Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

domingo, abril 20, 2014




Abram alas! Abram alas!
‘Deixem passar esta linda brincadeira,
Lá da ilha da Madeira...
Brasilino Godinho

A Ilha da Madeira é um território rodeado de oceano (Atlântico) por todos os lados... É classificada com a designação de Pérola do Atlântico.
Também a Ilha da Madeira é admirada como um bonito jardim. Dela se poderá dizer que é a Madeira dos Jardins: do Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim (ser dominador… situado na grande área política, em conjunção com limitado fervor religioso) e do Jorge Manuel Jardim Gonçalves (ser contemplador… sitiado na pequena área religiosa (Opus Dei) em comunhão com discreta devoção política).
Reparem os leitores que, eventualmente, por perspicaz atenção dos progenitores houve o cuidado de singularizar a dual e confundível paridade de Gonçalves/Jardim ou, se quisermos, com mais precisão, Jardim/Gonçalves. Porque - conjecturamos - se terão colocado a quem de direito paternal ou oficial as embaraçosas interrogações: Quem é mais ou menos Jardim? Quem é mais ou menos Gonçalves? Em confronto estavam dois Gonçalves; e, em simultâneo, neles próprios configurados dois Jardins; estes, certamente de regular compleição física, associada a esmero acabamento corporal e atempada formatação mental – um e outra, obviamente emergentes de enternecida criação dos respectivos e embevecidos progenitores.
Um imbróglio de todo tamanho que poderia ter ocasionado conflitos entre clãs madeirenses, mas que oportunamente terá sido resolvido ao jeito salomónico: distribuíram-se os apelidos em contraposição nominal, de forma distinta, sempre com vista a não se confundirem as respectivas identidades. Uma interessante solução que foi concretizada - acentue-se - com invulgar acerto e objectividade. E assim temos: o madeirense Gonçalves Jardim, destemido e obstinado chefe político e brilhante animador mor dos corsos carnavalescos do Funchal e o madeirense Jardim Gonçalves, recalcitrante e assaz aventuroso artífice das grandes jornadas bancárias. Estes dois Jardins, igualmente dois Gonçalves, a lembrarem a existência de irmãos siameses, pertenças de famigeradas estirpes nativas da Madeira, parecem ter uma particularidade comum: estão longe da celebrada qualidade das cepas e das boas pingas madeirenses… Porém, são duas complexas matérias vivas da natureza madeirense. Dois jardins de se lhes tirar o chapéu, mas que têm a característica de desenvolver uma invulgar produção de alergénios altamente invasivos que afectam, sobremodo, as funções olfactivas de indiferenciados indígenas continentais (os nomeados cubanos, segundo a meiga terminologia do Jardim que se identifica por Alberto João Cardoso Gonçalves). O outro, como o leitor já se deu conta, reage ao chamamento de Jorge Manuel Gonçalves (sem que esqueçamos que está entremeado de Jardim - qual substância nutritiva do ego ou elemento decorativo a compor um deslumbrante quadro pictórico).
Aquele, Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim, é político estilo raposa matreira que, por acaso, não consta que assalte capoeiras; sendo, embora, o grande chefe político do arquipélago – um espaço territorial, por sinal, convertido em vasto pomar de laranjas, de enorme duração, que permanece imune às pragas dos insectos devoradores e aos assaltos de formigas infectadas e depredadoras…
Em contraposição, o banqueiro Jorge Manuel Jardim Gonçalves, em tempos não muito recuados, tropeçou nos imensos capitais acumulados em caves de determinados estabelecimentos bancários e caiu fragorosamente. Ficou bastante combalido. Todavia, manteve-se sempre altivo e muito senhor do seu aquilino nariz. Diga-se de passagem, que posicionado com um vago e desdenhoso sorriso de amigo da onça. Também, caso insólito, nem perdeu o pio… Desde então, até recente data, tem passado em sabida convalescença que o trouxe a um promissor estádio de finório de rija têmpera. A tal salutar ponto que já tem o aspecto de estar fortalecido para investir sobre as curvas... das sinuosas vias de penetração nos florescentes campos onde despontam as apetecidas searas bancárias.
Precedendo vigorosa predisposição e fortalecida preparação instrumental – mui auspiciosa, sublinhe-se! – aí o temos, também lançado vigorosamente em direcção à arena onde se disputam as influentes finanças. Um Jardim Gonçalves, ora reciclado, que se constitui como brilhante figura emblemática da enigmática (até rima...) Opus Dei.

De tudo isso temos tido uma copiosa e vistosa informação mediática: várias notícias, apontamentos avulsos, algumas entrevistas e diversas reportagens com Jardim Gonçalves. O que denota cuidada programação e uma realização bastante requintada, algo sofisticada e, provavelmente, muito dispendiosa.

O cenário que se nos depara até faz lembrar a história da Nau Catrineta, do ‘Romanceiro e Cancioneiro Geral’, de Almeida Garrett.

Desta vez, a nau nem virá da Madeira. Mas já na costa, à beira Tejo, frente à Torre de Belém, não longe do Palácio de S. Bento, ouve-se o cântico:

Lá vem a Nau Catrineta que tem muito que contar.
Ouvide, agora, senhores, uma história de pasmar.

Ao Jardim Gonçalves,
Tomou-o um anjo nos braços
Não no deixou afogar.
Deu um estouro o demónio
Acalmaram vento e mar. 

À noite a Nau Catrineta
Estava em terra a varar,
E, logo, em Lisboa o Gonçalves
Alegremente a jardinar.

E como todos os contos de encantar,
Este terá um final feliz;
Para indígena dormir ou ensodar…

Enfim,
Caso para proclamar: Volta Gonçalves (tu, Jorge Manuel)! Jardim que és, estás mui plantado! Decerto, bem acompanhado! E melhor abençoado!... 
Fim