BRSILINO
GODINHO VERSUS IDADISMO E IDADISTAS…
01. Brasilino
Godinho, nasceu a 25 de Outubro de 1931, na cidade Tomar. Cidadão tomarense
reside desde 01 de Fevereiro de 1963, na cidade de Aveiro; após ter habitado 7
anos (1956-1963) na cidade de Leiria e 2 anos (1954-1956) na cidade de Ponta
Delgada, Açores.
Actualmente, também se considera cidadão aveirense
por voluntária opção e decorrentes circunstâncias e facetas de vivência muito
significativas e de grande importância na sua activa existência.
Uma existência brasiliana, multifacetada, repartida
por fases existenciais de formação e actuação que foram cimentando durante
quase 92 anos, a personalidade de Brasilino Godinho: o jovem; o escuteiro; o
aluno inconformado de um curso industrial que detestava; o desenhador
estagiário na Secção de Engenharia, da Câmara Municipal de Tomar, sem receber
remuneração, mas que foi um grande investimento pessoal; o homem; o chefe de
família casado com uma linda mulher açoriana; o político sem militância; o pai
dedicado que deu cursos de engenharia civil aos seus dois filhos, pagando todas
as despesas das formaturas com os fracos rendimentos das suas funções de
desenhador e topógrafo dos serviços do Estado e de projectista de engenharia
rodoviária, sem ter frequentado qualquer estabelecimento de ensino de engenharia.
O topógrafo-chefe, da Junta Distrital de Aveiro; o
técnico projectista com dezenas de estradas, arruamentos e obras urbanísticas
por si projectadas e construídas em todo o país, sem nunca ter tido projectos
reprovados; o cronista de textos de opinião; o escritor com dez livros de
ensaios, de crónicas (dois deles de poesia e um da tese doutoral) editados – o
último dos quais: ENSAIO COMPÓSITO,
editado em papel, no mês de Abril de 2023, aos 91 anos de idade do autor.
O técnico que foi um dos promotores de criação da
Praia da Vagueira; que projectou metade dos arruamentos de Fátima, excluindo as
estradas nacionais que atravessam a cidade; que projectou as infra-estruturas
de metade do Campus Universitário de Aveiro e outras mais, importantes, em
diversos locais de Portugal.
Também o técnico que em 1983, com 52 anos de idade,
criou e dirigiu a firma Tápia Godinho - Estudos
e Projectos de Engenharia, L.a, durante os sete anos da sua existência,
a qual desenvolveu actividades por todo o país; que foi gerente técnico da
empresa que construiu as infra-estruturas da Urbanização da Quinta da Bua Hora,
na Praia da Vagueira, entre 1993 e 2000 tendo a idade compreendida entre os 62
e os 69 anos.
Factos muito relevantes na vida de Brasilino Godinho
o ter sido em Outubro de 2008, com 77 anos de idade, caloiro universitário, ter
obtido 17 valores nas provas de acesso, 15 valores na obtenção da Licenciatura,
em Línguas, Literaturas e Culturas e o Doutoramento em Estudos Culturais, por
decisão unânime do júri doutoral, no dia 05 de Julho de 2017 – um caso inédito
em Portugal, na Europa e no Mundo, como tal assinalado nos jornais, televisões
e rádios de Portugal e de países estrangeiros, tendo a Universidade Eduardo
Mondlane, de Maputo, Moçambique, apontado aos sus alunos o exemplo de Brasilino
Godinho.
Enfim, Brasilino Godinho, o cidadão nonagenário que
se mantem activo e atento à vida comunitária, continua exercendo a prática da
escrita concernente à sua condição de escritor – o que faz com prazer e a Bem
da Nação.
Neste aspecto, nas minhas crónicas e livros editados
estão descritos, apreciados e pormenorizados, quadros de temas das actividades
brasilianas e ideias do escritor Brasilino Godinho, pelo que aqui e agora, não vou
“chover no molhado”; antes, inicio a escrita sobre o título colocado em
epígrafe.
02. Por oposição a um preconceito
(Idadismo) absurdo e antissocial, mantive durante dezenas de anos firme
posição de luta contra ele. Não obstante, foi meu propósito inalterado, nunca
empregar o termo “Idadismo”, sempre que o problema da importante questão dos
direitos dos velhos e das suas actividades profissionais era aflorada nos meus escritos.
Por uma simples razão: para salvaguardar independência e evitar especulações
que me vinculassem a movimentos, partidos e seitas – o que em Portugal sucede
com frequência assustadora. Um quadro sinistro do país maçónico, em que vivemos,
sujeito a um regime de hipocrisia, de corrupção e processos de intensão, sob a
ditadura de um Estado que não é de Direito.
Também convencido de que os leitores nem teriam
dúvidas em associar as minhas opiniões a esse imprescindível combate ao
Idadismo e aos Idadistas.
03. Então, porquê
agora falar, pela primeira vez, em Idadismo?
A razão é simples: há dias, compulsando sites da
Internet li o artigo “VELHOS PARA TRABALHAR.
PORQUE SE DESPERDIÇA TALENTO + 50’ ?” – alusivo a um tema parcelar de
grande relevância cultural, ética, política, social e económica, da autoria da
jornalista Joana Nabais Ferreira, datado de 12 de Agosto de 2023.
É um trabalho
interessante e, surpreendentemente, restritivo; omisso em focar aspectos
essenciais de uma deplorável situação social de todo inaceitável num Estado de
Direito.
Nele centrado o que parece ser propósito de referenciar
as actividades e opiniões dos Professores Doutores Eduardo Paz Ferreira, autor
do livro ”Devo Fechar a Porta?”,
Rita Mexia, Marta Vidigal Pinheiro, Maria Vidal Pinheiro, Vera Norte; dar a
conhecer a existência da associação “d’Novo”
que promove o regresso ao trabalho dos + 50; referenciar o ”Trabalho by ECO”.
De registar os seguintes factos: de no citado artigo
de Joana Nabais Ferreira e nas opiniões das pessoas nele focadas, a questão dos direitos dos velhos é
reduzida ao circunstancialismo dos seus casos de técnicos com cursos superiores
que procuram continuar a trabalhar depois de atingida a idade da reforma; de
indiciado especial cuidado em não emitirem opinião sobre a inoperância do
governo em termos de assegurar o cumprimento das directivas da DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS
IDOSOS, estabelecida pela conferência da ONU, celebrada em Lisboa, a 21 de
Setembro de 2017, que o governo português subscreveu, ficando obrigado a
cumpri-la, mas de que se tem alheado; de sublinhar que o Doutor Eduardo Paz
Ferreira é marido da ex-ministra da Justiça, Dr,ª Francisca Vvan Dunem e Dr.ª
Mariana Vieira da Silva, actual ministra da Presidência, filha do ex-ministro
da Previdência Social, Vieira da Siva que assinou a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE LISBOA não terão feito diligências no sentido
de efectivar a acção governativa em matéria de tão grande importância social e
política.
É pois de lamentar que tão ilustres personalidades se
tenham abstido de debater o tema da velhice em toda sua complexa dimensão e ignorado que cabe ao governo providenciar
o cumprimento dos termos da DECLARAÇÃO
DE LISBOA SOBRE OS DIREITOS DOS IDOSOS, a que se obrigou e que parece elas
desconhecerem. Indiciado o propósito de não criticarem o governo.
Também de lamentar que não mencionassem o caso de BRASILINO GODINHO, inédito em
Portugal, na Europa e no Mundo e confrontando-o com as afirmações citadas no
artigo de Joana Nabais Ferreira.
O confronto que fazemos aqui, sobre a epígrafe: BRASILINO GODINHO VERSUS IDADISMO E
IDADISTAS…
04. Para
facilitar a leitura e compreensão do que é limitativo e inoperante no artigo de
Joana Nabais Ferreira e não me alongar desnecessariamente, transcrevo as
frases mais incisivas das opiniões nele inseridas.
Ei-las:
1.“Estão ainda
longe da idade da reforma, mas com mais de 50 anos são já considerados
demasiado velhos para trabalhar.”
2.”(…) o
idadismo é um preconceito presente na sociedade que (…) precisa de ser
combatido.”
3. “A missão da
dNovo é alcançar a empregabilidade de pessoas com mais de 50 anos e formação
académica superior.”
4. “ Pessoas
“com qualificações superiores que não conseguem regressar ao mercado do
trabalho . É um desperdício considerável de conhecimento e competência que o
país não se pode dar ao luxo de ter. Numa altura em que as empresas referem a
falta de talento como um dos principais problemas ao seu desenvolvimento.”
5. “É
necessário agora combater o idadismo com todas as forças, defende o advogado de
70 anos, Eduardo Paz Ferreira.”
6. Uma explicação:”o
preconceito ou o desejo de aumentar os lucros, pagando menos a pessoas mais
jovens, comenta Eduardo Paz Ferreira.”
7. “É urgente eliminar estereótipos, perceber
que envelhecimento é diferente de velhice, criar políticas de combate ao
idadismo, formação escolar desde a tenra idade, acções de sensibilização
empresarial e acções concretas intergeracionais.”
8. “Socialmente,
continuamos a acreditar que os mais velhos não aprendem, não têm conhecimento
sobre tecnologias, não são flexíveis, são um custo maior para as empresas e não
se adaptam da mesma forma que os mais novos. Está totalmente errada esta visão.
Os mais velhos são uma mais-valia tremenda para as organizações, pela
maturidade, conhecimento, dedicação e empenho nas funções que lhes são
confiadas.”
9. “Os riscos
de conflito ou discórdia são, a seu ver, relativamente à forma como as gerações
encaram a vida profissional. As gerações mais velhas privilegiam a estabilidade
e o reconhecimento profissional e os mais novos são mais activos, dinâmicos,
têm uma visão de ‘passagem’ mais do que de carreira, optando por relações
profissionais mais superficiais, o que gera um problema transversal para o
ambiente corporativo. Mas, as diferenças vão sempre existir, contudo,
incentivando a comunicação, estimulando a convivência entre colegas e a
partilha de conhecimento, beneficiamos todos.”
10. “(…) estar
activo no mercado do trabalho é fundamental para o seu bem-estar psicológico e
emocional.”
11. “Do ponto
de vista social e financeiro, é impensável para a sustentabilidade de um país
não valorizar um trabalhador com mais de 50 anos.”
05. Brasilino
Godinho observa que:
No ponto 01 do presente texto Brasilino Godinho faz relato
sucinto sobre o seu percurso de vida. De jeito ao leitor ficar ciente da
multiplicidade das suas actividades. Sobressai o percurso académico, iniciado
aos 77 anos de idade e a conclusão aos 85 anos dos cursos de Licenciatura em
Línguas, Literaturas e Culturas (de Portugal e Espanha) na Universidade de
Aveiro e de Doutoramento em Estudos Culturais pelas Universidades de Aveiro e
do Minho, durante um período contado em quase 8 anos de frequências, na
condição de um dos melhores alunos universitários, como reiteradamente afirmou
o então Reitor da U.A., Professor Doutor Manuel Assunção
Igualmente, nos pontos 02 e 03 são anotadas as formas
assumidas por Brasilino Godinho ao debater a questão do Idadismo e do combate que
lhe tem dado em defesa dos direitos dos velhos e da obrigação do governo, dos
políticos e da sociedade, em respeitá-los e assegurar o acatamento das normas
expendidas na Declaração Universal de Lisboa,. sobre os Direitos
dos Idosos, de 21 de Setembro de 2017.
Os itens 1,2,3 e 4, do artigo aqui, em questão, nos
seus textos, não suscitam contradição. São realidades pungentes. Mas censura-se
a indiferença de quem se limita a assobiar para o lado.
No item 5 o advogado Paz Ferreira diz que “é agora
necessário combater o idadismo com todas as forças.” Está enganado. Esquece que
a esposa Dr.a Francisca Van Dunem foi recentíssima ministra da Justiça
e não houve notícia de suas intervenções no sentido de cumprimento das normas
da declaração de Lisboa, promovida pela ONU. Sintomático que, nem uma única
vez, o advogado Paz Ferreira e as outras declarantes, citadas no artigo de
Joana Nabais Ferreira, tenham referido a Declaração de Lisboa e a negligência
pecaminosa do Governo. Outrossim, evidenciando sectarismo político.
O item 6 é assertivo na explicação, que tenho
partilhado nos meus escritos sobre o tema. No item 7, apontam-se como urgentes
algumas medidas de eliminação de estereótipos e políticas de combate ao
Idadismo, mas trata-se de palavreado inconsequente que não conduz a resultados
que invertam a situação aberrante vigente.
Quanto ao item 8 rejeito a afirmação de que “continuamos
a acreditar que os mais velhos não
aprendem, não têm conhecimento sobre tecnologias, não são flexíveis, são um
custo maior para as empresas e não se adaptam da mesma forma que os mais
novos.”
Também afirmo: que “está totalmente errada esta
visão.”
E firmo esta posição no meu caso pessoal: o cidadão
que depois dos cinquenta anos, criou e dirigiu nos setes anos de existência a
firma TÁPIA GODINHO – ESTUDOS E PROJECTOS DE ENGENHARIA, L.A;; exerceu
funções de gerente técnico da empresa que construiu a URBANIZAÇÃO DA
QUINTA DA BOA HORA, NA PRAIA DA VAGUEIRA, de 1993 a 2000; o escritor que vem escrevendo crónicas no seu
blogue: http://quintalusitana.bkogspot.com
e nos jornais regionais e editando livros de que é autor.
O item 9 aponta a hipótese dos riscos de conflitos ou
discórdia. A meu ver irrelevantes. “Vão sempre existir, contudo, incentivando a
comunicação, estimulando a convivência entre colegas e a partilha de
conhecimento, beneficiamos todos.”
Verdades de Senhor de La Palisse as que estão
escritas nos itens 10 e 11. Manter-se a pessoa activa no mercado do trabalho é
condição fundamental para o seu bem-estar psicológico e emocional. “É
impensável para a sustentabilidade de um país não valorizar um trabalhador com mais
de 50 anos.”
12. É facto que no artigo de Joana Nabais Ferreira,
estão escritas observações acertadas, conforme a realidade que se configura
equacionar na perspectiva de um sector privilegiado da sociedade portuguesa.
Mas por que restrito e algo enfeudado ao Governo que nem sequer belisca, o artigo em foco não presta
grande contributo no combate ao Idadismo.
Este meu artigo tem a vantagem de contemplar um
cidadão que, usando da coerência e da sua persistente actividade quotidiana,
pós 50 anos de vida, é um caso inédito em Portugal e no Mundo de ser caloiro
universitário aos 77 anos e ter em quase oito anos de contínuas frequências
obtido a Licenciatura e o Doutoramento, com boas classificações, na condição de
um dos melhores alunos dos dois cursos universitários.
MEU CASO –
BRASILINO GODINHO FAZENDO COMPLETO PERCURSO ACADÉMICO, DEPOIS DOS 77 ANOS DE
VIDA ACTIVA E TÉRMINO AOS 85 ANOS, É A MELHOR PARTICIPAÇÃO NA LUTA CONTRA O DESPREZO
E MALQUERENÇA DO GOVERNO TIDOS PARA COM OS IDOSOS.