REGIONALIZAÇÃO À PORTUGUESA EXPRESSÃO
É COISA ABSURDA FALACIOSA E INACEITÁVEL
Brasilino Godinho
01. PRESIDENTE MARCELO põe travão na ganância dos tachos da
regionalização de Portugal, que é só uma média região europeia.
Esta atitude do Presidente
Marcelo foi manifestada hoje no Congresso dos Municípios Portugueses, realizado
em Vila Real.
Reina uma raiva de frustração,
dificilmente contida, entre os que se preparavam para, às portas da
Regionalização, reivindicar mais um tacho.
Felicito o Presidente Marcelo
pela meritória atitude que deverá ser bem acolhida por todos, quantos
portugueses não são tachistas insaciáveis e põem os interesses da Pátria acima
de tudo.
02. Existem na Europa regiões
maiores do que a região (Portugal continental). Grandes regiões que não se
propõem “regionalizarem-se” a si mesmas”, à maneira da pretendida, falaciosa, regionalização
portuguesa.
03. Regionalizar Portugal
continental, uma média região europeia, para além de ser uma pacóvia e servil imitação
do que se passa nalguns países da União Europeia que entenderam dela obter benefícios,
visto que lhes faltava a tradição do municipalismo; é coisa escandalosa, inaceitável,
altamente dispendiosa e incomportável num Portugal muito endividado.
Mais: seria uma aberração de
tripla configuração: política, administrativa e geográfica. Uma anomalia só
admitida por uma classe política medíocre, incompetente e ambicionando criar
mais uma frente de distribuição de tachos alternativos aos existentes nas
juntas de freguesias, nas câmaras municipais, nos governos, no parlamento, na
presidência da república e no vasto leque de estabelecimentos, repartições, fundações,
observatórios, institutos, departamentos do Estado, etc.
04. Claro que isso premeditado e
obcessivamente ansiado nos últimos anos, por bastantes políticos de rasteira
visão política, movidos por interesses vários em que predomina a aliciante,
tentadora, perspectiva de lhes ficar mais acessível e rentável a prática de
saltimbancos; quais artistas entretidos a saltitar de um tacho para outro,
ornados dos respectivos penachos e auferindo as mordomias que, generosamente e
com descaro, são concebidas e institucionalizadas, em oportunista proveito
próprio.
Concluindo:
- As juntas de freguesias e as
câmaras municipais cumprem satisfatoriamente as suas atribuições políticas e administrativas
e de relacionamento com as populações que lhes estão adstritas – preservando e
alentando uma tradição secular de municipalismo numa nação que é a quinta mais
antiga da Europa.
- A fantasmagórica regionalização,
à usança portuguesa, se nalgum dia acontecer, será mais uma desgraça nacional.
Pela razão de ser grande sorvedouro das diminutas finanças do Estado. Ou seja:
acrescentada causa da ruína da Nação.