Estimadas senhoras,
Caros senhores,
Aqui, algumas Marcelices.
Porque rotineiras e sempre batendo as mesmas teclas da bisbilhotice e da vulgaridade não vale a pena ir além de simples amostragem daquilo que é a desgraça cultural apresentada no semanário do arquitecto-jornalista Saraiva.
No entanto, destaque para uma referência à Filosofia.
Cumprimentos.
Brasilino Godinho
“Marcelices”…
Do Prof. Seixa *
*Às vezes, designado Prof. Sousa.
Para quem não saiba, informamos que “seixa” é uma espécie muito apreciada de pombo bravo, esquivo, também chamada “sousa”, que não dispensa a conhecida variedade de fruta manga, vulgo “rebelo”.
Trata-se de um pombo traquinas de aspecto simpático que, todos os domingos, à noite, num programa televisivo, arrulha com desenvoltura e trejeitos que fazem as delícias da interlocutora.
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Escrever sobre desgraças é sempre desagradável. Mesmo pungente. E como vem acontecendo todas as semanas ao comentarmos a desgraça cultural consubstanciada no formato do painel designado BLOGUE, inserto a páginas 54 e 55 do semanário de José António Saraiva, torna-se uma tarefa cansativa e entediante. A que se associa o lamento por depararmos com o invulgar desperdício de talento do seu responsável – o Prof. Seixa.
Mas o autor persiste na inglória actividade de nos presentear com um rol de banalidades e de bisbilhotices sem pés, nem cabeça.
No tempo da ditadura salazarista dizia-se de um periódico que era o jornal das “sopeiras”. Com a desgraça cultural do Prof. Seixa a enfeitar o semanário “brinquedo” de estimação de José António Saraiva, dele se poderá dizer que é a folha das patacoadas e das tretas, digna sucedânea das conversas fiadas das mulheres de soalheiro.
A seguir, reproduzimos algumas “pérolas” representativas da referida desgraça cultural.
“INFLAÇÃO Dispara na China. Na alimentação, vai em 15% ao ano. Não há bela sem senão!
Nosso comentário
Qual a bela? Alguém a viu? Onde ela se situa? Será mesmo bela? Apesar do problema da alimentação estar caríssima? Em que sítio paira o senão? Grande? Médio? Pequeno? Do agrado da bela? Ou do seu profundo desagrado? O professor fechou-se
“GIULIANI A braços com acusação contra o chefe da Polícia, do tempo como mayor de Nova Iorque. Mais um percalço de campanha”.
Nosso comentário
Não só um percalço do Giuliani mas oportunidade para dizermos: Gaita! Prof. Seixa. O senhor lança o tópico mas não explica aos leitores o que se passa.
“DISFARÇAR Foi o que fiz hoje nas minhas Escolhas na RTP1. Um jeito a pegar em livros pesados, deu
Nosso comentário
O professor, nessa noite dominical, a “disfarçar”… Onde está a novidade? Se é sua pratica usual e a exerce com tanto engenho e arte por que – agora – o espanto e a referência? Decerto, para… disfarçar.
Finalmente, naquela incrível “desgraça cultural” - e como se ali esteja a “borrar”(…) a pintura - sobressai uma referência que merece o nosso aplauso e que vamos destacar.
Destaque
“FILOSOFIA Dia Mundial da Filosofia. Tão maltratada entre nós. Ultimamente. Escola de Nelas pede-me, por mail, mensagem para jornal dedicado à efeméride. Qual a importância da Filosofia na minha vida. Fácil de explicar. Ainda por cima, para quem ensina Direito.
Valores, lógica, conhecimento, reflexão, caminho para chegar aos outros e a si mesmo”.
Daqui saudamos a escola de Nelas por não estar de costas voltadas para a Filosofia. E formulamos o voto de que o Ministério da Deseducação Nacional aprenda a “lição”…
Ao professor damos classificação positiva. Com a pequena nota sobre a Filosofia deixou antever a mais valia que está ao seu alcance atingir nas suas intervenções jornalísticas, se concebidas noutros formatos e com melhores conteúdos. Aliás, em consonância com os seus atributos intelectuais.
Apesar da expressão de nosso apreço, aqui traduzida em letra de forma, devemos suscitar uma questão. O professor disse: valores, lógica, conhecimento, reflexão e caminho para chegar aos outros e a si mesmo. De acordo. Mas permita-me uma pertinente ressalva: A Filosofia e a excelente definição que dela faz nem sempre têm sido o arrimo do Prof. Seixa; pois que, bastantes vezes, desatende aos valores, falha na lógica, não corresponde na reflexão, nem chega a si mesmo - tão-pouco aos outros. Certamente, que o professor sabe que não falamos de cor e disto temos conhecimento e experiência que baste.