Há dois anos
34. APONTAMENTO DE
BRASILINO GODINHO
01 de Dezembro de 2017
BRASILINO GODINHO
01 de Dezembro de 2017
NÃO CESSE O QUE A MUSA DE CAMÕES CANTA…
QUE OUTRO VALOR MAIS ALTO NÃO SE
ALEVANTA
Camões, exultante, nos Lusíadas, proclamou:
“Cesse tudo o que a musa antiga canta, que outro valor mais
alto se alevanta.”
Nós, com sentir amargo, a 1 de
Dezembro de 2017, parafraseando o grande e imortal épico, prevenimos:
Não cesse o que a antiga musa de
Camões canta, que outro valor mais alto não se alevanta. Infelizmente!
No estado de grande enfermidade
em que se encontra Portugal faz o melhor sentido evocar a musa de Camões.
Desde logo e atendendo ao
simbolismo do feriado do 1.º de Dezembro, comemorativo da Restauração da
Independência de Portugal a 1 de Dezembro de 1640, impõe-se aos portugueses
tomar consciência de que o país - se então corajosamente se libertou do domínio
espanhol – cento e sessenta e um anos depois voltou a estar ocupado. Desta vez,
a partir do ano de 1801, na região de Olivença, devido ao desfecho da guerra das laranjas. É que os soldados
espanhóis não se limitaram a roubar as laranjas que levaram para a sua pátria.
Deixaram a peçonha da ocupação política, do autoritarismo administrativo e da
opressão militar.
Abusivamente e com violação do
Congresso de Viena de 1815 que obriga a Espanha a devolver a Portugal a plena
soberania de Olivença, o Reino de Espanha persiste na ocupação desta região
portuguesa.
Atente-se que Portugal (embora
parcialmente) continua com soberania limitada e, para os efeitos legais e
subvertendo a sua Constituição, é um país ocupado pela Monarquia de Espanha.
Talvez por essa razão os governantes persistem em serem subservientes com os
governos de Madrid. Agora, também receosos de serem corridos como o foram os
nacionalistas da Catalunha? Ou como ameaçava o general Franco que, algumas
vezes, pensou em invadir Portugal.
Enquanto for mantida esta
situação violadora do Direito Internacional e os governantes portugueses
continuarem o exercício cobarde de se acomodarem a ela, têm os portugueses,
dignos da sua condição, de sentir a desonra nacional.
Daí a necessidade da musa de
Camões se fazer audível e repercutir pelas quebradas do nosso espaço pátrio e a
obrigação de se registar com amargura que nenhum outro valor mais alto se
alevanta na actual, amarga, conjuntura.
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