Dois apontamentos
de Brasilino Godinho
Primeiro:
Passos Coelho
engana o Zé-Povinho:
“Não podemos ter salários e pensões
acima da
produtividade”
Um engano que é um tiro pela culatra…
Também um embuste configurado no âmbito pessoal.
Porque ele, chefe do governo, pode! Tem a faca e o
queijo na mão…
De uma coisa estão os portugueses certos: o chefe Passos
Coelho e os seus companheiros do governo, pelo que se verifica a olho nu, podem (por posse e
uso de instrumentos de poder) ter
salários e pensões acima das suas fracas produtividades. Visto que todos
sabemos quanto baixa (ainda por cima nefasta) é a produtividade de cada uma das excelências.
Entretanto, a malta vai tendo salários e pensões
abaixo da produtividade que, geralmente, por pequena que seja, é superior à dos
membros do governo…
Portanto, o Zé-Povinho, mesmo sem evocar a igualdade
de direitos consagrados pela Constituição da República Portuguesa, deve impor (se
possível com o apoio ou a bênção da Igreja) discernimento à rapaziada
governamental: ou há moralidade ou todos apanham pela medida grande… de não ter
salários acima da produtividade.
Segundo:
Três artistas: Coelho, Portas e Albuquerque…
Três encenações eleitoralistas em 24 horas…
Portas apareceu num encontro com delegações dos
partidos com o mesmo guião para a reforma do Estado que apresentara em Dezembro
p.p. – o que denotou nula produtividade, desde então, em matéria de reconhecida
necessidade. Nada de novo apresentou aos interlocutores.
Albuquerque surgiu numa conferência de imprensa sem
dominar completamente os processos dos cortes nos salários e nas pensões,
desculpando-se que estava chegando do estrangeiro e não tivera oportunidade de
ler o relatório da comissão encarregue do respectivo estudo.
Coelho, o artista principal do elenco governativo,
deu uma entrevista, há poucas horas, no palacete de S. Bento que, pelos
comentadores das televisões e partidos da oposição, foi classificada de um
fiasco, sem qualquer indicação credível de reverter a lamentável situação que
afecta a população portuguesa.
Durante a entrevista ditou aquela “sentença” que
citámos e que consideramos ter sido um tiro que lhe saiu pela culatra…
Do “discurso” o mínimo que se pode dizer é que foi
mais do mesmo. Nele não se descortinou objectividade! Nem fulgor! Sequer
orientação mobilizadora! A criatura está obcecada pela austeridade e pelo único
rumo que concebeu para o País: o do empobrecimento geral.
Deste teatro-circo político decorre uma interrogação
de espanto: até a que limites irrecuperáveis terá que chegar a decadência de Portugal
de modo a suscitar forte reacção contra este processo em curso de destruição e
aniquilamento da nação portuguesa?
Fim
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