Ao compasso do tempo…
ELES ANUNCIARAM:
-“NUNCA BAIXAMOS OS BRAÇOS”.
PUDERA! NUNCA OS LEVANTAM…
Brasilino Godinho
http://quintalusitana.blogspot.com
01. Negando no cravo… mas, por descuido, afirmando na ferradura.
Ao que se depreende terá sido o órgão directivo do PSD que tomou a iniciativa de ornamentar as paisagens urbanas das cidades e vilas deste país com grandes painéis publicitários; nos quais se destaca a picaresca nota de que, em sede do partido social-democrata e nos seus frequentadores, há a presunção (esta e água benta cada qual toma a que quer…) do zeloso empenho de não baixarem os membros superiores; enquanto, surpreendentemente, nada se diz sobre as ocorrências relacionadas com os actos correlativos aos abaixamentos das pernas… Vulgo: porem-se de cócoras…
Repare-se que não é despicienda esta referência aos membros inferiores. Porquanto é conhecido de toda a gente que se, de facto, nunca baixam os braços, isso é devido à inércia de jamais os levantarem. Em contraposição, erguem, com frequência, os pés e saracoteiam persistentemente, sem desfalecimentos, nos díspares lugares e desempenhos a que acedem por seus invulgares deméritos, suas festivas e obscenas predilecções e mui despertas, soberanas, intencionalidades.
A este ponto chegados é altura de se esclarecer que estes casos e circunstâncias não são plantações exclusivas do campo social-democrata.
Trata-se de uma prática cultural generalizada a toda a classe política que, alegremente e desvairadamente, tagarela muito e vai desgovernando o país, arrastando-o para o repulsivo lamaçal onde nos movimentamos com extremas dificuldades e sentindo grandes aversões por tantas perversões.
Fica subentendido que a maior parte dos políticos participantes da feira das vaidades e dos mercados bolsistas dos oportunismos de largo espectro e melhores conveniências individuais, nunca erguem os braços para coisa nenhuma de útil para o povoléu, mas com desenvoltura e arreganho levantam as pernas e, claro, dão coices (a pianista Maria João Pires, há dias, no Brasil, confirmou esse peculiar hábito e disse que tem sido muito escoiceada pelos políticos e governantes portugueses). Por vezes, alguns dos inexplicáveis seres da espécie protagonista do circo político, vão mais longe na desfaçatez: erguem as cabeças e apontam os cornos nos sítios mais inconcebíveis, como ainda recentemente se viu no palácio beneditino de Lisboa, sito no Largo de S. Bento, agora convertido em reles teatro de marionetas destituídas do mais elementar sentido artístico…
02. E assim, com coices e cornadas…
Sem barreiras e trincheiras de resguardo, nem contando com os pampilhos dos campinos que atemorizassem e contivessem nos seus redutos, os violentos animais que nos infernizam a vida; mais, ainda, sem recurso ao “inteligente” que pusesse ordem na lide - milhões de portugueses vão sendo vítimas indefesas das acometidas dos carnívoros que galopam desvairadamente em campos largos, abertos a todas as tropelias e desvarios e, loucamente, avançam pelos caminhos de perdição da grei.