A Quinta Lusitana
Entre nesta "quinta"! Atente na sua beleza formal! Apodere-se do seu "recheio"! Pondere... Divirta-se com as paródias e os "artistas" do circo... Resista à tentação de chorar face aos quadros mais tristes... E recupere a auto-estima!... Visto, lido e respigado: Vai gostar!... Também, no seu interior, conheça de quantos irão detestar a QUINTA LUSITANA... Do mesmo modo, vai saber porquê...
Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!
SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA
SE FIXOU TODINHA EM LISBOA
NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...
Motivo: A "QUINTA LUSITANA "
ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...
QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...
e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!
SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA
SE FIXOU TODINHA EM LISBOA
NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...
Motivo: A "QUINTA LUSITANA "
ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...
QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...
e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho
segunda-feira, março 31, 2014
A
revelação/bomba do Prof. Marcelo
feita
hoje no Jornal das 8, da
TVI
Comentário
de Brasilino Godinho
Pasmem
os leitores!
O
Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou-se hoje no Jornal
das 8, da TVI, mais frenético e excitado do que lhe é habitual.
Talvez
por isso, no decurso do serviço de notícias e no espaço em que é
entrevistado por D. Judite de Sousa, o Prof. Marcelo resvalou para as
confidências e fez uma revelação bombástica referente a uma
ocorrência que protagonizou na segunda semana de Abril de 1974; a
qual poderia ter sido um dos seus conhecidos factos políticos
suficientemente grave para provocar o fracasso da Revolução de 25
de Abril de 1974.
Que
disse Marcelo?
Que
num determinado dia do mês de Abril de 1974 teria dito ao pai, Dr.
Baltasar Rebelo de Sousa, que a revolução iria ocorrer nesse mesmo
mês - como realmente viria a suceder!
Por
sua vez, o pai de Marcelo, logo transmitiu a informação ao Prof.
Doutor Marcelo Alves Caetano, chefe do Governo.
Porém,
aconteceu que o chefe do Governo, conhecendo bem a personalidade do
jovem Marcelo, seu afilhado, não deu credibilidade à notícia.
Claro
que se Marcelo Caetano tivesse levado a sério a inconfidência do
afilhado, outro poderia ter sido o desfecho dos desenvolvimentos
revolucionários das semanas seguintes de Abril de 1974.
Para
melhor ajuizarmos do grande risco de ser abortada a revolta dos
militares importa dizer que Baltasar Rebelo de Sousa era uma pessoa
da inteira confiança e amizade de Marcelo Caetano. Uma relação que
se cimentou nos anos 1940-1944, em que Marcelo Caetano foi Comissário
Nacional da Mocidade Portuguesa e Baltasar Rebelo de Sousa o seu
braço-direito naquela organização juvenil do Estado Novo. A tal
ponto amigos que Marcelo Caetano foi padrinho de baptismo de Marcelo
Rebelo de Sousa.
A
referida atitude do jovem Marcelo demonstra que ele se encontrava
naquela esquisita posição de ter o pé direito na situação e o
outro (pé esquerdo) na oposição. Para além de ser um cómodo
posicionamento de equilíbrio psíquico/físico, assegurava a
vantagem de, em quaisquer circunstâncias, o jovem Marcelo Rebelo de
Sousa estar sempre cavalgando o PODER...
Um
jeito que lhe ficou desse tempo e se vai mantendo nos tempos actuais.
Estes, caracterizados por persistentes rejeições e violações de
elementares princípios de cidadania e de ética política.
terça-feira, março 25, 2014
Ao
compasso do tempo...
Fantástico!
Quem
diria?
O
grande chefe Coelho, do governo, falhou em tudo.
Até
na emblemática meta do empobrecimento dos portugueses...
Brasilino Godinho
Ontem, o
Instituto Nacional de Estatística publicou dados sobre os
rendimentos dos portugueses no ano de... 2012. Repare-se: 2012!
Por esses dados
ficámos a saber que há dois anos o risco de pobreza afectava quase
dois milhões de portugueses e que a diferença de rendimentos entre
os 10% mais ricos e os 10% mais carenciados continuava a aumentar.
A propaganda
oficial, a esforçada e irrequieta rapaziada que abanca na mesa do
Orçamento e, ainda, o pessoal jornalístico que está alinhado nos
campos de S. Bento e de Belém, na alfacinha cidade, como tropa de
combate na guerra política, não perderam tempo e imediatamente
entraram em acção no sentido de enaltecer os resultados da política
governamental neste específico domínio social.
Mais uma vez
estão enganando o povo.
Vejamos:
Se aqui e agora
temos, forçosamente, que nos reportar aos dados do INE (Instituto
Nacional de Estatística) do ano de 2012, não haja dúvidas que só
se pode extrair uma sensata conclusão: o grande chefe Passos Coelho
errou. O que somado às contínuas falhas anteriores representa ter
errado em tudo.
Até ontem, a
coroa de glória da coelhal figura era a de que conseguira alcançar
o seu grande objectivo, amplamente anunciado ao longo dos três anos
de governação: o empobrecimento dos portugueses.
Toda a gente e
nós próprios temos insistido na ideia/convicção de que, de facto,
estava atingido o governativo patamar almejado pelo chefe do governo.
Porém, nesta
altura do campeonato governamental, o INE e os órgãos de
comunicação social (jornais, rádios e televisões) estão
embandeirando em arco e proclamam que quase dois milhões de cidadãos
estão situados no limiar da pobreza.
Visto, lido e
respigado, atente-se nalguns pormenores significativos do extremo
cuidado, grande despudor e acintosa subtileza, com que - por parte de
gente comprometida com a governança - são divulgados e comentados
os referidos dados.
Logo salta à
vista a novidade que a todos surpreende: não há pobreza em Portugal
(estamos reportados a 2012, não nos esqueçamos...).
O que existe,
segundo o bacoco evangelho governamental, é um número de quase dois
milhões de pessoas que correm risco de pobreza. E correr risco de
pobreza, quer dizer que ainda não atingiram tal estádio de carência
e miséria. Isto teve reflexos imediatos na quadratura do círculo de
pobreza em que o País está inserido. Já, estão a surgir novas
expressões suaves para designar a pobreza: "privação
material", "privação material severa",
"desigualdade". Assim, a modos do moço que em vez de pegar
o touro pelos cornos o pega de cerneira... Cinismo e hipocrisia,
quanto baste!
Obviamente que
perante a informação de que em 2012 (repetimos) os milhões de
portugueses estavam no limiar da pobreza, fica a certeza(...) que
Passos Coelho falhou o seu grande objectivo de empobrecer os
portugueses - o que o compromete irremediavelmente como o governante
que falhou em tudo.
A menos que dois
anos depois, neste ano de 2014, os milhões (não dois, porventura
três ou mais) de portugueses tenham dado o salto do limiar da
pobreza para o estado da dita - o que obrigaria a festejarmos Passos
Coelho por, finalmente, ter conseguido o triunfo daquela que é a sua
grande causa governativa: a pobreza da maioria dos cidadãos que
integram a triste e amargurada nação que somos na hora que passa.
segunda-feira, março 24, 2014
EIS A OPORTUNA ANÁLISE:
LÚCIDA, SENSATA, OBJECTIVA,
DA SITUAÇÃO PORTUGUESA
E DA CONSTRUÇÃO EUROPEIA
Brasilino Godinho
Com a devida vénia transcrevemos do Expresso-Economia a entrevista de Bengt-Ake Lundvall que merece ser conhecida dos portugueses e devidamente ponderada no sentido de todos extrairmos as oportunas ilações neste tempo de desgraça nacional e desnorteamento europeu. __________________________________
O manifesto português "pode ser um gatilho para a mudança na Europa"
O economista dinamarquês Bengt-Ake Lundvall, especialista em
sistemas nacionais de inovação e "economias que aprendem", assinou o
manifesto dos 74 pela reestruturação da dívida portuguesa, prevendo que se
possa estar a chegar a um "momento político de rutura" na Europa.
Jorge Nascimento Rodrigues
9:33 Segunda feira, 24 de março de 2014
"Podemos estar a aproximarmo-nos
de um momento político de rutura em que a frustração generalizada entre os
cidadãos europeus obrigue a uma direção política mais clara e
construtiva", diz o economista dinamarquês Bengt-Ake Lundvall, que apoiou
o Manifesto dos 74 pela reestruturação da dívida portuguesa, encarando-o como
"um gatilho para a mudança" na Europa.
Para o professor do Departamento de Economia e Gestão da
Faculdade de Ciências Sociais de Aalborg, na Dinamarca, e do Colégio
Universitário de Sciences Po em Paris, a gestão da crise das dívidas soberanas
desde 2010 pela orientação alicerçada na austeridade está a empurrar o
"projeto Europa" para a sua liquidação.
"Deste modo, a única estratégia possível é propor o que
parece estar fora do alcance. Sabemos que a História nos reserva sempre
surpresas de vez em quando - esperemos por uma surpresa positiva",
sustenta.
O que o levou a assinar o Manifesto português?
Principalmente porque as negociações por uma reestruturação da dívida portuguesa levantarão assuntos mais vastos relativos a mudanças na arquitetura económica e política da Europa - mudanças que eu vejo como necessárias para evitar que a próxima crise provoque um desastre completo para o projeto europeu. O Manifesto assinala também um protesto contra a ditadura do "mercado" e contra o que vejo como políticas erradas de austeridade na Europa.
Principalmente porque as negociações por uma reestruturação da dívida portuguesa levantarão assuntos mais vastos relativos a mudanças na arquitetura económica e política da Europa - mudanças que eu vejo como necessárias para evitar que a próxima crise provoque um desastre completo para o projeto europeu. O Manifesto assinala também um protesto contra a ditadura do "mercado" e contra o que vejo como políticas erradas de austeridade na Europa.
O que significam exatamente "assuntos mais vastos"
que estão para além do problema específico da dívida portuguesa?
Reestruturar a dívida portuguesa ou de outros países membros atualmente vítimas das políticas de austeridade não trará, por si só, as mudanças necessárias. Mas dá um sinal forte à elite europeia de que é preciso repensar o "projeto Europa".
Reestruturar a dívida portuguesa ou de outros países membros atualmente vítimas das políticas de austeridade não trará, por si só, as mudanças necessárias. Mas dá um sinal forte à elite europeia de que é preciso repensar o "projeto Europa".
Portanto, o Manifesto português é uma espécie de primeira
jogada?
Pode tornar-se um gatilho para a mudança. Podemos estar a aproximarmo-nos de um momento político de rutura em que a frustração generalizada entre os cidadãos europeus obrigue a uma direção política mais clara e construtiva. Isso poderá tornar mais difícil para a elite política europeia catalogar como populistas todas as reações críticas à atual estratégia europeia. Exige que todos os que querem uma Europa que seja competitiva, democrática e justa vão para além dos interesses nacionais e comecem a trabalhar em conjunto por um "projeto Europa" diferente, onde a solidariedade internacional vão de mão dada com a proteção dos cidadãos mais fracos em cada país.
Pode tornar-se um gatilho para a mudança. Podemos estar a aproximarmo-nos de um momento político de rutura em que a frustração generalizada entre os cidadãos europeus obrigue a uma direção política mais clara e construtiva. Isso poderá tornar mais difícil para a elite política europeia catalogar como populistas todas as reações críticas à atual estratégia europeia. Exige que todos os que querem uma Europa que seja competitiva, democrática e justa vão para além dos interesses nacionais e comecem a trabalhar em conjunto por um "projeto Europa" diferente, onde a solidariedade internacional vão de mão dada com a proteção dos cidadãos mais fracos em cada país.
O que é que correu mal no "projeto Europa"?
A atual arquitetura europeia é disfuncional e isso foi auto-inflingido. Durante décadas, a estratégia da elite europeia foi avançar com a integração financeira e comercial sem avançar com a integração política e social. Os federalistas europeus iniciais julgavam que a integração económica seria seguida mais ou menos automaticamente pela construção de uma estrutura política. O passo mais arriscado dado foi a criação de uma união monetária que juntou debaixo de uma mesma moeda (o euro) economias com estruturas económicas muito distintas. Foi o ato mais extremo de pura fé e de jogo político por parte dos federalistas europeus. Portugal é uma das vítimas deste passo perigoso.
A atual arquitetura europeia é disfuncional e isso foi auto-inflingido. Durante décadas, a estratégia da elite europeia foi avançar com a integração financeira e comercial sem avançar com a integração política e social. Os federalistas europeus iniciais julgavam que a integração económica seria seguida mais ou menos automaticamente pela construção de uma estrutura política. O passo mais arriscado dado foi a criação de uma união monetária que juntou debaixo de uma mesma moeda (o euro) economias com estruturas económicas muito distintas. Foi o ato mais extremo de pura fé e de jogo político por parte dos federalistas europeus. Portugal é uma das vítimas deste passo perigoso.
Em que sentido a crise financeira global, e depois a gestão
da crise das dívidas dos periféricos do euro, agravou essa evolução?
Depois da crise de 2008 tornou-se ainda mais claro que a política económica europeia ficou subordinada ao "mercado" e que o que era considerada como a "política necessária" - por vezes apresentada como "o pacto de competitividade" - resultou numa ampliação, e não diminuição, das diferenças em bem-estar entre o Norte e o Sul da Europa. Ora isto está em contradição direta com os fundamentos do projeto europeu.
Depois da crise de 2008 tornou-se ainda mais claro que a política económica europeia ficou subordinada ao "mercado" e que o que era considerada como a "política necessária" - por vezes apresentada como "o pacto de competitividade" - resultou numa ampliação, e não diminuição, das diferenças em bem-estar entre o Norte e o Sul da Europa. Ora isto está em contradição direta com os fundamentos do projeto europeu.
A crise financeira global foi uma espécie de "teste de
esforço" para o projeto europeu?
E a Europa não passou esse teste. A resposta de curto prazo foi insuficiente e deixou as nações mais vulneráveis e os cidadãos em situações precárias. Por outro lado, a estratégia de longo prazo - o tal "pacto de competitividade" -está em conflito com os princípios básicos do projeto europeu. Ainda que seja verdade que a União Europeia não se partiu com esta crise, também é verdade que a atual estratégia de longo prazo não a protege para a próxima crise.
E a Europa não passou esse teste. A resposta de curto prazo foi insuficiente e deixou as nações mais vulneráveis e os cidadãos em situações precárias. Por outro lado, a estratégia de longo prazo - o tal "pacto de competitividade" -está em conflito com os princípios básicos do projeto europeu. Ainda que seja verdade que a União Europeia não se partiu com esta crise, também é verdade que a atual estratégia de longo prazo não a protege para a próxima crise.
O que é necessário para mudar o rumo?
Há elementos na Estratégia de Lisboa que podiam ter contrariado as diferenças estruturais e amortecido os efeitos da crise, como por exemplo a construção de uma economia socialmente coesa baseada na aprendizagem e com melhores empregos. Em vez disso, o dogma neoliberal marcou a agenda para a Europa e, agora, todos pagamos o preço.
Há elementos na Estratégia de Lisboa que podiam ter contrariado as diferenças estruturais e amortecido os efeitos da crise, como por exemplo a construção de uma economia socialmente coesa baseada na aprendizagem e com melhores empregos. Em vez disso, o dogma neoliberal marcou a agenda para a Europa e, agora, todos pagamos o preço.
Como é que se explica que as políticas de "austeridade
expansionista" e de "desvalorização interna" capturaram a gestão
da crise das dívidas soberanas dos periféricos desde a cimeira de Madrid de
abril de 2010?
Houve uma mudança clara de direção no projeto europeu ainda muito antes disso. A "Estratégia de Lisboa" começou a ser diluída por volta de 2005. Repare, os que lançaram os fundamentos do projeto europeu depois da 2ª Guerra Mundial eram pragmáticos, quanto a filosofia económica. Estavam abertos ao planeamento governamental e à propriedade pública e tinham uma compreensão realista dos limites da economia de mercado pura. Esse pragmatismo foi, depois, minado quando a filosofia económica neoliberal se tornou dominante nas Universidades e nos Ministérios de Finanças. À medida que o neoliberalismo se apoderou gradualmente da Comissão Europeia, e sobretudo das suas direções económicas, desviou o projeto europeu.
Houve uma mudança clara de direção no projeto europeu ainda muito antes disso. A "Estratégia de Lisboa" começou a ser diluída por volta de 2005. Repare, os que lançaram os fundamentos do projeto europeu depois da 2ª Guerra Mundial eram pragmáticos, quanto a filosofia económica. Estavam abertos ao planeamento governamental e à propriedade pública e tinham uma compreensão realista dos limites da economia de mercado pura. Esse pragmatismo foi, depois, minado quando a filosofia económica neoliberal se tornou dominante nas Universidades e nos Ministérios de Finanças. À medida que o neoliberalismo se apoderou gradualmente da Comissão Europeia, e sobretudo das suas direções económicas, desviou o projeto europeu.
Em suma, esse grupo radical 'apagou' o projeto europeu num
momento crítico de crise?
De facto, é notável como os líderes europeus adotaram uma posição defensiva face à crise económica. É difícil imaginar uma situação que desse mais margem de manobra aos líderes europeus para mostrar aos seus cidadãos a utilidade de serem membros de uma comunidade europeia mais vasta. Numa situação similar, o presidente Roosevelt lançou nos Estados Unidos o 'New Deal' assinalando uma preocupação especial com o desemprego e com as regiões mais pobres do país.
De facto, é notável como os líderes europeus adotaram uma posição defensiva face à crise económica. É difícil imaginar uma situação que desse mais margem de manobra aos líderes europeus para mostrar aos seus cidadãos a utilidade de serem membros de uma comunidade europeia mais vasta. Numa situação similar, o presidente Roosevelt lançou nos Estados Unidos o 'New Deal' assinalando uma preocupação especial com o desemprego e com as regiões mais pobres do país.
O que aconteceu, então, na União Europeia?
Os líderes nacionais da União foram incapazes de avançarem com transferências orçamentais e acordaram, por isso, num conjunto de soluções temporárias e incompletas. Isso aconteceu em simultâneo com esse novo discurso político de indignação moral - com os políticos do Norte a falarem da corrupção no Sul como a principal causa da crise. A crise testou o projeto europeu e os resultados não foram lisonjeiros. Depois de cinco anos de crise, os indicadores económicos do rendimento e do emprego ainda permanecem em níveis abaixo dos imediatamente anteriores à crise.
Os líderes nacionais da União foram incapazes de avançarem com transferências orçamentais e acordaram, por isso, num conjunto de soluções temporárias e incompletas. Isso aconteceu em simultâneo com esse novo discurso político de indignação moral - com os políticos do Norte a falarem da corrupção no Sul como a principal causa da crise. A crise testou o projeto europeu e os resultados não foram lisonjeiros. Depois de cinco anos de crise, os indicadores económicos do rendimento e do emprego ainda permanecem em níveis abaixo dos imediatamente anteriores à crise.
Mas isso significa que uma iniciativa isolada em Portugal não
é suficiente. É precisa uma iniciativa europeia?
Como disse no início desta entrevista, uma iniciativa de reestruturação de dívida pode resultar num abalo da atual ordem económica e política. O que é necessário é um repensar radical das relações entre a integração económica e a integração social e política. Precisamos de líderes europeus que sejam honestos e digam que uma integração económica sem uma integração política e social apenas gera mais desigualdade e instabilidade.
Como disse no início desta entrevista, uma iniciativa de reestruturação de dívida pode resultar num abalo da atual ordem económica e política. O que é necessário é um repensar radical das relações entre a integração económica e a integração social e política. Precisamos de líderes europeus que sejam honestos e digam que uma integração económica sem uma integração política e social apenas gera mais desigualdade e instabilidade.
O que deverão fazer os líderes europeus?
Um sinal importante pode ser fazer uma paragem na integração económica enquanto a Europa começa a lançar alguns elementos de uma política de investimento social e orçamental comum. Pode começar com medidas modestas relacionadas com o salário mínimo e apoios ao desemprego. Também, programas europeus para melhorar as competências dos menos qualificados, desenvolver a flexisegurança (flexibilidade com segurança) no mercado de trabalho e sistemas de ensino aberto. Isso poderia dar o sinal de que a Europa pretende construir a competitividade na base da competência e não dos salários baixos. Investimentos "verdes" também mostrariam que a Europa toma em linha de conta a sobrevivência da próxima geração.
Um sinal importante pode ser fazer uma paragem na integração económica enquanto a Europa começa a lançar alguns elementos de uma política de investimento social e orçamental comum. Pode começar com medidas modestas relacionadas com o salário mínimo e apoios ao desemprego. Também, programas europeus para melhorar as competências dos menos qualificados, desenvolver a flexisegurança (flexibilidade com segurança) no mercado de trabalho e sistemas de ensino aberto. Isso poderia dar o sinal de que a Europa pretende construir a competitividade na base da competência e não dos salários baixos. Investimentos "verdes" também mostrariam que a Europa toma em linha de conta a sobrevivência da próxima geração.
Mas isso é politicamente realizável no atual contexto
europeu?
O que parece ser realizável hoje em dia está a levar-nos para muito próximo do fim do projeto europeu. Deste modo, a única estratégia possível é propor o que parece estar fora do alcance. Sabemos que a História nos reserva sempre surpresas de vez em quando - esperemos por uma surpresa positiva.
O que parece ser realizável hoje em dia está a levar-nos para muito próximo do fim do projeto europeu. Deste modo, a única estratégia possível é propor o que parece estar fora do alcance. Sabemos que a História nos reserva sempre surpresas de vez em quando - esperemos por uma surpresa positiva.
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Palavras-chave manifesto
dos 70, reestruturação
da dívida, Economia,
bancarrota,
default dívida, dívida
soberana, juros,
risco
Na Primeira Página
domingo, março 23, 2014
HÁ QUE TER UM COMPROMETIMENTO
QUE MUITO RELEVA
DE HIGIENE MENTAL
Brasilino
Godinho
Nos últimos três anos ocorreram algumas
remodelações ministeriais.
Agora que se avizinham eleições vem a propósito
lembrar que falta a higiénica remodelação do
próprio primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Por isso, faz algum sentido republicarmos a nossa
menção (efectuada no dia 20 de Novembro de
2012) à advertência do filósofo alemão
Karl Popper.
A SOLENE ADVERTÊNCIA DE KARL POPPER
QUE TEMOS DE APLICAR EM SEDE DA GRANDE
GAIOLA DO MALSOANTE PALÁCIO
BENEDITINO DE LISBOA
Até
à ansiada data redentora em que o guia supremo da presente desgraça
nacional decida, de motu próprio, libertar-nos do pesadelo da
sua mísera (des)governação ou o presidente da República tome a
desejável e continuamente preterida resolução de encaminhá-lo
para um lugar ermo onde, isolado, se entretenha, por dilatadas
décadas, em práticas de jejum político e de irrevogável
penitência pelos inúmeros pecados cometidos e, também, a dar
sucessivas "voltas ao bilhar grande" cantarolando como é
do seu agrado e de sua vocação juvenil... publicaremos, com
cadência de alguma regularidade, a nossa crónica de 20 de Novembro
de 2012, sobre a advertência de Karl Popper; a qual, assenta, que
nem uma luva, sobre a inconsistente configuração de alma do grande
chefe Coelho de Passos (o ser pedroso - ou pedregoso, porque,
significativamente, da natureza durez da pedra e em linha com os
tempos da primeira idade da sobredita: a lascada...).
Este,
aqui exposto, nosso compromiso de índole cívica.
A
bem do maltratado povo português!
Terça-feira, Novembro 20, 2012
A
pertinente advertência,
antevista
por Karl Popper
Brasilino
Godinho
Não
vale a pena:
-
que os milhões de
portugueses educados;
inteligentes; honestos; competentes; professores de muitos saberes;
técnicos de amplos conhecimentos; pobres de muitas carências;
idosos bastante desprotegidos; jovens desempregados com habilitações
académicas e seniores com anos de profissionalização, uns e
outros, acintosamente escorraçados para a emigração; pensionistas
sitiados em campos de desespero e nas antecâmaras das mortes por
demais anunciadas; os doentes que se arrastam pelos hospitais em
transe de cuidados de saúde, nem sempre atendidos - quer por
insuficiências de meios de tratamento das instituições, quer por
faltas de dinheiro para satisfazer a própria liquidação das taxas
moderadoras; e todos aqueles (imensa multidão de pessoas
angustiadas) que integram a classe média;
-
discutam
com o grão-mestre
da pequena política, o obstinado guerreiro do conflito anti-social
vigente, o comandante-chefe operacional e supremo orientador do
actual Processo Revolucionário em Curso de Extinção de Portugal
(PRECEP): afinal, o personagem mais em evidência na arena do circo
político instalado em Lisboa; melhor dizendo, a
famigerada criatura do reino animal doméstico:
Pedro Passos Coelho. É tempo perdido. Também, uma tarefa inglória.
Porquê?
Porque:
“Não
é possível discutir racionalmente com alguém que prefere matar-nos
a ser convencido pelos nossos argumentos”. Karl
Popper
E
uma vez que é assim e que a obstinada criatura persiste em arrastar
a nação para o desespero e para a desgraça, urge substituir o
actual chefe do governo: Pedro Passos Coelho.
No
actual tempo de lançamentos de votos nas urnas, aqui fica o nosso
voto:
Que
os portugueses «não guardem para amanhã, o que podem fazer
hoje...»
Também,
o aviso de que «Gato escaldado de água fria tem medo...»
Ou
ainda, lembrando o ditado: «Com passas e bolos se enganam os
tolos...» E não só! Igualmente, com as beijocas do Portas
distribuídas nas feiras e nos mercados de peixe... e com as
famigeradas "garantias" e promessas (jamais cumpridas) da
coelhal figura...
Que
a maioria dos portugueses se ponham a pau! E com a vassoura em
riste!!! Dela precisamos fazer bom, higiénico e salutar uso...
Fim
sexta-feira, março 21, 2014
MOSAICO
Combinação
de pequenas pedras
de
cores alaranjadas e azuis,
ligadas
pela argamassa governamental
Formatado
a 21/03/2014, por Brasilino Godinho.
Pequena
pedra? Não! Grande pedregulho! Com nome de Jardim...
A
confusão do distraído Jardim, da Madeira
ECONOMIA
"Andamos
aqui a ser enganados, porque ouvimos falar da reforma de Estado e o
que se vê não é acabar com aquilo que é inútil, mas cortar nos
salários, pensões, reformas das pessoas e destruir uma classe média
que é espinha dorsal de qualquer democracia, declarou Jardim, na
inauguração das instalações de uma marca de automóveis no
Funchal."
Demos a palavra
a Alberto João Jardim. Porém, não nos dispensamos de assinalar que
o famoso animal político está equivocado quando diz que está a ser
enganado e insinua que as maldades dos seus correligionários do
Continente estão sendo praticadas ao arrepio "de
qualquer democracia".
Então a velha
raposa madeirense, Jardim, não percebe que não estamos em
democracia? O problema é que temos a "qualquer
democracia" do
desencanto de milhões de portugueses e por ser aquilo que é e o que
ela comporta de destruição, de violência sobre os cidadãos, de
negação de direitos e garantias consagradas na decorativa
Constituição da República Portuguesa, de arbítrio, de sobranceria
e de autoritarismo dos governantes, poderão chamar-lhe qualquer
coisa, certamente esquisita e sinistra - nunca DEMOCRACIA! Ainda que,
como é o caso português, coisa disfarçada e com abusiva
denominação de arremedo a nação democrata.
terça-feira, março 18, 2014
MOSAICO
Combinação
de pequenas pedras
de
cores alaranjadas e azuis,
ligadas
pela argamassa governamental
Formatado
18/03/2014, por Brasilino Godinho.
A
pedra, Poiares, mais verde que madura... a falar pela cartilha de
Coelho.
Os órgãos de comunicação social informaram que
"Poiares Maduro garante
ao El Mundo que Portugal já controla o seu destino".
Em
primeiro lugar, na apreciação desta parte das declarações de
Poiares ao diário madrileno há que nos fixarmos no seu auspicioso
pormenor identitário. Trata-se de um ser plural detentor de uma
herança genética e de um património semântico, de notória matriz
poiar
- o
que nem é coisa de somenos na pessoa de um ministro português...
Pois que no conjunto de dados identificáveis de sua excelência
Poiares se denota: que imitando o distinto Cavaco Silva da célebre
subida a um coqueiro também gosta de subir a lugares elevados, que
não os coqueiros de S. Tomé (aí está ela pousada no poleiro do
governo, contemplando embevecidamente o seu ego); que se coloca em
cómodas posições; que se dispõe a quaisquer intervenções
mediáticas; que desembarca sempre que possível nos lugares mais a
jeito de protagonismo (desta vez foi no espaço do El Mundo, além,
na capital espanhola); e que tem uma irresistível tendência em se
apoiar nalguma coisa (actualmente num fastidioso Coelho que,
alimentando-se de relvas, faz as delícias de muitas criaturas que se
albergam no vasto pomar de laranjas e laranjinhas).
Em segundo lugar, há que fazer o seguinte registo:
Pegou uma cretina moda na imprensa portuguesa. Agora, quando os
residentes dos palácios de Belém e de S. Bento fazem declarações,
por mais incongruentes e absurdas que sejam, os jornalistas não
estão com meias medidas: proclamam alto e bom som ou em letra de
forma que suas excelências garantem.
Mas garantem o quê? E como?
Em que consiste a garantia?
Quais os seus instrumentos credíveis e de alcance prático e
factual?
À semelhança do limão seco, mirrado, que espremido
não deita sumo, assim acontece com a famigerada garantia:
nada se vislumbra de concreto. Centra-se na expressão: o vazio e o
absurdo; algo de imbecilismo, de embuste, de falaccioso, de
acentuadamente hipócrita. O resultado é que esta palavra se tornou
insuportável de ouvir ou de ler, porque é sempre desvirtuadora do
seu verdadeiro sentido semântico. Está demasiado usada e abusada.
Dita ou escrita como repelente vómito de ébrio e no âmbito
daquelas comprometidas e desacreditadas proveniências, também já
se tornou obscena. É que qualquer indígena português, mesmo que
iletrado, sabe, por dolorosas experiências dos últimos anos, que
aquelas pessoas abancadas à mesa do Orçamento, em sede governativa,
não dão garantias de coisa
nenhuma.
Com uma assinalável excepção: a
concernente ao uso e avantajado proveito operativo, de cunho
profundamente nocivo para a grei, que lhe foi dado por Passos Coelho.
Quando este grande chefe da orquestra e coro governamentais garantiu
que iria conduzir a nação portuguesa ao empobrecimento, estava
desde logo a providenciar a garantia,
visto que a consumou de facto, de forma avassaladora, ao longo dos
três anos do seu mandato governativo. Esta, a única garantia
- em tempo dita - que se cumpriu com todo o desvelo e carinho
manifestados por parte de Passos Coelho e da rapaziada que o
acompanha no caminho da desgraça nacional que segue em acelerado
curso.
Daí se poder concluir que Poiares pouco tem de maduro
quando, perorando pela mesma repugnante cartilha da coelhal figura,
vem garantir que Portugal já
controla o seu destino. E que control é esse? Quem, em Portugal,
pessoa respeitável, séria, idónea, inteligente, sensata, tem a
ideia do destino que o país vai prosseguir? Atente-se que anunciar
que Portugal já controla o seu destino é de uma irresponsabilidade
total. A menos que Poiares, na circunstância, em si superando o
estado de verde, queira dizer que, para Portugal, está garantido
o estado de pobreza, de contínua miséria e de sucessiva destruição.
Se é essa a esplêndida ideia de Poiares então deveria
ter sido mais explícito e concreto na afirmação, mostrando que,
afinal, está bem maduro naquela conveniente textura psíquica
tão do agrado do seu mentor governamental.
segunda-feira, março 17, 2014
Combinação
de pequenas pedras
de
cores alaranjadas e azuis,
ligadas
pela argamassa governamental
Formatado
a 17/03/2014, por Brasilino Godinho.
Pequena
pedra? Não! Grande pedregulho! Com nome de Coelho...
Boa
piada! De quem havia de ser? De Passos Coelho, claro!
Ele,
com ar cinzento-amarelado, sem se rir, como se estivesse muito
compenetrado de ter descoberto a pedra filosofal, disse, ontem, uma
coisa incrível: que pensa... Na circunstância, o quê? Que... "os
portugueses pensam que há uma justiça para ricos e outra para
pobres".
A
piada está no auto convencimento da criatura ministerial de que
pensa. E como se isso fosse de pouca importância, resolveu colocar a
cereja no topo do bolo da incongruência, acrescentando o singular
detalhe do seu pensamento; o qual, está configurado promiscuamente
na fantasiosa ideia dos portugueses se darem ao trabalho de pensar na
(in)justiça vigente que, impávida, se afirma imperante. Como se os
portugueses não estivessem fartíssimos de saber que a justiça
portuguesa tem os dois braços da decorativa balança desequilibrados
em favor dos ricos, dos políticos influentes e dos poderosos.
Pensar?
Não é preciso! Basta ter os olhos bem abertos e estar atento ao
funcionamento dos tribunais onde se desenrolam os grandes julgamentos
das poderosas figuras que ornam a nossa "melhor sociedade"...
A esmagadora maioria dos cidadãos têm a certeza da proteção que a
justiça dispensa aos privilegiados deste país.
Pelos
vistos, o grande chefe Coelho acaba por se situar a leste do seu
sonhado paraíso onde vegetam os milhões de pobres da sua cruzada de
empobrecimento geral da nação portuguesa. Além disso, está
pitosga. E sem ver, assobia para o lado a dar ares de sua (des)graça.
Pelo que, em último recurso, pensa... Azar seu, com graves reflexos
no quotidiano dos indígenas lusos. Decididamente, Passos Coelho
precisa de, com a maior das urgências, trocar as obsoletas e
embaciadas lentes dos seus óculos por outras menos opacas - porém,
mais transparentes, límpidas e de apurativo, longo alcance...
domingo, março 09, 2014
"Santo"Antero
de Quental sempre actuante...
Em
1871, interpelando o ministro Marquês D'Ávila.
Em
2014, do Além, vem a interpelar primeiro-ministro Passos Coelho...
Introdução e anotações de Brasilino Godinho
As interpelações - quais certeiras farpas - que,
outrora, Antero de Quental dirigiu, em formato de carta-aberta
(titulada: EU SOU SOCIALISTA) ao ministro Marquês D'Ávila a
propósito da proibição das Conferências do Casino,* haverão
agora, numa curta parcela, de ser reproduzidas fielmente, mantendo
tudo aquilo que o poeta açoriano escreveu; mas com o cuidado de
substituir o nome do destinatário de então pelo da actual figura
cimeira da equipa ministerial a quem é também consagrado o tema,
perfeitamente compaginado na actual conjuntura nacional.
Abreviando, a nós e aqui, cumpre-nos dar a palavra a
Antero de Quental. Até porque nos parece estar o poeta micaelense
profundamente inquieto e atormentado lá no espaço etéreo, onde se
refugiou. Também impelido a fazer-se ouvir no presente tempo de
magras vacas loucas e de não menores aberrações cívicas e
circunstanciais: de políticas, pessoas, tempos e modos.
Eis
Antero, exercitando dedicação pelo interesse público!
Antero de Quental, em tom irritado, dirige-se a
Passos Coelho:
«A política, sr. presidente do Conselho de
Ministros, sabe V. Ex.ª que é uma ciência? Sabe que a ciência,
filha caríssima do Espírito, só tende a elevar, a instruir, a
moralizar, a santificar a vida humana? A
política é o instrumento da justiça social
(sublinhado de Brasilino Godinho).
Revestida, pela autoridade,
dum carácter quase religioso, é uma voz de grandes ecos, que diz à
verdade fala! que
diz à consciência revela-te!
que diz às almas emancipai-vos!
que sobretudo diz aos costumes
moralizai-vos! Para
ter o direito de dizer isto, a política tem mais que tudo de ser
moral - é preciso que todos a julguem mais que tudo moral. V. Ex.ª
é político: diz-se político, e dizem-no alguns dos seus contínuos.
Ora veja V. Ex.ª que juízo faz da capacidade moral da sua política
a opinião daqueles que V. Ex.ª governa... Diz-se (o que não se
diz?) que, antes de se chegar ao terror, se usou de meios mais
brandos - meios suasórios. Diz-se que se ofereceu a alguém uma
candidatura**, quando esse alguém se mostrou resolvido a falar sobre
um assunto pouco palaciano... Como se este encontro de
circunstâncias não pudesse ser filho duma naturalíssima
coincidência! Estes enredos corruptos são só próprios da escola
de Maquiavel, homem de génio infernalmente profundo, sublime quase
na sua corrupção, perverso mas grande. Ora nós temos toda a
certeza de que V. Ex.ª não é por forma alguma Maquiavel, nem há
meio de o tomarmos por seu discípulo. Decididamente, V. Ex.ª não é
o grande Maquiavel.»
* Tal proibição suscitou um desaguisado entre duas
personalidades açorianas: Antero de Quental, nascido na cidade de
Ponta Delgada, ilha de S. Miguel; e António José Ávila, Marquês
D'Ávila e Bolama, natural da cidade da Horta, ilha do Faial.
** Parece-nos não haver dúvidas de que Antero,
atento à gravidade dos obscenos acontecimentos na terra portuguesa e
apesar do seu distanciamento etéreo, se está referindo à recente
candidatura de Miguel Relvas a presidente do Conselho Nacional do PSD
(órgão máximo do partido), apresentada e votada no último
congresso do Partido Social Democrata, realizado a 22 e 23 de
Fevereiro do corrente ano, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
MOSAICO
Combinação
de pequenas pedras
de
cores alaranjadas e azuis,
ligadas
pela argamassa governamental
Formatado
a 09/03/2014, por Brasilino Godinho.
Pequena
pedra? Não! Grande pedregulho! Com nome de Coelho...
Notícia dos
jornais de 7 de Março de 2014
Título:
«Passos
Coelho vai a Berlim para discutir com Angela Merkel a saída da
troika»
Texto
transcrito do Diário Económico:
«Passos
Coelho vai ter um almoço de trabalho com Angela Merkel, em Berlim,
no dia 18 de Março. Reunião serve para discutir a estratégia de
saída de Portugal do programa de ajustamento. Primeiro ministro quer
avaliar os principais lideres europeus sobre a saída limpa ou o
programa cautelar.»
Nosso comentário:
01. O texto está
cuidadosamente redigido no sentido de fazer crer aos indígenas lusos
que o grande chefe (à escala da região saloia de Lisboa) Passos
Coelho, da tutelada governação caseira, irá ter em Berlim um
exaustivo trabalho de almoço com a chanceler alemã.
No mesmo escrito,
também se antevê que ambos farão a sossegada degustação, seguida
da conveniente e gostosa digestão. Por fim, segundo os costumes,
Coelho retribuirá as atenções de Merkel com reverência e a solene
declaração de inequívoca aceitação/sujeição ao ditames da
chanceler (é de recomendar que, então, Coelho não deve desperdiçar
a oportunidade de adoçar a boca à chanceler com os famosos pastéis
de Belém... (em número plural, não vá ele lembrar-se de,
simplesmente, cometer a embaraçosa gafe de lhe servir o dito cujo de
Belém).
Para além disso,
facilmente se intui que o suposto trabalho estará mais que elaborado
pois que as suas bases programáticas e de suporte já estarão
plenamente ajustadas. Mais: os resultados também estarão
congeminados, mesmo antes de os comensais se sentarem à mesa. Até
porque, se assim não fora, mais adequado seria uma efectiva reunião
no gabinete da senhora Merkel.
Na notícia,
põe-se a tónica na trabalheira do almoço quando, afinal, do que se
trata é de disfarçar a realidade de Passos Coelho acorrer ao regaço
da senhora Merkel para dela receber, em conversa de circunstância,
bem condimentada conforme os ingredientes da gastronomia local, a
terminante orientação subjacente à posição definitiva (há muito
tempo conhecida) da anfitriã.
Ao debilitado
Coelho, assaz inofensivo e inoperante no contexto internacional, sem
peso e envergadura, cumprirá executar as ordenações da
grande-chefe Merkel. Precisamente, a mulher alemã que sempre foi
geralmente considerada como uma espécie de tutora da coelhal figura.
Aliás, Passos Coelho já demonstrou que consagra profunda veneração
e respeito a Angela Merkel.
Quanto à
hipótese de avaliação que Coelho faria dos chefes europeus,
sugerida na notícia, importa corrigir que seria o contrário: eles é
que o avaliariam. Ainda citando a "avaliação", fica-se
com a impressão de ela ter sido colocada para disfarçar, o mais
possível, a verdadeira natureza de subserviência da ida de Passos
Coelho ao encontro da autoritária senhora Angela Merkel. Uma verdade
que salta à vista em Portugal e na Europa. A qual, corresponde à
configuração do par de galhetas Coelho/Merkel, excessivamente
(melhor dizendo: escandalosamente) actuante na política desenvolvida
pelo actual governo português.
02. Sobre a
"saída limpa" e "programa cautelar" é tempo de
políticos, comentadores e jornalistas, deixarem-se de falas
astuciosas que tresandam e empestam o ambiente.
Qualquer que seja
a designada via de saída do "programa de ajustamento",
imposto pela trindade internacional, a adoptar em 2015, será sempre
uma saída pestilenta. Porque, precedida de uma política imensamente
suja que desgraçou milhões de pessoas e vem provocando a destruição
do país.
Fim
sábado, março 08, 2014
Ministro da Defesa, ao ataque,
diz que não pode haver tratamento
de excepção nos sacrifícios
“Questionado sobre a manifestação
das forças de segurança de ontem, Aguiar-Branco garante que o Governo não fica
indiferente aos protestos mas que não podem haver tratamentos diferenciados nos
sacrifícios pedidos aos portugueses.” (SIC)
Duas breves observações de
Brasilino Godinho
Primeira. Impõe-se, desde logo, desfazer a abusiva
mentira dos pedidos de sacrifícios (já nos anos quarenta do século passado,
proclamava Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do governo de Adolf Hitler,
do III Reich, da Alemanha nazi, que a
mentira, continuadamente repetida, acabará por ser aceite como verdade). Esta,
é uma mentira da especial predilecção das excelências ministeriais. Aliás,
sempre, a todas as horas e nos mais diversos lugares, usada pelos agentes e
propagandistas do actual governo.
A verdade é incontroversa: os
sacrifícios não foram pedidos aos
portugueses. Eles, mais que sacrifícios, foram e são tormentos decorrentes
de agressivas medidas atentatórias da dignidade das pessoas, acintosamente
impostas aos cidadãos mais carenciados, à classe média, aos funcionários
públicos e aos reformados. Tais malévolos expedientes governamentais, também
são indecentes atentados desumanos contra a maioria da população portuguesa.
Não há volta a dar: qualquer pedido
envolve a hipótese da sua rejeição – o que, no caso vertente, é liminarmente
impossibilitado. E aos portugueses não foi feito qualquer pedido de sacrifícios
- acentue-se, definitivamente! Os portugueses, indefesos na sua maioria, estão
sendo vítimas de uma contínua política autoritária de agressão e de saque.
Para além disso e em sede da mais
extremada hipocrisia é pretendido, com recurso a uma subtil linguagem de persuasão,
inculcar na mente dos cidadãos a falácia da aceitação dos pedidos de
sacrifícios - o que configura um obscuro quadro onde se insere uma programada e
cínica prática governamental de lavagem ao cérebro do incauto cidadão.
Segunda. Não pode haver tratamentos de excepção
nos "sacrifícios" - diz o ministro Branco, com sobranceria, a
direccionar-nos para um rumo ou espaço temporal demasiado negro.
Daqui
lançamos o repto ao ministro da Defesa: Diga à Nação quais foram e são os sacrifícios ou os cortes nos vencimentos,
nas ajudas de custo, nos subsídios de marcha, de férias e de Natal, nas senhas
de almoços, nas despesas com uso de telefones, nas inúmeras viagens pelo país e
estrangeiro e demais mordomias, que: estático presidente da desfigurada
república, atrevido chefe de um governo à deriva, desenxabidos ministros,
secretários (“ajudantes” de cena) de Estado, oportunistas deputados e as
rapaziadas das grandes (precoces) especializações que enxameiam os gabinetes
ministeriais, têm sofrido nos três anos de vigência do tenebroso desregramento
governativo.
domingo, março 02, 2014
IV
CONGRESSO INTERNACIONAL
EM
ESTUDOS CULTURAIS
COLONIALISMOS,
PÓS-COLONIALISMOS
E
LUSOFONIAS
Prezadas senhoras,
Caros senhores,
Correspondendo a uma sugestão de quem de
direito, apresento-vos o programa e demais informação respeitante ao IV
CONGRESSO INTERNACIONAL EM ESTUDOS CULTURAIS – COLONIALISMOS, PÓS-COLONIALISMOS
E LUSOFONIAS.
O congresso realizar-se-á nos dias 28,
29 e 30 de Abril de 2014, no Museu de Santa Joana, cidade de Aveiro.
O congresso será presidido pelo
professor de origem espanhola, naturalizado colombiano, Jesús Martín Barbero,
prestigiado pensador, investigador na área da comunicação, criador da teoria
das mediações culturais e sociais; visitante que foi de várias universidades da
América Latina, de Espanha, do King’s College de Londres, da Universidade Livre
de Berlim e que, agora, está na situação de aposentado da Universidad Nacional
de Colômbia,
A Comissão Organizadora é presidida pela
Prof. Doutora Maria Manuel Baptista, docente da Universidade de Aveiro e o
Secretariado Executivo tem a Dr.ª Sara Vital Maia como Coordenadora. A
assessoria de comunicação está a cargo da Dr.ª Larissa Latif.
As entidades organizadoras são:
UNIVERSIDADE DO MINHO, UNIVERSIDADE DE AVEIRO, MUSEU DE AVEIRO e CENTRO DE
ESTUDOS DE COMUNICAÇÃO E SOCIEDADE (CECS) DA UNIVERSIDADE DO MINHO.
Patrocinador oficial: TAP PORTUGAL.
Dada a importância sempre associada a um
congresso de ESTUDOS CULTURAIS é de crer que o próximo, aqui anunciado,
suscitará o maior interesse em muitos dos meus leitores e leitoras. Aliás, os
temas em debate revestem-se de grande actualidade e não menor transcendência.
Também de assinalar o numeroso e mui
qualificado grupo de intelectuais portugueses e estrangeiros que integram a
Comissão Científica e o núcleo de intervenientes nos debates.
Brasilino Godinho