Ministro da Defesa, ao ataque,
diz que não pode haver tratamento
de excepção nos sacrifícios
“Questionado sobre a manifestação
das forças de segurança de ontem, Aguiar-Branco garante que o Governo não fica
indiferente aos protestos mas que não podem haver tratamentos diferenciados nos
sacrifícios pedidos aos portugueses.” (SIC)
Duas breves observações de
Brasilino Godinho
Primeira. Impõe-se, desde logo, desfazer a abusiva
mentira dos pedidos de sacrifícios (já nos anos quarenta do século passado,
proclamava Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do governo de Adolf Hitler,
do III Reich, da Alemanha nazi, que a
mentira, continuadamente repetida, acabará por ser aceite como verdade). Esta,
é uma mentira da especial predilecção das excelências ministeriais. Aliás,
sempre, a todas as horas e nos mais diversos lugares, usada pelos agentes e
propagandistas do actual governo.
A verdade é incontroversa: os
sacrifícios não foram pedidos aos
portugueses. Eles, mais que sacrifícios, foram e são tormentos decorrentes
de agressivas medidas atentatórias da dignidade das pessoas, acintosamente
impostas aos cidadãos mais carenciados, à classe média, aos funcionários
públicos e aos reformados. Tais malévolos expedientes governamentais, também
são indecentes atentados desumanos contra a maioria da população portuguesa.
Não há volta a dar: qualquer pedido
envolve a hipótese da sua rejeição – o que, no caso vertente, é liminarmente
impossibilitado. E aos portugueses não foi feito qualquer pedido de sacrifícios
- acentue-se, definitivamente! Os portugueses, indefesos na sua maioria, estão
sendo vítimas de uma contínua política autoritária de agressão e de saque.
Para além disso e em sede da mais
extremada hipocrisia é pretendido, com recurso a uma subtil linguagem de persuasão,
inculcar na mente dos cidadãos a falácia da aceitação dos pedidos de
sacrifícios - o que configura um obscuro quadro onde se insere uma programada e
cínica prática governamental de lavagem ao cérebro do incauto cidadão.
Segunda. Não pode haver tratamentos de excepção
nos "sacrifícios" - diz o ministro Branco, com sobranceria, a
direccionar-nos para um rumo ou espaço temporal demasiado negro.
Daqui
lançamos o repto ao ministro da Defesa: Diga à Nação quais foram e são os sacrifícios ou os cortes nos vencimentos,
nas ajudas de custo, nos subsídios de marcha, de férias e de Natal, nas senhas
de almoços, nas despesas com uso de telefones, nas inúmeras viagens pelo país e
estrangeiro e demais mordomias, que: estático presidente da desfigurada
república, atrevido chefe de um governo à deriva, desenxabidos ministros,
secretários (“ajudantes” de cena) de Estado, oportunistas deputados e as
rapaziadas das grandes (precoces) especializações que enxameiam os gabinetes
ministeriais, têm sofrido nos três anos de vigência do tenebroso desregramento
governativo.
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