Leitor,
Pare!
Leia!
Pondere!
Decida-se!

SE ACREDITA QUE A INTELIGÊNCIA

SE FIXOU TODINHA EM LISBOA

NAO ENTRE NESTE ESPAÇO...

Motivo: A "QUINTA LUSITANA "

ESTÁ SITUADA NA PROVÍNCIA...

QUEM TE AVISA, TEU AMIGO É...

e cordialmente se subscreve,
Brasilino Godinho

quinta-feira, julho 31, 2008


Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Juntamos um texto de “SARAIVADAS” .

Hoje, para elogiar a última crónica de José António Saraiva acerca da pertinente questão que está na berlinda: a energia nuclear.

Tantas vezes o criticamos que hoje temos o prazer de o enaltecer. É a nossa “vingança” servida a frio… e com o imprescindível sentido de contribuição para um mundo lusíada melhor.

Também incluímos algumas reticências que a natureza e gravidade do tema exigem ou recomendam.

Aliás, um tema já antes analisado por nós em crónica entretanto publicada no “Diário de Aveiro” e no blog “quintalusitana.blogspot.com”. Crónica apresentada com outras incidências sobre aspectos que – por fatalidade do destino… a que nos temos de acomodar – geralmente passam despercebidos às observações do arquitecto-jornalista José António Saraiva.

Os melhores cumprimentos do

Brasilino Godinho

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema: SARAIVA – Em grande estilo e objectivo, surpreende pela positiva…

Embora com um pequeno senão…

No editorial que publicou na terceira página do SOL, edição de 16 de Julho de 2008, o director José António Saraiva surpreendeu-nos pela positiva. Trata-se de uma peça muito bem elaborada (com o pequeno senão de um ligeiro deslize que anotaremos a seguir) e que foca o problema da energia nuclear, agora suscitado por uma acção de Victor Constâncio que, no nosso entendimento, foi cuidadosamente preparada, com vista a influenciar o governo a optar pela construção de um central nuclear em Portugal.

Saraiva começa – e bem – por estranhar a insólita iniciativa do presidente do Banco de Portugal. Oportunamente, interroga-se: “Não significará isso uma ‘instrumentalização’ do lugar que ocupa”?

Em continuidade de raciocínio perspicaz, Saraiva mais estranha a cobertura do Presidente da República. Cingindo-se à preocupação com “o país que queremos para os nossos filhos e netos” interroga-se: ”Será o nuclear uma boa herança para as gerações que aí vêm?”.

A seguir põe uma questão pertinente: “Teremos o direito de tomar uma decisão irreversível, que apresenta uma ameaça real para as pessoas e que permanecerá activa milhares de anos?”.

Depois, aflora o aspecto inquinado do debate em curso: “As pessoas comuns não dominam o assunto e os especialistas usam uma linguagem tão técnica que acabam por só falarem entre eles”. Neste ponto, acertadamente observa: “Mas deste diálogo, uma coisa resulta clara: não há, sobre o nuclear, uma conclusão indiscutível, racional, nem irá haver”.

O articulista Saraiva considera apropriadamente que as intervenções da dupla Constâncio-Cavaco são enganadoras “porque levam as pessoas a pensar que o nuclear é uma alternativa ao petróleo” – o que é manifestamente errado. As produções das centrais nucleares representam “uma pequena parte da energia consumida”.

Ainda “acresce que a produção de energia eléctrica é aquela para a qual existem mais alternativas: a eólica, a solar, a das ondas e marés, a das barragens”. O cronista Saraiva volta a interrogar-se: “Se em termos de energias alternativas sustentáveis estamos muito longe de ter a capacidade esgotada, para que vamos tomar uma decisão sem retorno?”.

Mas onde Saraiva cometeu o deslize por nós referido no parágrafo inicial desta crónica foi quando admitiu que, sob o ângulo de apreciação da rentabilidade, talvez “seja provável que a energia faça sentido”. Comentando, diremos que tal resultado não é tanto provável quanto possa julgar-se ou ser sugerido pelos interessados no negócio

Por último, José António Saraiva expressa a opinião que a questão é, sobretudo, “civilizacional – que afectará a humanidade por milhares e milhares de anos”..

Apraz-nos registar a valia da contribuição de José António Saraiva para o esclarecimento público da dimensão da tragédia que seria a instalação de qualquer central nuclear em Portugal.

É certo que Saraiva – como sempre, não aprofunda a análise até ir à essência das questões gravosas e importantes para a sociedade, geralmente associadas a interesses obscuros e a manobras de bastidores de gente influente e poderosa que é mister denunciar.

O tema foi simplesmente tratado por Saraiva nos planos das nefastas implicações éticas, funcionais e civilizacionais.

De facto, faltou-lhe o aspecto pedagógico de alertar a opinião pública para os expedientes e artimanhas a que lançam mãos muitos espertalhões facilmente acomodados aos interesses particulares, com activo - embora discreto - repúdio do bem-estar e segurança das populações.

terça-feira, julho 29, 2008

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Aqui inserida uma crónica sobre a golpada que se está preparando nos meandros da alta finança e da baixa política…

Esperando não ferir susceptibilidades mais sensíveis que, eventualmente, possam causar algumas perturbações nos indivíduos a elas mais expostos, desejo-vos boa leitura e melhor apreensão da gravidade do problema agora sugerido por alguém que preza, acima de tudo, a constância dos seus fartos proventos, das suas numerosas regalias e dos previsíveis múltiplos interesses pessoais.

Com os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

Um texto sem tabus…

ASSIM, RAPIDAMENTE, SE PREPARA A EMERGENTE GOLPADA DA ENERGIA NUCLEAR…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Num país em que quase tudo que realmente interessa aos cidadãos atormentados pelas precárias condições de vida existentes se faz com demoras de dezenas de anos ocorrem, às vezes, acontecimentos do arco-da-velha que surgem inopinadamente e se desenvolvem de surpreendente forma acelerada que deixam atónitos todos quantos estão atentos e não se limitam a ver passar os comboios que, guiados por espertalhaços, circulam através das vias do descaramento, da manipulação e dos tráficos de influências, instaladas profusamente nos grandes centros de comando e em redutos operacionais da “QUINTA LUSITANA”.

A título de exemplo da inoperância e do laxismo prevalecentes nesta terra de péssimos costumes, citamos o caso do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA), criado em 1986. Desde 1988 que vínhamos escrevendo crónicas nas quais nos insurgíamos contra a obrigatoriedade de os contribuintes terem de pagar o imposto à data da apresentação da factura e ficarem “pendurados” meses e anos esperando sem as mesmas serem liquidadas – o que, geralmente, acontecia com os clientes Estado e Autarquias Municipais. Muita gente foi arrastada para a miséria e inúmeras empresas foram à falência. Nalgumas ocasiões chegámos, nas crónicas, a citar casos dramáticos. Pois só na semana transacta é que o Governo estabeleceu o regime de a cobrança do IVA passar a efectuar-se na data do pagamento da factura.

Outro caso de flagrante actualidade é aquele que reporta à recente orientação estabelecida pelo Governo no sentido de os doentes que acorrem aos serviços de urgências dos hospitais poderem ser acompanhados por um familiar durante as fases dos respectivos atendimentos e consultas. Esta uma simples medida do maior sentido humanitário, persistentemente reclamada pelos utentes daqueles serviços. No entanto, só agora foi acolhida pelo Ministério da Saúde.

Ficam assinalados dois exemplos da morosidade e negligência dos governantes e políticos no que concerne à satisfação das necessidades dos cidadãos. Poderíamos enumerar milhentos. Mas não vale a pena. Todos sabemos como as coisas boas e úteis não se fazem neste país, enquanto aquelas más e inúteis acontecem numa cadência diabólica.

Perguntará o leitor: A que propósito vem este apontamento prévio?

A razão está na necessidade de alertar os cidadãos para as formas subtis e enviesadas como se engendram e se concretizam as espertezas saloias de quantos pretendem iludir as populações e levá-las com manha a aceitar factos consumados lesivos dos interesses e segurança da sociedade, como se tivessem efeitos benéficos e de incontroversa utilidade no desenvolvimento do país e no bem-estar dos portugueses.

Geralmente os “grandes” promotores das políticas e dos empreendimentos relacionados com interesses obscuros, começam por lançar os lamirés, a modos de quem não quer a coisa. Insinuando a conveniência de se ponderarem as hipóteses dos estudos das opções. O que fazem com a aparência de não estarem particularmente interessados nos negócios em perspectiva. Logo, em seguida, surgem os testas-de-ferro – esforçados indivíduos que afanosamente se distinguem pelo ardor com que enaltecem as vantagens das ditas propostas ou sugestões. Pressurosos, vão às televisões, escrevem nos jornais e prestam declarações às rádios e aos jornalistas, assentando que o assunto tem de ser discutido urgentemente e suscitar uma célere resolução favorável à ideia apresentada pela entidade que a lançou à discussão pública – invariavelmente, uma daquelas personalidades muito importantes que nem precisam de letreiro na testa visto serem demasiado conhecidas na qualidade de condóminos do condomínio fechado, selectivamente reservado, que é a “QUINTA LUSITANA”.

Sendo expressão do quadro que traçámos aí está relançado o “filme” já gasto sobre a energia nuclear e a sua pretensa falta nos domínios da produção energética nacional.

Tudo começou quando na semana transacta o governador do Banco de Portugal, Victor Constâncio, ao apresentar um dos habituais boletins económicos do Banco de Portugal, emitiu a opinião de ser necessária uma redefinição da política energética que - no seu entender - impõe a discussão sobre a produção da energia nuclear. Desde logo causou estranheza a natureza das observações de Victor Constâncio, absolutamente deslocada do contexto e, de todo, exorbitando no expediente a que devia estar alheio. Em seguida, ter-se-á percebido o seu verdadeiro alcance: abrir caminho para outros desenvolvimentos no sentido de dar “o pontapé de saída” para outros “atletas” entrarem em jogo.

De imediato, o Governo por intermédio do ministro Pedro Silva Pereira veio declarar “que o nuclear não está na agenda governamental” mas que não rejeita a possibilidade de haver abertura para a discussão do assunto na Assembleia da República. Entenda-se esta “conversa” como a indicação de meio caminho andado para se conseguir o objectivo de instalar em território nacional as malfadadas centrais nucleares. Em reforço desta tese assinale-se que a estação de televisão SIC não perdeu tempo e rapidamente organizou para a noite do dia da intervenção de Victor Constâncio um debate televisivo entre várias personalidades acerca da opção pela energia nuclear. A isto se chama: “estar em cima (ou por baixo?...) do acontecimento”.

Mas a presteza e a amplitude com que se organizou o coro em prol da construção de centrais nucleares em Portugal teve outros rápidos e significativos prolongamentos a evidenciarem concertada organização de poderosos meios de influência que só esperavam um sinal para arrancar em força e com excepcional determinação. No dia seguinte àquele do pronunciamento de Victor Constâncio o presidente Cavaco Silva, em Lisboa e o singular Durão Barroso, em Bruxelas, vieram a terreiro manifestarem-se favoravelmente à proposta de abertura da discussão sobre o problema da energia nuclear lançada para a ribalta pelo presidente do Banco de Portugal.

Em continuidade, outras vozes de conhecidas figuras ligadas a grandes e poderosos sectores da nossa sociedade se juntaram na apologia daquela malfadada modalidade energética.

Ainda hoje, dia 25 de Julho de 2008, as três maiores associações empresariais, se apresentaram em público a reclamar discussão urgente e acelerada sobre a opção nuclear e a exigirem do Governo que, sem demora, tome a opção e lhe dê cumprimento sem delongas. Agora, no “Expresso da meia-noite” a rede de televisão SIC volta à carga com a discussão do tema nuclear.

Portanto, face a esta inopinada sucessão de eventos mais que suspeitos, fixamos neles e nos protagonistas a devida atenção. Também devemos recolher a lição sobre os sincronismos das atitudes e os expedientes das iniciativas a que os grandes espertalhões deste país recorrem com o objectivo de imporem as suas ideias e ambições que, por sinal, raramente correspondem aos interesses da comunidade nacional.

Abreviando considerações importa assentar decididamente que as centrais nucleares em Portugal não têm cabimento; tão pouco se recomendam. Por uma elementar razão: a da segurança dos cidadãos. Ela deve prevalecer sobre todos os factores económicos que são, também eles, muito questionáveis. No planeta Terra nada está seguro. Não dominamos os cataclismos naturais. Nem conseguimos prever ou evitar eventuais ocorrências trágicas decorrentes dos funcionamentos dos sistemas e (ou) das intervenções de loucos e de pessoas normais que repentinamente enlouquecem e desencadeiam acções que podem causar danos incalculáveis, sempre imprevisíveis, como foram os derrubes das duas torres gémeas de Nova Iorque.

A título de ilustração dos perigos da energia nuclear sublinhe-se que, só este ano, se registaram vários acidentes: um, grave, num reactor na Alemanha, dois acidentes em centrais na Suécia e nas últimas três semanas outros tantos acidentes em centrais francesas com trabalhadores contaminados – o que determinou a directiva do presidente Nicolas Sarkozy de as autoridades francesas procederem, de imediato, a rigorosa inspecção de todos os complexos nucleares existentes em França. Por sua vez o ministro da Ecologia, Jean-Louis Borloo, declarou numa conferência de imprensa: “Quero questionar tudo”.

A situação está a preocupar a população francesa. E como é habitual nas ocasiões dos desastres, também nos primeiros momentos dos dois primeiros casos registados em França se passou a informação que os incidentes eram de pequena expressão e sem consequências preocupantes.

Nós em Portugal conservamos a recordação do que se passou com a doença das vacas loucas. Já havia animais atingidos pela doença e o ministro do sector permitia-se o desplante de negar, na Assembleia da República, a sua existência.

E por que não lembrar declarações do então chefe do governo português, Cavaco Silva, numa das suas intervenções na Assembleia da República? Então, ousou proclamar, como verdade indesmentível, que em Portugal não havia corrupção – precisamente em contraposição com as apreciações que vinham sendo feitas em Bruxelas e nalguma comunicação nacional. Aliás, como era a percepção do cidadão comum. E que hoje, após o incremento que vem tendo em vários sectores da sociedade, ninguém ousa contestar.

Tudo isto explanado para acentuar que, relativamente aos palavreados dos políticos e de certas personagens, há que nos pormos em guarda: de olhos bem arregalados, ouvidos atentos, atenção desperta para as linguagens de dúbias interpretações e para as escondidas motivações de indivíduos mais dispostos a contemplarem os seus umbigos do que a preocuparem-se com os superiores desígnios do País e o bem-estar dos indígenas.


terça-feira, julho 22, 2008

Estimadas leitoras,
Caros leitores

Insiro uma crónica sobre o menino de oiro que caiu do céu aos trambolhões sobre o PÁTIO DAS CANTIGAS SOCIALISTAS.

O Partido Socialista está feliz e enriquecido... Enquanto isso acontece com surpresa generalizada, os indígenas vão ficando mais pobres, desiludidos, sofredores e frustrados.

Felicidade de alguns privilegiados. Sorte malvada para tantos outros que carregam a má sina dos desprotegidos.

Cumprimentos.

Brasilino Godinho

Um texto sem tabus…

UM PAÍS DE TANGA, UM CONDOMÍNIO DE GENTE MILIONÁRIA E (OU) TRANQUILA E, SUPREMA VENTURA, UM PARTIDO RICO…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Portugal é um dos países mais antigos da Europa. Um dado adquirido, qual verdade ao jeito do seigneur DE LA PALICE… Dotado de bastantes tradições, teve muitos títulos de nobreza. Houve quem o considerasse “jardim à beira-mar plantado”. Muitas das suas gentes, valerosas, ancestrais, ficaram para a Eternidade consagradas na imortal epopeia dos Lusíadas, da autoria de Luís de Camões (menção não despicienda na actualidade por razão do vazio em literatura portuguesa existente nos programas escolares e com o qual se promove a ignorância das novas gerações). E dispõe de um riquíssimo património cultural em vários domínios do Saber e das Artes.

Não obstante, se foi um Estado-Nação que marcou lugar cimeiro no mundo civilizado, neste tempo que corre encontra-se tão desfigurado e empobrecido a tal ponto que se não foram os registos da História ninguém diria que, à época dos Descobrimentos, formara um império poderoso e influente no curso da Humanidade.

O declínio de Portugal começou a acentuar-se a partir do século XIX, avolumou-se no século XX e, na actualidade, o país está transformado num território desordenado onde penosamente sobrevive uma nação exangue, gratuitamente aviltada, sem escrúpulos explorada e de forma indecente dominada por castas poderosas que a arrastam para as profundezas de um abismo aterrador das consciências mais lúcidas e impolutas que, milagrosamente, conseguem sobreviver num pântano mal cheiroso e putrefacto assinalado, em época não distante, por um moço de muitas virtudes segundo os guiões da Opus Dei, timorato, de falinhas mansas, assaz assustadiço, que deu o fora para a estranja: António de Oliveira Guterres, de sua graça, nome e apelido.

Os efeitos de destruição no meio ambiente provocados pelo “pântano”, definido à imagem guterreana, tiveram progressão avassaladora. Tamanhos resultados advieram que, passadas algumas luas, veio outra criatura de semelhante estirpe do Guterres classificar a situação como a de um estado de tanga. Desde essa altura em que o verdadeiro artista do circo político, Durão Barroso, lhe configurou o figurino, que a tanga tem vindo a esfarrapar-se e hoje, de tão esburacada, já nem isso é. Pior o facto de o corpo já não aguentar o farrapo, visto que o ser está cada vez mais escanzelado, faminto, prestes a finar-se.

No entanto, se o Portugal da nossa desventura colectiva e de tão numerosas tragédias individuais, se debate angustiosamente com a sua sobrevivência no mundo cão em que os grandes figurões - e seus mandantes - da desgovernação o mergulharam, é facto notório, amplamente conhecido, que nele existe um próspero condomínio, já designado por QUINTA LUSITANA, onde vive sem sobressaltos, à-tripa-forra, gente milionária e pias criaturas que, sempre, quando acusadas de falcatruas e de pecaminosas e ilegais actuações, se apresentam como virginais donzelas e, de pronto, se declaram tranquilas. Estas, são pessoas que bem integradas no reservado e especial condomínio, mui resguardadas no seio da respectiva comunidade, beneficiando das bênçãos dos vários mentores e das cumplicidades dos fraternos irmãos, reúnem todas as basilares condições para se mostrarem serenas e confiantes de não serem molestadas. Por evidente razão acreditamos que assim se expressando e, também, com base nas formulações de benevolentes e lisonjeiros juízos em causa própria, elas confiadamente assumem a bem-aventurada qualidade de impolutas pessoas ciosas de dar lustre, fama e proveitos a si mesmas e a todos quantos compartilham as delícias e os supremos prazeres do selecto condomínio QUINTA LUSITANA, com sede alfacinha e respectivas sucursais no Porto, e em Coimbra. E, claro, personalidades naturalmente convictas de o sistema judicial ser algo que lhes é indiferente e sem operacionalidade nos seus espaços residenciais, visto considerarem não ter cabimento uma “invasão” nos domínios de suas excelências Tais seres de eleição pensam que, acima de tudo, é preciso defender o bom-nome de cada um e garantir o respeitinho pela propriedade privada. No caso, a QUINTA LUSITANA.

Ainda agora Victor Constâncio, um dos ilustres condóminos da QUINTA LUSITANA, também conhecido profeta (felizardo) de todas as desgraças que podem cair sobre nós - e a que por excepcional condição está sempre alheio e inatingível – veio proclamar, com aquele ar seráfico característico da sua personalidade, que continuaremos a empobrecer cada vez mais. E repetiu o estafado discurso: não haver aumentos de salários, manter-se a contenção de despesas, os indígenas deverão apertar os cintos e o Zé-Povinho deve esquecer a miragem de ver a luz ao fundo do túnel das grandes desgraças e misérias que o atingem.

De bom samaritano (para seu uso e aplicação pessoal) o Constâncio reserva para si a constância do bem-estar material, o empenho no seu ego, o quinhão das regalias, os inerentes proveitos e o regalo de vida Aliás, como fazem todos os seus parceiros que oportunamente se instalaram na QUINTA LUSITANA e dela usufruem benesses, milionários salários ou pensões, ricos alojamentos, recheadas mesas e agradáveis momentos de prazer. O que – aos referidos condóminos da QUINTA LUSITANA - os torna seres insuperáveis, refugiados num “paraíso”, ao abrigo das comuns aflições dos desprotegidos portugueses. Assim, alegremente, se mantêm coesos e libertos de todas as crises instaladas em terrenos para além das extremas da QUINTA LUSITANA.

E como se tudo isto não chegasse para nos moer o juízo, aí está nas bancas um livro a dar notícia e realce da existência do recente enriquecimento do Partido Socialista - com a agravante de isso ter sido conseguido à pala do exercício do Poder.

A obra da autoria de uma jornalista da praça lisboeta (segundo julgamos) informa que o Partido Socialista tem um menino de oiro. Quem imaginaria que esse menino de oiro é José Sócrates?

O que nos é asseverado pela autora do livro.

Mas seja de oiro, de pechisbeque ou de carne e osso, bem ou mal adornado, parece certo que os homens e mulheres do PS, andando “às aranhas” com os problemas da conjuntura, arranjaram uma forma surpreendente de se satisfazerem com as peripécias do menino e de se distraírem, abdicando da elementar obrigação de encontrarem um adulto que desse garantias de competência e profícuo labor governativo. Isto é: vão dedicar-se a venerar o seu menino de oiro. Enquanto por esse mundo além fronteiras, há seres humanos que veneram bezerros de oiro, os socialistas lusos considerando-se ricos com o seu brinquedo de oiro, vão incensá-lo, perfumá-lo e venerá-lo. Provavelmente, vão exibi-lo nu (como os padres fazem ao menino Jesus nas cerimónias litúrgicas da quadra natalícia), sem pudor. Pela certa, ser-nos-á apresentado no Parlamento, nas feiras, nas romarias, nas lotas, nos adros paroquiais, nos campos de futebol, nos retiros do Fado, nas inaugurações oficiais, para gáudio de multidões deslumbradas com o pálido brilho amarelado do “menino”.

Se acreditarmos naquilo que irradia a partir do PÁTIO DAS CANTIGAS SOCIALISTAS o menino de oiro, Sócrates, é mimado por muitos portugueses do tipo “Maria que vai com as outras”. Os ditos, deixaram-se contagiar pelos arroubos dos devotos do PS? Será? Tal e qual?

Porém, aqui entre nós, como retrato de muitos atrasos e de coisas deploráveis existentes neste Portugal, estaria a faltar-nos esta parolice?

Enfim, gostos, tendências e procedimentos que, ao contrário do que insinua o correspondente lugar-comum, devem ser discutidos e rejeitados.

Por conseguinte: Fiquemos cientes que a “história” do “menino de oiro” é mais uma pecaminosa, estulta e ridícula originalidade portuguesa

domingo, julho 13, 2008

Estimadas senhoras,

Caros senhores,

Durante várias semanas estive inactivo nas áreas da escrita e da correspondência dirigida aos meus simpáticos leitores e leitoras e caríssimos amigos e estimadíssimas amigas.

Certamente que os leitores estão cientes do doloroso motivo da minha inactividade. E compreenderão a ausência. Aliás, da compreensão de muitos(as) recebi testemunhos que bastante me sensibilizaram e constituíram boas ajudas na recuperação do ânimo para enfrentar a terrível situação.

Mas, apesar das dificuldades sentidas, tenho o dever de seguir o curso de vida, pela melhor forma que me for possível assegurar pelos meus próprios meios.

De modo que, com a seguinte peça, retomo a actividade de cronista.

Os melhores cumprimentos.

Brasilino Godinho

SARAIVADAS…

Ou as confissões do Arq.º Saraiva…

Brasilino Godinho

brasilino.godinho@gmail.com

http://quintalusitana.blogspot.com

Tema: SARAIVA - Um charadista em grande forma…

O arquitecto-jornalista José António Saraiva tem a reputação de ser um extraordinário criador de charadas. Dos melhores de Portugal. Porventura, suplanta todos charadistas que existem no campo lusitano.

Aliás, assemelha-se ao vinho do Porto. À medida que passam os anos vai aprimorando a qualidade.

Esta semana deu prova cabal de que está em grande forma e que dificilmente será arredado do pedestal a que se guindou.

Tomem nota e apreciem:

Na “sua revista “Tabu”, edição de hoje, sábado, dia 12 de Julho de 2008, sob a rubrica “VIVER PARA CONTAR”, presenteia-nos com a sublime charada: “Quem a conhece, não a reconhece”. Posta em título, para mais realçar o absurdo e a contradição.

Atendendo ao contexto, sublinhe-se a preocupação do autor em VIVER PARA CONTAR ou apresentar charadas que ponham a cabeça à roda dos confiantes e desprevenidos leitores das suas intrigantes prosas.

Ousamos interrogar: Quais as artes e faculdades de alma de José António Saraiva para conhecer algo que não reconhece? A que conclusões chega a mente iluminada de José António Saraiva? Por outro lado, atribuir a qualquer pessoa (ou a pessoas) a possibilidade de conhecer coisa que não reconhece é, de facto, uma ideia desconcertante. Mais: uma atrevida presunção, um improcedente ardil, uma descabida impossibilidade. Por onde paira o sentido de lógica do famoso arquitecto-jornalista?

Enfim, mais uma “charada” da marca inconfundível de José António Saraiva…