Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Junto as SARAIVADAS de 12 de Janeiro de 2008.

Os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema: SARAIVA EMBRULHADO NAS CONFUSÕES DO RALI, DAS PELES E DOS NARIZES…

01A INVULGAR PERSONALIDADE

Hoje, sábado, 12 de Janeiro de 2008, enquanto lia o texto dramático “A VITÓRIA DO TERROR” e o colorido ensaio sobre “A COR DA PELE”, da autoria de José António Saraiva, vinha-me constantemente à memória aquela informação que o conhecido arquitecto-jornalista, num dia de feliz inspiração, teve a bondade de facultar urbi et orbi referente à sua pessoa e que ficou a constituir um marco de identificação perene que muito nos ajuda a conhecer e a interpretar a ilustre personalidade. Estou reportando a frase lapidar: “Sou a grande cabeça pensante deste país”.

Num país de tão fracos recursos materiais e com enormes carências de gente do mundo político-administrativo, minimamente dotada de uma centelha de génio, os portugueses têm de dar graças ao Grande Arquitecto do Universo (preferia designar Grande Engenheiro do Universo) por os ter brindado com o raro e unívoco espécime de arquitecto-jornalista, de inquietante pensador, de impertinente criador de equívocas abstracções, de incansável analista especializado em circunlocuções que levam a destinos incertos, de profícuo escritor mantido em reserva da República para Prémio Nobel da Literatura, de insuspeito confidente de chefes do Estado, de acautelado conselheiro de ministros, de enternecedora figura tutelar do PSD, de entusiasta admirador da rainha Isabel de Inglaterra; que, em tempo de pleno apogeu de engenho e arte, generosamente, como é timbre das boas almas, todas as semanas, lhes apresenta em primeiro grau de flagelação e proximidade, com grande à-vontade, sem sombra de modéstia e alguns pecadilhos à mistura, os fulgores dos seus invulgares pensamentos e lhes proporciona os supremos benefícios das suas engraçadas e flamantes projecções mais ou menos voluntariosas e mediáticas.

Por vezes, interrogo-me: o que seria deste Portugal se não existisse o José António Saraiva. Certamente, seria mais triste e desenxabido.

Aliás, idêntica interrogação se põe quanto ao SOL. Se ele não houvesse despontado pela hábil mão direita de Saraiva, nem tivesse sido alentado pela bênção da sacrossanta Opus Dei, para alumiar a noite escura, em que se converteu a existência da nação portuguesa, não teríamos alguma claridade a reconfortar-nos a existência – a crer na avaliação do seu preclaro director.

Ainda há semanas os leitores do semanário se deram conta dos numerosos factos que teriam sido previstos, acompanhados, descobertos e influenciados pela iluminação solar gerada, distribuída e administrada sob a direcção e inventiva do experiente profissional José António Saraiva.

Claro que nesta área se põe a questão com a maior acuidade. Muito a propósito ela é sugerida numa recente edição do jornal de Saraiva: o que seria de Portugal e dos portugueses sem o SOL e a sua luz radiante?

Bem compreendidas as explicações que vêm sendo dadas por Saraiva, todos hemos que lhe agradecer. Até porque com os dois patrimónios da humanidade - a pessoa do director e o produto semanário sobressaindo dos inestimáveis contactos semanais - nos sentimos bastante felizes Mui satisfeitos Mais esclarecidos... Muitíssimo divertidos

02 AS CONFUSÕES DE SARAIVA

Pelo que se presume, na semana transacta, o director José António Saraiva andou embrulhado nas confusões do Rali Lisboa-Dakar, preocupado com as cores das peles de brancos e pretos e perturbado com a importante “Coisa que - reconheça-se - também não deve menosprezar-se”: nada mais, nada menos que “uma discussão de narizes”.

Num breve apontamento realça-se que Saraiva começa o primeiro texto citado (A VITÓRIA DO TERROR) com dois parágrafos reveladores de grande profundidade analítica. Escreveu: “Há decisões que mudam a marcha do Mundo.

A suspensão do rali Lisboa-Dakar pode ter sido uma delas”.

Devo referir a minha perplexidade face à primeira afirmação. Quem me diria uma coisa destas? Estou sempre a aprender e a apreender.

Quanto à segunda afirmação: estou a tremer que nem varas verdes. E interrogo-me: Qual vai ser “a marcha do mundo”, depois deste fracasso do Rali Lisboa-Dakar? Para meu desespero, Saraiva deixa no ar a terrível ameaça, mas fecha-se em copas. Daqui lhe digo: Não está certo atiçar o fogo e deixar para os bombeiros a tarefa de o combater.

Também censurável o facto de Saraiva ter terminado a crónica com a inquietante observação: “A suspensão do rali foi um terrível sinal”. Que o sinal tenha sido terrível estranho, mas admito. Se Saraiva o dizQue hei-de contrapor? Porém, gaita! Saraiva “esqueceu-se” de indicar qual o tipo de sinal. Terá sido um qualquer do “Código de Estrada”, dado que se cingiu ao rali e à mudança da “marcha do mundo”? Por exemplo: Sinal de paragem obrigatória? De proibição de ultrapassagem? De piso escorregadio? E que características definem a “marcha do mundo”, segundo as desconhecidas concepção e ciência de José António Saraiva? Igualmente, nestes delicados pontos o articulista não dá troco, ou uma para a caixa. Nicles! Quem quiser que se ponha a adivinhar

No que concerne às opiniões de Saraiva sobre narizes transcreve-se a sua surpreendente comunicação: “Nós - os portugueses – estamos a meio caminho (na “marcha do mundo”?): não temos o nariz demasiado fino nem excessivamente largo. Não é afilado nem achatado – é um bocadinho… abatatado”.

Felizmente!... Embora se admita que traga dificuldades a muitos indígenas que têm o mau hábito de meter o nariz onde não são chamadosOu aqueloutro de espreitar pelo buraco da fechadura

A terminar a prosa, Saraiva escreve uma frase enigmática: “Pelo menos nos santos, os narizes têm a sua importância”.

E volta a cair na falta de expediente habitual. Nem uma palavra a definir qual a importância de nariz de santo; o que se presume ser um assunto que dominará com devoção e sabedoria.

Se o leitor era ignorante da matéria, pois que continue a sê-lo. Saraiva não vai nessa de compartilhar saberes

Além de parafraseando Saraiva, me interrogar: E pelo mais, nos leigos e infiéis, os narizes têm ou não têm a sua importância? Qual será ela?...

Dá a impressão que “a grande cabeça pensante de Portugal” sente gozo em despertar curiosidades e apetites para, em seguida, fazer manguito de recusa em prestar esclarecimentos, demonstrações e ensinamentos complementares. É uma maldade sem perdão para uma grande cabeça que, menos sobranceira, também deveria pensar nestas pequeninas coisas

Estou certo? Ou errado?

03 – NOVIDADES E INFORMAÇÕES DE OBSERVADOR ASTUTO…

Finalmente, mais uma anotação de carácter intimista com o seu quê de relevância.

O arquitecto-jornalista José António Saraiva deu a conhecer aos leitores que num daqueles dias - que ele bem sabe quais - foi à Pizza Hut encomendar uma pizza, tendo sido atendido por uma rapariga preta (preta retinta). A qual ia recebendo o seu pedido e registando-o na caixa. Enquanto ele ia olhando para as suas mãos.

Minha curiosidade: Só para as mãos?

Brincalhão! Então como lhe foi possível mencionar o rosto bonito, a beleza, os olhos grandes e brilhantes, as maçãs do rosto, a boca larga, os lábios grossos, o nariz achatado? Estranha-se que tenha omitido o altar da moça. Aqui há marosca

Ficou subentendida uma efectiva observação perspicaz e muito abrangente Só parcialmente reveladaSem vantagem para ninguémUma pena!

Mais esclareceu que chama pretos aos indivíduos de cor negra “porque era assim que Samora Machel gostava que se dissesse, explicando que “negros” é um eufemismo e que “os pretos têm orgulho em ser pretos”.

Quer isto dizer que José António Saraiva, sem opinião formada na matéria em causa, permanece fiel à memória e aos ensinamentos de Samora Machel. O que releva das faculdades de alma inerentes à grande cabeça pensante que in illo tempore das vacas gordas surgiu em Lisboa. Para honra e glória deste nosso Portugal... amordaçado pela ignorância da malta, pela batota dos espertalhaços e pela exploração feita por boa rapaziada de colarinho branco e má malandragem de fatiotas diversas.