados aos clientes e a redução das tarifas. E neste ponto importa destacar que a “blindagem” dos estatutos da PT impossibilitou o negócio. Quem se aproveita e vai tirar vantagens? Certamente, o Conselho de Administração da Portugal Telecom e todos quantos controlam a empresa.

Uma última nota: parece que ninguém reparou nas coberturas televisivas e de certos jornais dadas às intervenções de Henrique Granadeiro. Por exemplo: na noite de quinta-feira, véspera da reunião da assembleia geral da Portugal Telecom que decidiria a viabilidade da OPA ou a sua recusa, a RTP deu no telejornal das 20 horas larguíssimo tempo de antena em estúdio, às declarações do presidente do Conselho de Administração da PT, Henrique Granadeiro, frente ao embevecido José Alberto Carvalho. A seguir, às 22 horas, no serviço noticioso da TV2 ouviu-se Joe Berardo e, finalmente, antes da meia-noite, na RTP-N foi efectuado breve encontro com Paulo Azevedo. Ou seja: a RTP, numa altura importante e sem espaço nem tempo de antena para ser exercido o contraditório, fez larga promoção das posições da administração da Portugal Telecom em horários de grande audiência, sem hipóteses para a parte concorrente à OPA, expressar as suas posições. Desta forma, a RTP mais pareceu parte interessada no processo. Porquê este posicionamento da RTP mantido ao longo do ano? Compromissos com a PT? Com o Banco Espírito Santo? Com Joe Berardo, presença assídua nos programas da estação pública? E já agora, por que razão o Arq.º Saraiva se “esqueceu” destes pormenores”? Ele, que esteve atento às “falas” dos Azevedos. Ao ponto de estabelecer comparações e afirmar: “Nesta história – é forçoso dizê-lo – Henrique Granadeiro esteve muito melhor”. Nós lemos e… o nosso espírito sobressalta-se. Por que razão Saraiva entende que “é forçoso dizê-lo? Para ressalvar a honra de algum convento? Para agradar a alguma “capelinha”? Para retribuir, muito simpaticamente, uma ou outra , várias, atenções recebidas “in illo tempore”? Mais um enigma

2 - “Ensaio sobre um crime” – Com este ensaio, o jornalista Saraiva introduziu a gota que fez transbordar o copo: ele está mesmo determinado no objectivo que elegeu como meta da “corrida” de sua vida. Nada mais, nada menos, que ser contemplado com o Prémio Nobel da Literatura. Os cépticos podem render-se à evidência. O prémio da academia sueca espera por José António Saraiva. A Academia Real da Suécia que se cuide…Mais um jeitinho e são favas contadas… Desde que naquela célebre entrevista com a Maria João Avilez, na SIC, anunciou que estava orientado na direcção do Prémio Nobel, Saraiva vem trabalhando afincadamente nesse sentido. Dá a impressão que segue na esteira de Saramago e que lhe vai tirando espaço de manobra na produção literária. Se em tempos passados o festejado autor, “exilado” em Lanzarote, escreveu o “Ensaio sobre a Cegueira” e o “Ensaio sobre a Lucidez”, o Arq.º Saraiva, hoje, avança com o “Ensaio sobre um crime” de morte. Está lixado o Saramago. Resta-lhe escrever um ensaio sobre a vida. Ou sobre a morte, em abstracto Se, entretanto, Saraiva não se antecipar…

Que nos traz o Arq.º Saraiva no seu ensaio? A abordagem de um caso recente, conhecido, de uma lisboeta, Maria das Dores, alegada mandatária do assassínio do marido, Paulo Cruz. O jornalista Saraiva assevera: “A história apresentava-se tão linear como a adivinha” Qual é a coisa, qual é ela, que mal entra em casa se põe à janela’”. Interessante esta citação da adivinha e a certeza, nela implícita, de a Maria das Dores ter entrado na casa onde ocorreu o crime e não se ter posto à janela… porque, de imediato, terá sido encaminhada prò chilindró. Não obstante, mais adiante deparamos com a perplexidade, expressa no ditado: “Quando a esmola é grande o pobre desconfia”.

Claro que segundo o registo da escrita de Saraiva o ensaio desenvolve-se num estilo sui generis, caracterizado por uma teia de suposições, de impressões prévias, de apreciações sequenciais, postas em alternativas decorrentes de dúvidas e interpretações que se esboçam conforme vão sendo efabuladas, na imaginação do articulista, as hipotéticas determinantes do acto criminoso.

Destaque para o uso dos “ses”: “Se Maria das Dores fosse a mandante(…)”. “Se Maria das Dores pensou assim(…)”. “Se Maria das Dores mandou(…)”.

Nesta oportuna ocasião, esprememos o limão que temos presente. Qual o sumo que colhemos? Saraiva, percepcionando a falta do suco, fornece-nos uma aparente explicação: “Comecei por não ter dúvidas sobre a autoria do crime. Os indícios eram devastadores e irrefutáveis”. (Não percebemos… Os indícios eram, de sua natureza, devastadores? Eles eram e, posteriormente, deixaram de ser devastadores? Verdadeiramente, quais eram as suspeitas de Saraiva? Os indícios destruíam? Assolavam? Despovoavam? Destruíam o quê? Deitavam por terra árvores? Casas? E despovoavam que lugar? Bairro? Ou cidade? Também irrefutáveis? Claro! Sendo os indícios, uns terríveis devastadores, ipso facto, são irrefutáveis… Estranhos e perigosos os indícios devastadores…

Ah! A propósito, perguntamos ao Arq.º Saraiva: haverá indícios não devastadores? Nem violentos? Sãos? Bem intencionados? Sem maus instintos? Inofensivos? Por acaso, os indícios não serão, unicamente, os sinais ou os vestígios, elementos materiais de um crime?).

Saraiva acrescenta: “Mas logo a seguir, desconfiei da conclusão”. Caramba! Até ficamos estonteados. Impressiona a rapidez com que Saraiva passa de um extremo ao outro, que é o oposto. Quase à velocidade da luz o Arq.º Saraiva sai da certeza e entra na desconfiança. Um fenómeno… da Natureza!

Pondo termo às citações, diremos: se Saraiva desconfia das suas apressadas conclusões, a nós não nos resta alternativa senão, igualmente, desconfiarmos delas. Certamente que, por casualidade, sob este aspecto, estamos numa irrefutável companhia…

Resta-nos fazer reparo que o Arq.º José António Saraiva finaliza o ensaio remetendo a Maria das Dores para a reflexão sobre as dores da Maria, agora que está encarcerada numa prisão, algures em Lisboa.

Fim

sábado, março 10, 2007

Com a devida vénia, transcrevemos do jornal “Primeiro de Janeiro”, edição de 09 de Março de 2007, o seguinte artigo do Prof. Doutor Paulo Ferreira da Cunha, manifestando total concordância. Brasilino Godinho

DESAGRAVO AOS PROFESSORES!

Paulo Ferreira da Cunha*

Parece que há quem não goste dos Professores. E queira fazer crer ao público que a culpa de tudo, desde o do déficit do Estado ao da Segurança Social, é afinal dos Professores, e, para mais, dos desempregados e dos que o possam vir a estar.
Depois de tantas notícias sobre as agressões a Professores nas nossas escolas secundárias, virão agora novas agressões? Para compensar a falta de protecção de uma classe humilhada e ofendida pela barbárie?
O argumento pode ser subtil, visando excitar a inveja e o desfavor gerais. Criando antipatia pela classe. Mas há que perguntar: inveja de quê? Haverá algo que mereça ser invejado na sorte dos Professores? Se eles, como Sebastião da Gama, se contentam com a infinda dádiva de ensinar, e até acham estranho serem pagos!
Onde está a dignidade docente? Somos muitos e não somos tolos. Porquê a nossa passividade? Deve ser o medo, medo do desemprego....
Curiosamente é por aí que agora estamos na berlinda.
Muita Comunicação Social não parece sensibilizada para o drama dos Professores, parecendo tomar as dores pela abstracção do Tesouro. Li, no dia 7 de Março, no endereço da Internet infra, mais uma notícia que merece ser ponderada, e que termina assim:
“No ano passado, a Segurança social gastou 55 milhões e 600 mil euros em subsídios de desemprego mas os professores contratados só contribuíram com 38 milhões. A diferença entre estas duas parcelas dá um saldo negativo de quase 18 milhões de euros.
O prejuízo surge numa altura em que o Governo até está a pensar alargar o subsídio de desemprego aos restantes funcionários com contrato administrativo.
Se a medida avançar, os professores do ensino superior também passam a ter protecção social mas o Estado pode vir acumular ainda mais prejuízos.”
http://sic.sapo.pt/online/noticias/dinheiro/Defice+de+18+milhoes+de+euros+na+Seguranca+Social.htm
Será que devemos concluir que o subsídio de desemprego não foi feito para os desempregados? E que os descontos para a Segurança social é que foram feitos para dar lucro ao Estado?
Se assim for...
Coitadinho do Estado que não serve para proteger esses malandros dos Professores contratados, que, como é público e notório, são contratados por pouco tempo por sua culpa, e descontam pouco porque querem ser despachados para o desemprego: situação regalada, porque são mesmo preguiçosos.
E nem por sombras pode o subsídio de desemprego ser reconhecido como um direito a esses madraços dos Professores do Ensino Superior. Direito de qualquer trabalhador? Quem disse que um Professor trabalha?
Privilegiados, que labutam a vida inteira, com a carreira reconhecidamente mais complexa, exigente e longa de todas, públicas e privadas, que queimam as pestanas toda a vida, sem férias, nem domingos e feriados, que consomem em investigação e correcção de provas e teses, etc....tudo isto para auferirem salários em nada compatíveis com as suas habilitações. Estes nababos, depois de uma vida de dedicação – tendo feito, no limite, por junto, bacharelato, licenciatura, mestrado, doutoramento, e até agregação, escrito dezenas, centenas ou milhares de artigos e até dúzias de livros, registado patentes, realizados exposições, congressos, etc. (conforme as suas especialidades) - podem ser postos na rua... sem um tostão nem um obrigado.
E ficam, obviamente, com a vida destroçada.
Porque mandar para o desemprego um Professor universitário é, além de um desinvestimento criminoso para o Pais – um País que precisa de quem pense - um verdadeiro assassinato dos cérebros.
Quem, sabendo o que o espera na carreira académica agora (no meu tempo era impensável o desemprego de universitários: havia era falta), quererá optar por essa vida, vendo que terá muito mais por muito menos em alternativa: na iniciativa privada, ou até na burocracia do Estado?
Um docente que dedicou a vida ao sacerdócio do ensino, como é o caso normal dos docentes universitários, e que é decapitado na sua carreira, por uma decisão economicista ou uma facada nas costas, é alguém a que se rouba a vida, porque se rouba a esperança, e a crença na instituição que o animou.
Não sei o que acontecerá aos colegas. Receio o pior.
Mas espero que consigam dar a volta por cima. E o meu maior desejo é que triunfem na vida, provando que não é quem não sabe que ensina. É quem sabe melhor.
Por isso, inveja por inveja, façam inveja aos que ficarem, vencendo nas vossas novas vidas. E tendo finalmente as remunerações, o prestígio, e o tributo público que uma sociedade mesquinha e invejosa vos negou sempre.
Fim

quarta-feira, março 07, 2007

Estimadas damas,

Caros senhores

A crónica que hoje vos apresentamos levanta uma pequena parte do véu estendido sobre o regime que nos (des)governa.

Isto feito sem ignorarmos que sob esse véu, sempre que devidamente levantado, deparamos com uma governação que se alimenta de sombras. Igualmente, nos confrontamos com uma grave situação de decadência e de penúria que atinge as camadas mais desprotegidas da população portuguesa e, sobremodo, nos envergonha como povo. Também, arrastando pela lama a imagem de Portugal.

A atmosfera é pesada. O ambiente triste. A frustração instalou-se nas almas. A desgovernação prossegue aberrante e desastrosa. Imensas pessoas desprezadas. Os direitos de cidadania negados aos desafectos, aos pobres, aos remediados – parafraseando os açorianos: a todos os mal-amanhados. O Zé-Povinho gozado e explorado. Os pobres, desesperados, cada vez mais pobres. Os ricos, regalados, eufóricos, aumentando os patrimónios e as contas bancárias num crescendo impressionante em contraposição à miséria que alastra atingindo milhares de famílias sem trabalho, sem agasalho, sem meios de subsistência. A corrupção fortalece-se. A maioria dos órgãos de comunicação social, inteiramente dominados pela Maçonaria e pela Opus Dei, envolvidos numa teia de solidariedades, de tráficos de influência, de interesses obscuros, de dependências económico-financeiras e de cumplicidades, acomodam-se desavergonhadamente. Jornais e televisões, coniventes, silenciam as desoladoras realidades da nossa vida colectiva; não fazem ondas… A Justiça, algo infiltrada por terríveis vírus está doente; não se aguenta no balanço e sofre tratos de polé. O País afunda-se. Os actores do circo político, divertem-se, banqueteiam-se à mesa do Orçamento, governam-se - desgovernando. Os poderes instalados enriquecem-se, fortalecem-se, consolidam-se. O polvo cresce, cresce, cresce e já é um monstro insaciável, avassalador, incontrolável.

Estamos falando do regime maçónico. E do seu também escondido meio repressivo do pensamento: a censura.

Definitivamente, tomemos consciência destas três realidades:

- A Maçonaria é o omnipotente Poder em Portugal!

- A censura é um dos secretos instrumentos desse Poder!

- Prossegue o silencioso “processo revolucionário maçónico em curso”!

Cordiais saudações.

Brasilino Godinho

E agora, abrindo uma pequena parte do véu, apresentamos:

Um texto sem tabus…

A CENSURA

NO ACTUAL REGIME MAÇÓNICO

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Há dias circulava paulatinamente na Rua Visconde da Luz, na baixa de Coimbra, entretido a observar o movimento e a azáfama dos transeuntes quando dou de caras com um “amigo da onça” que, de repente, me lança a provocação: “Como está o amigo e como vão esses encontros com os maçons”? Também, de imediato, refeito da surpresa de tão insólita segunda parte da pergunta, respondi-lhe: “Estou razoavelmente. Quanto aos amigos maçons: mal! Aliás, os encontros são quase inexistentes”. Ao que ele contrapõe: “Não tem amigos maçons”? Retorqui-lhe: Tive! Ele, de novo: “E já não tem”? Então, brincando um pouco, acrescentei: “Olhe, desde que lancei a minha obra “A QUINTA LUISITANA” e nela tocava ao de leve na borbulha maçónica os amigos maçons afastaram-se à semelhança do Diabo que foge da cruz”. Aqui, neste ponto da rápida conversa e à laia de despedida, ele exclamou: “Tá! Essa é a célebre tolerância maçónica”. Ainda deu tempo de o obsequiar: Acertou! Teria música se por aqui houvesse orquestra…

Como disse, o diálogo foi curto e nem vinha ao caso desenvolver mais considerações sobre o assunto com o tal “amigo da onça” – tratamento que ele aceitará sem lhe causar qualquer melindre, dada a confiança recíproca mantida ao longo dos anos. No entanto, se houvera tempo, ainda lhe diria quanto me vou divertindo intimamente durante os ocasionais diálogos com cidadãos inseridos na obediência da oculta fraternidade, nos quais transparecem as suas preocupações de disfarçarem as filiações maçónicas. Longe estão de imaginar que isso não me é desconhecido. O que se torna atractivo e engraçado…

Mas, continuando a marcha e reflectindo, admiti a hipótese de desenvolver o tema numa futura crónica. Aqui está ela!

Importa acentuar que o cronista que sou, abaixo-assinado, quando escreve exprime as suas opiniões. Por elas se responsabiliza. E nelas, por norma, respeita o semelhante. Quando critica factos e verbera comportamentos não está minimamente interessado em denegrir a personalidade dos indivíduos e desprestigiar as instituições. O que o motiva são os valores e os princípios postos em causa pela má-fé ou hipocrisia dos presumidos praticantes de um qualquer credo ou pela falsidade, ou vazio das apregoadas doutrinas e das celebradas virtudes. E nesta perspectiva facilmente se intui que escrevendo com seriedade, isenção e frontalidade, nada o tolhe. Muito menos, no exercício dos direitos da cidadania, cuida de se interrogar sobre os possíveis bloqueios, resistências e malquerenças das pessoas mal formadas e acerca das eventuais reacções violentas e descabidas de instituições de dúbios e obscuros fins.

Na história dos desagrados dos maçons e da velada hostilidade da Maçonaria e da Opus Dei perante as minhas intervenções cívicas existem capítulos que revestem interesse de divulgação pública. Desde logo, o facto de a minha obra “A QUINTA LUSITANA” ter deparado com quatro preocupações dos sectores maçónicos. A primeira preocupação: de aquisição por parte dos maçons dos livros expostos nos postos de venda não controlados pelos membros da Maçonaria. Por isso, os maçons integram, com realce pela quantidade, o grupo dos compradores da obra. Para a circunstância, contribuiu a ideia da Maçonaria de dificultar ou impedir o conhecimento da obra pelo público. A segunda preocupação: de conservar os livros afastados da vista dos clientes ou, mesmo, negar a existência da obra naquelas livrarias sujeitas à obediência maçónica dos seus gerentes e administradores. A terceira preocupação: de acção propagandística da Maçonaria empenhada em contradizer a matéria sobre as seitas maçónicas inclusa no livro, mas com o extremo cuidado de nunca ser referida ”A QUINTA LUSITANA”. A quarta preocupação: de recorrer aos expedientes de censura para impedir a sua divulgação. Esta inquietação, foi aquela que mais primou pela operacionalidade e eficiência. Devido à facilidade operacional que está ao alcance do poder maçónico, patente no rigoroso domínio e controle dos meios de comunicação social de Lisboa: televisões, jornais diários, semanários e quinzenário JL consagrado às artes culturais (este, de Paço d’Arcos). Curioso que sendo a obra e as minhas crónicas causadoras de tão profundo mal-estar nas organizações maçónicas (Opus Dei, incluída) não houve um único afrontamento público ou notas críticas expressas na Comunicação Social. Percebe-se a intenção da Maçonaria e a cobardia dos maçons a que eles chamam “discrição”. A determinação era e é incisiva: Do livro não se fala. Nem se comenta. É como se não existisse. Embora, entre nós, tenhamos de “acompanhar a situação”. Assim a modos de queimá-lo nas fogueiras do esquecimento. O que me suscita o seguinte comentário: trata-se de um requintado progresso relativamente às práticas das fogueiras da Inquisição ateadas nas praças à vista do público… E não só…

Os episódios que passo a relatar são elucidativos. À data do lançamento da obra os livros foram postos à venda em duas livrarias de outras tantas cidades da província, sucursais de empresas de Lisboa. Numa delas, o cartaz de publicidade e exemplares da obra estiveram dez dias na montra. Ao fim desse período apurou-se nos serviços centrais, na sede em Lisboa, que era o título que mais se tinha vendido. O que teve imediatas consequências. Da administração vieram ordens terminantes para retirar o cartaz e os livros da montra. Procedimento idêntico aconteceu na outra, com a particularidade de a acção de despejo ter ocorrido na manhã do segundo dia de exposição e se terem retirado o cartaz que fora colocado junto ao balcão e os exemplares das prateleiras. Destes factos fica o leitor habilitado a extrair as suas conclusões. Certamente mais facilitadas por uma outra informação suplementar: houve casos de livrarias que negavam a existência da obra ou que diziam não a ter à venda quando, afinal, possuíam em depósito nas lojas, escondidos dos clientes, dezenas de exemplares. Com estas citações quero indicar que dantes, nos tempos de Salazar, em certos estabelecimentos existiam livros que nunca eram expostos nos escaparates com receio das apreensões da PIDE e só eram vendidos aos clientes de confiança; agora, noutras distintas lojas, os livros são retidos sem visibilidade dos clientes para não terem venda. Eis o confronto entre dois sistemas de restringir a livre circulação das ideias e a difusão das obras literárias de autores “malditos”: um, a censura conhecida por toda a gente, institucionalizada, visível, exercida através da PIDE e das comissões de Censura do Estado Novo, de Oliveira Salazar; outro, a censura oculta do regime dito democrático - mas que, cada vez mais, é um regime maçónico fundamentalista. Este, vigente na terceira República. Que hemos de considerar demasiado autoritário. Acentuadamente vingativo. Extremamente sectário. Muitíssimo intolerante.

Ah! Antes que me esqueça e cingindo-me à terminologia dos “irmãos”: também regime “discreto”… que em sedes de Censura e Poder, no uso e abuso de tão apurada “discrição”, leva a palma à ditadura do Estado Novo, de Oliveira Salazar.

Se nos ativermos somente à censura reconheça-se que a vigente, segundo as ordenações da Maçonaria e da Opus Dei, é muito mais perversa do que a dos tempos da ditadura salazarista. Porque, feita à socapa, os portugueses ignoram onde, quando e como ela actua no sentido de impedir a livre expressão do pensamento.

Por isso, importa desmascarar quantos se empenham em contradizer a realidade da censura e dos bloqueios que são exercidos nos órgãos de comunicação social e nas áreas editorial e comercial da venda de obras literárias

Tenhamos presente que se chegou ao extremo limite de a imprensa e as televisões nem chegarem a parecer transparentes e livres. De facto, nem são uma coisa; muito menos a outra. Um escândalo! Uma aberração emblemática da “democracia” raquítica e simulada que nos saiu na rifa do nosso infortúnio.

Afinal, uma “democracia” dirigida (melhor dizendo: manipulada) por oportunistas e falsos democratas; os quais, põem empenho e descaro no engano, na exploração e no escárnio do povo português.

Fim