Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, abril 26, 2014



A política assente na aldrabice.
Eles são ‘irrevogáveis’ mentirosos
Pelo que estamos entregues à bicharada…

Brasilino Godinho
Com a devida vénia, transcrevemos o que acabamos de ler da autoria de  Sara Rodrigues, com origem no SAPO e na revista VISÃO:


Pensões: O melhor mesmo é falecer?

Um secretário de Estado anuncia que as pensões vão estar indexadas ao crescimento económico e à demografia. O primeiro-ministro diz que é especulação. A Comissão Europeia aclara, num relatório, que o Governo se comprometeu com essa solução. Anatomia de uma jogada.
Sara Rodrigues
9:30 Sábado, 26 de Abril de 2014 |



1 - Bola ao centro
Em setembro, o Governo aprovou a lei que previa a convergência entre as pensões da Caixa Geral de Aposentações (setor público) e as da Segurança Social (privado). O diploma estipulava um corte de 10% nas pensões da CGA superiores a 600 euros.
Hélder Rosalino, então secretário de Estado da Administração Pública, disse que "estas medidas abrangem cerca de dois terços dos pensionistas do Estado, representando cerca de 350 mil pessoas", com um "impacto orçamental direto de €720 milhões".
2 - Chuto para canto
O diploma chegou ao Palácio de Belém e Cavaco Silva enviou-o para fiscalização preventiva no Tribunal Constitucional.
O Presidente da República já tinha avisado que considerava a convergência das pensões como "a criação de um novo imposto extraordinário sobre o rendimento dos pensionistas da Caixa Geral de Aposentações".
3  - Guarda-redes alivia
Os juízes do Palácio Ratton chumbam, por unanimidade, a lei da convergência de pensões.
De forma a suprir a verba em falta, o Governo resolveu o problema baixando para mil euros (era de €1 350) o montante a partir do qual as pensões são afetadas pela Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES).
Desta vez, Cavaco Silva não pediu clarificações ao TC, mas os deputados da oposição sim. Aguarda--se a decisão dos juízes.
4 - Rasteira à entrada da área
Há três semanas, o secretário e Estado da Administração Pública, José Leite Martins, chamou jornalistas de vários órgãos de comunicação social para um briefing. A "fonte das finanças", como ficou conhecido, revelou que as pensões seriam indexadas ao crescimento económico e à demografia. As reformas passariam a ser variáveis, todos os anos.
5 - Livre direto e cartão amarelo
De visita oficial a Moçambique, o primeiro--ministro apressou-se a afirmar que era tudo "especulação", pois não havia tomado qualquer "decisão". E apelou a "todos os membros do Governo para que contribuam para um debate sereno" acerca do assunto. A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, também estava fora, em Washington, no dia em que a notícia fez a manchete de vários jornais.
6 - Barreira posiciona-se

Marques Guedes, ministro da Presidência, saltou em defesa do Governo, acusando os jornalistas de "manipulação da informação" e "interpretação exagerada".

Paulo Portas, em debate na Assembleia da República, referiu que "foi um erro" não explicou se estava a falar do briefing ou das informações veiculadas por Leite Martins porque "não conheço qualquer documento" e, sem ele, "o Governo não pode ter feito qualquer avaliação política, muito menos tomado qualquer decisão política".

7 - Remate ao poste
Faltava ouvir Leite Martins, a "fonte das Finanças". O que veio a acontecer na Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República. Mas o secretário de Estado quis encerrar a questão utilizando uma expressão em latim: "Roma locuta, causa fi nita" ("Roma falou, o assunto está resolvido.") Roma é, aqui, Passos Coelho, e Leite Martins explicou ser "um membro do Governo alinhado com a posição do primeiro-ministro".
8 - Árbitro manda repetir
Mas existia, sim, um documento, revelado  no domingo, 13: as pensões devem passar, já em 2015, a depender de fatores económicos e indicadores demográfi cos. É o que diz o relatório da Comissão Europeia que fecha a 11.ª avaliação da troika sobre os compromissos de Portugal. Este documento é de 19 de março. O briefi ng da "fonte das Finanças" foi a 26. Passos e Portas dizem agora, em uníssono: "Não há novidades sobre o assunto". Autogolo?


Breves considerações de Brasilino Godinho
A crónica, acima transcrita, da jornalista Sara Rodrigues demonstra o que são as continuadas práticas de embuste do chefe do governo e de alguns ministros, em particular e do governo, de um modo geral.
Depois de lermos esta elucidativa descrição da indecente novela dos cortes das pensões dos reformados e dos vencimentos dos funcionários públicos, perguntamos:
Como é possível que governantes tão muitíssimo desacreditados que mentem a toda a hora; que incumprem sistematicamente as promessas feitas; que enganam, acintosamente, os crédulos ou míopes cidadãos; que constantemente deturpam os factos; que, por habituação e deformação intelectual, encobrem as malévolas intenções; que escondem os dados comprometedores da ineficácia da acção político/administrativa; que constantemente atacam os direitos dos indígenas que somos e a muitos de nós encaminham para a pobreza, para o desemprego, para a morte ou para a emigração (em especial os jovens); que promovem a degradação ou inoperância dos serviços: da Segurança Social, de Saúde, do Ensino Público e das forças militares e policiais; que esbanjam avultados meios financeiros em gastos supérfluos de luxo e de ostentação mediática; que passam o tempo a viajar pelo território nacional e pelo estrangeiro; que gastam milhões de euros à tripa-forra: quer nas contratações de pareceres jurídicos de gabinetes dos advogados compinchas, quer nos contratos de recrutamentos directos de rapazes e raparigas (na faixa etária dos vinte e poucos anos), membros das suas ‘jotas’, para serem (imagine-se!) nada menos que especialistas de coisa nenhuma, principescamente remunerados, a exercerem suas habilidades nos gabinetes ministeriais; que se manifestam indiferentes à omnipotente corrupção existente no vasto espaço da governação; que facilitam ou colaboram na progressão das grandes fortunas; que asfixiam as empresas e sobrecarregam os contribuintes com sucessivos impostos; que promovem aumentos dos preços de bens essenciais de consumos correntes; que geraram e dão sustentáculo ao clima de medo e de insegurança radicado na sociedade portuguesa; que se puseram de cócoras perante a Sr.ª Merkel na perspectiva de serem elogiados como bons e aplicados alunos das suas equívocas políticas, em detrimento da defesa dos interesses de Portugal que se deviam conjugar com os da Espanha, Itália, França e Grécia; que descuraram a Economia e o desenvolvimento do país, para se renderam às imposições do triunvirato internacional que vem tutelando o Estado português, tendo até ultrapassado as exigências consignadas no famigerado Memorando, o que acarretou o implacável sofrimento do povo português e a situação calamitosa em que nos encontramos; que menosprezam e, com persistência, violam a Constituição; que fazem tábua rasa de princípios fundamentais da cidadania concernentes aos valores da Política, da Ética, da Moral, da Democracia, da Justiça, da Solidariedade, da Liberdade, da Igualdade - afinal, qualidades, virtudes ou atributos emblemáticos e insubstituíveis, da República - continuem com inaudita sanha a destruir a Nação, a arruinar o Estado e a aniquilar Portugal, desfigurando irremediavelmente a imagem de país lusitano que se impõe ser digno, independente e prestigiado na Europa e no Mundo?
Quem acredita nesta gente que actualmente assenta no Poder? 
Importa que estejamos conscientes da incomensurável dimensão trágica já atingida por esta obscura e terrível situação. Tudo isto, sintetizemos: É um arrepiante escândalo! É uma amargurada vergonha. É um imenso drama nacional!
Urge acabar com tal ‘parada da paródia’ do teatro/circo da baixa política!”
Há que tomar providências!

Nota final
A peça escrita de Sara Rodrigues tem um título que interpela o leitor:
Pensões: O melhor mesmo é falecer?
Só que a interrogação perde sentido quando todos já percebemos que é esse o desígnio de Passos Coelho. Prosseguir o objectivo das mortes de uns tantos milhares de portugueses é a meta desejada. Um expediente que, em sede de previsão contabilística, potencia o alívio dos encargos do Orçamento e que, em caso de pleno sucesso (ampla, generalizada mortandade), tenderia a equilibrar as contas da Segurança Social. Tal processo de opressão social em curso é disfarçado e iludido com o uso e abuso de inúmeras falácias e de indecorosas tiradas retóricas veiculadas pelos jornais, rádios e televisões (o ministro das Finanças, do governo do Japão, foi mais coerente quando, há poucos meses, disse preto no branco: “Salvem-se as finanças do Estado, morram os velhos!”). *
Aliás, logo no início do seu mandato legislativo Pedro Passos Coelho disse ao que vinha e ameaçou que ia provocar o empobrecimento geral.
Por sinal, depois, verificou-se que esse empobrecimento estava direccionado, praticamente, para todos quantos portugueses estão mais expostos às arbitrariedades do poder autocrático que, na actualidade, está concentrado nas mãos do chefe do governo, identificado Pedro Passos Coelho, supremo comandante das sofisticadas operações de cruzada contra os mesmos de sempre.
E empobrecendo as populações, cortando nos meios de subsistência dos reformados, dos funcionários, dos trabalhadores, dos carenciados, de todos que não têm forças e instrumentos reivindicativos e, também, desencadeados os adequados mecanismos de desemprego; foram assim sendo, objectivamente, criadas as condições tendentes à consumação mais ou menos acelerada dos óbitos dos visados.
Precisamente neste campo de realizações específicas atinentes ao plano traçado, Passos Coelho alcançou a glória. Pode orgulhar-se do assinalável êxito macabro; configurado no certamente elevado número de cidadãos que sucumbiram à fome, à doença, à falta de meios de subsistência e de alojamento, por decorrência das medidas designadas, eufemisticamente, por austeridade.
Todavia, nós proclamamos: Repulsiva glória, para tão malfazeja cruzada!

* P.S. - Embora da parte do ministro japonês tenha sido uma atitude inadmissível e reveladora de uma grande desumanidade, há nela, implícito, algum resquício de honestidade intelectual.
Aqui e agora, é forçoso anotar que enquanto o governante japonês manifesta o propósito, também assume frontalmente o odioso da funesta ideia e a respectiva responsabilidade. Em contraposição, os governantes portugueses, tendo em agenda semelhante intento, ocultam-no o mais que podem e disfarçam os meios e os instrumentos que utilizam para concretizarem o objectivo da solução final que se propuseram. 
Fim