A Quinta Lusitana
Entre nesta "quinta"! Atente na sua beleza formal! Apodere-se do seu "recheio"! Pondere... Divirta-se com as paródias e os "artistas" do circo... Resista à tentação de chorar face aos quadros mais tristes... E recupere a auto-estima!... Visto, lido e respigado: Vai gostar!... Também, no seu interior, conheça de quantos irão detestar a QUINTA LUSITANA... Do mesmo modo, vai saber porquê...
Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!
SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA
SE FIXOU TODINHA EM LISBOA
NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...
Motivo: A "QUINTA LUSITANA "
ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...
QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...
e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho
Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer.
Molière.
por Carlos de Matos Gomes
Para que servem as primeiras páginas dos jornais e os grandes casos dos noticiários das TV?
Uma segunda página será uma sorte de bandarilhas. Um editor é um embolador, um tipo que enfia umas peúgas de couro nos cornos do touro para a marrada não doer. Um director de informação é um “inteligente” que dirige uma corrida.
O silêncio que os “negócios “ da família "Dona Disto Tudo" mereceu da comunicação social, tão exigente noutros casos, é um atestado de cumplicidade: uns, os jornalistas venderam-se, outros queriam ser como os Espirito Santo. Em qualquer caso, as redacções dos jornais e das TV estão cheias de Espiritos Santos. Em termos tauromáticos, na melhor das hipóteses não temos jornalistas, mas moços de estoques. Na pior, temos as redacções cheias de vacas a que se chamam na gíria as “chocas”.
O que o silêncio cúmplice, deliberadamente cúmplice, feito sobre o caso Espirito Santo, o que a técnica do desvio de atenções, já usada por Goebels, o ministro da propaganda de Hitler, revelam é que temos uma comunicação social avacalhada, que não merece nenhuma confiança.
Quando um jornal, uma TV deu uma notícia na primeira página sobre Sócrates( e falo dele porque a comunicação social montou sobre ele um operação de barragem pelo fogo, que na altura justificou com o direito a sabermos o que se passava com quem nos governava e se esqueceu de nos informar sobre quem se governava) ficamos agora a saber que esteve a fazer como o toureiro, a abanar-nos um trapo diante dos olhos para nos enganar com ele e a esconder as suas verdadeiras intenções: dar-nos uma estocada fatal!
,
Porque será que comentadores e seus patrões, tão lestos a opinar sobre pensões de reforma, TSU, competitividade, despedimentos, aumentos de impostos, gente tão distinta como Miguel Júdice, Proença de Carvalho, Angelo Correia, Soares dos Santos, Ulrich, Maria João Avilez e esposo Vanzeller, não aparecem agora a dar a cara pelos amigos Espirito Santo?
.
Porque será que os jornais e as televisões não os chamam, agora que acabou o campeonato da bola?
.
Um grande Olé aos que estão agachados nas trincheiras, atrás dos burladeros!
Austeridade. Governo francês eleva a 'voz' contra Bruxelas
"Somos nós que decidimos sobre o Orçamento, o que unicamente pedimos aos europeus é que tenham em conta a realidade que infelizmente se impõe a todos: a crise que mina a zona euro", declarou neste sábado à noite Manuel Valls.
O primeiro-ministro francês respondeu desta forma ao presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Djsselbloem que, em entrevista à agência Reuters, disse: "Temos a impressão que o projeto de Orçamento da França está bastante longe do objetivo, a um tempo em termos de défice nominal e de medidas efetivas, no que respeita ao défice estrutural e ao número e à qualidade das reformas que devem ser realizadas”.
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!
SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA
SE FIXOU TODINHA EM LISBOA
NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...
Motivo: A "QUINTA LUSITANA "
ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...
QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...
e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho
quarta-feira, outubro 29, 2014
ABREM-SE
BOAS PERSPECTIVAS
AO
TURISMO PORTUGUÊS...
Brasilino
Godinho
De
Espanha chegaram hoje animadoras notícias que, decerto, vão
encantar as gerências dos hotéis, dos restaurantes e dos mais
diversos estabelecimentos comerciais de Lisboa.
Sucederam-se
numerosas prisões de governantes espanhóis acusados de diversas
falcatruas e de muita corrupção.
É um
acontecimento de Espanha que não tem similar em Portugal.
O ter
acontecido aquela cousa sem graça nenhuma em Espanha, demonstra que
aqueles políticos que 'foram dentro' e alguns mais que estarão
prestes a seguir o mesmo caminho, são uns patetas convencidos,
simples anjinhos, uns grandes idiotas ou pessoas demasiado
incompetentes e dadas a facilidades, sem tomarem as devidas
precauções de encobrimento. Deixarem-se apanhar por juízes
indiscretos, extremamente atrevidos e muitíssimo desrespeitadores
dos bons nomes e melhores imagens dos envolvidos na esquisita
operação de básica limpeza em dupla sede de terapêutica e
profilaxia político/partidária, é algo que nem passa pela cabeça
de Demónio mal intencionado em rápido e ocasional trânsito pelas
avenidas de Lisboa. Em Portugal não acontece nada que se lhe
assemelhe.
Será
que, de imediato, não se percebe isso?
Logo,
se conclui que as rapaziadas (governamental e política) espanholas
devem ser alertadas e virem céleres aprender em Lisboa como se fazem
as cousas à luz do dia, pela calada da noite e pelas madrugadas não
dormidas.
Têm
na capital portuguesa os melhores mestres da especialidade. Estão á
mão de semear. E com uma estadia de alguns meses, relativamente
barata, podem (e devem – se, por agora, não forem trouxas e por
beneficiarem de um custo de vida mais barato do que em Espanha) fazer
na capital portuguesa um promissor estágio de aprendizagem na
lucrativa arte em que, pelos vistos, são uns simplórios,
desprevenidos, amadores.
Esta,
a aliciante e benfazeja perspectiva que se abre no sector do turismo
lisboeta.
Caso
para nos interrogarmos:
- Será
agora que de Espanha virá o 'bom vento e o bom casamento'?
Nós
cremos que sim. Está na calha o enlace de mútuas vantagens entre
políticos espanhóis ingénuos e inexperientes e reputadas entidades
portuguesas mui sabedoras do seu ofício, que, segundo rezam as
crónicas de-mal-dizer, integram o famoso circo político
português.
Fim
quinta-feira, outubro 23, 2014
Em
Lisboa, nos ministérios e empresas de regalo
passam-se
os processos pelas portas dos fundos...
Mas,
em Portugal, não se passa nada...
Brasilino Godinho
Em
tempo não muito dilatado, no ministério da Defesa, Paulo Portas,
esteve uma noite e madrugada ocupado a extrair milhares fotocópias,
segundo o que veio publicado nos jornais. Mais tarde, descobriu-se
que faltam, no referido ministério, documentos (por acaso)
relacionados com o famigerado contrato de aquisição de dois
submarinos.
Agora,
noutros locais afamados, deu-se pela falta de recibos e documentos
(por acaso) referentes a negócios em que esteve envolvido Passos
Coelho antes de ser chefe do governo.
Que
conclusão se extrai destes factos? A de que está acontecendo algo
misterioso... Sempre, perdas de documentos correlacionadas com
específicas actividades de gente graúda com pouso, cama, mesa, nos
palácios da governação nacional.
Vaticino:
anda bruxedo nestas trapalhadas dos desaparecimentos de documentos...
E,
grande, insólita e emblemática circunstância temporal:
no meio ambiente da alfacinha capital prevalece o silêncio das
catacumbas do Estado a que chegámos.
Pois
o ruído que, por vezes, se ouve é o da chuva a cair e a inundar as
avenidas da urbe lisboeta...
Certamente
por tudo isso... em Portugal não se passa nada.
Nota:
Entenda-se «regalo» como significando vida tranquila:para
os administradores.
quarta-feira, outubro 15, 2014
António Costa meteu
o pé na... inundação.
Ficou encharcado e
transtornado!
Brasilino Godinho
Hoje, madrugada do dia 15,
transcrevo notícia (de ontem) do Facebook:
«O presidente da
Câmara de Lisboa, António Costa, disse hoje que "não existe
solução" para as cheias na cidade, refutando as críticas dos
partidos da oposição que pedem a execução do plano de drenagem.
"O plano de
drenagem não faz desaparecer estas situações. A solução não
existe", afirmou hoje o autarca, à entrada para a assembleia
municipal, quando questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade
de ocorrência de inundações como as que se registaram na
segunda-feira e o impacto que poderá ter o plano.
Segundo o
socialista, "não haverá nenhum sistema de drenagem que
permitirá evitar situações deste género", podendo apenas
"minimizar" o problema.
António Costa
reforçou ainda que a situação verificada na segunda-feira nada
teve a ver com a falta de limpeza das sarjetas e dos sumidouros.»
Estas
declarações do presidente da Câmara Muinicipal de Lisboa
suscitam-me uma interrogação:
Quais
são os conhecimentos do Dr. António Costa, licenciado em Direito,
sobre as disciplinas de Engenharia, de Hidráulica e de Saneamento
Básico?
“A
solução não existe”? Como
assim? Com que autoridade técnica se permite o Dr. António Costa
fazer uma afirmação de tal gravidade? Espanta os cidadãos
conscientes e responsáveis a ligeireza dos políticos em darem
palpites sobre assuntos tão delicados que não dominam e que, pela
sua natureza, exigem o maior rigor e sabedoria nas respectivas
abordagens.
Considere-se
como hipótese admissível que - atendendo ao estado de negligência
na construção e conservação de redes de esgotos de águas
pluviais a que se chegou em Lisboa e na maioria dos municípios do
País - as resoluções dos problemas que existem quanto ao mau
funcionamento das redes de saneamento básico venham a ser muito
onerosas para o Erário.
Mas
importa referir que, na maioria dos casos, o problema tem a ver,
principalmente, com a elaboração do projecto de construção da
rede. Isto é: projecto é mal elaborado e os cálculos dos calibres
dos colectores são feitos deficientemente porque pouco se atendeu às
eventuais ocorrências das chuvadas críticas,
como a recente em Lisboa.
Já
no século passado se iniciou o correlativo expediente de encurtar os
diâmetros dos colectores por evocadas razões de economia e de
poupança dos dinheiros públicos. E ao ter-se procediido assim
diminuiram-se as secções de vazão dos canos com o consequente
resultado de não comportarem os caudais nas situações das
repentinas e volumosas quedas de água. Acresce ainda que, por
vezes, na construção das redes não é respeitado o projecto e não
há efectiva fiscalização que acompanhe o desenrolar da obra.
Outro
factor desfavorável é que os traçados das redes nem sempre são os
mais adequados a um regular funcionamento do sistema de drenagem.
Pior,
ainda, não se conservarem limpos as sarjetas e os sumidouros e os
próprios colectores, desprezando-se, radicalmente, a utilização
funcional das câmaras de visita. Sobretudo, nas redes de águas
residuais domésticas e industriais é incrível como às câmaras de
corrente de varrer não se lhes dá a necessária aplicação à sua
específica funcionalidade.
Os
meus leitores que têm a rotina da leitura e da assistência aos
telejornais já se terão dado conta de que sempre que chove mais
intensamente, em cidade ou vila, há grande inundação. E observado,
muitas vezes, pessoas que, em situações de ruas transformadas em
canais de correntes caudalosas, se afadigam na vã tentativa de
desentupir as sarjetas e sumidouros.
Há
que anotar que as excessivas impermeabilizações dos solos nos
grandes centros urbanos também são um factor de grande risco
associado ao fenómeno das inundações citadinas. Lisboa está nessa
condição de vulnerabilidade.
Numa
cidade como Lisboa e quando há um presidente que assobia para o lado
e acrescenta que não há solução para a drenagem da capital, pois
vão os lisboetas pondo as barbas de molho
porque qualquer dia não serão só as vias rodoviárias (avenidas e
ruas) transformadas em rios caudalosos. Também serão os túneis do
Metro que, de repente, se tornarão canais de grandes correntes de
água. Imaginem a calamidade.
Mais uma vez não consegui ficar indiferente a uma
confrangedora assobiadela para o lado de um governante. O tema das
inundações tem sido recorrente na minha prática de escrita para o
público.
segunda-feira, outubro 13, 2014
O QUE SE CHAMA PEGAR OS TOUROS PELOS CORNOS
Como leitor atento da brilhante crónica taurina que se segue, tenho a obrigação cívica de felicitar vivamente o autor, coronel Carlos de Matos Gomes.
Brasilino Godinho
Monday, October 13, 2014
",,,,QUE SERVEM PARA NOS TOUREAR"
Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer.
Molière.
BISCATES
por Carlos de Matos Gomes
Para que servem as primeiras páginas dos jornais e os grandes casos dos noticiários das TV?
Se pensarmos no que as primeiras páginas e as aberturas dos
telejornais nos disseram enquanto decorriam as traficâncias que iriam dar
origem aos casos do BPN, do BPP, dos submarinos, das PPP, dos SWAPs, da dívida,
e agora do Espírito Santo, é fácil concluir que servem para nos tourear.
.
Desde 2008 que as primeiras páginas dos Correios das
Manhas, os telejornais das Moura Guedes, os comentários dos Medinas Carreiras,
dos Gomes Ferreiras, dos Camilos Lourenços, dos assessores do Presidente da
República, dos assessores e boys dos gabinetes dos ministros, dos jornalistas
de investigação, nos andam a falar de tudo e mais alguma coisa, excepto das
grandes vigarices, aquelas que, de facto, colocam em causa o governo das nossas
vidas, da nossa sociedade, os nossos empregos, os nossos salários, as nossas
pensões, o futuro dos nossos filhos, dos nossos netos.
.
Que me lembre falaram do caso Freeport, do caso do exame de
inglês de Sócrates, da casa da mãe do Sócrates, do tio do Sócrates, do primo do
Sócrates que foi treinar artes marciais para a China, enfim que o Sócrates se
estava a abotoar com umas massas que davam para passar um ano em Paris, mas nem
uma página sobre os Espirito Santo!
.
É claro que é importante saber se um primeiro ministro é
merecedor de confiança, mas também é, julgo, importante saber se os Donos Disto
Tudo o são. E, quanto a estes, nem uma palavra.
.
O máximo que sei é que alguns passam férias na Comporta a
brincar aos pobrezinhos. Eu, que sei tudo do Freeport, não sei nada da Rioforte!
E esta minha informação, num caso, e falta dela, noutro, não pode ser fruto do
acaso. Os directores de informação são responsáveis pela decisão de saber uma e
desconhecer outra.
.
Os jornais, os jornalistas, andaram a tourear o público que
compra jornais e que vê telejornais.
Em vez de directores de informação e jornalistas, temos novilheiros, bandarilheiros, apoderados, moços de estoques, em vez de notícias temos chicuelinas.
Em vez de directores de informação e jornalistas, temos novilheiros, bandarilheiros, apoderados, moços de estoques, em vez de notícias temos chicuelinas.
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Não tenho nenhuma confiança no espírito de auto critica dos jornalistas que dirigem e condicionam o meu acesso à informação: todos eles aparecerão com uma cara à José Alberto de Carvalho, à Rodrigues dos Santos, à Guedes de Carvalho, à Judite de Sousa (entre tantos outros) a dar as mesmas notícias sobre os gravíssimos casos da sucata, dos apelos ao consenso do venerando chefe de Estado, do desempenho das exportações, dos engarrafamentos do IC 19, das notas a matemática, do roubo das máquinas multibanco, da vinda de um rebenta canelas uzebeque para o ataque do Paiolense de Cima, dos enjoos de uma apresentadeira de TV, das tiradas filosóficas da Teresa Guilherme.
Não tenho nenhuma confiança no espírito de auto critica dos jornalistas que dirigem e condicionam o meu acesso à informação: todos eles aparecerão com uma cara à José Alberto de Carvalho, à Rodrigues dos Santos, à Guedes de Carvalho, à Judite de Sousa (entre tantos outros) a dar as mesmas notícias sobre os gravíssimos casos da sucata, dos apelos ao consenso do venerando chefe de Estado, do desempenho das exportações, dos engarrafamentos do IC 19, das notas a matemática, do roubo das máquinas multibanco, da vinda de um rebenta canelas uzebeque para o ataque do Paiolense de Cima, dos enjoos de uma apresentadeira de TV, das tiradas filosóficas da Teresa Guilherme.
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Todos continuarão a acenar-me com um pano diante dos olhos
para eu não ver o que se passa onde se decide tudo o que me diz respeito.
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Tenho a máxima confiança no profissionalismo dos directores de informação, que eles continuarão a fazer o que melhor sabem: tourear-nos. Abanar-nos diante dos olhos uma falsa ameaça para nos fazerem investir contra ela enquanto alguém nos espeta umas farpas no cachaço e os empresários arrecadam o dinheiro do respeitável público.
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Tenho a máxima confiança no profissionalismo dos directores de informação, que eles continuarão a fazer o que melhor sabem: tourear-nos. Abanar-nos diante dos olhos uma falsa ameaça para nos fazerem investir contra ela enquanto alguém nos espeta umas farpas no cachaço e os empresários arrecadam o dinheiro do respeitável público.
.
Não temos comunicação social: temos quadrilhas de toureiros, uns a pé, outros a cavalo. Uma primeira página de um jornal é, hoje em dia e após o silêncio sobre os Espirito Santo, um passe de peito.
Não temos comunicação social: temos quadrilhas de toureiros, uns a pé, outros a cavalo. Uma primeira página de um jornal é, hoje em dia e após o silêncio sobre os Espirito Santo, um passe de peito.
Uma segunda página será uma sorte de bandarilhas. Um editor é um embolador, um tipo que enfia umas peúgas de couro nos cornos do touro para a marrada não doer. Um director de informação é um “inteligente” que dirige uma corrida.
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Quando uma estação de televisão convida um Camilo Lourenço, um Proença de Carvalho, um Gomes Ferreira, um João Duque, um Judice, um Marcelo, um Miguel Sousa Tavares, um Angelo Correia, devia anunciá-los como um grupo de forcados: Os Amadores do Espirito Santo, por exemplo. Eles pegam-nos sempre e imobilizam-nos. Caem-nos literalmente em cima.
.
As primeiras páginas do Correio da Manhã podiam começar por uma introdução diária: Para não falarmos de toiros mansos, os nossos queridos espectadores, nem de toureios manhosos, os nossos queridos comentadores, temos as habituais notícias de José Sócrates, do memorando da troika, da imperiosa necessidade de pagar as nossas dividas.
.
Todos os programas de comentário político nas TV deviam começar com a música de um passo doble. Ou com a premonitória “Tourada” do Ary dos Santos, cantada pelo Fernando Tordo.
Quando uma estação de televisão convida um Camilo Lourenço, um Proença de Carvalho, um Gomes Ferreira, um João Duque, um Judice, um Marcelo, um Miguel Sousa Tavares, um Angelo Correia, devia anunciá-los como um grupo de forcados: Os Amadores do Espirito Santo, por exemplo. Eles pegam-nos sempre e imobilizam-nos. Caem-nos literalmente em cima.
.
As primeiras páginas do Correio da Manhã podiam começar por uma introdução diária: Para não falarmos de toiros mansos, os nossos queridos espectadores, nem de toureios manhosos, os nossos queridos comentadores, temos as habituais notícias de José Sócrates, do memorando da troika, da imperiosa necessidade de pagar as nossas dividas.
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Todos os programas de comentário político nas TV deviam começar com a música de um passo doble. Ou com a premonitória “Tourada” do Ary dos Santos, cantada pelo Fernando Tordo.
O silêncio que os “negócios “ da família "Dona Disto Tudo" mereceu da comunicação social, tão exigente noutros casos, é um atestado de cumplicidade: uns, os jornalistas venderam-se, outros queriam ser como os Espirito Santo. Em qualquer caso, as redacções dos jornais e das TV estão cheias de Espiritos Santos. Em termos tauromáticos, na melhor das hipóteses não temos jornalistas, mas moços de estoques. Na pior, temos as redacções cheias de vacas a que se chamam na gíria as “chocas”.
O que o silêncio cúmplice, deliberadamente cúmplice, feito sobre o caso Espirito Santo, o que a técnica do desvio de atenções, já usada por Goebels, o ministro da propaganda de Hitler, revelam é que temos uma comunicação social avacalhada, que não merece nenhuma confiança.
Quando um jornal, uma TV deu uma notícia na primeira página sobre Sócrates( e falo dele porque a comunicação social montou sobre ele um operação de barragem pelo fogo, que na altura justificou com o direito a sabermos o que se passava com quem nos governava e se esqueceu de nos informar sobre quem se governava) ficamos agora a saber que esteve a fazer como o toureiro, a abanar-nos um trapo diante dos olhos para nos enganar com ele e a esconder as suas verdadeiras intenções: dar-nos uma estocada fatal!
,
Porque será que comentadores e seus patrões, tão lestos a opinar sobre pensões de reforma, TSU, competitividade, despedimentos, aumentos de impostos, gente tão distinta como Miguel Júdice, Proença de Carvalho, Angelo Correia, Soares dos Santos, Ulrich, Maria João Avilez e esposo Vanzeller, não aparecem agora a dar a cara pelos amigos Espirito Santo?
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Porque será que os jornais e as televisões não os chamam, agora que acabou o campeonato da bola?
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Um grande Olé aos que estão agachados nas trincheiras, atrás dos burladeros!
Carlos de Matos Gomes.
-
Nascido em 24/07/1946, em V. N. da Barquinha. Coronel do Exército (reforma). Cumpriu três comissões na guerra colonial em Angola, Moçambique e Guiné, nas tropas especiais «comandos».
Nascido em 24/07/1946, em V. N. da Barquinha. Coronel do Exército (reforma). Cumpriu três comissões na guerra colonial em Angola, Moçambique e Guiné, nas tropas especiais «comandos».
(Texto transcrito do sítio 'AQUI TAILÂNDIA')
domingo, outubro 12, 2014
Magnífico!
Assim
é que é falar!
Até
que enfim!
Alguém
se opõe a Bruxelas.
Está
na hora de comparar a firmeza e sentido de Estado dos governantes
franceses com a pusilanimidade e subserviência dos governantes
portugueses.
Portugueses!
Abram os olhos para a triste realidade do Portugal destroçado! –
obra
e desgraça colectiva prosseguidas por um presidente
insignificante, por um governo autoritário e por uma maioria
de incompetentes. Todos festivamente alaranjados e exploradores da
“QUINTA LUSITANA”.
Brasilino
Godinho
Transcrevemos,
com a devida vénia, um despacho de Daniel Ribeiro, proveniente de
Paris.
Austeridade. Governo francês eleva a 'voz' contra Bruxelas
Primeiro-ministro
francês rejeita críticas de Bruxelas. "Somos nós que
decidimos sobre o Orçamento. Não aceito lições de boa gestão",
afirma Manuel Valls: "É preciso respeitar a França, é um
grande país"
Daniel
Ribeiro, correspondente em Paris |
10:54
Domingo, 12 de outubro de 2014
Endurece o braço de
ferro entre Paris e Bruxelas, sobre o Orçamento francês para 2015.
O primeiro-ministro, Manuel Valls, eleva a voz e defende o projeto
de lei de finanças do seu Governo, que adia para 2017 o cumprimento
pela França do limite de 3% de défice. Para 2015, ano em que o
país deveria atingir essa meta (depois de já ter beneficiado, em
2013, de um anterior adiamento de dois anos, o Governo francês
prevê um défice de 4,3 %.
"Somos nós que decidimos sobre o Orçamento, o que unicamente pedimos aos europeus é que tenham em conta a realidade que infelizmente se impõe a todos: a crise que mina a zona euro", declarou neste sábado à noite Manuel Valls.
O primeiro-ministro francês respondeu desta forma ao presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Djsselbloem que, em entrevista à agência Reuters, disse: "Temos a impressão que o projeto de Orçamento da França está bastante longe do objetivo, a um tempo em termos de défice nominal e de medidas efetivas, no que respeita ao défice estrutural e ao número e à qualidade das reformas que devem ser realizadas”.
"Já tínhamos
dado à França dois anos e a questão é: como utilizaram eles (os
franceses) este tempo? Para ser franco, creio que não utilizaram
este prazo para fazer reformas", acrescentou o presidente da
zona europeia.
Na resposta, Manuel
Valls foi contundente: "É preciso respeitar a França,
é um grande país. Não aceito lições de boa gestão. Peço a
cada um muito sangue-frio, muito respeito, sobretudo da parte dos
parceiros europeus".
Além disso, o chefe
do executivo francês diz que os custos das intervenções militares
francesas no estrangeiro deverão ser tidos em conta por Bruxelas na
sua apreciação sobre o Orçamento: "As nossas intervenções
militares e financeiras devem ser integradas... A França, com a
Grã-Bretanha, assume as suas responsabilidades, não apenas para
defender a Europa, mas também o Mundo".
Já Michel Sapin, ministro francês das Finanças, atacou frontalmente o presidente do Eurogrupo. "O senhor Djsselbloem não é a Europa, não representa a Europa!", exclamou.
Já Michel Sapin, ministro francês das Finanças, atacou frontalmente o presidente do Eurogrupo. "O senhor Djsselbloem não é a Europa, não representa a Europa!", exclamou.
Relacionados
quinta-feira, outubro 09, 2014
A
CENSURA QUE SE FAZ EM PORTUGAL
Um
testemunho elucidativo
Brasilino Godinho
Ontem,
publiquei a minha crónica sobre o DIÁRIO
DE NOTÍCIAS e os jornalistas Baptista Bastos e
João Marcelino, na qual fazia referência à censura
encoberta que se vem praticando em Portugal.
Hoje,
estou aqui a transmitir aos leitores a mensagem (suscitada pela
leitura da referida crónica) que recebi, ao início da tarde, do
Eng,º Manuel Andrade, actualmente residindo em Marrocos, meu
conhecido e amigo desde os meados do ano 2004. O que faço precedendo
sua autorização.
É um
espontâneo testemunho. Bastante elucidativo. Importante!
|
12:30 (Há 2
horas)
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|
|||
AMIGO
E SR BRASILINO
A
JUNTAR TENHO AINDA O FACTO DE HA ALGUNS ANOS ATRAS EU E UM
AMIGO MEU O TOME FOMOS A LIVRARIA DO DIARIO DE NOTICIAS NO
ROSSIO, EM LISBOA. EU QUERIA COMPRAR UM LIVRO “A QUINTA LUSITANA”
PARA OFERECER AO TOME. ENTÃO NOS FOI DITO QUE O LIVRO NÃO EXISTIA.
AQUELE
ABRAÇO
MANUEL
ANDRADE
Vale
a pena acrescentar que - partindo de Lisboa, da mesma empresa
editorial do Diário de Notícias, umas semanas antes desta
ocorrência e através do telefone - um director intimava o gerente
da livraria (a filial) que existia no Forum de Aveiro, a retirar o
livro da montra, plenamente sabedor que, nas duas últimas semanas,
era a obra mais vendida.
Repare-se no embuste de a mesma
empresa ter os seguintes procedimentos:
- vende o livro A QUINTA LUSITANA com sucesso em Aveiro, durante duas semanas. Foi a obra que, nesse espaço de tempo, teve mais vendas. Não lhe agradando a situação – o que, desdo logo é muito estranho sob o ponto de vista comercial - impõe a retirada da montra dos exemplares que nela estavam expostos;
- em Lisboa, na livraria do Rossio, tendo alguns exemplares em armazém, afirma que o livro A QUINTA LUSITANA não existe.
Poderia
acrescentar mais relatos de actos censórios de que tenho sido
vítima. O que seria repetir o muito que tenho escrito sobre esta
vergonhosa prática; mais perversa - assinalo - do que aquela que
estava institucionalizada no Estado Novo.
Por
agora, fica este registo para a posteridade e para calar de vez os
intrujões e os idiotas que andam por aí proclamando que não há
censura em Portugal.
Fim
quarta-feira, outubro 08, 2014
O
'Diário de Notícias', subtilmente criticado...
O
Baptista'magoado' e bastante
elogioso...
O
Marcelino que nem deve tocar o hino...
Brasilino Godinho
Hoje, quarta-feira,
8 de Outubro de 2014, o 'Diário de Notícias'
publica a crónica 'Ponto final', de
Baptista Bastos.
Nela, o conhecido
jornalista dá-nos a conhecer que lhe aconteceram duas desgraças:
- que foi afastado do quadro de colaboradores do 'Diário de Notícias';
- que meteu (não o pé... como seria previsível) a mão na poça... imunda da censura que existe em Portugal.
Em referência ao afastamento não nos compete
ajuizar.
Já no que concerne
à segunda desgraça
temos a obrigação cívica de tecer breves considerações; também
por respeito para com o público e para que se realce a ligeireza com
que em Portugal se elevam aos altares indivíduos que são grandes
pecadores e que devido a essa condição nem são merecedores da
admiração dos seus concidadãos.
Baptista Bastos, no artigo em causa, põe ênfase em
duas componentes que muito sobressaem no contexto do mesmo: os
lamentos que expressa com certa amargura; e os rasgados elogios ao
anterior director do jornal, João Marcelino; que, acintosa e
desmedidamente, inscreve em contraposição com o tratamento que
agora lhe foi dispensado pelo Diário de Notícias – anote-se que a
actual direcção do jornal não lhe censurou o texto.
É sobre esta parte elogiosa referente a João Marcelino, do
artigo de Baptista Bastos, que recai a nossa atenção e a que se vão
cingir os comentários que se seguem.
Escreve Baptista Bastos que o seu amigo João
Marcelino tem grandeza, possui rectidão de carácter e pratica a
cortesia.
Sobre a grandeza do jornalista João Marcelino
diremos, simplesmente, que de facto muito imperfeita e primária ela
é. Por isso, ninguém se dá conta dos seus resquícios; exceptuando
os amigos, como Baptista Bastos.
Rectidão de carácter? Cortesia? Decerto que andam
pelas ruas da amargura. Estamos conversados sobre esta matéria.
Mediante prova concreta acessível ao público,
patente no livro A QUINTA LUSITANA, explicitamos:
Bem nos lembramos
que João Marcelino, nome que fixámos ad perpetuam,
e que aparece frequentemente na Televisão a lançar de si opiniões
sobre futurologia política, era director do diário 'Correio
da Manhã' na noite de 7 de
Abril de 2004. Nessa noite, pelas 23h:30', precedendo aceitação do
texto por parte do consultor jurídico do jornal, executada a
'maquete' (temos
fotocópia) pelas 17
horas e quando a respectiva grelha ia ser metida na máquina
impressora, o director João Marcelino, inopinadamente, através do
telefone interno, deu ordem peremptória a proibir a publicação da
minha Carta Aberta a José Saramago, como anúncio pago (Publicidade)
- a carta aberta a Saramago veio, na mesma altura, a ser publicada no
Diário de Aveiro, de 16 de Abril de 2004 e no semanário lisboeta Tal &
Qual, de 23 de Abril de 2004.
Sobre esta inqualificável atitude do jornalista João
Marcelino não vamos poupar nas palavras: Ela foi um ignóbil acto de
censura.
E afirmamos que quem assim procede à sorrelfa, pela
calada da noite, director de jornal com responsabilidades de integral
cumprimento dos deveres deontológicos, não tem grandeza moral, nem
maturidade ética, tão-pouco virtude cívica. Menos ainda que se lhe
possa atribuir rectidão de carácter e nele aperceber hábitos
comportamentais de cortesia.
O facto relatado teve uma utilidade: ser demonstração
inequívoca da prática da censura que é feita, sub-repticiamente,
nos órgãos de comunicação social em Portugal.
Finalmente, uma última observação: este episódio
de elogios excessivos a um jornalista com telhados de vidro é,
também, exemplo de como funcionam em Lisboa certas sociedades, mais
ou menos afamadas, de elogios mútuos fraternalmente repartidos.
segunda-feira, outubro 06, 2014
O
mistério do fotocopista Paulo Portas
Brasilino
Godinho
Imaginando
uma história afim da realidade
Para bem nos
situarmos na complexidade da mágica de prestidigitação que envolve
o intrigante mistério do fotocopista Paulo Portas e das milhares
fotocópias que tirou de documentos arquivados no ministério,
durante uma noite e madrugada não dormida, mas de presumível
azáfama operativa na véspera de cessar funções de ministro da
Defesa Nacional, comecemos por imaginar que:
- Hoje um jornal diário traz a notícia de que anteontem um modesto trabalhador do Ministério da Defesa Nacional na véspera de cessar as suas funções, em vez de sair no termo do seu horário de trabalho, às 17:30', deixa-se ficar nas instalações e já sem a presença dos restantes funcionários, inicia a exaustiva tarefa de fotocopiar milhares e milhares de documentos. Tarefa que se prolongou por toda a noite e madrugada. Ao que se supõe, o funcionário terá sido ajudado por alguns comparsas amigos.
- Anos depois (quando já o facto estiver esquecido pelo público), talvez que, por consequência, descobre-se que desapareceram alguns importantes documentos relacionados com a aquisição de submarinos a uma empresa da Alemanha.
Sobre o caso a
que alude o ponto 1 interrogamos o leitor:
a). Qual a
razão do funcionário, por seu livre arbítrio, extrair fotocópias
de documentos dum órgão tão importante do governo e,
possivelmente, com teores de grande confidencialidade e de extrema
relevância nacional? Que aplicação lhes dará? O que, o
prevaricador, numa acção preventiva, pretende encobrir e (ou)
justificar de expedientes e matérias ilícitas? Suas práticas
irregulares ou de terceiros que quer proteger?
b). O delito do
funcionário é muito grave. Transgride as normas da legalidade que
lhe são aplicáveis. É um abuso de confiança e de exorbitação de
poder. Ofende os preceitos da ética. Implica a necessidade de
investigação judicial porque está em jogo: quer a indevida
apropriação de património; quer o custo de materiais utilizados em
proveito pessoal; quer a própria segurança da República.
c). Pensemos:
Que vai acontecer ao modesto funcionário que cometeu o delito?
Certamente, que
será aberto um inquérito, haverá um processo disciplinar e feita
a averiguação da responsabilidade criminal. De pronto, é
constituído arguido; rapidamente, é julgado e condenado.
A
realidade afim da hsitória imaginada
A realidade que
vamos expor tem a ver com o denso mistério do fotocopista Paulo
Portas.
Ao tempo da
saída de Paulo Portas do Ministério da Defesa Nacional alguns
jornais noticiaram que o governante, na véspera do dia último de
exercício das funções de ministro da Defesa Nacional, tinha
passado a noite e a madrugada (entretido... será o termo
apropriado?) a extrair milhares de fotocópias.
Uma actuação
anómala, incompreensível e de contornos obscuros, porque não pode
ser dissociada da corrupção assinalada na compra dos submarinos e
de outros equipamentos militares. Anote-se que os corruptos alemães
envolvidos no fraudulento negócio já foram condenados pelos
tribunais germânicos, enquanto em Portugal decorrem há vários anos
investigações sem fim à vista; provavelmente, programadas para se
articularem com o regime das prescrições.
Ainda há
poucos dias um jornalista do diário
i deu informação de que, para além dos membros
da família Espírito Santo, havia alguém que teria recebido milhões
de luvas do negócio dos submarinos. Quem? Que diz a Justiça? Nada!
As autoridades
judiciais estavam distraídas e alhearam-se da extrema gravidade
delituosa que é de atribuir a tal actuação de Paulo Portas.
Anote-se que nem um simples inquérito ou processo disciplinar foi
realizado (a propósito: os ministros deviam estar sujeitos a
processos disciplinares sempre que indiciados em ilícitos). Os
jornalistas assobiaram para o lado. Os governantes e políticos de
todos os partidos não lhe dispensaram a devida ponderação.
Há tempos
apurou-se no Ministério da Defesa Nacional (repare-se: não é um
qualquer ministério de somenos importância) que desapareceram
documentos. Quais? Imagine-se: logo haviam de desaparecer os
documentos relativos às compras de equipamentos militares, incluindo
os famigerados submarinos.
Quer a actuação
delituosa de Paulo Portas, quer o desaparecimento de documentos do
ministério que chefiou, aconteceram impunemente sem ter havido séria
e competente investigação sobre as duas esquisitas situações.
De
registar que na semana transacta uma comissão da Assembleia da
República concluiu um apelidado
inquérito parlamentar que se limitou a isentar de responsabilidades
os políticos que, de algum modo, lidaram com os processos de
aquisição dos equipamentos militares. Aliás, uma conclusão
prevista desde que devidamente compatibilizada com os expedientes de
alijar responsabilidades, muito usuais na referida assembleia. Todos
sabemos que os inquéritos parlamentares se traduzem em dois
procedimentos: de condenar quantos investigados integrantes das
minorias; de ilibar os prevaricadores pertencentes aos partidos da
maioria.
Em vista disso
e, a título de excepção, com um pouco de indulgência, dizemos aos
deputados protagonistas dessas comédias dos inquéritos
parlamentares o seguinte: contemplem-se na desfaçatez e festejem-se
até ao exaustão, no gozo das vossas incoerentes, ilógicas e
falseadas decisões. Até a um dia... de higienização geral que
tarda em chegar.
Pela nossa
parte, caros e atentos leitores, deixemo-nos de tretas. Sejamos
objectivos: se milhares de documentos foram no Ministério da Defesa
Nacional abusivamente fotocopiados por Paulo Portas em violação de
todos os preceitos regulamentares, das normas legais, de elementares
regras da Ética e dos imperativos deveres concernentes à
Deontologia Governativa, então por que nem admitir que nessa mesma
madrugada tenham levado sumiço os tais documentos, porventura muito
comprometedores? E se assim terá sido, qual o motivo porque a Paulo
Portas não se atribuem todas as responsabilidades? E como não
investigar com rigor o aludido procedimento de Paulo Portas? Quem de
direito está à espera de quê? E porquê?
Uma última e
crucial interrogação: A explicação do que se passou com a
negociata dos submarinos e as contrapartidas previstas e nunca
devidamente concretizadas, não terá a haver com esta história
nunca bem contada das fotocópias do fotocopista Paulo Portas? Talvez
que nela esteja fixada a grande matriz do escândalo que vai
flutuando nas águas muito turvas e conspurcadas da política
nacional.
Deixo as
perguntas. Também declaro a minha convicção de que não virá a
público nenhuma resposta.
Pela simples
razão de Portugal ser um dos países onde:
- mais existe a
corrupção;
- subjaz o
compadrio e o clientelismo;
- bastante se
valoriza a mediocridade e a ignorância encartada;
- muito se
aplaude o oportunista e o vendedor de banha da cobra;
- está
instalado o medo,
- prolifera a
prática da perseguição e vingança por parte dos governantes;
- não há uma
justiça que puna exemplarmente os poderosos pelos actos ilícitos; -
- existe uma generalizada apatia face à gravíssima degradação
sociopolítica vigente.
Fim
Nota
marginal – Mais uma preciosidade do Prof. Doutor Marcelo Rebelo de
Sousa, apresentada há instantes na TVI.
A hipocrisia
consagrada como valor máximo a prosseguir a bem do triunfo da
coligação nas próximas eleições legislativas.
O professor
advoga que custe o que custar nunca Passos Coelho, Paulo Portas e os
dois partidos da coligação, devem transmitir aos portugueses a
impressão de que estão desavindos ou com problemas de
relacionamento e opiniões divergentes sobre as orientações
políticas.
Ou
seja: o professor Marcelo entende que é preciso disfarçar. Fingir
que estão unidos. Se a coligação quere ganhar as eleições têm
de proceder assim. O país nãp importa. Nem a deplorável situação
da maioria dos cidadãos portugueses lhe merece atenção. O que
interessa ao professor Marcelo, a Passos Coelho, Paulo Portas e aos
seus dois partidos é o domínio do Poder e as correlativas benesses
e mordomias – numa palavra: a efectiva exploração da QUINTA
LUSITANA, sem obstáculos ou impedimentos.
Fiquemos
com a certeza: valor importante para o professor Marcelo é o
exercício continuado da hipocrisia e do cinismo para muito enganar e
confundir os eleitores portugueses. Neste domínio da manipulação
das mentes o professor Marcelo sente-se como peixe na água da baía
de Cascais. Nesse mar costeiro tem longa prática de flutuação... É
consagrado Mestre com créditos firmados e amplamente reconhecidos.
Mais
uma grande lição(...) do Professor Marcelo, das muitas semelhantes
que tem leccionado ao longo dos muitos anos das suas charlas
televisivas.
Enfim,
algo bastante elucidativo do elevado magistério moral e superior
doutrinação política do famoso comentador televisivo...