Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, abril 05, 2014



Tantas vezes vai o cântaro à fonte,

que alguma vez lá fica a asa…

Brasilino Godinho

Em Dezembro de 2006 lançámos a candidatura de PACO a figura do ano 2006. Sem sucesso! (fica o reparo…).

No tempo presente e face aos dramáticos acontecimentos e às nebulosas, dramáticas, situações, que nos vão afectando continuamente, fará algum sentido que atentemos na existência do PACO e no importante papel apaziguador e de sereníssima quietude (em que já pesam os anos de vida), que lhe está reservado no conturbado ambiente alfacinha e, sobretudo, no espaço familiar do seu invulgar amigo Saraiva.

Por isso, relembramos a figura inconfundível da criatura PACO e do seu grande e dedicado companheiro de muitas horas reconfortantes de bom convívio: o conhecido Saraiva – a figura que se expõe semanalmente à claridade e tempestades emanadas do SOL.

O que fazemos, republicando a nossa crónica de 26 de Dezembro de 2006.

Além de que até pode dar azo a que, desta vez, seja vencido o enguiço e o PACO seja eleito a figura do ano.

Ou em alternativa que, dadas as actuais circunstâncias, surja a auspiciosa ideia - abraçada por um qualquer partido defensor da terra lusa e dos indígenas portugueses - de candidatarem PACO, o devotado e emblemático amigo da portuguesa espécie humana, ao lugar de chefe do governo.

É que se na nossa inacreditável república de bananas, já tivemos: um Tomás, venerando chefe do Estado; e temos um decorativo Cavaco, infalível presidente, instalado na apalaçada residencial de Belém, que nunca se engana e raramente tem dúvidas; um Coelho, grão-mestre da odiosa e mortífera austeridade; um Paulo, indizível ministro de todas as vãs promessas, de portas sempre escancaradas para todas as irrevogáveis contradições e expedientes beijoqueiros nos mercados, nas feiras e nas lotas; porque não colocar na chefia do governo o fiel, pacífico, bem-intencionado e venerável PACO?...

Ainda por cima beneficiando do plausível acompanhamento funcional decorrente da distinta perspicácia e sapiência político/doutrinária do afamado arquitecto-jornalista Saraiva, seu indefectível companheiro de muitos anos…

É desejável que, na altura em que se aproximam as eleições, estas oportunas sugestões cheguem ao conhecimento do maior número de portugueses; com vista a extraírem-se as devidas consequências eleitorais atinentes à necessidade de um novo, benéfico, rumo para o país…

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Terça-feira, Dezembro 26, 2006

Estimadas senhoras,
Caros senhores
Permitam-me a liberdade de vos apresentar a minha crónica, abaixo inserida, sobre um tema da maior actualidade: a candidatura do distinto
Paco a figura pública do ano de 2006
Interpretando o interesse do Paco e prevendo a alegria do seu tutor, ouso sugerir o vosso apoio na promoção da candidatura da festejada personagem que tem relevante papel apaziguador na sociedade lisbonense.
Julgo não cometer indiscrição ou abuso de confiança (que, aliás, não me foi dada pelas criaturas envolvidas) ao sugerir que todas as intervenções sejam naturalmente dirigidas à direcção do SOL - o conhecido astro que nos “ilumina” a todos: os “portugas” que ainda vão resistindo nesta tempestade político-social que, tal como o Toyota, veio para ficar. E a quem, devidamente, caberá a proficiente condução do respectivo processo.
Com os melhores cumprimentos.
Brasilino Godinho
Um texto sem tabus…
PACO – A FIGURA PÚBLICA
DO ANO DE 2006…
Brasilino Godinho
Desde o dia 16 de Dezembro de 2006 que se soube da sua existência. Na mesma altura veio a público a fascinante história do seu percurso de vida.
O Paco embora com nome castelhano é português. Não se conhece a data do nascimento, nem onde foi parido. Dos avós e dos pais desconhecem-se as respectivas identidades. Existe a suspeita de ser filho de pais incógnitos. Não consta dos ficheiros da polícia qualquer registo de aventuras ou acções de natureza criminosa. Sabe-se que vive em Lisboa, com recato e bons relacionamentos. Partilha da amizade, acomodação, mesa e automóvel do ilustre Saraiva. Não confundir este com o cardeal Saraiva ou com o Saraiva que foi ministro da Educação de um governo salazarista e hoje é festejado comunicador de Televisão - por sinal, tio deste Saraiva, aqui em foco, que é arquitecto de canudo universitário, jornalista e director de um badalado semanário; o qual, recentemente, foi ingénua vítima de uma rasteira pregada por um conhecido banco, relacionada a um cartão de crédito não solicitado e depois indevidamente desconsiderado.
Do Paco, se dirá que é uma figura de aspecto vulgar mas que não deslustra a espécie. A sua estatura é meã. De referir que nem gordo, nem magro No fácies sobressaem uns olhos vivos a denotarem uma visão ágil de penetrante inteligência. Embora, quando em pose de contemplação, deixe transparecer serenidade e alguma nostalgia, quiçá resignação. A boca é recortada com finura de traços e logo acima dela, no lábio superior, é inútil tentar enxergar alguns pelos indiciários de bigode. Dá a impressão de gozar de boa saúde – o que é factor relevante se tivermos em conta que é mudo de nascença e, por isso, naturalmente propenso a crises existenciais de profunda depressão.
Aos predicados físicos acrescenta outras facetas da sua rica personalidade. Para além das divulgadas qualidades e manifestações de inteligência, há informação que o Paco é civilizado e que pratica boas maneiras, facilitando o convívio social. Com uma extravagante excepção: tende, nas madrugadas de insónia, a entreter-se com ensaios de sapateado que incomodam a vizinhança.
É leal e fraterno. O que são características importantíssimas neste “mundo cão” (sem desprimor para os exemplares caninos) em que estamos sujeitos a viver sem rei nem roque.
O conhecido Saraiva, de que falámos, é pessoa que conhece de ginjeira o Paco. E foi ele que, em recente e interessante crónica, nos deu notícias desta extraordinária criatura. Com uma particularidade: não lhe regateia elogios. Para além da descrição das façanhas do “ser inocente que confia tão abertamente em nós” da inteligência, das capacidades de raciocínio e das manifestações de afectos, atenções e outros invulgares sentimentos, o amigo Saraiva que se assume como uma espécie de tutor do Paco, elucida-nos que ainda está por descobrir porque o Paco não fala. E com perplexidade, talvez angústia, interroga-se quanto ao modo como ele articula os raciocínios e qual o nível dos seus sentimentos? E aqui está um ponto crucial para bem interpretarmos a notabilidade do Paco: Qual é o nível dos seus sentimentos? Nível alto? Médio? Baixo? Um problema sério, susceptível de nos deixar, a todos, embaraçados… Depois, Saraiva, vai mais profundo na explanação das virtudes do Paco. E diz que a felicidade desta criatura é a de poder respirar o ar que ele, Saraiva, respira e partilhar o mesmo espaço. Neste ponto, fica-nos a preocupação: se o Paco absorve o ar da respiração do Saraiva no mesmo confinado espaço deste senhor, decerto que estará sendo envenenado aos poucos, visto que o hálito expelido pelas vias respiratórias do conhecido jornalista estará viciado. E se este fuma, pior será… e imenso o risco de doença grave do Paco.
Outra coisa que parece intrigar o protector do Paco é a mania deste de quando o Saraiva se levanta de um maple, vai logo deitar-se no sítio em que o célebre jornalista estava sentado – ou quando Saraiva sai do carro o companheiro vai de imediato ocupar-lhe o lugar. Mas, na volta de Saraiva, ele instantaneamente regressa ao lugar traseiro. Face a este comportamento do Paco, Saraiva conclui que ele pensa e que percebe as situações. Nós objectamos: se mudo, teria de ser estúpido? Depois, há a novidade: o Paco faz gracinhas ao Saraiva. E a revelação: prega-lhe sustos…
Não obstante os louvores e as constantes exaltações do Paco o cidadão Saraiva adianta opiniões sobre a mudez do Paco que nos deixam estarrecidos porque contraditórias no contexto da matéria descrita e improcedentes nos conceitos em que assentam as afirmações. Saraiva diz que a vantagem do Paco é exactamente não falar. Perguntamos: Qual vantagem? A seguir, Saraiva inquire: “O que aconteceria se ele falasse? Quantos dislates não diria? Quantas irritações não nos provocaria? Ele exprime silenciosamente os seus sentimentos. Não nos perturba a paz.”
Não deixemos passar em claro a reserva que está subjacente a estas inquietações sobre o Paco. Saraiva, lá bem no íntimo, desconfia do Paco… Em contraposição, o distinto jornalista, precavido, solícito, generoso na comunhão de sentimentos e porque irresistivelmente embalado (ou enredado?) na fantasia das suas divagações, informa-nos que através do silêncio do Paco percebeu outra coisa: os afectos dispensam palavras. Descoberta sensacional. Seres humanos, porventura fugidios do humanismo, temos andado distraídos… Ou naturalmente estupidificados…
E como remate, Saraiva lança para a posteridade esta saraivada: “Se me fosse dado escolher, não gostaria que o Paco falasse. Assim sei que gosto dele. E o que aconteceria se começasse a dar opiniões?”.
É aqui, nesta parte final, que Saraiva meteu o pé na poça e mostrou a sua fibra.
Deduz-se que a satisfação de Saraiva está condicionada e é incompatível com a possibilidade do uso da fala do Paco. Enquanto mudo este ser não dirá disparates, nem provocará irritações no amigo Saraiva. Sobretudo, não põe em perigo o estado de paz em que o conhecido jornalista estará mergulhado.
Ademais, Saraiva nega à criatura aquele que é um dom que, certamente, muito preza: o da fala. Deste modo evidencia um intolerável egoísmo.
Realce para o preciosismo de Saraiva: “Assim sei que gosto dele”. Quer esta expressão significar que Saraiva nem estará tão seguro dos laços de amizade que o unem ao Paco, pois admite que só gosta dele devido à sua intrínseca condição de mudez. E se Paco falasse lá ia por água abaixo o “gosto” por ele.
E como girândola final, Saraiva lança a inquietante pergunta que lhe atormenta a alma: “E o que aconteceria se o Paco começasse a dar opiniões”? É nesta interrogação, a valer como confissão, que bate o grande busílis. Saraiva confessa implicitamente que não suporta quem dê opiniões. Opiniões, as dele, Saraiva, é que lhe interessa cuidar num conveniente exercício de audição de si próprio.
Concluindo: o Paco é o cão de Saraiva.
Pelos seus muitos predicados o Paco deve ser elevado à categoria de figura portuguesa do ano de 2006. Para servir de exemplo a muita desvairada gente. E, enquadrado na perspectiva reticenciosa do dono, de pretexto a oportuna reflexão por parte de bastantes sujeitos, designados “bons cidadãos” de não menos "bons costumes", que - contrariando as aparências – se opõem à livre expressão do pensamento…
Fim