Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, dezembro 28, 2013

Ao descompasso no tempo...

Viver, também é recordar...
Brasilino Godinho

A nação portuguesa vive atormentada num estádio de degradação geral.
Infelizmente, a dolorosa vivência do quotidiano das pessoas é tão sentida que se lhes enraíza a noção, melhor dizendo, a convicção de que se trata de um pesadelo continuado ao longo do percurso de sucessivas gerações oprimidas. Porém, com a agravante de, nos tempos actuais, serem mais refinadas, extremamente perversas, muito abrangentes e impostas com a maior violência, escandalosa impunidade e despudorado arbítrio, as politicas exercidas em sede de governação do país e da administração da cousa pública.
Daí que possamos admitir que no dia-a-dia estamos enquadrados num devasso sistema destrutivo da nação, porque em Portugal vigora, em obscena permanência, uma prática política desagregadora do tecido social e dos próprios alicerces da nacionalidade.
Isto equivale a que, sem hiatos de alívio retemperador de energias e de ânimos, estejamos, por força das circunstâncias que nos dominam, sujeitos a viver vergados ao peso da recordação dos tempos passados em que, por algumas semelhanças com os descalabros do presente, o povo português passou por vicissitudes mui difíceis de suportar.
Só que, velha pecha dos portugueses, inúmeros cidadãos não reagem vigorosamente face aos autoritarismos dos governantes; pior, acomodam-se e resignam-se a amochar, aguentando todas as agressões e imposições que aqueles lhes fazem continuamente.
A título de ilustração do que acabamos de escrever vamos recuar ao século XIX e reproduzir as sábias palavras de Antero de Quental que, no ano de 1862, em sua plena juventude e em época de frequência da Universidade de Coimbra, já fazia o certeiro diagnóstico do doentio estado crónico da socidade portuguesa.
Antero, no artigo A INDIFERENÇA EM POLÍTICA escreveu:"Um dos piores sintomas de desorganização social, que num povo livre se pode manifestar, é a indiferença da parte dos governados para o que diz respeito aos homens e às coisas do governo, porque, num povo livre, esses homens e essas coisas são os símbolos da actividade, das energias, da vida social, são os depositários da vontade e da soberania nacional".
Assim é, de facto! A desorganização social está instalada. Mas, pior ainda! Agora, encontra-se em avançado estado de degeneração, porquanto já configurada no formato de instrumento destrutivo do próprio tecido social e até da nacionalidade portuguesa.
Por isso, os portugueses têm que assumir os deveres de cidadania; os quais, necessariamente, implicam a obrigação do exercício da rigorosa, persistente, crítica dos actos dos governantes e das medidas governamentais e legislativas. Outrossim, aplicarem o mais elevado grau de exigência quanto ao cumprimento das obrigações concernentes às funções dos detentores dos lugares dos órgãos de soberania, com enfoque especial na Presidência da República, Governo, Assembleia da República e Magistratura Judicial.
Este, deveria ser um desígnio nacional, perfeitamente intuído e activado pelo povo.
A tal suceder, talvez despontasse a esperança em futura regeneração da lusa Pátria e a consequente reintegração de Portugal no conjunto de países civilizados em que existe o Estado de direito.

Nota não dispensável - Para afirmar: Sim! Não há engano! É mesmo como leram: Estado de direito; visto e entendido (pelos portugueses de boa visão que, normalmente, fazem regular uso das faculdades de alma) que temos o Estado de torto... - o que se traduz num penar colectivo e numa opressiva dor de alma para cada indígena que não tem assento à mesa do Orçamento, nem frequenta as capelinhas, as boémias, os divertimentos, dos membros de certa classe política; nem é atreito às venerações, aos salamaleques, às bajulices, da especial predilecção dos medíocres actores do circo/teatro político; os quais, embevecidos, se contemplam no poleiro da hierarquia estatal.
Fim