Por imperativo
cívico.
Por razão de
transparência.
Por intento de
elucidação.
Brasilino Godinho
Na sequência do meu escrito ‘Como diria a Ti Maria dos Canaviais’
enviado aos meus leitores no final da noite de ontem e com o propósito de
completá-lo e proporcionar o pleno conhecimento da questão suscitada com o
aludido recebimento da mensagem de entidade que designo pelo senhor Xis,
transcrevo a mesma e junto-lhe o texto da resposta que dê pela via da Internet.
A mensagem do Sr. Xis, foi
uma reacção ao ‘Apontamento de Brasilino Godinho’
sobre o morticínio reconhecido pelo vice-presidente do Governo Regional da
Madeira, Dr. João Cunha e Silva – também publicado no meu blogue e, há dois
dias, remetido aos meus leitores.
Mensagem do Sr. Xis recebida por Brasilino Godinho
Meu Caro Dr. Brasilino Godinho,
A propósito da situação portuguesa, o meu amigo já
cita o Holocausto!
Não percebe que esse tipo de afirmações, além de serem
um pouco ridículas para si, são ofensivas para as vitimas do Holocausto?
Haja um pouco de bom senso -- e de respeito por esses
milhões de mortos...
Cumpments,
Xis
Mensagem/Resposta de
Brasilino Godinho ao Sr. Xis
Caro Sr. Xis
Aos
pretextos evocados por alguns rostos
pálidos da nossa pior sociedade político/governamental, para iludir ou justificar
as mortes dos portugueses a que aludia o insuspeito vice-presidente do Governo
Regional da Madeira - circunstancialismo que eu corroboro - só faltava este,
inopinado, assaz imaginativo, agora apresentado pelo Sr. Xis: tais óbitos de
portugueses não devem ser mencionados por respeito aos milhões de mortos do
Holocausto; ainda que, na sua singular óptica, tenhamos de omitir esses mortos
portugueses (porventura, alguns milhares, vítimas das políticas dos actuais
governantes) e, consequentemente, a eles desrespeitar-lhes as memórias.
Se praticar
esse desrespeito para com os mortos portugueses é no entender do Sr. Xis, bom senso, terei que lhe dizer que dele
não compartilho. Aliás, suscita-me a maior repulsa.
Uma atitude
do Brasilino Godinho que o Senhor Xis se apressou a classificar de ridícula.
Pois que o seja! – consoante o seu equívoco critério selectivo.
E digo
equívoco, porque - recorrendo à sua expressão - V. Ex.ª não se apercebeu que,
não havendo comparação possível entre a dimensão trágica dos horrores do
Holocausto e o morticínio que, há três anos a esta parte, se vem praticando em
Portugal, pela calada da noite de obscuridade em que estamos imersos, são,
todavia, algo semelhantes as justificações (por mim enunciadas) para aquilo que
se vem praticando no território nacional, dos chamados bons costumes e que
expressa aquele factor comum a ambas situações dos anos 40 , na Alemanha e dos três últimos anos em Portugal: o
desenlace mortal para as suas vítimas. Visto que os processos usados em Portugal,
sendo incontestavelmente mais suaves e menos expostos à visibilidade mediática,
conduzem ao mesmo término: a morte dos indígenas violentamente agredidos na sua
dignidade e feridos no corpo e na
alma.
Devo
destacar que assim procedendo também estou a respeitar quantos milhões de
portugueses estão vivos e passando indizíveis privações e sofrimentos. Para
eles, vai toda a minha grande veneração!
Creio que a
sua mensagem, aqui respondida, terá sido escrita de forma impulsiva. Aliás, é
descabida, porque inserida fora do contexto que pretendia contemplar. De
qualquer modo, assinalo o facto de que ao fim de 82 anos de vida alguém me
acusa de falta de bom senso - o que ilustra a asserção de que há sempre uma primeira vez.
É uma
casualidade. Também uma curiosidade.
Fica o
registo.
Com os
melhores cumprimentos.
Brasilino
Godinho
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