Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

terça-feira, março 18, 2014

MOSAICO
Combinação de pequenas pedras
de cores alaranjadas e azuis,
ligadas pela argamassa governamental

Formatado 18/03/2014, por Brasilino Godinho.

A pedra, Poiares, mais verde que madura... a falar pela cartilha de Coelho.

Os órgãos de comunicação social informaram que "Poiares Maduro garante ao El Mundo que Portugal já controla o seu destino".
Em primeiro lugar, na apreciação desta parte das declarações de Poiares ao diário madrileno há que nos fixarmos no seu auspicioso pormenor identitário. Trata-se de um ser plural detentor de uma herança genética e de um património semântico, de notória matriz poiar - o que nem é coisa de somenos na pessoa de um ministro português... Pois que no conjunto de dados identificáveis de sua excelência Poiares se denota: que imitando o distinto Cavaco Silva da célebre subida a um coqueiro também gosta de subir a lugares elevados, que não os coqueiros de S. Tomé (aí está ela pousada no poleiro do governo, contemplando embevecidamente o seu ego); que se coloca em cómodas posições; que se dispõe a quaisquer intervenções mediáticas; que desembarca sempre que possível nos lugares mais a jeito de protagonismo (desta vez foi no espaço do El Mundo, além, na capital espanhola); e que tem uma irresistível tendência em se apoiar nalguma coisa (actualmente num fastidioso Coelho que, alimentando-se de relvas, faz as delícias de muitas criaturas que se albergam no vasto pomar de laranjas e laranjinhas).
Em segundo lugar, há que fazer o seguinte registo: Pegou uma cretina moda na imprensa portuguesa. Agora, quando os residentes dos palácios de Belém e de S. Bento fazem declarações, por mais incongruentes e absurdas que sejam, os jornalistas não estão com meias medidas: proclamam alto e bom som ou em letra de forma que suas excelências garantem. Mas garantem o quê? E como? Em que consiste a garantia? Quais os seus instrumentos credíveis e de alcance prático e factual?
À semelhança do limão seco, mirrado, que espremido não deita sumo, assim acontece com a famigerada garantia: nada se vislumbra de concreto. Centra-se na expressão: o vazio e o absurdo; algo de imbecilismo, de embuste, de falaccioso, de acentuadamente hipócrita. O resultado é que esta palavra se tornou insuportável de ouvir ou de ler, porque é sempre desvirtuadora do seu verdadeiro sentido semântico. Está demasiado usada e abusada. Dita ou escrita como repelente vómito de ébrio e no âmbito daquelas comprometidas e desacreditadas proveniências, também já se tornou obscena. É que qualquer indígena português, mesmo que iletrado, sabe, por dolorosas experiências dos últimos anos, que aquelas pessoas abancadas à mesa do Orçamento, em sede governativa, não dão garantias de coisa nenhuma.
Com uma assinalável excepção: a concernente ao uso e avantajado proveito operativo, de cunho profundamente nocivo para a grei, que lhe foi dado por Passos Coelho. Quando este grande chefe da orquestra e coro governamentais garantiu que iria conduzir a nação portuguesa ao empobrecimento, estava desde logo a providenciar a garantia, visto que a consumou de facto, de forma avassaladora, ao longo dos três anos do seu mandato governativo. Esta, a única garantia - em tempo dita - que se cumpriu com todo o desvelo e carinho manifestados por parte de Passos Coelho e da rapaziada que o acompanha no caminho da desgraça nacional que segue em acelerado curso.
Daí se poder concluir que Poiares pouco tem de maduro quando, perorando pela mesma repugnante cartilha da coelhal figura, vem garantir que Portugal já controla o seu destino. E que control é esse? Quem, em Portugal, pessoa respeitável, séria, idónea, inteligente, sensata, tem a ideia do destino que o país vai prosseguir? Atente-se que anunciar que Portugal já controla o seu destino é de uma irresponsabilidade total. A menos que Poiares, na circunstância, em si superando o estado de verde, queira dizer que, para Portugal, está garantido o estado de pobreza, de contínua miséria e de sucessiva destruição.
Se é essa a esplêndida ideia de Poiares então deveria ter sido mais explícito e concreto na afirmação, mostrando que, afinal, está bem maduro naquela conveniente textura psíquica tão do agrado do seu mentor governamental.