Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

sábado, dezembro 10, 2011

Um alerta que induz lucidez…

Prezadas leitoras,

Caros leitores,

Transcrevemos uma petição de portugueses residentes em França dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros, no sentido de ser assegurado o ensino do Português no estrangeiro.

Só não assinamos o documento em causa, porque não estamos abrangidos na condição de residentes em terras da estranja. Mas estamos solidários com tão patriótica iniciativa que visa contraditar e impedir a insistência na orientação e no prosseguimento da prática dos governantes do arco do Poder que, objectivamente, tende a abrir caminho à eliminação do idioma nacional.

Dada a gravidade da situação criada à Língua Portuguesa, julgamos que a petição deveria também ser dirigida, em primeiro lugar, ao Presidente da República, a quem cabe a maior responsabilidade em assegurar a perenidade da Língua; a qual é verdadeiramente a nossa Pátria. Depois, endereçada à Presidente da Assembleia da República, ao Primeiro-Ministro, ao Ministro da Educação e à direcção do Instituto Camões.

Ninguém pode ficar indiferente a esta petição!

Urge dar-lhe o maior apoio!

Ah! Aqui, no território nacional, o problema também é grave. Gravíssimo! Porque de tal conjuntura sabemos, então nem se esqueçam de rectificar o título. O qual deverá ser:

PETIÇÃO PELA DEFESA DO ENSINO DE PORTUGUÊS

EM PORTUGAL E NO ESTRANGEIRO.

Cá estarei aguardando a concretização da ideia e disponível para subscrever o novo documento. Mais: enfatizando a sua urgência.

Brasilino Godinho

Petição Pela Defesa do Ensino do Português no Estrangeiro (EPE)

Para:Ministro dos Negócios Estrangeiros

Os abaixo-assinados, cidadãos portugueses residentes em França, pais e encarregados de educação dos alunos do Ensino do Português no Estrangeiro (EPE), professores, dirigentes associativos e estudantes manifestam desta forma a sua indignação e repudiam o ataque levado a cabo pelo Governo de Portugal contra o EPE. As medidas propostas visam a eliminação de um direito inalienável do cidadão português residente no estrangeiro: o direito à aprendizagem da língua portuguesa. Este ataque é
DISCRIMINATÓRIO! INCONSTITUCIONAL! LESA-CULTURA! LESA-PÁTRIA!
Os nossos filhos têm o direito invendível de aprenderem a língua portuguesa, seja em

França, seja em qualquer lugar do mundo.

Investimentos fortes e equilibrados no EPE, além de prestigiarem a nossa língua e cultura, alargando o seu número de falantes, darão frutos económicos no futuro.
A língua e cultura portuguesas são bens imateriais que não se coadunam com a mesquinha propaganda economicista desenvolvida pelo Governo. A língua e a cultura

Portuguesas não são meras mercadorias!

- CONTRA A REDUÇÃO DO NÚMERO DE PROFESSORES NO PROGRAMA DE

ENSINO DO PORTUGUÊS NO ESTRANGEIRO (EPE)!

- A FAVOR DO INVESTIMENTO NO PROGRAMA DE ENSINO DO PORTUGUÊS

NO ESTRANGEIRO (EPE)!

- PELOS NOSSOS FILHOS!

- PELO PRESTÍGIO DE PORTUGAL!


Os signatários

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Ao compasso do tempo…

UMA OPORTUNA REFERÊNCIA…

A ILAÇÃO QUE SE DEVE EXTRAIR…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

A título de exemplo dos significativos casos de circunfluentes passos da desgovernação dados pelos membros da equipa chefiada pelo grande Senhor dos Passos, relatados através da Internet, ficam os leitores cientes de dois, que a seguir especificamos:

Primeiro caso - Desde que há poucos meses o grande Senhor dos Passos e seus adjuntos ministros tomaram posse da desgovernação do País, foram “instalados” no espaço do “pote” (a que in illo tempore aludia o senhoril personagem), com salário, mesa e outros ostensivos regalos, 610 novos funcionários, o que corresponde a um recrutamento de 3 pessoas por dia e a um salário médio de 2300 euros, perfazendo um encargo anual de quase 20 milhões de euros. Só um ministro e à sua conta, coleccionou 50 caloiros e caloiras da função pública, que foram colocados sob a sua tutela, devidamente guarnecidos de meios operacionais, de imprescindíveis subsistências, de confortáveis agasalhos e dos inevitáveis materiais sonantes…

No mencionado rol está incluído o extravagante caso do especialista em vias-férreas que caiu de pára-quedas no virtual sector ferroviário do Ministério das Finanças; o qual, técnico, certamente possuidor de desenvolto, fascinante e competente engenho, deu (ou ter-lhe-á sido sugerido? ou consentido?) um reconfortante passo gigante no sentido de ornamentar e engrandecer, como inestimável “tesouro”, quiçá valiosa escultura viva, o polivalente gabinete da senhora secretária de Estado do Tesouro e das Finanças. Aliás, por desusado sinal, a brilhante peça artística de configuração masculina só ficará exposta, a cuidadoso recato, no privativo lugar de trabalho da ministerial, enquanto esta singular entidade se mantiver em funções. Quando ela deixar de as exercer, o específico objecto, “tesouro”, “escultura viva”, “peça artística”, caracterizado na sua tríplice alteração profunda: de expressão, de forma e de volume, irá à vida… como sói dizer-se.

Ainda incluído neste assinalado segundo caso, há a notícia veiculada pelo diário i de ter sido dado o tiro de partida na corrida aos “tachos” do Estado. O que constitui mais um motivo de sobra para nos inquietarmos, enquanto indígenas sujeitos a insuportável e asfixiante clima de desaforo, de imoralidade, de nepotismo, de esbanjamento, de degradação física e moral e, claro, de desgoverno.

Segundo caso - Entre os vários automóveis adquiridos neste tempo de misérias várias, de fomes muitas e de corrupções imensas, mas - por sorte malvada - de refinados e enviesados passos, dá-se realce à recente aquisição por parte do desgoverno de um popó Mercedes S450 CDI pela módica(…) quantia de 140 876 euros.

Moral da confrangedora história que nos atormenta: Com a infrene prossecução dos passos característicos da coelhal personagem, em breve muitos portugueses, ora em deplorável estado de letargia, estarão passados… recolhidos nos jardins das tabuletas.

Ninguém tenha dúvidas: estamos confrontados com um diabólico, maquiavélico, sofisticado, persistente e eficaz novo PREC. Um silencioso e encoberto processo revolucionário em curso de extinção de três partes da população portuguesa – a dos carenciados (indigentes, pobres de condição) a dos que integram a classe média e a dos idosos e aposentados.

Noutro plano, de suprema importância e de enorme gravidade, há a assinalar que o Senhor dos Passos está empenhado em atribuir-se máscula figura e, ainda, em apresentar no areópago de Bruxelas, como credencial de aluno aplicado e respeitador das ordenanças neoliberais, a melhor folha de serviços prestados aos mercados e à Comissão Europeia. Outrossim, mostrar-se - face aos portugueses e perante a comunidade internacional - como um gentil títere da senhora Merkel e fidelíssimo intérprete do seu pensamento, a que acrescenta um comportamento de zeloso cumpridor das suas magníficas(?...) directrizes. Assim, o grande Senhor dos Passos procede em confrangedora representação do Estado português nas suas andanças internacionais. Quanto à situação portuguesa e às terríveis consequências da sua política no tecido social, o grande titular dos descomedidos Passos mostra um inadmissível e censurável distanciamento e não se lhe ouve qualquer palavra de conforto para tantos concidadãos atingidos pelos infortúnios do desemprego, da fome, da pobreza e da doença. Tão-pouco, um apontar de uma política concernente à recuperação da economia, à prioridade e valorização do Ensino, ao desenvolvimento do país e à melhoria das condições de vida das empobrecidas e famintas populações. Para ele o grande e lapidar (medonho, segundo consideramos) objectivo é o do empobrecimento progressivo da nação portuguesa. Repete a todas as horas: Austeridade! Austeridade! Austeridade! Sempre apontada para os desfavorecidos. Mas relativamente aos poderosos - incluindo no grupo os governantes esplendidamente acomodados; os políticos sem escrúpulos muito bem cotados no tráfico de influências (alguns deles ilustres detentores de reconhecidas capacidades para circularem, afortunadamente, sem percalços ou constrangimentos, nos subterrâneos da corrupção); os símios exibicionistas habitualmente fixados nos baços espelhos onde se figuram as caricatas imagens dos charutos enfiados nas sôfregas cavidades bucais (aquelas tais onde resplandecem as ambições desmedidas) - a famigerada austeridade é informe coisa que lhes passa ao lado, sem deixar rasto.

A propósito, os portugueses saberão que, há anos na Malásia e nalguns outros países da Ásia que enfrentavam graves crises financeiras, os ministros de vários governos, reduziram os respectivos vencimentos? E, nesta data, já têm conhecimento que, precisamente, há poucos dias o novo chefe do governo italiano Mario Monti (que acumula as direcções de dois ministérios: dos Negócios Estrangeiros e das Finanças), renunciou ao seu salário por considerar ser sua estrita obrigação moral dar o bom e pedagógico exemplo da contenção e do sacrifício que agora são exigíveis aos seus concidadãos?

Também exemplo elucidativo de sensibilidade, de consciência cívica e de alto sentido das responsabilidades, teve expressão pública no decorrer de uma conferência de imprensa dada por Mário Monti e pela nova ministra do Trabalho, Elsa Fornero, para apresentação das medidas de austeridade que o governo italiano vai aplicar com o objectivo de debelar a profunda crise financeira de que enferma a Itália. Esse exemplo representou-se quando Elsa Fornero falava sobre as dificuldades que iriam sentir os italianos. Em dada altura ficou com a voz embargada, não conseguia articular palavras e as lágrimas correram-lhe pelas faces. Foi um momento dramático, mas eloquente e revelador de um profundo sentimento de fraternidade, de um alto conceito de servir o povo e de um elevado sentido de responsabilidade, pouco usual nas classes políticas dominantes na Europa. Note-se: uma tecnocrata a que certa rapaziada aponta o dedo, por exercer as funções sem mandato eleitoral. O que prova que não é por se ser eleito por sufrágio universal que o político se transforma no governante sério, competente, responsável, eficaz e coerente no pensamento e na acção…

Com base interpretativa fixada nesse excelente paradigma italiano e relacionando-o comparativamente com o deprimente statu quo português, é oportuno formular algumas interrogações: aqui, em Portugal, nos últimos anos e até agora, qual foi o dirigente político que, sem ser obrigado, espontaneamente, tenha condescendido na redução dos seus proventos? Qual dos governantes e políticos manifestou verdadeira compreensão do nefasto alcance das gravosas medidas que estão sendo postas em forma abrangente, com impiedosa e cega aplicação e, sobretudo, de caso pensado e com desmesurado acinte sobre os reformados e os funcionários públicos? Quem se há preocupado com a calamidade do desemprego? Quantos políticos e altos quadros dos órgãos de soberania do Estado se importam com as situações de miséria, de fome e de mortalidade, provocadas por faltas de recursos materiais, decorrentes de uma orientação governamental que visa a ruína do maior número de cidadãos e de uma política neo-liberal centrada nos números, nos ganhos do grande capital e na ansiada impressão de rigor e obstinação em prosseguir o objectivo de reduzir o défice das contas públicas; a qual sensação agradável perspectivada pelo Senhor dos Passos, ainda que imediata e pouco reflectida possa, ela, causar reconhecimento e louvor nos mercados especulativos? Que dirigente, espécie de avis rara, mostrou alguma emoção ou lamentou sinceramente os males que causa aos semelhantes; os quais (danos), sem margens para equívocos, expressam cinismo, indiferença e consabida frieza de ânimo? E mais: onde deparamos com um dirigente político que se preocupe em minimizar ou reparar os estragos que introduz no tecido social?

Não há conhecimento de nenhum caso. Isto dá para comparar e extrairmos conclusões muito depreciativas para os actores do circo político que nos infernizam a vida e que não perdem oportunidades de sacar do Erário o máximo de proveitos monetários. Muitos, dessa fauna de oportunistas sem escrúpulos, obscenamente, acumulam pensões de reforma, mordomias, subsídios e avenças milionárias. Acontece isto num país em estado de tanga. Uma desvergonha! Um escândalo nacional!

Portanto, os portugueses que acordem para a ameaçadora realidade. Se desperdiçarem o tempo que deveria ser ocupado com a resistência, a indignação e a reivindicação dos seus direitos, nem terão a safa da oportunidade do despertar. Temos o direito e a obrigação de arregaçarmos as mangas e, sem perdas de tempos, actuar.

Há que reagir com bastante força, grande coragem e firme, consequente, determinação. Hoje, na hora que passa! Amanhã será tarde!

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Ao compasso do tempo…

O QUE FALTAVA NO DISCURSO

DO SENHOR DOS PASSOS…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana,blogspot.com

O Senhor dos Passos de Coelho, continuadamente perdido nos meandros da toca da desgovernação nacional e também não se dando por achado desta tenebrosa componente da vida comunitária da grei portuguesa, há dias, durante uma das suas habituais e desastradas incursões no campo minado da crise e da perversa austeridade, veio dar um ar da sua (des)graça.

A graça

(a dele)…

O ilustre Senhor dos Passos de Coelho que talvez se pudesse cognominar do Senhor dos Passos Perdidos (não só dos passos do vetusto casarão beneditino da alfacinha capital, mas dos seus próprios passos que se antevêem ser de rotundo fracasso a nível governativo), intrépido, ousado, diligente, venerador e obrigado quanto baste, proclamou urbi et orbi: “A senhora Angela Merkel não é culpada pela crise que o nosso país atravessa”.

Com bondade temos de admitir o óbvio: foi uma graça. Melhor dizendo: uma gracinha. Era a insignificante e descolorida pérola que faltava no estafado discurso do grande Senhor dos Passos. No entanto, teve o condão de nos divertir um pouco, face ao tom inocente e à circunstância de Sua Excelência ter dito aquilo com aparente convicção, levando-se muito a sério, porventura aflorando no gesto um quase imperceptível nervoso miudinho. Porém, as suas palavras inevitavelmente e de imediato suscitaram as maiores dúvidas a quem o tenha visto e ouvido; sobretudo, ao Zé-Povinho que, não sendo estúpido e com o seu proverbial discernimento, já está precavido quanto ao grau de credibilidade com que devem ser acolhidas as afirmações bombásticas da coelhal figura.

Daí que - não havendo registos de informações ou declarações prestadas pelos políticos portugueses e pelos grandes figurantes do cenário político europeu que identificassem a senhora Merkel como a responsável pela famigerada crise que dolorosamente nos atinge no corpo e na alma - gente desatenta tenha estranhado a extemporânea declaração do Senhor dos Passos.

Mas tal intervenção do Senhor Coelho dos desvairados passos governativos tem a indelével marca de quem se vai impondo ao público como fiel discípulo da dita política alemã e reflecte inequivocamente a habitual subserviência que ele manifesta face à autoritária Merkel. Na circunstância, o portuga Passos, por demais voluntarioso, quis antecipar-se às dores da sua tutora germânica - o que nem vai mal à sua específica qualidade de venerador e obrigado de tão antipática criatura…

Mas, atenção, sendo do conhecimento geral que as afirmações do Chefe Passos se assemelham ao voltear de um cata-vento da torre de igreja da sua paróquia, facilmente se inculca a ideia de que ele negando, ontem, a irresponsabilidade da seráfica cidadã germana que, sempre de semblante carregado e olhar distante perdido no vácuo das suas transitórias cogitações e desconexos enunciados políticos, mais parece uma pastora evangélica de lugar periférico de Berlim, do que a dama de plástico que impõe a sua vontade à comunidade europeia; está hoje, implicitamente, a insinuar o contrário: as efectivas responsabilidades da chanceler alemã e do seu dilecto parceiro Nicolas Sarkozy, uma e outro formando o anómalo ser Merkozy, do inquietante eixo franco-alemão.

A desgraça

(dos portugueses de segunda e terceira classes, em geral e dos funcionários e reformados da função pública, em particular).

É que em vez de vermos o chefe Coelho, dos maus passos que estão sendo prosseguidos com a maior desenvoltura, imensa falta de sensibilidade e enorme sobranceria, acolitado pelos seus directos colaboradores, ele e estes preocupados com a gravíssima degradação das condições de vida de milhões de portugueses (muitos deles passando fome e em risco de fatal colapso de vida; os quais, expressam o negro quadro posto em escandalosa contraposição com os milionários proventos de uma minoria ambiciosa e insaciável de riquezas); o que é que as mencionadas personagens do desgoverno nacional nos transmitem de informação e, ainda, de confiança nas hipotéticas e desconhecidas políticas de inversão do inexorável caminho para o abismo da bancarrota a que vamos chegando com displicência e irresponsabilidade pela mão de tais inexpressivos gestores? Nada! É facto: não nos dizem algo de concreto e substancial. E palrando como os papagaios, não ultrapassam os lugares-comuns e as trivialidades do género: “A senhora Merkel não é culpada pela crise que o nosso país atravessa”.

Isto é uma tremenda desgraça nacional! Ou seja: uma quase total inoperância no exercício da Política. Esta admitida como a ciência ou arte de governar um povo no sentido da criação das melhores condições de vida, com vista â formatação de uma sociedade mais igualitária, mais fraterna, mais livre e mais justa.

Em prol da vivencia harmoniosa da sociedade e a bem da higiene mental dos cidadãos desprotegidos de Portugal há que descobrir uma qualquer forma de evitar que os governantes e o grupo dos insolentes e desacreditados políticos do nosso circo político estejam todos os dias, a todas as horas, por tudo que é sítio, a chagar a paciência dos indígenas com as suas perorações incongruentes, absurdas, fastidiosas, obscenas e desprovidas de sentido objectivo ou de real conformidade com a moral, a imprescindível coerência e a necessária justiça. (Talvez que a solução seja meter-lhes uma rolha de cortiça na boca, fixada com adesivo. Resultaria um duplo benefício: a utilização de um excelente produto nacional e os portugueses libertarem-se da praga, sossegarem o espírito e recobrarem ânimo…).

É constituinte de um pungente drama a situação que decorre dos governantes e políticos estarem desacreditados e não serem capazes de dar um benéfico rumo ao País.

Simplesmente deplorável é o regabofe das deslocações avulsas dos governantes. Pois não se admite que estejam permanentemente em circulação pelo estrangeiro e pelos diversos círculos eleitorais, envolvidos em manifestações e actividades pouco reprodutivas ou úteis, ficando-nos a impressão de que sendo assim exercidas as funções ministeriais pouco tempo lhes resta para o estudo e reflexão dos candentes problemas da Administração Pública – dando de barato que estejam possuídos de alguma competência e de uma natural predisposição. O que poderemos sintetizar: mais aplicação ao estudo, à reflexão e ao trabalho e menos espectáculo ou mesmo supressão do folclore ministerial – é o que se exige do pessoal dirigente da desgovernação nacional. Não há engano na escrita: é mesmo desgovernação nacional o que existe em Portugal.

terça-feira, dezembro 06, 2011

Apelo ao Presidente da República

Transcrevemos um apelo dos juízes portugueses dirigido ao Presidente da República.

Os aposentados e funcionários públicos têm razões de sobra para o subscrever.

(Responsável pela transcrição: Brasilino Godinho)

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses apelou ao Presidente da República para que suscite a fiscalização preventiva da Lei do Orçamento do Estado para 2012 pelo Tribunal Constitucional, salientando que os subsídios de férias e de Natal são "inalienáveis".

No apelo, a que a agência Lusa teve acesso, o presidente da Associação de Juízes (ASJP) António Martins destaca a "enorme responsabilidade" que cabe ao Presidente da República de verificar a conformidade da Lei do Orçamento com os princípios constitucionais da "confiança, da necessidade, da proporcionalidade e da igualdade," próprios de um Estado de Direito.

O presidente da ASJP enfatiza que a lei em vigor estipula que os subsídios de férias e de Natal são "inalienáveis e impenhoráveis" e que nem no tempo da ditadura e do Estado Novo foi aplicado "tamanho castigo" aos portugueses que exercem funções no sector público.

Para a associação, a Lei do Orçamento do Estado de 2012 "contém medidas injustas, violentas, iníquas, ilegais, violadoras do princípio da equidade fiscal e discriminatórias dos portugueses que exercem funções no sector público ou estão reformados".

Em termos históricos, a ASJP refere que é preciso recuar às Ordenações Afonsinas e ao tributo especial de 20 soldos por ano, imposto aos judeus para a Coroa, para encontrar algo similar a estas medidas "discriminatórias da Lei do Orçamento" do Estado para 2012.

"A História há-de julgar-nos, a todos, pelo que fizemos ou deixamos de fazer", referem os juízes, considerando ser "incompreensível" para os portugueses que o órgão constitucionalmente previsto para apreciar preventivamente as dúvidas de constitucionalidade não seja convocado para o efeito.

E lembra que as dúvidas sobre a legalidade e constitucionalidade da Lei do Orçamento do Estado de 2012 "são mais que fundadas e têm sido manifestadas por vários quadrantes políticos e universitários".

A ASJP, que já tinha enviado uma carta aos deputados da Assembleia da República, apelando ao seu sentido de responsabilidade nesta matéria, sublinha, porém, que os juízes estão conscientes da situação difícil do país, no âmbito da ajuda financeira externa e dos compromissos assumidos pelo Governo para a redução do défice público, o que a todos exige sacrifícios e sentido patriótico de responsabilidade e solidariedade.

Com Lusa