Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, outubro 20, 2007

Um texto sem tabus…

QUANDO ELAS E ELES

SE MOBILIZAM É SEMPRE “GRANDE” O ESPECTÁCULO…

SIM! QUANDO AS “CAPELINHAS”,

AS “LOJAS”, OS “IRMÃOS”,

OS AMIGALHAÇOS E OS

“COMPADRES” SE MOBILIZAM…

Sobressai “grande” espectáculo…

E as vendas disparam…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http:quintalusitana.blogspot.com

Com certeza todos temos consciência de que “quando a esmola é grande o pobre desconfia”.

Assim se está exuberantemente demonstrando esta semana, na comunicação social portuguesa. Sem pudor. E com petulância total. Está montada uma gigantesca publicidade encapotada e gratuita. Tratando-se de uma “grande”, excepcional, esmola é mesmo caso para desconfiar de tanta generosidade… a precisos fundos encaminhada.

Não se tem passado um dia em que não se escreva, nem se fale sobre os lançamentos dos novos livros do José Rodrigues dos Santos e do Miguel Sousa Tavares. Peguem-se nos periódicos. Oiça-se a rádio. Veja-se a televisão. É um festival de referências nas televisões, de entrevistas, de fotos de capas de revistas, de chamadas de primeira página, de transcrições parciais nos jornais, sobre as “excelentes” obras dos consagrados Santos e Tavares. Também, uma orgia de louvores a esses artistas e de exaltações dos magníficos romances que, garantidamente, vão ser enormes êxitos de vendas…

Estejamos atentos porque importa saber como em Portugal se promovem os autores amigalhaços, se “fabricam” as grandes obras e se alcançam êxitos nunca vistos e jamais sonhados. Decerto, em breve, os dois ilustres escritores serão contemplados com os grandes prémios nacionais, atribuídos por júris constituídos por gente fixe. Mais: terão as obras traduzidas em muitas línguas, distribuídas por vários países e com inúmeros milhares de exemplares vendidos. Tudo assegurado por obra e (des)graça das eficientes “capelinhas”, dos apropriados compadrios e das “discretas” fraternidades.

Sem margem para dúvidas: são favas contadas. Êxito absoluto garantido…

Aliás, num futuro próximo, os dois artistas da nossa melhor sociedade literária lisboeta - essa mesmo que feliz, contente, sobranceira, pedante, autoconvencida e predisposta a rir-se, alarvemente, da malta, se exibe nas avenidas novas da capital do ex-Império e pontifica na imprensa alfacinha - serão galardoados pelo presidente da República, com grau de alto mérito de uma das ordens nacionais, em cerimonial do 10 de Junho… Fica escrito…

Desta forma, mercê da excelência de seleccionada fabricação da espécie e do inteligente engenho sabiamente descortinado, nos grandes artistas, por parte de mentes superiormente dotadas que, feliz acaso, enquadram os círculos das amizades dos eleitos, se vão escolhendo as obras, determinando orientações, estabelecendo padrões de identificação, firmando reputações e enriquecendo uma peculiar cultura em Portugal…

Só que a CULTURA, não se compadece com práticas de obscurantismo e jamais florescerá se apoiada na censura de autores desalinhados do sistema corrupto existente e se sustentada no tráfico de influências e de interesses obscuros.

É preciso dizê-lo com toda a frontalidade: a CULTURA não se desenvolve com base no folclore saloio de Lisboa e nos expedientes de gente sem escrúpulos éticos e deontológicos que porfia em manipulá-la e explorá-la em seu proveito.

A CULTURA não é feudo de ninguém. Ela afirma-se pelas intervenções de todos – quantos, idóneos e competentes, para ela dão válidos contributos.

Nota: Recomendamos aos leitores que prestem atenção ao espectáculo mediático e à avalanche propagandística. Abeirem-se das bancas e vejam o que vai por aí nas capas e interiores das revistas e nos jornais. E, claro, ponham-se de olhos bem abertos a ver os “mimos” das televisões para com os seus espertos colaboradores dos telejornais, Santos & Tavares. Pelo menos, é engraçado. Pelo mais: é elucidativo daquilo que escrevemos.