A Quinta Lusitana
Entre nesta "quinta"! Atente na sua beleza formal! Apodere-se do seu "recheio"! Pondere... Divirta-se com as paródias e os "artistas" do circo... Resista à tentação de chorar face aos quadros mais tristes... E recupere a auto-estima!... Visto, lido e respigado: Vai gostar!... Também, no seu interior, conheça de quantos irão detestar a QUINTA LUSITANA... Do mesmo modo, vai saber porquê...
Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!
SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA
SE FIXOU TODINHA EM LISBOA
NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...
Motivo: A "QUINTA LUSITANA "
ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...
QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...
e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!
SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA
SE FIXOU TODINHA EM LISBOA
NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...
Motivo: A "QUINTA LUSITANA "
ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...
QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...
e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho
quarta-feira, dezembro 31, 2014
Brasilino Godinho alerta
Estou
profundamente aborrecido. Acabo de ler o título, acima reproduzido,
inserto no portal da Renascença, apresentado no SAPO; o qual, de
imediato, me deixou perplexo e, logo a seguir, bastante transtornado.
Direi mesmo revoltado.
Já
não tive pachorra para ler a notícia a que correspondia o título.
Depois,
do pasmo que foi nosso e agora é do leitor, atente-se nas
interrogações que se suscitam: Contribuinte metido na factura?
Como? Incorporado na textura do material? Colado? Agrafado? Preso por
alfinetes? Simplesmente embrulhado, devidamente acondicionado, bem
carimbado e melhor registado pelos CTT, como se fosse encomenda
postal endereçada à Repartição de Finanças?
Porém,
não haja dúvidas - dada a impossibilidade do contribuinte ser
integrado na factura - trata-se de um ardiloso expediente que tem o
alcance de inviabilizar as deduções em sede de IRS, a partir de
amanhã, dia 1 de Janeiro de 2015.
De
que se havia de lembrar o Fisco. Só nos faltava este incrível
presente...
Branco
é, galinha o põe. Quer dizer: (e insistindo na afirmação) uma vez
que, sem cedências a descabidas ilusões, efectivamente, não é
possível meter o contribuinte na factura o Fisco, com a maior das
limpezas saneadoras, acaba com as deduções no IRS.
Um
expediente de extraordinária importância que dá a ideia de ser a
descoberta do ovo de Colombo do Fisco... para mais acometer
sobre a carteira do indígena.
E
mais uma vez o governo passa, com inaudita esperteza saloia, a
rasteira ao sacrificado contribuinte...
Esta
é uma má notícia com que finda o terrível ano de 2014...
Registo
o facto de tão grave propósito da Fazenda Nacional, sobremodo
afectando o indefeso contribuinte, não ter suscitado qualquer reparo
do órgão de comunicação social que se prestou a ser veículo de
transmissão de tão agourenta informação...
Aqui
fica o alerta de Brasilino Godinho sobre o alerta do Fisco... e o
descuido da Renascença.
segunda-feira, dezembro 29, 2014
O
apuramento que urge fazer
em
balanço deste fim-de-ano
Brasilino
Godinho
Está
chegando o termo do ano de 2014.
É altura de se fazer o balanço do que foram as
despesas efectuadas pelos órgãos do poder e pelos titulares dos
altos cargos do Estado.
Isto porque num ano em que se acentuou o
agravamento das condições de vida, foram impostos grandes cortes de
vencimentos e de pensões aos trabalhadores e aposentados e se
desencadearam mecanismos que gravemente afectaram os factores de
produção e a economia, se decretaram medidas que agravaram os
índices de desemprego e fomentaram a emigração de jovens
licenciados - assim delapidando o património da massa cinzenta do
país - se deteriorou o funcionamento do Ensino e se acentuou a
desregulação do sistema hospitalar; tudo sempre com justificação
no estado de pelintrice das finanças públicas, é importante os
contribuintes e o povo saberem os montantes gastos com esbanjamentos
na mansão presidencial, no Palácio de S. Bento, nos ministérios e
com as passeatas ao estrangeiro do presidente Cavaco Silva, do chefe
do governo Passos Coelho, do infatigável viajante que tem sido o
ministro Paulo Portas e dos deputados.
Num tempo e modo em que os governantes e deputados
estão sempre a apregoar que querem transparência na sociedade, no
exercício da governação e na vida política (e dizendo que são
sérios... quando não se riem do Zé-Povinho), é pois necessário
haver conhecimento público dessas despesas. Até para se fazer ideia
do enorme montante do Erário a esmo desbaratado e ficarmos cientes
do descaminho que é dado às contribuições e aos indecentes cortes
monetários que tão gravemente têm complicado as vidas de milhões
de portugueses.
Igualmente imprescindíveis são os relatórios
das viagens ao estrangeiro efectuadas pelos presidente, chefe do
governo, ministros e parlamentares para se conhecerem os
resultados/benefícios de tão dispendiosas actividades turísticas
(como serão na maioria das ocorrências). A propósito: os leitores
lembram-se das viagens a vários países realizadas por alguns
deputados que, com arte e engenho, as fizeram sem saírem do
território nacional?
Não é admissível que enquanto milhões de
portugueses passam inúmeras dificuldades e sofrimentos por carência
de meios materiais, haja individualidades que assobiam para o lado e
se permitem gastar fortunas sem dar cavaco aos concidadãos.
O que configura uma situação própria de uma
república das bananas. E a negação de um Estado de Direito, atento
aos interesses da grei e zelando direitos dos cidadãos.
Adenda
pertinente
Os leitores reparem nas tristes palavras, que dão pena,
proferidas pelo cidadão Anibal Cavaco Silva em data relativamente
recente: “A minha reforma quase de certeza que não vai
chegar para pagar as minhas despesas”. (As
ditas dão pena? A bem ver, por bom entendedor, se pode descortinar
que quem disser o contrário não mente...).
Presume-se que, da quase certeza a cavacal figura
tenha rapidamente chegado à certeza absoluta da temida
impossibilidade de pagar as suas despesas. O que, de situação
penosa, passou a situação de aflição para quantos se revêm na
condição de dedicados, amorosos, subditos do venerando Chefe do
Estado (que temos – e que não é aquele que maioria dos indígenas
desejaríamos que fosse). A propósito, faz-se um parêntesis (qual
seja, para inserir o registo de que ninguém se tenha lembrado de
providenciar uma colecta nacional em socorro de sua excelência. Caso
para se dizer que há por aí espalhados muitos amigos da onça,
que se ficam pelas meias-tintas, embora ostensivamente albergados
no seio da família cavaquista...).
Logo, face à angústia instalada na sua distinta
pessoa, é de presumir que sua exclência ter-se-á sentido muito
limitada nas mui pessoais boas intenções de viajar, conhecer o país
de lés-a-lés e visitar vários países de sua especial afeição
turística, devidamente acompanhado pela dedicada esposa, veneranda
Senhora D. Maria e por numerosas comitivas de apoio e convívio
fraterno.
Por isso considerando, põe-se a hipótese, não
despicienda, do cidadão Aníbal Cavaco Silva ter decidido tirar a
barriga de misérias e aproveitar - enquanto é tempo de mandato
presidencial - para realizar agradáveis roteiros turísticos
dispersos por esse mundo de Cristo.
Também de assinalar que tal expediente de superar
dificuldades embaraçosas não impedirira, de todo, que sua
excelencia, venerando Chefe do Estado, num festivo alarde de
generosidade, se permitisse a atenção para com os contribuintes da
Fazenda Nacional de lhes fazer os relatos das actividades que o
ocuparam nos vários tempos de ócio e de pretencioso trabalho
oficial nas próximas paisagens e (ou) nas longínquas paragens
além-fonteiras. Outrossim, a descrição das impressões recolhidas
pelo seu peculiar olhar aquilino de longo alcance ou pela sua
indesmentível e perspicaz intuição analítica e, ainda, pela,
sobremodo, fecunda e muito distinta percepção intelectual que é de
seu singular apanágio. Igualmente, o gesto simpático, cúmplice, de
lhes facultar todas as
fotografias tiradas nas várias expedições e... já agora, de lhes
relatar o que de relevante se obteve com tamanhos esforços de
abnegação turística, dados a crédito de real aproveitamento da
grei portuguesa. Mas, sempre sucedendo por malfadado acaso dramático
- anote-se! - à custa do sacrificado Zé-Povinho e sem resultados à
vista (expostos a olho nu ou mesmo vistos com recurso a binóculos de
pequeno, médio ou longo alcance).
Visto, amplamente sentido, suficientemente respigado e
por devidamente concluso: Tudo isto, num tempo de pelintrice
nacional, existe! Tudo isto, num espaço pantanoso e repelente, é
absurdo! Tudo isto, numa dramática configuração patética, é
detestável fado nacional...
Fim
domingo, dezembro 21, 2014
Mui prezadas Senhoras que
despertais meu deslumbramento
Caros Senhores a que presto a
maior consideração
Estamos
em época de Natal propensa a manifestações de apreço. Por esta razão
circunstancial, acima enunciada ficam expressos os termos indicadores da atenta
e agradável convivência que venho mantendo com as Senhoras e os Senhores que,
integrando a minha numerosa lista de contactos, me dão a honra de receberem e
lerem as minhas crónicas.
Nesta
altura iniciam-se as férias do Natal. Será tempo de convívio familiar, de
diversão, de relativo descanso e de algum ócio. Nesta perspectiva de lazer terá
algum sentido pensar-se que haverá tempo e disposição para amenas leituras.
E,
por referir leituras, estas constituem um razoável pretexto para lhes enviar
uma antiga crónica, um pouco extensa, que foca o problema crucial da língua
portuguesa, dos maus tratos a que está sujeita e do desprezo a que a votam
muitos indígenas e as mais altas personalidades do Estado – Estado que temos
nesta hora de má sorte e de grande tormenta para a maioria dos cidadãos
portugueses.
Brasilino Godinho
em pleno átrio da Reitoria da Universidade de Aveiro que está frequentando
A
crónica que agora vos envio, em anexo, foi publicada em 23 de Fevereiro de 2006.
Nessa
altura foi dirigida aos portugueses e, sobretudo, aos professores.
Hoje
o propósito é o mesmo.
Mas
ouso exprimir um desejo: que a crónica chegue ao conhecimento do maior
número de cidadãos.
Claro
que julgo ser esta crónica merecedora da atenção dos professores; visto que
deles se espera que enfrentem com firmeza e perseverança a triste situação em
que se encontra a Língua Portuguesa. Também que deles venha apoio para a
cruzada que urge empreender em prol da nossa língua. Afinal (como escreveu
Fernando Pessoa: “A minha pátria é a língua portuguesa”) ela é a Pátria.
Perdida a Língua, Portugal deixa de existir.
Aliás,
não é por acaso que, no actual quadro de desgraça político/social, acontece o
abandalhamento da Língua e o desprezo que os governantes lhe dispensam. São
situações que, bastante negativamente, se complementam.
Com
os melhores cumprimentos.
Brasilino
Godinho
Quinta-feira, fevereiro 23, 2006
SOU PORTUGUÊS!
ESTOU EM PORTUGAL.
QUERO FALAR, LER,
OUVIR E ESCREVER PORTUGUÊS.
SERÁ QUE ME VÃO IMPEDIR?...
SERÁ QUE ME VÃO IMPEDIR?...
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Nasci português. Corria a terceira década do século passado. Era uma noite fria de Outubro. Ali, no primeiro andar de uma casa com fachada pintada de amarelo suave, sita à Rua da Judiaria, cerca da Sinagoga, onde o Rei D. Manuel I mandou concentrar os judeus que, obrigados a renegar a fé judaica para salvarem as suas vidas e os seus haveres, se sujeitaram a residência fixa e a serem classificados como os “cristãos- novos”; num preciso momento aconteceu uma multiplicidade de sucessos: “vi à luz” que iluminava o aposento; “vi à mão” dos familiares; “vi a ser” o ser de gente; “vi a talho de foice” dos desejos paternais; “vi a tempo” de chegada oportuna; “vi de carrinho” não enganando ninguém e “vi ao mundo” chorando e berrando por “vir nas horas de estalar” a toda a pressa, sem fazer-me rogado. Sucessos que mais tarde, já adolescente, “vieram à baila” nas conversas de família. Isto ocorreu na bela e monumental cidade dos Templários, Tomar, terra ribatejana banhada pelo Rio Nabão.
http://quintalusitana.blogspot.com
Nasci português. Corria a terceira década do século passado. Era uma noite fria de Outubro. Ali, no primeiro andar de uma casa com fachada pintada de amarelo suave, sita à Rua da Judiaria, cerca da Sinagoga, onde o Rei D. Manuel I mandou concentrar os judeus que, obrigados a renegar a fé judaica para salvarem as suas vidas e os seus haveres, se sujeitaram a residência fixa e a serem classificados como os “cristãos- novos”; num preciso momento aconteceu uma multiplicidade de sucessos: “vi à luz” que iluminava o aposento; “vi à mão” dos familiares; “vi a ser” o ser de gente; “vi a talho de foice” dos desejos paternais; “vi a tempo” de chegada oportuna; “vi de carrinho” não enganando ninguém e “vi ao mundo” chorando e berrando por “vir nas horas de estalar” a toda a pressa, sem fazer-me rogado. Sucessos que mais tarde, já adolescente, “vieram à baila” nas conversas de família. Isto ocorreu na bela e monumental cidade dos Templários, Tomar, terra ribatejana banhada pelo Rio Nabão.
O meu nome é originário do Brasil - país a que me sinto
ligado por fortes laços de estima. Atrevo-me a admitir que terei sido uma
partícula brasileira que vinda dependurada no bico da cegonha caiu de
pára-quedas em Portugal. Por aqui ficou, cresceu e se tornou maior à escala
permitida pela específica natureza humana. Bem considerando: um “brasil” em configuração infinitamente pequena relativamente à
dimensão do Brasil. Também, um caso de objectiva dupla nacionalidade; assim a
modos da pescada… que antes de o ser já o era.
Complemento anotando que desde 1963 estou naturalizado aveirense. O que se deve ao determinismo inerente às contingências da vida profissional. Também, condição alcançada por natural e amadurecida afeição à esplêndida urbe dos canais.
Os anos foram-se sucedendo na minha vida no desfrute de uma reconfortante juventude de espírito; este, sempre fiel a valores humanísticos e permanentemente aberto à evolução dos tempos, ao revigoramento das mentalidades e ao progresso das sociedades. Igualmente, cumprindo resguardo de contradições no pensamento e na acção, tenho conservado a nacionalidade. O que vem acontecendo de modo natural sem esforços de acomodação e sem sobressaltos de consciência. Quero mantê-la! Sinto orgulho de ser português.
Complemento anotando que desde 1963 estou naturalizado aveirense. O que se deve ao determinismo inerente às contingências da vida profissional. Também, condição alcançada por natural e amadurecida afeição à esplêndida urbe dos canais.
Os anos foram-se sucedendo na minha vida no desfrute de uma reconfortante juventude de espírito; este, sempre fiel a valores humanísticos e permanentemente aberto à evolução dos tempos, ao revigoramento das mentalidades e ao progresso das sociedades. Igualmente, cumprindo resguardo de contradições no pensamento e na acção, tenho conservado a nacionalidade. O que vem acontecendo de modo natural sem esforços de acomodação e sem sobressaltos de consciência. Quero mantê-la! Sinto orgulho de ser português.
E há boas razões para assim considerar a minha inserção no
mundo. Em primeiro lugar, motivações ditadas pela assimilação da alma lusitana,
pelo conhecimento cultural relacionado à história pátria e pela avaliação do
relevante papel de Portugal e dos portugueses na evolução da Humanidade.
Depois, uma ideia de fascínio enraizada pelos sentimentos de respeito e até de
veneração por tantas grandes personalidades que, por obras valorosas ou
capacidades invulgares, prestaram relevantes serviços e se elevaram a altos
cumes de prestígio e de reconhecimento à escala mundial. Também um estado de
percepção onde radica uma disposição de partilha, de fraternidade e de comunhão
relativa a certas maneiras de estar em sociedade e sentir em solidariedade
colectiva; as quais, certamente, foram a base de sustentação dos feitos
sublimes que delinearam o percurso histórico dos portugueses na construção do
país e na difusão da cultura por outras paragens estranhas e distantes do seu
território.
Localizadas nos mais diversos espaços geográficos do seu
rectângulo continental ou noutros locais do planeta Terra, os portugueses
edificaram obras de interesse universal. Percorrendo todas as áreas de
actividade, do saber, das artes e de relacionamento entre povos e culturas
distintas, séculos após séculos, encontram-se marcas indeléveis,
identificadoras e exultantes do esforço, da tenacidade, do conhecimento e das
qualidades dos portugueses. Sobrelevando tão valioso património cultural a
gesta gloriosa dos Descobrimentos e as suas consequências; com excepcional
relevo para a expansão da língua e cultura lusíadas por todos os continentes.
Claro, toda esta dimensão ciclópica, épica e universal, dos desempenhos das
gentes portuguesas ao longo dos séculos, constitui-se como essência da
incontestável e preponderante grandeza lusíada. A obra imortal de Luís de Camões
celebra esse extraordinário fulgor dos portugueses.
O apego à terra onde se nasceu, a ligação dos afectos às
pessoas e aos lugares percorridos ao longo da vida, o clima, o encanto das
paisagens, a magnificência do património arquitectónico, a variedade e
importância dos legados culturais, são dados objectivos que, associados a
factores subjectivos, conferem identidade singular a cada nativo luso – a qual
assimilo e me engrandece como ser pensante nativo de Portugal. Outrossim, me
responsabiliza no encontro comigo mesmo e no respeito para com os meus
concidadãos.
Por de tudo isso ter notícia, percepção e entendimento, me considero português.
Por de tudo isso ter notícia, percepção e entendimento, me considero português.
Assim consciente e sem quaisquer objecções à aceitação do
primado da verdade acerca dos acontecimentos e dos seus protagonistas, não
escamoteio, nem desvalorizo as páginas negras da história portuguesa
merecedoras de reprovação e condenação. Elas são o reverso da medalha que na
sua frente emblemática nos cativa e fortalece o ego, pelo brilho e grandeza da
sua opulenta composição. Sem dúvida, matéria deplorável, incómoda e
deslustrosa, essa negrura inserida na narrativa histórica de Portugal
desencadeada desde a fundação da nacionalidade e prosseguida no tempo que
passa. Mas inevitável que ela exista por que dependente das díspares, variáveis
e complexas faculdades de alma das humanas criaturas que, muitas vezes, são fautores
de acções e comportamentos dissonantes dos valores da cidadania e atentatórios
da dignidade pessoal.
Porque sendo a História reportada às intervenções dos
homens na evolução dos tempos, os actos dos protagonistas reflectem as suas
qualidades e os seus defeitos. E reconhecer-se esta alternância, entre o bem
exercitado por distintos indivíduos e o mal da lavra de alguns outros,
assinalada no historial da nação portuguesa, não implica desonra nacional
definitiva ou irreparável, nem significa desconsiderar o homem português ao
ponto de o classificar como o patinho feio, pecaminoso, envergonhado e
proscrito da comunidade internacional. Assim como valorizar os feitos dos
portugueses não envolve a ideia de sermos os melhores do mundo no domínio do
conhecimento, na prática das artes e ofícios, na realização de grandes obras,
no relacionamento entre os povos e culturas diferentes ou mesmo nas diversas
manifestações a que dê azo a inventiva humana. Também não os abençoados e
irrepreensíveis detentores únicos dos eternos valores e princípios que
engrandecem e dão sentido de vida ao indivíduo e possibilitam harmonioso e
qualificado funcionamento às sociedades.
Não obstante, há momentos em que aflora um sentimento de
vergonha derivado dos comportamentos infelizes de certa gente com grandes
responsabilidades nos destinos da nossa pátria. Mais que vergonha chega a ser
indignação o que se sente quando surgem notícias ou ecos de acontecimentos que
lesam gravemente os interesses dos cidadãos, comprometem o desenvolvimento do
país ou denigrem a imagem de Portugal no conjunto das nações civilizadas.
Entre os factores que mais põem em risco o futuro de
Portugal como nação distinta e milenária, destaca-se o desprezo que os
governantes dedicam à língua portuguesa. E não só. Os maus tratos à Língua
começam na escola do ensino básico. Continuam no ensino secundário e
prolongam-se no ensino superior. Os programas são deficientes. Muitos
professores não se empenham. Os alunos não são estimulados para a apreciação e
uso correcto do idioma nacional. Não se incentivam os estudantes a lerem
persistentemente as boas obras da literatura portuguesa e a fazê-lo, sempre, na
companhia do dicionário. Seguramente que a leitura dos clássicos é a melhor
forma de aquisição de vocabulário, de apreensão da construção gramatical e de
aquisição do sentido estrutural do pensamento – aquisição melhor conseguida se
acompanhada pelos estudos da filosofia e da matemática.
Nos estabelecimentos escolares, nos jornais, nas rádios,
nas televisões, nos diálogos dos cidadãos, instalou-se o hábito de tudo
facilitar sincronizado com o repúdio dum mínimo grau de exigência e de rigor.
Há por aí instalado um desarranjo intelectual que comporta a tara da
condescendência absurda pelas asneiras gramaticais; a tácita aceitação dos
erros ortográficos; a mania da exaltação (ao que chegámos!) da praga dos
vocábulos sincopados introduzida pelo uso dos telemóveis; o uso desenfreado da
aberração linguística representada pelos neologismos e estrangeirismos; a
petulância idiota de certa gente em misturar termos estrangeiros (sobretudo,
ingleses) nos títulos, nos textos publicados e nas falas; a descabida e
insensata utilização das denominações inglesas das empresas, dos produtos e dos
equipamentos.
Se a tudo isto juntarmos a inércia dos governantes que,
falando mal e escrevendo pior, nada fazem no sentido de incrementar o bom uso
da Língua e de dar forte impulso à sua expansão nos países lusófonos e pelo
Mundo, fica definida uma situação que bem podemos classificar de descalabro
total.
Certamente que fere a sensibilidade de qualquer português apegado aos valores pátrios ver, por exemplo, a palavra “Welcome” impressa nos tapetes (de fabrico português) das entradas das habitações. Arrepia ouvir um ministro afirmar que os portugueses “hadem” de fazer. Dá para entristecer e desalentar ouvir um professor universitário, mestre de Direito, ex-chefe de partido (PSD) e comentador celebérrimo de televisão, repetir a todos os instantes: “última da hora”. Torna-se insuportável escutar as banais intervenções, em mau português, de ministros e de outras figuras públicas recheadas de termos ingleses e franceses. Chega a ser ultrajante ver e ouvir o presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, em Portugal, a pronunciar discursos em inglês. Ainda recentemente tal aconteceu no palácio de Belém no acto de condecoração de Bill Gates.
Entretanto, desencadeiam-se programas e acções de aprendizagem do inglês nas escolas de todos os graus de ensino. Simultaneamente, o Ministério da Educação toma a iniciativa de arredar os estudos da língua e literatura portuguesas dalguns escalões dos currículos escolares. Pior, ainda, faz-se de forma idiota e subserviente a apologia da língua inglesa ao ponto de a consagrar como opção prioritária abrangente dos diferentes níveis escolares. A evolução da informática serve de pretexto. Mas, aqui, é preciso dizer que se perderam oportunidades e se descurou a importância do Português como linguagem de programação de computadores. Nem sequer houve a lucidez de atender à circunstância de a nossa língua ser falada por aproximadamente duzentos e cinco milhões de indivíduos. Tão-pouco existiu o cuidado de atender ao previsível aproveitamento de um tão vasto mercado internacional certamente induzido pelo uso do português à escala planetária.
Certamente que fere a sensibilidade de qualquer português apegado aos valores pátrios ver, por exemplo, a palavra “Welcome” impressa nos tapetes (de fabrico português) das entradas das habitações. Arrepia ouvir um ministro afirmar que os portugueses “hadem” de fazer. Dá para entristecer e desalentar ouvir um professor universitário, mestre de Direito, ex-chefe de partido (PSD) e comentador celebérrimo de televisão, repetir a todos os instantes: “última da hora”. Torna-se insuportável escutar as banais intervenções, em mau português, de ministros e de outras figuras públicas recheadas de termos ingleses e franceses. Chega a ser ultrajante ver e ouvir o presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, em Portugal, a pronunciar discursos em inglês. Ainda recentemente tal aconteceu no palácio de Belém no acto de condecoração de Bill Gates.
Entretanto, desencadeiam-se programas e acções de aprendizagem do inglês nas escolas de todos os graus de ensino. Simultaneamente, o Ministério da Educação toma a iniciativa de arredar os estudos da língua e literatura portuguesas dalguns escalões dos currículos escolares. Pior, ainda, faz-se de forma idiota e subserviente a apologia da língua inglesa ao ponto de a consagrar como opção prioritária abrangente dos diferentes níveis escolares. A evolução da informática serve de pretexto. Mas, aqui, é preciso dizer que se perderam oportunidades e se descurou a importância do Português como linguagem de programação de computadores. Nem sequer houve a lucidez de atender à circunstância de a nossa língua ser falada por aproximadamente duzentos e cinco milhões de indivíduos. Tão-pouco existiu o cuidado de atender ao previsível aproveitamento de um tão vasto mercado internacional certamente induzido pelo uso do português à escala planetária.
Por este caminho de apatia, de desleixo, de desvalorização
da Língua e de abastardamento do orgulho nacional, não tardará muito que
percamos a nossa autêntica identidade de portugueses. Depreende-se das
intervenções da classe política que está traçada (melhor dizendo: decretada) a
preponderância do Inglês na sociedade portuguesa. Logo, o Português tenderá a
tornar-se uma língua de segunda escolha ou um adulterado dialecto regional.
Pressinto que, nessa altura, ninguém me entenderá quando falar ou escrever Português. Para já, em plena degenerescência.
A situação é preocupante.
Pressinto que, nessa altura, ninguém me entenderá quando falar ou escrever Português. Para já, em plena degenerescência.
A situação é preocupante.
SERÁ QUE, DAQUI A INSTANTES, ME VÃO IMPEDIR DE USAR A
LÍNGUA PÁTRIA?...
OU SE INSISTIR NO PROPÓSITO IREI TER QUE PAGAR IMPOSTO?... (Como castigo por não dar apreço ao automatismo do Dr. Jorge Sampaio se expressar em língua inglesa… E por sábia e profiláctica decisão de espertalhaços membros do (des)governo com visão oportunista de longo alcance…).
P.S. - Aqui deixo esta observação: já vou recebendo por correio electrónico mensagens redigidas em inglês de portugueses residentes no país. Verdade que nem dou resposta. Valha a consolação de dois franceses me enviarem de França correspondência escrita em… português! A que acresce a satisfação de ter tido conhecimento que um casal inglês em viagem de turismo a Portugal, mal “arranhando” algumas palavras de Português, ter, numa livraria de Aveiro, feito questão de adquirir a minha obra “A QUINTA LUSITANA”.
Brasilino Godinho
Escreve semanalmente, às terças-feiras, no “Diário de Aveiro”
Nota informativa: Exemplares deste texto serão distribuídos pela seguinte ordem:
1 – fiéis leitores das obras do autor;
2 – amigos e conhecidos do autor:
3 – cidadãos sensíveis aos problemas que afectam a comunidade portuguesa.
OU SE INSISTIR NO PROPÓSITO IREI TER QUE PAGAR IMPOSTO?... (Como castigo por não dar apreço ao automatismo do Dr. Jorge Sampaio se expressar em língua inglesa… E por sábia e profiláctica decisão de espertalhaços membros do (des)governo com visão oportunista de longo alcance…).
P.S. - Aqui deixo esta observação: já vou recebendo por correio electrónico mensagens redigidas em inglês de portugueses residentes no país. Verdade que nem dou resposta. Valha a consolação de dois franceses me enviarem de França correspondência escrita em… português! A que acresce a satisfação de ter tido conhecimento que um casal inglês em viagem de turismo a Portugal, mal “arranhando” algumas palavras de Português, ter, numa livraria de Aveiro, feito questão de adquirir a minha obra “A QUINTA LUSITANA”.
Brasilino Godinho
Escreve semanalmente, às terças-feiras, no “Diário de Aveiro”
Nota informativa: Exemplares deste texto serão distribuídos pela seguinte ordem:
1 – fiéis leitores das obras do autor;
2 – amigos e conhecidos do autor:
3 – cidadãos sensíveis aos problemas que afectam a comunidade portuguesa.
sexta-feira, dezembro 19, 2014
Prezadas
Senhoras, minhas atenciosas leitoras
Caros Senhores, meus atentos leitores
Tomo a
liberdade de anexar foto, de arquivo oficial, do acto - ocorrido
ontem - de entrega ao jovem cidadão de 83 anos de idade, Brasilino
Godinho, do prémio de aluno mais velho matriculado da Universidade
de Aveiro; presentemente na condição de doutorando em Estudos
Culturais e prosseguindo o curso do Programa Doutoral em Estudos
Culturais (que iniciou em 2013), ministrado em parceria pelas
Universidades de Aveiro e do Minho.
Anoto que é
a primeira vez que cometo a ousadia de promover a publicação
de uma minha fotografia a assinalar acontecimento relevante de
natureza pessoal.
Todavia, há
sempre uma primeira vez. E na idade adulta temos a tendência natural
de nos tentarmos pelas alegrias de criança e de as partilhar com o
próximo. Assim parece ter sido o caso aqui em foco.
Não
obstante, devo exprimir a minha convicção de que, com este gesto,
estou prestando um serviço cívico à comunidade, dado que poderei
contribuir com o meu exemplo para suscitar o fortalecimento do ânimo
de cidadãos que se sintam desanimados e prestes a soçobrar face às
dificuldades que vão sentindo no dia-a-dia. E, aqui, vos digo ter
sido este o factor determinante da publicação da fotografia tirada
no acto de entrega do prémio concedido pelo Montepio.
Com os
melhores cumprimentos e a rejuvenescida satisfação do
Brasilino
Godinho
terça-feira, dezembro 16, 2014
domingo, dezembro 14, 2014
O inútil passadiço
metálico que é incrível e aberrante aborto urbanístico
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
Sim,
aborto!
Porém,
bem vistas as coisas, são três abortos: 1. passadiço insuportável;
2. passadeiras com lombas disfuncionais e de diferentes níveis e
formatos geométricos: 3. os pavimentos (faixas de rolagem e
passeios) da que passou a ser descaracterizada avenida.
Um
inútil passadiço metálico por sinal: feio, inestético, extenso na
sua dimensão labiríntica, bastante intruso na mancha arbórea, de
duvidosa utilização pelos cidadãos pouco dispostos a circular por
tão complexo e emaranhado circuito pedestre; que dir-se-ia ser
equipamento de parque infantil, embora desajustado porque perigoso
para as crianças.
Onde
não havia passadeiras agora, numa muito curta extensão, são
várias. E seria suposto que o passadiço as evitava.
As
pavimentações compõem um desolador quadro de desconformidade
estética e funcional.
As
absurdas passadeiras, excessivamente sobrelevadas, que tão
perniciosas se tornam para os automobilistas devido aos danos
causados nos sistemas de suspensão dos veículos automóveis.
Todo
o deplorável empreendimento é bastante caro. Sem fundamento muito
agressivo no tecido urbano. E condenável num tempo de enormes
carências monetárias no orçamento municipal. E assinale-se que à
construção do famigerado padrão de esbanjamento autárquico, que
fica exposto para a posterioridade, correspondeu a má aplicação
dos dinheiros dos contribuintes. Motivo para nos interrogarmos se é
para desaforos deste tipo que os cidadãos são sobrecarregados com o
exagero dos impostos.
Os
casos aqui postos em causa constituem um acrescento de anomalias no
ordenamento urbano existentes numa cidade onde abundam os abortos
urbanísticos. Parece que Aveiro se está tornando local de
peregrinação de fiéis contempladores da degenerescência do tecido
urbano ou de estudiosos dos erros de planeamento e ordenamento do
território citadino que, de todo, se devem evitar.
É
algo desagradável que estes insólitos casos de atentados
urbanísticos aconteçam em Aveiro, onde na universidade existe um
departamento de estudos de planeamento e ordenamento do território.
Casos que, de alguma forma, beliscam a prestigiada instituição
universitária aveirense. Outrossim: neste contexto, um dado irónico.
Também dramático.
Pena
que a Universidade de Aveiro não tenha tomado posição no sentido
de evitar que tais desastradas intervenções agressivas no espaço
vizinho ao seu campus se tenham concretizado (o que dá
cabimento à aplicação do ditado: “santos da casa não fazem
milagres” e ao reconhecimento de que, provavelmente, os
referidos santos foram ostracizados).
Fim
1
sábado, dezembro 13, 2014
A excepcional competência
de governantes portugueses...
Brasilino Godinho
Inserimos um
texto com origem no YOUTUBE.COM, publicado no Facebook a 12/12/2014 e
referenciado por Zita Paiva também no Facebook.
Vale a pena ficarmos
informados como em Portugal somos desgovernados e como impera a corrupção.
Contratos criminosos, são uma
especialidade dos portugueses.
E para o confirmar leia o artigo que se segue, um estudo que deixa a descoberto o ridículo da forma como nos roubam... legalmente, tranquilamente e impunemente....
Emmerich Krause é um Professor emérito de diversas Universidades do Estado de Turíngia, na Alemanha.
A sua tese de doutoramento é uma grossa reflexão de 4 volumes e meio intitulada "Ensaio sobre a Dinâmica Contratual Consoante o Credor - Contributo para uma Teoria Dinâmica do Dinamismo Contratual". O meio volume é apenas a bibliografia consultada.
Esta interessante obra, que está a marcar a ciência jurídica contemporânea, procura explicar a razão de haver contratos com destinos muito diferentes consoante as partes envolvidas.
O Professor Krause deslocou-se a Portugal na semana passada, pois parece que somos o país mais avançado do mundo nesta matéria, e realizou trabalho de campo valioso. Em rigoroso exclusivo, as notas do Professor Krause na sua viagem a Portugal.
"Portugal, que já deu novos mundos ao mundo, surpreendeu-me.
Afinal, Portugal também está a dar novos contratos ao mundo. Procurei por tantos países experiências que comprovassem as minhas teses, mas nunca tinha encontrado nada assim.
Para simplificar, fiz uma categorização dos tipos raros de contratos que descobri e que nunca tinham sido observados a olho nu:
1. Contratos-fingimento - Esta curiosa categoria de contratos é muito surpreendente. Trata-se de contratos em que uma das partes assume plenamente que as suas obrigações não são para cumprir, sabendo, de antemão, que a outra parte não irá exigir o seu cumprimento, nem se preocupar muito com o assunto. São muito utilizados quando há compras a empresas alemãs de material militar ou quando se vendem empresas à China.
Determina-se que as empresas estrangeiras têm que construir fábricas ou fazer outros investimentos, mas, passado uns tempos, o dinamismo contratual inerente faz com que essas obrigações desapareçam e fiquem adiadas até ver. É um extraordinário exemplo de obrigações contratuais descartáveis, uma brilhante inovação portuguesa.
2. Contratos-de-pedra - Dei este nome imortal a esta categoria de contratos. São contratos que vivem, sobrevivem e tornarão a viver para todo o sempre. Trata-se mesmo de uma situação de imobilismo contratual que daria para criar toda uma nova tese da ciência dos contratos. São contratos tão inalteráveis e rígidos que até dão para partir a cabeça de arremesso, se for necessário.
Quando se discute a sua alteração, decide-se sempre que não podem ser alterados sob pena de o Estado de Direito acabar já amanhã.
Exemplos destes contratos envolvem sempre investimentos avultados em contratações público-privadas e pagamentos ao Estado relacionados com energia. Admirável mundo novo contratual português.
3. Contratos de requalificação - Esta espécie exótica de contratos é uma originalidade portuguesa. Diria mesmo que no glorioso firmamento contratual, esta é a espécie que cintila destacada de todas as outras.
Trata-se de contratos de trabalho que contém em si os germes da sua própria destruição.
Eu explico. Através da celebração de um contrato de trabalho, poderá haver lugar à requalificação. Só que não é a requalificação do trabalhador. É mesmo a requalificação do contrato, que passa a ser requalificado na sua não existência. Ou seja, através da requalificação, faz-se desaparecer o contrato num golpe de magia. O contrato e o trabalhador. De génio. Estes portugueses sabem o que fazem.
4. Contratos-não contratos - Foi este o contrato pelo qual me apaixonei e ao qual gostava de dedicar a minha obra final.
Um contrato que se nega a si próprio. Um contrato que é em si um não contrato. Um contrato que nega a sua própria existência numa vertigem demente.
Um contrato que se contorce e desaparece. O exemplo mais típico e acabado deste contrato são os contratos envolvem pensões de reforma do Estado. Num momento, existem. No outro, não. Num momento, pode haver pensão. Passado uns meses, pode haver outra pensão bem mais baixa. E tudo com o mesmo contrato. No fundo, não existe contrato nenhum. Desde o astrolábio náutico que os portugueses não inventavam algo tão genial."
O Professor Krause não é apenas um cientista contratual. É mesmo o melhor cientista contratual do mundo. fonte
CONTRATOS FINGIMENTO. (contrapartidas não cumpridas)
O caso da EDP
O caso das PPP
Bairro do Aleixo
Grupo Bes e os Submarinos
O caso da Fundação do Magalhães
Pacheco Pereira denuncia
O caso dos submarinos
CONTRATOS PEDRA (e duram ... e duram)
Lusoponte
EDP
As PPP
Barragem do Tua... 75 anos?
E para o confirmar leia o artigo que se segue, um estudo que deixa a descoberto o ridículo da forma como nos roubam... legalmente, tranquilamente e impunemente....
Emmerich Krause é um Professor emérito de diversas Universidades do Estado de Turíngia, na Alemanha.
A sua tese de doutoramento é uma grossa reflexão de 4 volumes e meio intitulada "Ensaio sobre a Dinâmica Contratual Consoante o Credor - Contributo para uma Teoria Dinâmica do Dinamismo Contratual". O meio volume é apenas a bibliografia consultada.
Esta interessante obra, que está a marcar a ciência jurídica contemporânea, procura explicar a razão de haver contratos com destinos muito diferentes consoante as partes envolvidas.
O Professor Krause deslocou-se a Portugal na semana passada, pois parece que somos o país mais avançado do mundo nesta matéria, e realizou trabalho de campo valioso. Em rigoroso exclusivo, as notas do Professor Krause na sua viagem a Portugal.
"Portugal, que já deu novos mundos ao mundo, surpreendeu-me.
Afinal, Portugal também está a dar novos contratos ao mundo. Procurei por tantos países experiências que comprovassem as minhas teses, mas nunca tinha encontrado nada assim.
Para simplificar, fiz uma categorização dos tipos raros de contratos que descobri e que nunca tinham sido observados a olho nu:
1. Contratos-fingimento - Esta curiosa categoria de contratos é muito surpreendente. Trata-se de contratos em que uma das partes assume plenamente que as suas obrigações não são para cumprir, sabendo, de antemão, que a outra parte não irá exigir o seu cumprimento, nem se preocupar muito com o assunto. São muito utilizados quando há compras a empresas alemãs de material militar ou quando se vendem empresas à China.
Determina-se que as empresas estrangeiras têm que construir fábricas ou fazer outros investimentos, mas, passado uns tempos, o dinamismo contratual inerente faz com que essas obrigações desapareçam e fiquem adiadas até ver. É um extraordinário exemplo de obrigações contratuais descartáveis, uma brilhante inovação portuguesa.
2. Contratos-de-pedra - Dei este nome imortal a esta categoria de contratos. São contratos que vivem, sobrevivem e tornarão a viver para todo o sempre. Trata-se mesmo de uma situação de imobilismo contratual que daria para criar toda uma nova tese da ciência dos contratos. São contratos tão inalteráveis e rígidos que até dão para partir a cabeça de arremesso, se for necessário.
Quando se discute a sua alteração, decide-se sempre que não podem ser alterados sob pena de o Estado de Direito acabar já amanhã.
Exemplos destes contratos envolvem sempre investimentos avultados em contratações público-privadas e pagamentos ao Estado relacionados com energia. Admirável mundo novo contratual português.
3. Contratos de requalificação - Esta espécie exótica de contratos é uma originalidade portuguesa. Diria mesmo que no glorioso firmamento contratual, esta é a espécie que cintila destacada de todas as outras.
Trata-se de contratos de trabalho que contém em si os germes da sua própria destruição.
Eu explico. Através da celebração de um contrato de trabalho, poderá haver lugar à requalificação. Só que não é a requalificação do trabalhador. É mesmo a requalificação do contrato, que passa a ser requalificado na sua não existência. Ou seja, através da requalificação, faz-se desaparecer o contrato num golpe de magia. O contrato e o trabalhador. De génio. Estes portugueses sabem o que fazem.
4. Contratos-não contratos - Foi este o contrato pelo qual me apaixonei e ao qual gostava de dedicar a minha obra final.
Um contrato que se nega a si próprio. Um contrato que é em si um não contrato. Um contrato que nega a sua própria existência numa vertigem demente.
Um contrato que se contorce e desaparece. O exemplo mais típico e acabado deste contrato são os contratos envolvem pensões de reforma do Estado. Num momento, existem. No outro, não. Num momento, pode haver pensão. Passado uns meses, pode haver outra pensão bem mais baixa. E tudo com o mesmo contrato. No fundo, não existe contrato nenhum. Desde o astrolábio náutico que os portugueses não inventavam algo tão genial."
O Professor Krause não é apenas um cientista contratual. É mesmo o melhor cientista contratual do mundo. fonte
CONTRATOS FINGIMENTO. (contrapartidas não cumpridas)
O caso da EDP
O caso das PPP
Bairro do Aleixo
Grupo Bes e os Submarinos
O caso da Fundação do Magalhães
Pacheco Pereira denuncia
O caso dos submarinos
CONTRATOS PEDRA (e duram ... e duram)
Lusoponte
EDP
As PPP
Barragem do Tua... 75 anos?