Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, maio 13, 2008

Um texto sem tabus…

A DESAGREGAÇÃO SOCIAL PROSSEGUE EM RODA LIVRE . . .

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

A Direcção de Finanças do Porto publicou em caderno especial do Jornal de Notícias, edição de 03 de Maio do ano em curso, 1680 anúncios de vendas de imóveis e outros bens, “penhorados aos executados”, em execução fiscal.

Repare-se no surpreendente número 1680 de execuções fiscais. E só em relação ao distrito do Porto. O que não sucederá por todo o Portugal…

Tal caderno expressa bem a imagem da situação de descalabro social do país. Mas também induz a dimensão das tragédias que vão atingindo inexoravelmente as famílias e as empresas. Vivem-se dramas humanos que atingem proporções inimagináveis alguns anos atrás. Os políticos da praça, os deputados, os detentores do Poder Central, os administradores dos bancos, os grandes empresários, evidenciam a maior indiferença pelos desgraçados atingidos pelo infortúnio de lhes ter que suportar as nefastas consequências das arbitrariedades praticadas nos exercícios das suas actividades administrativas ou políticas.

Nos tempos da “outra senhora” que dominava a “Quinta Lusitana” vivia-se mal em muitos lares portugueses. Nos últimos treze anos do regime do Estado Novo e suportando os encargos da guerra colonial, dizia-se que era o tempo das vacas magras e que havia a necessidade e a obrigação de apertar o cinto. O que, na prática, só atingia as classes mais desfavorecidas.

Em 25 de Abril de 1974 deu-se a “Revolução dos Cravos” que se afirmava como libertadora do povo português e que abria horizontes de esperança em desenvolvimento, melhores condições de vida e proporcionaria aos cidadãos a liberdade, a igualdade e a fraternidade.

Milhões de portugueses rejubilaram com tão aliciantes perspectivas. E muitos se excederam no entusiasmo e no exagero com que passaram a gastar desmedidamente, a exigir direitos e a rejeitar as obrigações que o exercício da cidadania comporta.

Depois e numa cadência regular as condições de vida foram-se degradando. As políticas económicas desregradas e inadequadas arrastaram progressivamente as empresas para o colapso. O desemprego aumentou desmedidamente. Milhares de famílias ficaram na miséria e a viverem em condições desumanas e à mercê da caridade das instituições de beneficência e dos amigos solidários.

As apregoadas liberdade, igualdade e fraternidade, são hoje figuras de retórica, inscritas no articulado da Constituição da República Portuguesa. Continuamente tão elevados conceitos são ignorados pelas instituições e órgãos do Estado.

A censura nos jornais, revistas, rádios e televisões, é feita à socapa e reveste as mais variadas formas, subtis e perversas, que nem entrem no imaginário do vulgar cidadão. A liberdade de expressão do pensamento, o direito da pessoa a ter opinião e transmiti-la aos concidadãos foram à vela. Os indígenas estão temerosos sempre na perspectiva de sobre eles recaírem as represálias dos governantes e dos seus lacaios.

O governo entrou numa roda livre de desvario governativo que cada vez mais destrói o tecido social. Empenha-se em perseguir o funcionalismo público, achincalha os professores, compromete o futuro da Nação com o persistente abandalhamento do Ensino e da Educação, agrava as precárias condições de sobrevivência dos aposentados, idosos e reformados, aumenta os impostos sobre os bens de consumo e os parcos rendimentos da classe média, lança-se em obras faraónicas e assegura espaços e capacidade de manobra para os privilegiados do regime e para os mais abastados proprietários e capitalistas que dominam financeiramente a “Quinta Lusitana”.

Nos dias que correm as vacas já não são magras, como as dos tempos de Marcelo Caetano. Elas estão esqueléticas, loucas e banidas dos nossos hábitos de alimentação… Se então tínhamos a ditadura rotulada de “democracia orgânica” que, aparentemente venerava Deus, Pátria e Família; agora vivemos sob a ditadura das ocasionais maiorias absolutas de influência franco-maçónica e da Opus Dei, disfarçadas de Democracia, ostentando na fachada a trilogia Liberdade, Igualdade e Fraternidade – a qual é, na prática, persistentemente ignorada, ofendida e violada.

Resumindo: o povo sente-se intrujado, explorado, perseguido e desprezado. A situação de descalabro piora a cada dia que passa. O país está bloqueado e à mercê de clãs que fazem gato-sapato de todos os princípios que apregoam nas televisões e nos jornais. Este Portugal não é um Estado de Direito. Há instalado no território nacional um grupo de espertalhões irmanados por interesses obscuros que dele se apoderaram e o transformaram na sua quinta que exploram a seu bel-prazer.