Uma
deprimente anedota macabra!
Brasilino Godinho
Ontem, dia 16 de
Agosto de 2014, pela acre boca - de forte odor a laranja - do
ministro dos Negócios Estrangeiros ficámos a saber que Portugal se
envolverá num estranho 'negócio':
vai enviar ajuda humanitária ao Iraque.
Muito estranho: um pobre país, de rastos, a fazer
uma pretensiosa, triste, deprimente, ridícula, figura de rico e
altruísta. O que, da parte dos governantes, releva grandes faltas de
decoro e sentido de Estado. E é sobranceira, desavergonhada,
afirmação de soberano desprezo pelas numerosas vítimas portuguesas
das tenebrosas arbitrariedades do Poder central (inclusa maioria
parlamentar) e das maléficas, muito agressivas, austeridades impostas pelo governo.
Isto numa altura em que Portugal precisaria de grande
ajuda humanitária para acudir a tantas misérias morais e materiais
que grassam no país.
Também um país que se dá ao luxo de ser
(des)governado por um inepto grupo corporativo que, supostamente não
tendo dinheiro para suprir os encargos da Administração, dispõe,
rapidamente, de milhões de euros para tapar os buracos que vão
aparecendo nos bancos.
Tais milhões de euros que são acintosamente
retirados aos vencimentos dos trabalhadores dos sectores privados e
públicos e às pensões dos reformados e pensionistas.
Ainda, milhões de euros que faltam nos hospitais,
nos estabelecimentos de ensino, nos serviços de segurança pública
e de segurança social, nas obras públicas, nas forças aérea e da
marinha para patrulhamento da ZEE (zona económica exclusiva) e em
todos os outros sectores dos poderes central e autárquico.
Enfim, o propósito anunciado pelo ministro dos
Negócios Estrangeiros é uma inqualificável anedota macabra. A ter
expressão factual num Estado que cada vez mais se enquadra, também,
em contexto de anedota macabra caracterizadora do espaço
terceiro-mundista.
Uma tristeza! Uma tremenda desgraça nacional!
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