A
CENSURA QUE SE FAZ EM PORTUGAL
Um
testemunho elucidativo
Brasilino Godinho
Ontem,
publiquei a minha crónica sobre o DIÁRIO
DE NOTÍCIAS e os jornalistas Baptista Bastos e
João Marcelino, na qual fazia referência à censura
encoberta que se vem praticando em Portugal.
Hoje,
estou aqui a transmitir aos leitores a mensagem (suscitada pela
leitura da referida crónica) que recebi, ao início da tarde, do
Eng,º Manuel Andrade, actualmente residindo em Marrocos, meu
conhecido e amigo desde os meados do ano 2004. O que faço precedendo
sua autorização.
É um
espontâneo testemunho. Bastante elucidativo. Importante!
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12:30 (Há 2
horas)
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AMIGO
E SR BRASILINO
A
JUNTAR TENHO AINDA O FACTO DE HA ALGUNS ANOS ATRAS EU E UM
AMIGO MEU O TOME FOMOS A LIVRARIA DO DIARIO DE NOTICIAS NO
ROSSIO, EM LISBOA. EU QUERIA COMPRAR UM LIVRO “A QUINTA LUSITANA”
PARA OFERECER AO TOME. ENTÃO NOS FOI DITO QUE O LIVRO NÃO EXISTIA.
AQUELE
ABRAÇO
MANUEL
ANDRADE
Vale
a pena acrescentar que - partindo de Lisboa, da mesma empresa
editorial do Diário de Notícias, umas semanas antes desta
ocorrência e através do telefone - um director intimava o gerente
da livraria (a filial) que existia no Forum de Aveiro, a retirar o
livro da montra, plenamente sabedor que, nas duas últimas semanas,
era a obra mais vendida.
Repare-se no embuste de a mesma
empresa ter os seguintes procedimentos:
- vende o livro A QUINTA LUSITANA com sucesso em Aveiro, durante duas semanas. Foi a obra que, nesse espaço de tempo, teve mais vendas. Não lhe agradando a situação – o que, desdo logo é muito estranho sob o ponto de vista comercial - impõe a retirada da montra dos exemplares que nela estavam expostos;
- em Lisboa, na livraria do Rossio, tendo alguns exemplares em armazém, afirma que o livro A QUINTA LUSITANA não existe.
Poderia
acrescentar mais relatos de actos censórios de que tenho sido
vítima. O que seria repetir o muito que tenho escrito sobre esta
vergonhosa prática; mais perversa - assinalo - do que aquela que
estava institucionalizada no Estado Novo.
Por
agora, fica este registo para a posteridade e para calar de vez os
intrujões e os idiotas que andam por aí proclamando que não há
censura em Portugal.
Fim
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