IRRACIONALIDADE, SUBSERVIÊNCIA
IRRESPONSABILDADE, INCOERÊNCIA
Brasilino Godinho
31 de Maio de 2021
Com uma sequência cíclica o governo vem acumulando erros
grosseiros nas formas como imprevidentemente vai facilitando a propagação da
Pandemia Covid-19 em Portugal. Primeiro, as senhoras da Saúde (à escala e
caracterização governamental) negligenciaram a ameaça que despontava em final
do ano de 2019, chegando mesmo a “garantir” que o País estava livre de tal
ocorrência. Depois, aconteceram a aglomeração do festival literário da Póvoa do
Varzim e a morte do conhecido escritor chileno Luís Sepúlveda, participante que
foi no acontecimento. A seguir vieram, a efeitos terríficos, os ajuntamentos
nas praias e nas festas de casamentos e de confraternizações em Lisboa e
arredores.
Em jeito de celebração eufórica da vitória
futebolística do Sporting aconteceu há pouco tempo a concentração de milhares
de populares na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa. Anteontem o país ficou
atordoado com a vinda de 16000 ingleses, que tiveram acesso ao Estádio do
Dragão, da cidade do Porto. Logo, eles, maioritariamente desordeiros e
alcoólicos que associando essa deprimente qualidade carregavam a ameaçadora
hipótese de contribuírem para a propagação da mui mortífera estirpe indiana do
coronavírus no norte do País.
De todo o somatório de improcedentes actuações
governamentais que deram azo a muitas mortes, a graves danos físicos e
psicológicos a muitos portugueses atingidos pela pandemia Covid-19, a que se
acrescentaram consequências desastrosas para a economia e para o Erário,
ressalta a tremenda evidência da irresponsabilidade assente em sede
governamental.
Irresponsabilidade que, nestes últimos dias, mais
se expôs sem mínimo de pudor e com clamorosa demonstração durante as consentidas
festanças sportinguistas em Lisboa e nos três derradeiros dias no Porto com a
“invasão” da turba inglesa que veio assistir à disputa final do europeu
campeonato de futebol macho, interclubista de tal modalidade.
E focado neste incrível acontecimento há que
assinalar e condenar vigorosamente mais uma indecente ocorrência de
subserviência pacóvia dos governantes: Governo e Câmara Municipal do Porto perante
o estrangeiro. Aquilo que até anteontem estava vedado aos portugueses –
assistências nos estádios – foi permitido aos 16000 invasores, súbditos de Sua
Majestade Britânica.
Tal gente da governança nacional e local põe-se
sempre de cócoras perante os estrangeiros. Uma vergonha que nos rebaixa e
desacredita.
De tudo isto que sucede em Portugal releva a usança
tradicional e obscena da irresponsabilidade. Por vezes, lêem-se ou ouvem-se observações
de uma ou outra personalidade mediática expondo a ideia de que é necessário
extrair lições dos erros cometidos. O que até teria alguma graça, se não fora a
desgraça que lhes subjaz. É que está por fazer prova de que neste País, alguma
vez, se hajam extraído lições dos disparates e erros constantemente repetidos
com acintoso aproveitamento pelos inúmeros, bastante atrevidos espertalhaços e
pelos muitos, repelentes malandrins de espécies várias.
Habituação deveras elucidativa é que neste Portugal da Partidocracia de má
textura não se erguem vozes altissonantes a exigir que, em vez de lições
mal-amanhadas, se extraiam, sim, as devidas e inadiáveis consequências no sentido
de serem punidos quantos atentam contra o Povo e ao arrepio da Portugalidade.
Coisa unívoca e muitíssimo relevante que urge cuidar com zelo e extrema
determinação.
Esta uma inconfundível, qual devida, propositura de
coerência cívica e ânimo patriótico a contrapor eficazmente a todas as atitudes
de incoerência funcional dos operadores da desgovernação em curso.
Aqui e assim afloradas :
IRRACIONALIDADE, SUBSERVIÊNCIA
IRRESPONSABILDADE, INCOERÊNCIA
As marcas impressivas e emblemáticas da governação
à portuguesa habituação, em que a Partidocracia se contempla, se revê e se
festeja no dia-a-dia da enfadonha tristeza, virulenta amargura e profundo viver
de penúria e sofrimento dos lusos indígenas; os quais, inúmeros, sorumbaticamente
sitiados no espaço pantanoso da região saloia de Lisboa, e muitos mais,
ofendidos e maltratados, dispersos além Tejo no envolvente território tido e
explorado como paisagem, decerto cativa dos estrangeiros inglesados que a ela afluem para gozo turístico…