Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, março 20, 2007

Estimadas damas,
Caros senhores

Abaixo inserida uma crónica sobre uma personagem muito em voga na actualidade. Aliás, mesmo quando não parece, ela está sempre na berlinda. Toda a Comunicação Social a traz ao colo com desvelo.

Lá diz o ditado: "Quando a esmola é grande o pobre desconfia..."

E o que poderá dizer o Zé-Povinho?

Cordiais saudações.

Brasilino Godinho

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Um texto sem tabus…

TUDO POR PORTAS E LINHAS TORTAS…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quinta.lusitana.blogspot.com

“Em terra de cegos quem tem olho é rei”. Um ditado que todos sabemos ter comprovação na nossa sociedade. Com a ressalva de Portugal não ser povoado por indivíduos cegos. Mas, seguramente, parte considerável da população é constituída por “ceguetas”. Gente pitosga que facilmente vai na cantiga dos vendedores da banha de cobra. Uma multidão de indivíduos que enfermam dos três tipos de analfabetismo: o primário, o funcional e o cultural.

No País coexistem:

- Uma camada de analfabetos primários que não sabem ler, nem escrever.

- Muitíssimas pessoas que tendo aprendido a ler, escrever e contar, hoje estão limitadas, por falta de práticas de leitura e escrita, a assinarem o nome com maior ou menor dificuldade e a não compreenderem aquilo que lêem ou ouvem. São os analfabetos funcionais.

- São inúmeros os cidadãos detentores de cursos dos vários graus do ensino, que não obstante essas creditações escolares e, por vezes, sendo bons profissionais nas suas especialidades, não têm atributos culturais nem apetência para a aquisição da Cultura. Estes, se classificam como analfabetos culturais.

A existência do analfabetismo assim cultivado em tamanha grandeza e singular variedade, o que traduz? Um quadro negro de uma situação incrível de atraso, de miséria e de sofrimento de um povo diminuído, apático, perdido num mundo de ilusões e de promessas nunca cumpridas, feitas pelos governantes e pelas boas almas piedosas, devidamente instruídas nos pecados do egoísmo, da gula, da exploração do próximo e tementes a Deus… que não às leis dos homens. Digamos: situação tradicional reportada a épocas remotas e que prossegue inexoravelmente num rumo, dir-se-ia que fatalista, para um abismo talvez sem retorno.

Decerto, que temos na sociedade portuguesa uma massa cinzenta muita válida nos domínios da investigação, das artes e das actividades empresariais. Não chega! A prova está que Portugal tendo sido um dos impérios mais importantes é hoje, em pleno século XXI, o país mais pobre da União Europeia. Pior: decadente. A quem se deve isto? À inoperância, incompetência e estupidez dos governantes e aos interesses dos poderes que dominam Portugal, tutelam os governos e lhes determinam as políticas anti-sociais e de estagnação que melhor sirvam os seus desígnios.

Tal como aconteceu com Salazar que, velha raposa matreira, um dia determinou que “para o português médio, basta saber ler, escrever e contar”, sucede na actualidade a idêntica orientação dos donos da República que, na realidade, nem somos. Vai ela no sentido de se manter a sociedade inculta herdada do Estado Novo. Isso é benéfico para eles. Mas suprema desgraça para a maioria da população portuguesa.

E se os mentores do antigamente sabiam da poda, os actuais donos do “sistema” estão bem doutrinados e convictos de quanto mais ignorantes foram os cidadãos mais aberto e livre de empecilhos fica o campo para a manipulação das mentes e para sujeitar a indiferença e acomodação das vontades dos indígenas.

Feita esta breve introdução vale a pena referirmo-nos ao filme que vem sendo protagonizado por um desinquieto e imberbe jovem que atende pelo nome de Paulo Portas e que se especializou nas artes de fura-bolos, fura-figos e fura-paredes. Quando se nos apresenta nos circuitos pedestres das feiras e mercados, os pândegos chamam-lhe o Paulinho das feiras. Se eufórico, teatral, de nariz empinado parecendo que tem o rei na barriga, nos surge nos palcos alfacinhas, dá aos indígenas a impressão de arrogante pássaro bisnau, de bico estendido pronto a lançá-lo à sua frente como arma de arremesso – é o Paulo de muitas portas abertas pela influência e o poder da omnipresente Opus Dei. Em qualquer situação e local, na identidade de Paulinho ou na pele de passarão, sempre se mostrando intrometido, irrequieto, espertalhão que tudo faz por arrombar a fortaleza dos adversários, penetrar no reduto interior da casa-mãe de onde foi desalojado, transtornar a vida do chefe Ribeiro e Castro e correr com ele do palanque, frustrar os desígnios dos seus companheiros que lhe são desafectos e romper com todos as inconvenientes resistências e detestáveis obstáculos à progressão do seu (sonhado) voo de águia direccionado ao cume da montanha da sua descomunal ambição política.

Não nos esqueçamos que tal sonho, nunca abandonado, sequer desvanecido, teve origem nos tempos em que militou no PSD, houve continuidade na direcção do “Independente” e no lançamento do amigo Manuel Monteiro como lebre da corrida para a chefia do CDS, onde veio a estabelecer-se como dono e senhor das hostes: Daí partiu para a ascensão a ministro do governo chefiado pelo amigalhaço Santana Lopes. Após que metido de permeio o desaire eleitoral que o levou a pedir a exoneração de dirigente máximo do seu grémio político (CDS-PP); instalou-se no Palácio de S. Bento como se fosse monge beneditino recolhido à clausura e à meditação. Aparentemente. Na realidade, vista ou pressentida pela malta, foi agindo nos bastidores da arena orientando os peões de brega nos laboriosos trabalhos de iniciação das programadas lides. Tais trabalhos, convenientemente entremeados com fortes caneladas e empurrões no chefe Ribeiro e Castro. Efectuadas as diversificadas tarefas da peonagem, com realce para as levadas à prática pelos amigalhaços do parlamento, dos jornais, das rádios, das revistas e das televisões, Paulo Portas volta a aparecer com pantufas de lã em diversos locais públicos. Enfia-se no SOL “com uma berrante t-shirt amarela e em calções” e numa das páginas “dá a cara” em exposição aos leitores do semanário. Efectuados estes preliminares, Paulo Portas apresenta-se aos jornalistas no Centro Cultural de Belém a anunciar que é candidato a candidato a caudilho do CDS-PP e determinado a afastar o seu sucessor na chefia do partido mais à direita do espectro político nacional.

Os apreciadores da agitação nas águas turvas da política, da intriga palaciana, da farsa rocambolesca e do discurso oco, inconsequente, baseado na intencionalidade escondida e na incongruência entre o conteúdo e a sua forma de expressão ou de manifestação, rejubilam, fascinados, com o filme em rodagem protagonizado pelo desassossegado e inconstante artista Portas.

Estimulada pelo gozo dos espectáculos que antecederem o acontecimento do Centro Cultural de Belém (este, imóvel do património público, que se julgaria impedido desta espécie de representação teatral protagonizada por um particular animador de pista do circo político) e tanto excitaram o grupo de rapazes e raparigas afins de Paulo Portas agora, com ele a “dar a cara” a toda a hora, em qualquer sítio e, sobretudo, nas televisões, a malta mais impressionável vai delirar e, sem tréguas do artista, render-se aos desencantos da criatura. A funçanata promete…

Abstraindo o folclore, os cidadãos - que desprezam a esperteza saloia - não se esqueçam que o moço é um exímio prestidigitador e fantástico artista no faz-de-conta… O Zé-Povinho que se ponha a pau… Porquê? Porque,

TUDO POR PORTAS E LINHAS TORTAS, MAIS PASSAS E BOLOS, DÁ PARA ENGANAR OS TOLOS