Do Diário Digital/Lusa, com a
devida vénia, transcrevemos o seguinte trecho:
Ministro da Defesa diz que saída limpa da troika é grande motivo de orgulho
O ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, disse hoje, em Ílhavo, que Portugal vai ter uma saída «limpa» do programa de ajustamento financeiro e que isso constitui um «grande motivo de orgulho» para todos os portugueses.
"No final de um programa de ajustamento
muito exigente, em que foi preciso um grande sacrifício de todos nós, vamos ter
a capacidade para sair de uma forma limpa, sustentável e que prudentemente
garante um futuro mais otimista em relação a todos os portugueses",
afirmou o governante.
As declarações de Aguiar-Branco surgem na véspera
da chegada a Lisboa dos técnicos da missão da 'troika' para a 12.ª avaliação do
Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal, a última do período
do resgate.
Para o ministro da Defesa Nacional, este último
exame significa que todos os portugueses devem fazer um esforço para nunca mais
voltar a ter necessidade de recorrer a este tipo de ajustamento.
O
ministro Aguiar-Branco tem grande orgulho
do motivo constituído a seu bel-prazer…
Só que a malta repudia o motivo e o orgulho…
Brasilino
Godinho
Há
muito tempo que todos nós sabemos que
este governo não é pacífico, nem vai de amores: com a paz; a convergência com o
bem-comum; a concórdia entre pessoas; e a harmonia entre gerações. É de guerra!
Uma
guerra que incide em sentido amplo e generalizado a todos os domínios do
território nacional. Desde a tomada de posse que o governo, chefiado por Pedro
Passos Coelho, adoptou uma atitude hostil de princípio e vem desencadeando contínuas acções de desenfreada beligerância contra
a sociedade portuguesa; especialmente, em relação à classe média, aos
deserdados da fortuna, aos funcionários públicos e aos reformados. Igualmente, agressivas
acções bélicas foram violentamente lançadas contra os sectores da Saúde, do
Ensino e da Economia, que deram o resultado de milhares de famílias terem sido
atingidas pelo flagelo do desemprego e pela fome. E, ainda, sobressaíram as
investidas sobre os jovens que, cercados como num campo de batalha, em desvantagem
face às forças antagónicas e numa conjuntura aflitiva, de arriscada
sobrevivência físico/económica, foram obrigados a efectuar uma penosa retirada direccionada
ao redutos familiares e acabaram por, acintosamente, ser escorraçados para o
estrangeiro. Um sucesso que se
traduziu na publicitada e mui festejada baixa da taxa do desemprego…
Do
elenco governamental se poderá dizer que todos os seus membros são ministros da
guerra. Uma guerra implacável que o actual governo tomou a peito empreender: quer praticada em campo aberto; quer prosseguida nos obscuros subterrâneos das
toupeiras que se escondem, fugidias à claridade e em trincheiras convenientemente
camufladas.
Sendo
um conflito em permanência, já não causam estranheza as manobras envolventes e
as sofisticadas tácticas que seguem estratégias delineadas para a consumação de
nefastos objectivos a médio e longo prazos.
Daí,
que agora os grandes artistas das artes
da guerra governamental que vai consumindo vidas e haveres, desencadeiem uma
pertinaz campanha de intoxicação da opinião pública com vista a bastante desvirtuar e muito disfarçar
o sentido da orientação das políticas que o governo pretende aplicar nos
próximos anos. E, também, a branquear os agressivos desmandos governamentais e a encobrir, com as mais
destrambelhadas falácias, todas as tenebrosas políticas que tantas e numerosas
desgraças tem causado em inúmeras famílias portuguesas e que vão provocando a
sistemática destruição do País.
Assim,
prevenidos, atentemos na incrível ousadia e despudorada atitude, de coloração negra, do ministro Branco,
titular do antónimo Ataque/Guerra (sucedâneo do que num Estado de Direito seria
credível ministro da Defesa), ao vir agora dizer que a saída suja (apresentada
como limpa) do rotulado “programa de
ajustamento financeiro”, constitui um “grande
motivo de orgulho para todos os
portugueses” – ideia que está de todo afastada do sentir da maioria dos indígenas
da Lusa Pátria. Aliás, é sentimento entendido sem esforço de interpretação por
qualquer cidadão livre, sério e responsável, dotado de normais faculdades de
alma.
Vamos
entender-nos: O denominado ministro da Defesa denota que está consciente da
natureza beligerante do seu ministério que, frisamos, com fachada de Defesa é
de facto um ministério de Ataque, melhor explicitando: de Guerra (como o são
todos ministérios do actual governo, com grande destaque para o das Finanças.).
E
Aguiar-Branco não perde oportunidade para marcar o seu território bélico onde
se sente como peixe na água.
E
tão empenhado e ardoroso se mostra nos desempenhos artilheiros que resvala
frequentemente para a sombria área do absurdo. Na transcrição que antecede este
texto dá disso prova concludente. Declarar que os sacrificados e atormentados
portugueses têm orgulho de todas as maldades e barbaridades de que foram
vítimas a coberto do famigerado ‘programa’,
para além de ser um disparate é, também, um abuso de confiança generalizado a
milhões de portugueses. Mais: um ultraje ao vulgar ser pensante. E, sobretudo,
uma profunda, inqualificável, desonestidade intelectual. Realçamos: quem não se
respeita a si próprio, jamais respeitará o próximo.
Igualmente,
há instantes, lemos no sítio do SAPO, na
Internet, que outro ministro da guerra governamental, Paulo Portas, voltou a
dizer que “Portugal terá sempre uma saída
limpa”. MENTIRA! Terá sempre uma saída suja, tresandando a
putrefacção. Porém, entenda-se a
insistência destes guerreiros: eles parecem convencidos de que “uma mentira repetida constantemente acabará
por ser aceite como verdade.” Os portugueses que se cuidem… Existe esse
perigo. Urge desmascarar este desígnio maquiavélico, Face aos combatentes
governamentais estejamos alerta e nem lhes demos tréguas na luta em prol da
verdade.
Por
outro lado e atendendo às terríveis consequências e às enormes destruições do
tecido social do país, advindas de um cego processo de malfeitorias levada a
cabo por tal grupo de governantes insensíveis, beligerantes, prepotentes e
notoriamente impreparados para as funções em que foram investidos – deplorável situação
que permanece em Portugal numa inequívoca demonstração da fragilidade do regime
vigente, acentuadamente autocrático, travestido de democrático, que não tem
instrumentos correctores de tão manifesta precariedade ou insuficiência
político/administrativa a nível do Poder Central - nunca por nunca será admissível
falar-se de saída limpa. Pela razão de que a
hipotética saída está irremediavelmente
comprometida, porque assente num horrível quadro de sofrimentos e mortes que
atingiram imensos portugueses. E isso, sendo um grande drama nacional, precisa
de ser classificado sem tibiezas e com todas as letras: constitui uma
incomensurável sujidade.
Incomensurável
sujidade que cobre não só os governantes mas, também, quantos políticos e jornalistas que os apoiam com descaro e
subserviência e que nenhum detergente apaga, desfaz ou limpa.
Enfim,
sobre a “Saída” deixamos
uma sugestão aos cidadãos deste país: chamem-lhe uma saída pela porta das
traseiras do soturno e repelente
edifício da baixa política à portuguesa usança.
Fim
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