A
festarola no Pontal
Comentada por Brasilino Godinho
Pontal – um festival de beijocas
e abraços.
Passos Coelho parece juntar o
útil ao agradável.
“Quem parte e reparte e para si
não guarda a melhor parte é tolo ou não tem arte”
Pelo que se vê na foto, a Passos
Coelho não lhe falta arte beijoqueira.
Também no domínio de tal arte não
desmerece a qualidade de grande artista.
E conclui-se: Passos Coelho, como
beijoqueiro é, outrossim, um arrojado competidor de Paulo Portas.
A festarola da coligação governamental realizada no p.p. sábado, 15 de
Agosto, que teve por cenário a povoação do Pontal foi celebrada pela entidade
promotora como um grande sucesso. Segundo alguma comunicação social teria tido
uma afluência de aproximadamente três mil pessoas provindas de várias
localidades do País: a contar desde o Minho, Porto, Cavaquistão, Lisboa e
Algarve.
Tal como prevíramos em crónica do referido sábado constituiu uma
parvoeira de todo o tamanho a condizer com as habituais concentrações anuais
ocorridas naquela localidade, segundo a avaliação descomprometida de quem não
se situa naquele campo político/partidário.
O espectáculo que foi apresentado constituiu uma deprimente exposição
do estado de fanatismo e de atraso cultural prevalecentes em Portugal. É
confrangedor ver pessoas de aparência humilde que são vítimas todos os dias da
política opressiva e destrutiva desta maioria governamental, a aplaudir, a
abraçar e a beijar os seus carrascos e opressores e aparentando acreditar nas
patranhas que gente, comprovadamente, mentirosa lhes lança aos ouvidos com o
maior desaforo, ao jeito dos atrevidos vendedores da banha de cobra que operam
nos mercados e feiras.
Os protagonistas do espectáculo foram os grandes e festejados operacionais
de serviço que são Passos Coelho, Paulo Portas, ministros e outros artistas de
segundo plano a quem cabe a tarefa de se elogiarem mutuamente e de proclamarem
que a governação do PSD e CDS/PP conduziu o país para o oásis em que tudo corre
às maravilhas e em que todos estamos - ou devemos sentir - regalados.
Sobre planos convincentes para o futuro, nicles de bitocles!
Claro que ali o que, sobretudo, interessava era confraternizar,
abraçar, beijar e aplaudir freneticamente os grandes artistas do teatro/circo
que se exibe em Lisboa e arredores e destas paragens se deslocaram até ao
Pontal com o firme propósito de beneficiarem da entusiástica contemplação dos
adeptos e das filmagens televisivas. Para isso estava mobilizada toda aquela
eufórica rapaziada que facilmente se destacava por ser da corda.
E ao ver na Televisão as imagens do comício do Pontal e a foto (aqui
publicada) das saudações à malta partidária, com o braço estendido segundo o
figurino fascista, feitas pelo duo Passos/Portas), senti um arrepio. É que veio-me
à lembrança as grandes e ruidosas concentrações do fascismo italiano e a
saudação de braço estendido do Duce, Benito Mussolini a corresponder aos
aplausos da multidão.
A possível resignação que, eventualmente, possa surgir conexa ao desejo
de que milhões de portugueses estão possuídos, assenta na possibilidade de a
citada parvoeira do Pontal, própria do terceiro mundo, seja o canto do cisne
desta deplorável governação.
Fotografia mostrando Passos Coelho e Paulo Portas no Pontal
a fazerem a saudação fascista, de braço estendido.
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