Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, abril 26, 2014



A política assente na aldrabice.
Eles são ‘irrevogáveis’ mentirosos
Pelo que estamos entregues à bicharada…

Brasilino Godinho
Com a devida vénia, transcrevemos o que acabamos de ler da autoria de  Sara Rodrigues, com origem no SAPO e na revista VISÃO:


Pensões: O melhor mesmo é falecer?

Um secretário de Estado anuncia que as pensões vão estar indexadas ao crescimento económico e à demografia. O primeiro-ministro diz que é especulação. A Comissão Europeia aclara, num relatório, que o Governo se comprometeu com essa solução. Anatomia de uma jogada.
Sara Rodrigues
9:30 Sábado, 26 de Abril de 2014 |



1 - Bola ao centro
Em setembro, o Governo aprovou a lei que previa a convergência entre as pensões da Caixa Geral de Aposentações (setor público) e as da Segurança Social (privado). O diploma estipulava um corte de 10% nas pensões da CGA superiores a 600 euros.
Hélder Rosalino, então secretário de Estado da Administração Pública, disse que "estas medidas abrangem cerca de dois terços dos pensionistas do Estado, representando cerca de 350 mil pessoas", com um "impacto orçamental direto de €720 milhões".
2 - Chuto para canto
O diploma chegou ao Palácio de Belém e Cavaco Silva enviou-o para fiscalização preventiva no Tribunal Constitucional.
O Presidente da República já tinha avisado que considerava a convergência das pensões como "a criação de um novo imposto extraordinário sobre o rendimento dos pensionistas da Caixa Geral de Aposentações".
3  - Guarda-redes alivia
Os juízes do Palácio Ratton chumbam, por unanimidade, a lei da convergência de pensões.
De forma a suprir a verba em falta, o Governo resolveu o problema baixando para mil euros (era de €1 350) o montante a partir do qual as pensões são afetadas pela Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES).
Desta vez, Cavaco Silva não pediu clarificações ao TC, mas os deputados da oposição sim. Aguarda--se a decisão dos juízes.
4 - Rasteira à entrada da área
Há três semanas, o secretário e Estado da Administração Pública, José Leite Martins, chamou jornalistas de vários órgãos de comunicação social para um briefing. A "fonte das finanças", como ficou conhecido, revelou que as pensões seriam indexadas ao crescimento económico e à demografia. As reformas passariam a ser variáveis, todos os anos.
5 - Livre direto e cartão amarelo
De visita oficial a Moçambique, o primeiro--ministro apressou-se a afirmar que era tudo "especulação", pois não havia tomado qualquer "decisão". E apelou a "todos os membros do Governo para que contribuam para um debate sereno" acerca do assunto. A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, também estava fora, em Washington, no dia em que a notícia fez a manchete de vários jornais.
6 - Barreira posiciona-se

Marques Guedes, ministro da Presidência, saltou em defesa do Governo, acusando os jornalistas de "manipulação da informação" e "interpretação exagerada".

Paulo Portas, em debate na Assembleia da República, referiu que "foi um erro" não explicou se estava a falar do briefing ou das informações veiculadas por Leite Martins porque "não conheço qualquer documento" e, sem ele, "o Governo não pode ter feito qualquer avaliação política, muito menos tomado qualquer decisão política".

7 - Remate ao poste
Faltava ouvir Leite Martins, a "fonte das Finanças". O que veio a acontecer na Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República. Mas o secretário de Estado quis encerrar a questão utilizando uma expressão em latim: "Roma locuta, causa fi nita" ("Roma falou, o assunto está resolvido.") Roma é, aqui, Passos Coelho, e Leite Martins explicou ser "um membro do Governo alinhado com a posição do primeiro-ministro".
8 - Árbitro manda repetir
Mas existia, sim, um documento, revelado  no domingo, 13: as pensões devem passar, já em 2015, a depender de fatores económicos e indicadores demográfi cos. É o que diz o relatório da Comissão Europeia que fecha a 11.ª avaliação da troika sobre os compromissos de Portugal. Este documento é de 19 de março. O briefi ng da "fonte das Finanças" foi a 26. Passos e Portas dizem agora, em uníssono: "Não há novidades sobre o assunto". Autogolo?


Breves considerações de Brasilino Godinho
A crónica, acima transcrita, da jornalista Sara Rodrigues demonstra o que são as continuadas práticas de embuste do chefe do governo e de alguns ministros, em particular e do governo, de um modo geral.
Depois de lermos esta elucidativa descrição da indecente novela dos cortes das pensões dos reformados e dos vencimentos dos funcionários públicos, perguntamos:
Como é possível que governantes tão muitíssimo desacreditados que mentem a toda a hora; que incumprem sistematicamente as promessas feitas; que enganam, acintosamente, os crédulos ou míopes cidadãos; que constantemente deturpam os factos; que, por habituação e deformação intelectual, encobrem as malévolas intenções; que escondem os dados comprometedores da ineficácia da acção político/administrativa; que constantemente atacam os direitos dos indígenas que somos e a muitos de nós encaminham para a pobreza, para o desemprego, para a morte ou para a emigração (em especial os jovens); que promovem a degradação ou inoperância dos serviços: da Segurança Social, de Saúde, do Ensino Público e das forças militares e policiais; que esbanjam avultados meios financeiros em gastos supérfluos de luxo e de ostentação mediática; que passam o tempo a viajar pelo território nacional e pelo estrangeiro; que gastam milhões de euros à tripa-forra: quer nas contratações de pareceres jurídicos de gabinetes dos advogados compinchas, quer nos contratos de recrutamentos directos de rapazes e raparigas (na faixa etária dos vinte e poucos anos), membros das suas ‘jotas’, para serem (imagine-se!) nada menos que especialistas de coisa nenhuma, principescamente remunerados, a exercerem suas habilidades nos gabinetes ministeriais; que se manifestam indiferentes à omnipotente corrupção existente no vasto espaço da governação; que facilitam ou colaboram na progressão das grandes fortunas; que asfixiam as empresas e sobrecarregam os contribuintes com sucessivos impostos; que promovem aumentos dos preços de bens essenciais de consumos correntes; que geraram e dão sustentáculo ao clima de medo e de insegurança radicado na sociedade portuguesa; que se puseram de cócoras perante a Sr.ª Merkel na perspectiva de serem elogiados como bons e aplicados alunos das suas equívocas políticas, em detrimento da defesa dos interesses de Portugal que se deviam conjugar com os da Espanha, Itália, França e Grécia; que descuraram a Economia e o desenvolvimento do país, para se renderam às imposições do triunvirato internacional que vem tutelando o Estado português, tendo até ultrapassado as exigências consignadas no famigerado Memorando, o que acarretou o implacável sofrimento do povo português e a situação calamitosa em que nos encontramos; que menosprezam e, com persistência, violam a Constituição; que fazem tábua rasa de princípios fundamentais da cidadania concernentes aos valores da Política, da Ética, da Moral, da Democracia, da Justiça, da Solidariedade, da Liberdade, da Igualdade - afinal, qualidades, virtudes ou atributos emblemáticos e insubstituíveis, da República - continuem com inaudita sanha a destruir a Nação, a arruinar o Estado e a aniquilar Portugal, desfigurando irremediavelmente a imagem de país lusitano que se impõe ser digno, independente e prestigiado na Europa e no Mundo?
Quem acredita nesta gente que actualmente assenta no Poder? 
Importa que estejamos conscientes da incomensurável dimensão trágica já atingida por esta obscura e terrível situação. Tudo isto, sintetizemos: É um arrepiante escândalo! É uma amargurada vergonha. É um imenso drama nacional!
Urge acabar com tal ‘parada da paródia’ do teatro/circo da baixa política!”
Há que tomar providências!

Nota final
A peça escrita de Sara Rodrigues tem um título que interpela o leitor:
Pensões: O melhor mesmo é falecer?
Só que a interrogação perde sentido quando todos já percebemos que é esse o desígnio de Passos Coelho. Prosseguir o objectivo das mortes de uns tantos milhares de portugueses é a meta desejada. Um expediente que, em sede de previsão contabilística, potencia o alívio dos encargos do Orçamento e que, em caso de pleno sucesso (ampla, generalizada mortandade), tenderia a equilibrar as contas da Segurança Social. Tal processo de opressão social em curso é disfarçado e iludido com o uso e abuso de inúmeras falácias e de indecorosas tiradas retóricas veiculadas pelos jornais, rádios e televisões (o ministro das Finanças, do governo do Japão, foi mais coerente quando, há poucos meses, disse preto no branco: “Salvem-se as finanças do Estado, morram os velhos!”). *
Aliás, logo no início do seu mandato legislativo Pedro Passos Coelho disse ao que vinha e ameaçou que ia provocar o empobrecimento geral.
Por sinal, depois, verificou-se que esse empobrecimento estava direccionado, praticamente, para todos quantos portugueses estão mais expostos às arbitrariedades do poder autocrático que, na actualidade, está concentrado nas mãos do chefe do governo, identificado Pedro Passos Coelho, supremo comandante das sofisticadas operações de cruzada contra os mesmos de sempre.
E empobrecendo as populações, cortando nos meios de subsistência dos reformados, dos funcionários, dos trabalhadores, dos carenciados, de todos que não têm forças e instrumentos reivindicativos e, também, desencadeados os adequados mecanismos de desemprego; foram assim sendo, objectivamente, criadas as condições tendentes à consumação mais ou menos acelerada dos óbitos dos visados.
Precisamente neste campo de realizações específicas atinentes ao plano traçado, Passos Coelho alcançou a glória. Pode orgulhar-se do assinalável êxito macabro; configurado no certamente elevado número de cidadãos que sucumbiram à fome, à doença, à falta de meios de subsistência e de alojamento, por decorrência das medidas designadas, eufemisticamente, por austeridade.
Todavia, nós proclamamos: Repulsiva glória, para tão malfazeja cruzada!

* P.S. - Embora da parte do ministro japonês tenha sido uma atitude inadmissível e reveladora de uma grande desumanidade, há nela, implícito, algum resquício de honestidade intelectual.
Aqui e agora, é forçoso anotar que enquanto o governante japonês manifesta o propósito, também assume frontalmente o odioso da funesta ideia e a respectiva responsabilidade. Em contraposição, os governantes portugueses, tendo em agenda semelhante intento, ocultam-no o mais que podem e disfarçam os meios e os instrumentos que utilizam para concretizarem o objectivo da solução final que se propuseram. 
Fim

quinta-feira, abril 24, 2014



As gralhas escondidas da apoquentação de Brasilino Godinho

Prezadas leitoras,
Caros leitores,

Pesaroso, venho solicitar-vos indulgência para um pecado que involuntariamente cometi ao dar por concluída e bastante revista a peça relacionada com o périplo do presidente Cavaco Silva, que hoje publiquei neste blogue.
O pecado consistiu na falta de discernimento para encontrar duas atrevidas, antipáticas, traiçoeiras (direi mesmo: detestáveis) gralhas que, sem me darem cavaco, à sorrelfa, se infiltraram durante a produção da referida peça.
A primeira, pousou na expressão duas empresas agora reposta no primeiro parágrafo, e a que faltava o s da palavra empresas.
A segunda, investiu com impetuosidade e grande desaforo no antepenúltimo parágrafo, e ousou substituir o apropriado adjectivo desacreditado da expressão notoriamente desacreditado por aqueloutro deplorável que apareceu indevidamente repetido e associado à palavra notoriamente.
Para mais sobressaltar o meu espírito devo confessar-vos o receio de que haja mais gralhas escondidas na obra aqui em causa. A verificar-se tão desagradável ocorrência deixo o antecipado voto de que os leitores sejam benevolentes para com o escriba signatário.
Também, devo apresentar desculpas pelas eventuais reacções de surpresa e desagrado que cada um de vós tenha experimentado ao dar-se conta da inconveniente presença de tão repelentes aves de arribação…
Contemplo-me reconhecido pela atenção dispensada, e manifesto-vos o meu apreço e os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho

Enquanto Cavaco Silva viaja e observa,

A malta observa e queda-se de espanto...

Brasilino Godinho



O Diário de Aveiro na edição de ontem, dia 22 de Abril de 2014, titulava: "Cavaco Silva observa hoje dinamismo empresarial”" e em corpo de texto informava que ele visitaria, na parte da manhã, fábricas em Ílhavo e Oliveira de Azeméis e na parte da tarde duas empresa em Felgueiras e Guimarães.

E, segundo o que veio ao conhecimento do público, tais ocorrências sucederam e foram enquadradas naquilo que se designou como sendo um périplo pelo país.

Só que o périplo se desenvolveu de forma espaventosa, com recurso a meios, instrumentos e demonstração de forças paramilitares que, tendo assustado as populações residente e flutuante, terá sido ignorada nas reportagens – o que talvez se justifique para não aterrorizar mais os portugueses, que sufocam de apreensão face ao estado de guerra, de iniciativa coelhal, vigente em Portugal, contra o povo português.

E aquilo que se viu em Ílhavo e que, tudo indica, se repetiu nas localidades onde o presidente fez augusta presença, constituiu a inequívoca amostra parcelar, de inspiração presidencial, do abrangente conflito que cada vez mais acentua a decadência de Portugal.

Uma guerra que se caracteriza por impor constrangimentos político/administrativos, desenvolver campanhas de coacção, lançar acções de intervenção policial e executar operações punitivas e destrutivas que abrangem o tecido social, a economia, o ensino, a saúde; com incidência especial nos funcionários públicos, nos reformados e nos jovens.

Retrocedendo um pouco: quando empregámos a expressão augusta presença pretendemos ilustrar a circunstância de sua excelência se ter feito antecipar e acompanhar por um corpo de forças expedicionárias que, incluindo a sua móvel guarda pretoriana e elementos do corpo de intervenção antiterrorista aquartelado em Lisboa era, no seu conjunto, formado por umas avantajadas dezenas de profissionais (pessoa de confiança aventou serem aproximadamente duzentos) e numerosos veículos do sector repressivo do Estado. Por sorte (ou azar?) às carrinhas não lhes faltou o combustível... Igualmente de anotar que todas estavam em condições mecânicas para operar nas movimentações presidenciais… (Vantagens que nem estão ao alcance de quantas esquadras policiais e corporações de bombeiros, amargamente, se queixam de terem as viaturas dos serviços correntes em hibernação e desactivadas por faltar o material sonante com que se compram os melões… e se providenciam as reparações).
Escusado será dizer que muitas pessoas em Ílhavo se assustaram e bastantes se sentiram incomodadas com as minuciosas inspecções a que foram submetidas sempre que, ocasionalmente, tiveram que se acercar a poucos metros da presidencial entidade.
Para além do contingente militarizado e aproveitando a boleia presidencial terá sobressaído nas cenas dos montados espectáculos paramilitares, um elevado número de acompanhantes a formar um aparatoso séquito de cavalheiros bem trajados e, em menor número, damas mui adornadas nas suas vistosas indumentárias, certamente satisfeitos por efectuarem mais uma agradável digressão turística ao norte de Portugal.
Se é facto de que os portugueses nunca chegam a saber de relatórios em que se descrevam os benefícios alcançados com tais périplos, também jamais conhecem os elevados custos desses autênticos devaneios político/turísticos que não se admitem num tempo de penúria geral e de endividamento do Estado.
Todos apercebem o imenso custo da guerra fratricida comandada pelo Sr. dos Passos vários e enviesados, que ele mesmo (coincidência: disse-o ontem) coelho assumido, “precisa de ser caçado e esfolado” – o que, convenhamos, já vai sendo tempo de sobra com vista a livrarmo-nos deste clima ou praga de calamidade nacional.
Porém, há que afirmar o seguinte: o país não se pode permitir o luxo de mais um avultado acréscimo no desperdício que representam as grandes despesas destas persistentes manifestações de intimidação ao Zé-Povinho e de poderio militar para uso, protecção desmesurada e ostensivo desfrute, do presidente Cavaco.
Se Cavaco Silva receia ser molestado e apanhado em contra-mão na guerra coelhal, então não se exponha e fique sossegado no Palácio de Belém onde a sua guarda pessoal lhe proporciona segurança e folga aos seus temores.
Além de que, obviamente, em vez das constantes viagens no território nacional e no estrangeiro, melhor seria que a presidencial figura, por norma, estivesse devidamente ocupada na reinação palaciana de Belém, rodeado dos seus numerosos cortesãos e cortesãs e confortavelmente assistido pelos muitos serventuários que preenchem o respectivo quadro de pessoal ao dispor de sua excelência – assim exercendo à semelhança da Rainha de Inglaterra…
Pois que poupava a Nação. Melhor aplicação era dada aos dinheiros dos contribuintes. E, também, os portugueses se livravam dos contínuos sustos suscitados pela presença ameaçadora dos profissionais da guerra coelhal, em curso no território português, frequentemente colocados de atalaia nas esquinas dos bairros citadinos e nas periferias das cidades sitiadas pelos aparatos militares ou militarizados.

É oportuno aqui deixarmos algumas interrogações, assaz pertinentes: 

  • O que Cavaco Silva observou efectivamente sobre o dinamismo empresarial? 
  • O que nas empresas é evidenciado dinamismo?
  • Quais as vantagens para o País, para a Economia, para as empresas e para os cidadãos, que decorrem das incursões observadoras do presidente Cavaco, muitíssimo devoradoras dos dinheiros dos contribuintes? 
  • O que de Cavaco irradia e se repercute no dinamismo das empresas? Para se dinamizarem e satisfazerem as encomendas, as empresas precisam mesmo das folclóricas visitas guiadas do presidente Cavaco?
  • Por acaso essas deambulações da criatura presidencial pelos gabinetes, escritórios e oficinas, provocam aumentos de produtividade nas empresas visitadas e asseguram prestígio e influência suficientes para dar azo a maiores vendas e exportações dos produtos?
  • Ou será que o cidadão em causa está fazendo tirocínio à custa do Zé-Povinho para daqui a dois anos iniciar uma auspiciosa carreira de vendedor? 
  • Não preveniu ele, in illo tempore, que vai tendo as suas finanças debilitadas e que a sua D. Maria só tem € 800 de mísera reforma? Atente-se que “homem prevenido vale por dois”…
  • Se houveram e persistem tantas despesas com os périplos, quais são as insofismáveis contrapartidas dos ganhos supostamente alcançados?

Bem considerando o que é tudo isto? Simplesmente, uma pacovice e estulta encenação que nem ao menos serve para “inglês ver”. Quando muito recomenda-se para iludir gente néscia - como é de acreditar que seja o objectivo a alcançar…
Pois, seja… E nisso se revejam os autores, os protagonistas, os demais artistas secundários, os encenadores, os pontos e os publicitários, do muito fraco, bastante deplorável, deveras escandaloso e notoriamente deplorável espectáculo do teatro/circo político que segue dentro de momentos…
Mas todos os envolvidos na farsa representada face ao público, retenham uma certeza: a maioria da população não os acompanha ou apoia nestes desregramentos e excessos.
A censura das más ou equívocas intenções e a condenação dos prejudiciais actos da autoria dos medíocres artistas do espectáculo político/governamental, vão persistir na sociedade portuguesa. Pelo menos, enquanto se mantiver este absurdo e detestável status quo.
Fim



segunda-feira, abril 21, 2014



Do Diário Digital/Lusa, com a devida vénia, transcrevemos o seguinte trecho:

Ministro da Defesa diz que saída limpa da troika é grande motivo de orgulho

O ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, disse hoje, em Ílhavo, que Portugal vai ter uma saída «limpa» do programa de ajustamento financeiro e que isso constitui um «grande motivo de orgulho» para todos os portugueses.

"No final de um programa de ajustamento muito exigente, em que foi preciso um grande sacrifício de todos nós, vamos ter a capacidade para sair de uma forma limpa, sustentável e que prudentemente garante um futuro mais otimista em relação a todos os portugueses", afirmou o governante.
As declarações de Aguiar-Branco surgem na véspera da chegada a Lisboa dos técnicos da missão da 'troika' para a 12.ª avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal, a última do período do resgate.
Para o ministro da Defesa Nacional, este último exame significa que todos os portugueses devem fazer um esforço para nunca mais voltar a ter necessidade de recorrer a este tipo de ajustamento.

O ministro Aguiar-Branco tem grande orgulho
do motivo constituído a seu bel-prazer…

Só que a malta repudia o motivo e o orgulho…

Brasilino Godinho

Há muito tempo que todos nós sabemos que este governo não é pacífico, nem vai de amores: com a paz; a convergência com o bem-comum; a concórdia entre pessoas; e a harmonia entre gerações. É de guerra!
Uma guerra que incide em sentido amplo e generalizado a todos os domínios do território nacional. Desde a tomada de posse que o governo, chefiado por Pedro Passos Coelho, adoptou uma atitude hostil de princípio e vem desencadeando  contínuas acções de desenfreada beligerância contra a sociedade portuguesa; especialmente, em relação à classe média, aos deserdados da fortuna, aos funcionários públicos e aos reformados. Igualmente, agressivas acções bélicas foram violentamente lançadas contra os sectores da Saúde, do Ensino e da Economia, que deram o resultado de milhares de famílias terem sido atingidas pelo flagelo do desemprego e pela fome. E, ainda, sobressaíram as investidas sobre os jovens que, cercados como num campo de batalha, em desvantagem face às forças antagónicas e numa conjuntura aflitiva, de arriscada sobrevivência físico/económica, foram obrigados a efectuar uma penosa retirada direccionada ao redutos familiares e acabaram por, acintosamente, ser escorraçados para o estrangeiro. Um sucesso que se traduziu na publicitada e mui festejada baixa da taxa do desemprego…
Do elenco governamental se poderá dizer que todos os seus membros são ministros da guerra. Uma guerra implacável que o actual governo tomou a peito empreender:  quer praticada em campo aberto; quer  prosseguida nos obscuros subterrâneos das toupeiras que se escondem, fugidias à claridade e em trincheiras convenientemente camufladas.
Sendo um conflito em permanência, já não causam estranheza as manobras envolventes e as sofisticadas tácticas que seguem estratégias delineadas para a consumação de nefastos objectivos a médio e longo prazos.
Daí, que agora os grandes artistas das  artes da guerra governamental que vai consumindo vidas e haveres, desencadeiem uma pertinaz campanha de intoxicação da opinião pública  com vista a bastante desvirtuar e muito disfarçar o sentido da orientação das políticas que o governo pretende aplicar nos próximos anos. E, também, a branquear os agressivos desmandos  governamentais e a encobrir, com as mais destrambelhadas falácias, todas as tenebrosas políticas que tantas e numerosas desgraças tem causado em inúmeras famílias portuguesas e que vão provocando a sistemática destruição do País.
Assim, prevenidos, atentemos na incrível ousadia e despudorada  atitude, de coloração negra, do ministro Branco, titular do antónimo Ataque/Guerra (sucedâneo do que num Estado de Direito seria credível ministro da Defesa), ao vir agora dizer que a saída suja (apresentada como limpa) do rotulado “programa de ajustamento financeiro”, constitui um “grande motivo de orgulho para todos os portugueses” – ideia que está de todo afastada do sentir da maioria dos indígenas da Lusa Pátria. Aliás, é sentimento entendido sem esforço de interpretação por qualquer cidadão livre, sério e responsável, dotado de normais faculdades de alma.
Vamos entender-nos: O denominado ministro da Defesa denota que está consciente da natureza beligerante do seu ministério que, frisamos, com fachada de Defesa é de facto um ministério de Ataque, melhor explicitando: de Guerra (como o são todos ministérios do actual governo, com grande destaque para o das Finanças.).
E Aguiar-Branco não perde oportunidade para marcar o seu território bélico onde se sente como peixe na água.
E tão empenhado e ardoroso se mostra nos desempenhos artilheiros que resvala frequentemente para a sombria área do absurdo. Na transcrição que antecede este texto dá disso prova concludente. Declarar que os sacrificados e atormentados portugueses têm orgulho de todas as maldades e barbaridades de que foram vítimas a coberto do famigerado ‘programa’, para além de ser um disparate é, também, um abuso de confiança generalizado a milhões de portugueses. Mais: um ultraje ao vulgar ser pensante. E, sobretudo, uma profunda, inqualificável, desonestidade intelectual. Realçamos: quem não se respeita a si próprio, jamais respeitará o próximo.
Igualmente, há instantes, lemos  no sítio do SAPO, na Internet, que outro ministro da guerra governamental, Paulo Portas, voltou a dizer que “Portugal terá sempre uma saída limpa”. MENTIRA! Terá sempre uma saída suja, tresandando a putrefacção.  Porém, entenda-se a insistência destes guerreiros: eles parecem convencidos de que “uma mentira repetida constantemente acabará por ser aceite como verdade.” Os portugueses que se cuidem… Existe esse perigo. Urge desmascarar este desígnio maquiavélico, Face aos combatentes governamentais estejamos alerta e nem lhes demos tréguas na luta em prol da verdade.
Por outro lado e atendendo às terríveis consequências e às enormes destruições do tecido social do país, advindas de um cego processo de malfeitorias levada a cabo por tal grupo de governantes insensíveis, beligerantes, prepotentes e notoriamente impreparados para as funções em que foram investidos – deplorável situação que permanece em Portugal numa inequívoca demonstração da fragilidade do regime vigente, acentuadamente autocrático, travestido de democrático, que não tem instrumentos correctores de tão manifesta precariedade ou insuficiência político/administrativa a nível do Poder Central - nunca por nunca será admissível falar-se de saída limpa. Pela razão de que a hipotética saída está irremediavelmente comprometida, porque assente num horrível quadro de sofrimentos e mortes que atingiram imensos portugueses. E isso, sendo um grande drama nacional, precisa de ser classificado sem tibiezas e com todas as letras: constitui uma incomensurável sujidade.
Incomensurável sujidade que cobre não só os governantes mas, também, quantos políticos e  jornalistas que os apoiam com descaro e subserviência e que nenhum detergente apaga, desfaz ou limpa.
Enfim, sobre a “Saída” deixamos uma sugestão aos cidadãos deste país: chamem-lhe uma saída pela porta das traseiras  do soturno e repelente edifício da baixa política à portuguesa usança.
Fim

domingo, abril 20, 2014




Abram alas! Abram alas!
‘Deixem passar esta linda brincadeira,
Lá da ilha da Madeira...
Brasilino Godinho

A Ilha da Madeira é um território rodeado de oceano (Atlântico) por todos os lados... É classificada com a designação de Pérola do Atlântico.
Também a Ilha da Madeira é admirada como um bonito jardim. Dela se poderá dizer que é a Madeira dos Jardins: do Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim (ser dominador… situado na grande área política, em conjunção com limitado fervor religioso) e do Jorge Manuel Jardim Gonçalves (ser contemplador… sitiado na pequena área religiosa (Opus Dei) em comunhão com discreta devoção política).
Reparem os leitores que, eventualmente, por perspicaz atenção dos progenitores houve o cuidado de singularizar a dual e confundível paridade de Gonçalves/Jardim ou, se quisermos, com mais precisão, Jardim/Gonçalves. Porque - conjecturamos - se terão colocado a quem de direito paternal ou oficial as embaraçosas interrogações: Quem é mais ou menos Jardim? Quem é mais ou menos Gonçalves? Em confronto estavam dois Gonçalves; e, em simultâneo, neles próprios configurados dois Jardins; estes, certamente de regular compleição física, associada a esmero acabamento corporal e atempada formatação mental – um e outra, obviamente emergentes de enternecida criação dos respectivos e embevecidos progenitores.
Um imbróglio de todo tamanho que poderia ter ocasionado conflitos entre clãs madeirenses, mas que oportunamente terá sido resolvido ao jeito salomónico: distribuíram-se os apelidos em contraposição nominal, de forma distinta, sempre com vista a não se confundirem as respectivas identidades. Uma interessante solução que foi concretizada - acentue-se - com invulgar acerto e objectividade. E assim temos: o madeirense Gonçalves Jardim, destemido e obstinado chefe político e brilhante animador mor dos corsos carnavalescos do Funchal e o madeirense Jardim Gonçalves, recalcitrante e assaz aventuroso artífice das grandes jornadas bancárias. Estes dois Jardins, igualmente dois Gonçalves, a lembrarem a existência de irmãos siameses, pertenças de famigeradas estirpes nativas da Madeira, parecem ter uma particularidade comum: estão longe da celebrada qualidade das cepas e das boas pingas madeirenses… Porém, são duas complexas matérias vivas da natureza madeirense. Dois jardins de se lhes tirar o chapéu, mas que têm a característica de desenvolver uma invulgar produção de alergénios altamente invasivos que afectam, sobremodo, as funções olfactivas de indiferenciados indígenas continentais (os nomeados cubanos, segundo a meiga terminologia do Jardim que se identifica por Alberto João Cardoso Gonçalves). O outro, como o leitor já se deu conta, reage ao chamamento de Jorge Manuel Gonçalves (sem que esqueçamos que está entremeado de Jardim - qual substância nutritiva do ego ou elemento decorativo a compor um deslumbrante quadro pictórico).
Aquele, Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim, é político estilo raposa matreira que, por acaso, não consta que assalte capoeiras; sendo, embora, o grande chefe político do arquipélago – um espaço territorial, por sinal, convertido em vasto pomar de laranjas, de enorme duração, que permanece imune às pragas dos insectos devoradores e aos assaltos de formigas infectadas e depredadoras…
Em contraposição, o banqueiro Jorge Manuel Jardim Gonçalves, em tempos não muito recuados, tropeçou nos imensos capitais acumulados em caves de determinados estabelecimentos bancários e caiu fragorosamente. Ficou bastante combalido. Todavia, manteve-se sempre altivo e muito senhor do seu aquilino nariz. Diga-se de passagem, que posicionado com um vago e desdenhoso sorriso de amigo da onça. Também, caso insólito, nem perdeu o pio… Desde então, até recente data, tem passado em sabida convalescença que o trouxe a um promissor estádio de finório de rija têmpera. A tal salutar ponto que já tem o aspecto de estar fortalecido para investir sobre as curvas... das sinuosas vias de penetração nos florescentes campos onde despontam as apetecidas searas bancárias.
Precedendo vigorosa predisposição e fortalecida preparação instrumental – mui auspiciosa, sublinhe-se! – aí o temos, também lançado vigorosamente em direcção à arena onde se disputam as influentes finanças. Um Jardim Gonçalves, ora reciclado, que se constitui como brilhante figura emblemática da enigmática (até rima...) Opus Dei.

De tudo isso temos tido uma copiosa e vistosa informação mediática: várias notícias, apontamentos avulsos, algumas entrevistas e diversas reportagens com Jardim Gonçalves. O que denota cuidada programação e uma realização bastante requintada, algo sofisticada e, provavelmente, muito dispendiosa.

O cenário que se nos depara até faz lembrar a história da Nau Catrineta, do ‘Romanceiro e Cancioneiro Geral’, de Almeida Garrett.

Desta vez, a nau nem virá da Madeira. Mas já na costa, à beira Tejo, frente à Torre de Belém, não longe do Palácio de S. Bento, ouve-se o cântico:

Lá vem a Nau Catrineta que tem muito que contar.
Ouvide, agora, senhores, uma história de pasmar.

Ao Jardim Gonçalves,
Tomou-o um anjo nos braços
Não no deixou afogar.
Deu um estouro o demónio
Acalmaram vento e mar. 

À noite a Nau Catrineta
Estava em terra a varar,
E, logo, em Lisboa o Gonçalves
Alegremente a jardinar.

E como todos os contos de encantar,
Este terá um final feliz;
Para indígena dormir ou ensodar…

Enfim,
Caso para proclamar: Volta Gonçalves (tu, Jorge Manuel)! Jardim que és, estás mui plantado! Decerto, bem acompanhado! E melhor abençoado!... 
Fim

sábado, abril 19, 2014




Em directo na TV: Um paradigma de
colaboração oculta e promiscuidade
entre jornalistas e governantes


Brasilino Godinho

Da  EDIÇÃO PORTO, do PÚBLICO, de 16 de Abril de 2014, transcrevemos com a devida vénia, os seguintes trechos do artigo «Impulso jornalístico», de Rui Tavares:

«Deu-se ontem na entrevista de José Gomes Ferreira a Pedro Passos Coelho, um momento de verdade suprema.»
«A realidade, porém, não só ultrapassou a imaginação como a ultrapassou e fugiu. No único momento em que José Gomes Ferreira se lembrou de insistir numa pergunta, Pedro Passos Coelho franziu o sobrolho e levou o jornalista a escusar-se: "Desculpe, foi um impulso jornalístico.»

«Quando um jornalista pede desculpa por fazer jornalismo está tudo dito.
Um dia, este Governo conseguirá que os juízes peçam desculpa por fazer justiça, os pensionistas por estarem vivos e os desempregados por ainda não terem emigrados.»
«De resto foram vários os "impulsos jornalísticos" que foram suprimidos durante a entrevista.»
(Fim de citação)

Nosso comentário:
Geralmente são conhecidos os casos de jornalistas alinhados com o Poder instituído a cada legislatura e que a um observador atento não passam despercebidos. Também é verdade que há profissionais da Imprensa que disfarçam a condição de subserviência funcional ou ideológica o mais que lhes é possível. E às vezes, com relativo êxito operacional dado o contexto de debilidade cultural da sociedade portuguesa inerente ao avantajado número de analfabetos primários, funcionais e culturais, que existem em Portugal.
Todavia, esses jornalistas, apesar de todos os cuidados e expedientes postos no uso da máscara, por vezes, descaem-se e... põem-se de cócoras obscenamente, em patética e deprimente exposição pública.
E o caso aqui citado é - sem margem para dúvidas - um expressivo, sintomático, paradigma de subserviência do jornalista perante o governante. Mas, não só! Igualmente, é demonstrativo de colaboração encoberta e da promiscuidade existente entre vários jornalistas e os actuais governantes.
Demos os nomes à coisa aqui em foco:
- Uma denegação político/democrática (por parte do governante).
- Uma repulsiva abjecção jornalística (por parte do jornalista).
Fim

P.S. Os coloridos e sublinhadas foram introduzidos por Brasilino Godinho.

sexta-feira, abril 18, 2014



EIS MAIS UMA PREOCUPAÇÃO...
AS IMPUTAÇÕES MENTIROSAS
SOBRE OS ACTUAIS GOVERNANTES...
Brasilino Godinho
Tenho a grata impressão que alguns perspicazes cidadãos portugueses já terão apercebido que bastantes jornalistas são useiros e vezeiros na indecente prática de imputar a Passos Coelho e seus companheiros de governação aquilo que eles não disseram ou nem sequer pensaram quando, todos os dias, abnegadamente(…), falam aos microfones que lhes são postos na frente, com toda a solicitude e deferência. Porém, disfarçando dúbias intenções, como se lhes estivessem a passar ardilosa rasteira…
Atrevo-me a considerar que tal promíscuo, defeituoso, relacionamento entre jornalistas e governantes preocupa, sobremodo, todos os portugueses que estão de pé atrás e com afiada espada em riste sobre as frágeis, desguarnecidas, cabeças das criaturas ministeriais…
É um espanto que digam eles (governantes) o que disserem: banalidades, parvoeiras, afirmações de duvidosa credibilidade, grosseiros vaticínios ou mesmo autênticos disparates, é certo que os seus interlocutores jornalistas ou meros estagiários destacados para aqueles precisos e previamente determinados momentos de fraterno convívio, logo comentam, transmitem e repetem até à exaustão que Passos Coelho ou qualquer dos ministros, garante ou garantiu que isto ou aquilo é, foi ou será assim cosido, assado,  frito, por diligente cozinheiro, em lume brando e com os adequados temperos(...). Isto é: desvirtuam totalmente a realidade e o sentido da elocução dos declarantes.
Aliás, uma característica dos actuais governantes é que não sabem, nem podem, muito menos querem, garantir o que quer que seja. De dar garantias com verdade, convicção e credibilidade, fogem eles, como o Diabo foge da cruz – mesmo admitindo, por absurdo, que garantir algo fosse sua reconhecida capacidade.
Além disso sempre acontece que o chefe Passos Coelho e seus colaboradores, só empregam o tal termo, significando hipotética garantia, nos tempos verbais correspondentes ao presente e ao futuro 'quando o rei faz anos' (o que sucede raramente, como todos sabemos). E quando o fazem, é para indígena iludir ou “inglês ver”…
Trata-se de um generalizado procedimento deplorável dos jornalistas que põem nas bocas de tais entidades aquilo que não expressaram - o que é um abuso de confiança e, afinal, uma calúnia… Com a agravante de pôr em causa a já per se abalada honorabilidade das referidas personalidades...
Entretanto, o prevenido cidadão fica na expectativa de que os visados (os governantes de tantos desencantos) interponham nos tribunais providências cautelares sempre que se disponham a prestar declarações à imprensa – porque ’gato escaldado de água fria tem medo’…
Avisados andariam os jornalistas se tivessem mais tento na língua em todas as ocasiões que os actuais governantes lhes surjam pela frente dispostos a imitar os cânticos das aves canoras e das tágides que se exibem junto ao Terreiro do Paço, na capital alfacinha...
Porém, acrescente-se: tudo isto é lastimoso fado e preocupação acrescida na medida em que se traduz numa dor de alma para os indígenas mais susceptíveis que, infelizmente, se confrontam diariamente com o desaforo das garantias concebidas e debitadas pelos solícitos jornalistas que assim se substituem aos declarantes e julgam estarem a prestar um grande serviço em sede e creditação dos invulgares governantes.
Por sinal, estes últimos, jovens abancados na avantajada mesa governamental, demasiado distraídos ou embevecidos, nem se apercebem que estão sendo usados e abusados pela rapaziada dos jornais; provavelmente julgando haver uma comum, utilitária, quiçá rendível, fraternidade de juventudes...
Fim

quarta-feira, abril 16, 2014



Dois apontamentos
de Brasilino Godinho

Primeiro:
Passos Coelho engana o Zé-Povinho:
“Não  podemos ter salários e pensões
acima da produtividade”

Um engano que é um tiro pela culatra…
Também um embuste configurado no âmbito pessoal.
Porque ele, chefe do governo, pode! Tem a faca e o queijo na mão…
De uma coisa estão os portugueses certos: o chefe Passos Coelho e os seus companheiros do governo, pelo que se verifica a olho nu, podem (por posse e uso  de instrumentos de poder) ter salários e pensões acima das suas fracas produtividades. Visto que todos sabemos quanto baixa (ainda por cima nefasta) é a produtividade de cada uma das excelências.
Entretanto, a malta vai tendo salários e pensões abaixo da produtividade que, geralmente, por pequena que seja, é superior à dos membros do governo…
Portanto, o Zé-Povinho, mesmo sem evocar a igualdade de direitos consagrados pela Constituição da República Portuguesa, deve impor (se possível com o apoio ou a bênção da Igreja) discernimento à rapaziada governamental: ou há moralidade ou todos apanham pela medida grande… de não ter salários acima da produtividade.

Segundo:
Três artistas: Coelho, Portas e Albuquerque…
Três encenações eleitoralistas em 24 horas…

Portas apareceu num encontro com delegações dos partidos com o mesmo guião para a reforma do Estado que apresentara em Dezembro p.p. – o que denotou nula produtividade, desde então, em matéria de reconhecida necessidade. Nada de novo apresentou aos interlocutores.
Albuquerque surgiu numa conferência de imprensa sem dominar completamente os processos dos cortes nos salários e nas pensões, desculpando-se que estava chegando do estrangeiro e não tivera oportunidade de ler o relatório da comissão encarregue do respectivo estudo.
Coelho, o artista principal do elenco governativo, deu uma entrevista, há poucas horas, no palacete de S. Bento que, pelos comentadores das televisões e partidos da oposição, foi classificada de um fiasco, sem qualquer indicação credível de reverter a lamentável situação que afecta a população portuguesa.
Durante a entrevista ditou aquela “sentença” que citámos e que consideramos ter sido um tiro que lhe saiu pela culatra…
Do “discurso” o mínimo que se pode dizer é que foi mais do mesmo. Nele não se descortinou objectividade! Nem fulgor! Sequer orientação mobilizadora! A criatura está obcecada pela austeridade e pelo único rumo que concebeu para o País: o do empobrecimento geral.
Deste teatro-circo político decorre uma interrogação de espanto: até a que limites irrecuperáveis terá que chegar a decadência de Portugal de modo a suscitar forte reacção contra este processo em curso de destruição e aniquilamento da nação portuguesa?
Fim

domingo, abril 13, 2014



Por imperativo cívico.
Por razão de transparência.
Por intento de elucidação.
Brasilino Godinho

Na sequência do meu escrito ‘Como diria a Ti Maria dos Canaviais’ enviado aos meus leitores no final da noite de ontem e com o propósito de completá-lo e proporcionar o pleno conhecimento da questão suscitada com o aludido recebimento da mensagem de entidade que designo pelo senhor Xis, transcrevo a mesma e junto-lhe o texto da resposta que dê pela via da Internet.
A mensagem do Sr. Xis, foi uma reacção ao ‘Apontamento de Brasilino Godinho’ sobre o morticínio reconhecido pelo vice-presidente do Governo Regional da Madeira, Dr. João Cunha e Silva – também publicado no meu blogue e, há dois dias, remetido aos meus leitores.

Mensagem do Sr. Xis recebida por Brasilino Godinho
Meu Caro Dr. Brasilino Godinho,
A propósito da situação portuguesa, o meu amigo já cita o Holocausto!
Não percebe que esse tipo de afirmações, além de serem um pouco ridículas para si, são ofensivas para as vitimas do Holocausto?
Haja um pouco de bom senso -- e de respeito por esses milhões de mortos... 
Cumpments,
Xis

 Mensagem/Resposta de Brasilino Godinho ao Sr. Xis

Caro Sr. Xis

Aos pretextos evocados por alguns rostos pálidos da nossa pior sociedade político/governamental, para iludir ou justificar as mortes dos portugueses a que aludia o insuspeito vice-presidente do Governo Regional da Madeira - circunstancialismo que eu corroboro - só faltava este, inopinado, assaz imaginativo, agora apresentado pelo Sr. Xis: tais óbitos de portugueses não devem ser mencionados por respeito aos milhões de mortos do Holocausto; ainda que, na sua singular óptica, tenhamos de omitir esses mortos portugueses (porventura, alguns milhares, vítimas das políticas dos actuais governantes) e, consequentemente, a eles desrespeitar-lhes as memórias.
Se praticar esse desrespeito para com os mortos portugueses é no entender do Sr. Xis, bom senso, terei que lhe dizer que dele não compartilho. Aliás, suscita-me a maior repulsa.
Uma atitude do Brasilino Godinho que o Senhor Xis se apressou a classificar de ridícula. Pois que o seja! – consoante o seu equívoco critério selectivo.
E digo equívoco, porque - recorrendo à sua expressão - V. Ex.ª não se apercebeu que, não havendo comparação possível entre a dimensão trágica dos horrores do Holocausto e o morticínio que, há três anos a esta parte, se vem praticando em Portugal, pela calada da noite de obscuridade em que estamos imersos, são, todavia, algo semelhantes as justificações (por mim enunciadas) para aquilo que se vem praticando no território nacional, dos chamados bons costumes e que expressa aquele factor comum a ambas situações dos anos 40 , na Alemanha e  dos três últimos anos em Portugal: o desenlace mortal para as suas vítimas. Visto que os processos usados em Portugal, sendo incontestavelmente mais suaves e menos expostos à visibilidade mediática, conduzem ao mesmo término: a morte dos indígenas violentamente agredidos na sua dignidade e feridos no corpo e na alma.
Devo destacar que assim procedendo também estou a respeitar quantos milhões de portugueses estão vivos e passando indizíveis privações e sofrimentos. Para eles, vai toda a minha grande veneração!
Creio que a sua mensagem, aqui respondida, terá sido escrita de forma impulsiva. Aliás, é descabida, porque inserida fora do contexto que pretendia contemplar. De qualquer modo, assinalo o facto de que ao fim de 82 anos de vida alguém me acusa de falta de bom senso - o que ilustra a asserção de que há sempre uma primeira vez.
É uma casualidade. Também uma curiosidade.
Fica o registo.
Com os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho