Estimadas senhoras,
Caros senhores,
Juntamos as SARAIVADAS da semana.
Hoje, focando a lamentável confusão de Saraiva.
Com os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho
SARAIVADAS… Ou as confissões do Arq.º Saraiva…
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Tema: Saraiva confunde autoridade com autoritarismo…
Comentando a coluna “POLÍTICA A SÉRIO” de José António Saraiva que, nesta semana, rodopia em volta de Sócrates, há que realçar a impressão colhida de o arquitecto-jornalista persistir na sua devoção pelo autoritarismo dos nossos governantes. Numa imediata reacção poder-se-ia dizer que daí não advém mal ao mundo. Todavia, alguma reserva se aconselha, porquanto sendo o articulista figura pública e com o poder de comunicar num espaço amplo, acessível ao público, há sempre o risco de influenciar os leitores num sentido incorrecto e pouco realista com a natureza dos factos. Outrossim, por desenvolver um discurso desajustado à temática em análise.
Logo a principiar, Saraiva mostrando-se deslumbrado pelo espectáculo mediático, vai na onda e considera que “A assinatura do Tratado de Lisboa foi um sucesso histórico”.
Apetece exclamar: Ah! A impetuosa tendência para lançar foguetes e tecer louvaminha fácil e caseira… Ah! A vã glória do falso brilho das frases grandiloquentes…
Conclusões tão apressadas como esta, formulada pelo director do SOL, alicerçadas em impressões superficiais e influenciadas pelo esplendor das luzes da ribalta não têm consistência; tão pouco nelas se vislumbram traços de autenticidade a merecerem crédito do colectivo dos cidadãos. Pelo contrário, impõe-se uma apreciação mais objectiva e profunda que, pela nossa parte, fica para uma próxima oportunidade.
A seguir, José António Saraiva menciona, vagamente, que Santana Lopes “anda muito entretido com os problemas internos do PSD, não lhe sobrando muito tempo para outras cavalarias” (o sublinhado é nosso).
Neste ponto, anotamos que o PSD foi sempre um partido muito convulsionado. Mas a malta ainda não se tinha apercebido que Santana se entretivesse a brincar com os problemas internos; qual criança, numa creche, ocupada em distrair-se com um brinquedo. Também nos intriga a afirmação de Saraiva que, mostrando-se bem informado, assevera que Santana se vê aflito “não lhe sobrando muito tempo para outras cavalarias”. Para bom entendedor… não se poderia ser mais explícito. Isto é: os entretimentos de Santana, no interior do PSD, são cavalarias.
Das outras cavalarias, referidas por Saraiva: nicles! Nem uma simples suposição veio do famoso articulista. Como é habitual - e mais uma vez - Saraiva deixa o leitor a ver navios e a puxar pela imaginação…
Nós, com inocente candura, muita curiosidade e suficiente reverência, perguntamos: Quais cavalarias? Altas cavalarias? Cavalarias rusticanas? Em que picadeiros? Paradas? Quintas ou quintais? Ou simplesmente, cavalgando pelas avenidas de Lisboa? Talvez pelas alamedas do Estoril e Cascais? Será ele bom cavaleiro? Participou em corridas e concursos hípicos? Domina bem as montadas? Estas terão classe e reputação de nome e de actuações no meio equestre? Alguma vez Santana se confrontou com uma nega, cangocha e pino da cavalgadura montada? Ter-se-á aguentado nas “canetas”? Será ele um exímio cavaleiro e distinto praticante da arte de bem cavalgar qualquer sela? Quem sabe e está em condições de dar notícias?
As precedentes interrogações servem para ilustrar as embaraçantes dúvidas e as delicadas questões suscitadas pela ambiguidade e imprecisão do “discurso” de Saraiva.
Depois, Saraiva avança com a explicação de que Cavaco tem prestígio “porque sempre revelou firmeza e alguns tiques autoritários” (caso para nos interrogarmos: Quem lhe meteu essa na cabeça?). Igualmente, refere que Manuela Ferreira Leite conserva prestígio “porque mostrou teimosia e convicção até ao fim” (qual fim?).
A nosso ver, Saraiva baralhou-se e excedeu-se. Esteve virando tudo do avesso.
Com o devido respeito e sem intuitos de ofensa, o arquitecto-jornalista perdeu a tramontana quando escreveu: “O que os portugueses detestam nos Governos não é o excesso de autoridade – é a falta de autoridade”.
Frases deste género ouviam-se e liam-se, frequentemente, nos tempos do ditador Oliveira Salazar.
José António Saraiva esqueceu-se de uma verdade comezinha. Tudo que seja excesso é reprovável e inaceitável.
Costumamos dizer: Que tudo na vida se quer como o sal na comida; nem de mais, nem de menos. Na justa medida! É isto. Tudo na vida, sem excepções, se quer num meio-termo, em correspondência ao que for razoável, justo e conforme ao respeito que nos devemos uns aos outros.
Além de que o exercício da autoridade decorre do direito e do poder de ela se fazer obedecer com crédito de aceitação e prática de inequívoca competência e impoluto espírito de bem servir o interesse geral da sociedade. Com prevalência da Ética, da Moral e da Política. Esta entendida no sentido mais nobre da arte ou ciência de governar.
Já quanto ao autoritarismo temos que associá-lo a atitudes arbitrárias, à teimosia (tanto do agrado de Saraiva) e ao despotismo.
Lastimável, a confusão de José António Saraiva. Pior, a apologia que faz da teimosia e do autoritarismo – este, sempre apanágio dos incapazes de exercerem os seus cargos com autoridade e decência.
É, precisamente, a esta falta de autoridade advinda da arbitrariedade, da teimosia, da sobranceria e da incompetência, que os portugueses votam repulsa e condenação.
Quem disser o contrário, mais do que negar a realidade, ilude-se e desfigura a sua própria imagem.
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Página Principal